Estação Ferroviária de Lousado

estação ferroviária em Portugal

A Estação Ferroviária de Lousado, originalmente denominada de Louzado, é uma interface da Linha do Minho, que funciona como bifurcação com a Linha de Guimarães, e que serve a freguesia de Lousado, no concelho de Vila Nova de Famalicão, em Portugal.

Lousado
Estação Ferroviária de Lousado
automotora no Núcleo Museológico de Lousado em 2014, vendo-se à esquerda as plataformas da estação
Identificação: 05009 LOO (Lousado)[1]
Denominação: Estação de Concentração de Lousado
Classificação: EC (estação de concentração)[1]
Linha(s):
Altitude: 40 m (a.n.m)
Coordenadas: 41°21′3.26″N × 8°31′35.85″W

(= 41.35091;−8.52663)

Mapa

(mais mapas: 41° 21′ 03,26″ N, 8° 31′ 35,85″ O; IGeoE)
Município: Vila Nova de FamalicãoVila Nova de Famalicão
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Trofa
P-São Bento
  B   Terminal
    Esmeriz
Braga
    Famalicão
Braga
Trofa
P-São Bento
  G   Santo Tirso
Guimarães

Coroa: TRF1
Conexões:
Serviço de táxis
Serviço de táxis
VNF
Equipamentos: Bilheteiras Telefones públicos Sala de espera Acesso para pessoas de mobilidade reduzida Parque de estacionamento Lavabos adaptados Lavabos
Diagrama:

Esmeriz (Sentido Valença)
St. Tirso (Sentido Guimarães)
Lousado
Trofa (Sentido Porto)
Website:
Mapa de 1895, onde a estação surge com o nome primitivo: Louzado

Descrição

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Localização e acessos

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Esta estação situa-se na localidade de Lousado, em frente ao Largo da Estação.[2] Junto à estação, encontra-se o Museu Ferroviário de Lousado.[carece de fontes?]

Infraestrutura

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Segundo o Directório da Rede 2011, publicado pela Rede Ferroviária Nacional em 25 de Março de 2010, a estação do Lousado possuía quatro vias de circulação, com comprimentos entre os 222 e 1153 m; todas as quatro plataformas tinham 70 cm de altura, apresentando duas 220 m de extensão, e as restantes 150 m.[3]

História

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Inauguração

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Esta interface situa-se no troço da Linha do Minho entre Porto e Nine, que foi inaugurado em 21 de Maio de 1875, em conjunto com o Ramal de Braga.[4]

Ligação à Linha de Guimarães

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Em 31 de Dezembro de 1883, a Companhia do Caminho de Ferro de Guimarães abriu à exploração o primeiro troço da Linha de Guimarães, da Trofa a Vizela.[5]

Em 16 de Abril de 1901, foi noticiado que a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão pediu a concessão de uma linha de Lousado até Mindelo, que serviria para ligar a Linha da Póvoa à de Guimarães.[6] Em 1 de Julho de 1901, foi noticiado que este projecto tinha sido recusado, uma vez que iria prejudicar a Linha do Minho, que perderia o tráfego entre Guimarães e o Porto.[7]

Transição para a Companhia do Norte

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Na altura da sua inauguração, a Linha de Guimarães utilizava bitola métrica, e aproveitava a plataforma de via da Linha do Minho entre Lousado e Trofa, no sistema de via algaliada.[8] Esta situação, que era suposto ser apenas provisória, acabou por se tornar definitiva, tendo o troço em comum gerado grandes problemas de tráfego para ambas as linhas.[9] Assim, quando na Década de 1920 se iniciaram as preparações para a fusão entre as Companhias de Guimarães e da Póvoa, o estado impôs a construção de uma via independente para a Linha de Guimarães entre as duas estações, incluindo uma ponte nova sobre o Rio Ave.[9]

Em 14 de Janeiro de 1927, a Companhia de Guimarães fundiu-se com a Companhia do Caminho de Ferro do Porto à Póvoa e Famalicão, formando a Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal,[5] sem ter sido ainda construído o novo troço da Trofa ao Lousado, motivo pelo qual o estado continuou a insistir neste ponto.[10]

 
Mapa do projecto da Linha do Ave, mostrando igualmente um projecto de Famalicão a Santo Tirso, de forma a ligar directamente a Linha da Póvoa à Linha de Guimarães, sem passar por Lousado.

Décadas de 1940 e 1950

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A Companhia do Norte foi integrada na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, que começou a explorar as antigas linhas daquela empresa no dia 1 de Janeiro de 1947.[11]

Um diploma do Ministério das Comunicações, publicado no Diário do Governo n.º 115, II Série, de 19 de Maio de 1948, aprovou o projecto da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para ampliar a estação de Lousado e construir uma concordância para ligar directamente a Linha de Guimarães à Linha de Famalicão, embora este projecto deveria ser completado com um estudo sobre os dispositivos de segurança a utilizar e obras necessárias numa passagem de nível já existente.[12]

Um despacho de 9 de Dezembro de 1948, publicado no Diário do Governo n.º 297, II Série, de 23 de Dezembro, aprovou os projectos da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para aditamentos ao indicador geral do serviço que prestam as estações e apeadeiros e aos quadros de distâncias quilométricas de aplicação nas linhas do Minho e Douro, de forma a que o apeadeiro de Lousado na Linha do Minho e a estação de Lousado na Linha de Guimarães passassem a ser uma só estação, com o mesmo nome, sendo estabelecidas distâncias próprias para a nova estação.[13]

Em 1949, foi algaliada a linha entre Famalicão e Lousado.[14] Esta obra permitiu que fossem feitos comboios directos da Póvoa de Varzim a Guimarães e Fafe.[15]

Em 1954, a estação de Lousado ganhou uma menção honrosa simples no XIII Concurso das Estações Floridas.[16]

Década de 1980

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Na primeira metade da Década de 1980, foi criado o núcleo museológico de Lousado, instalado nas antigas cocheiras da estação, no âmbito de um programa da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses para preservar o seu património histórico.[17] Nesta época, antes das obras, o edifício de passageiros situava-se do lado nascente da via (lado direito do sentido ascendente, a Fafe).[18][19]

 
Museu Ferroviário de Lousado.

Remodelação da Linha de Guimarães

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Em 1986, foi formado o Gabinete do Nó Ferroviário do Porto, que tinha como objectivo desenvolver as ligações ferroviárias à cidade do Porto e aos seus arredores.[20] Neste sentido, programou-se a duplicação e electrificação da via, remodelação de estações e apeadeiros e modernização da sinalização e telecomunicações nos troços de Ermesinde a Braga e de Lousado a Guimarães, sendo este último adaptado a via larga.[20] Em Janeiro de 1996 foi terminado o estudo prévio para a remodelação entre Lousado e Nine, e nesse ano já estavam em fase de conclusão os projectos de remodelação de Lousado a Santo Tirso e São Romão, esperando-se que as respectivas obras se iniciassem no último trimestre de 1996.[20] O objectivo destas obras era melhorar as condições de serviço dos comboios, possibilitando a criação de vários serviços suburbanos de passageiros, incluindo um semi-rápido cadenciado de São Bento a Braga, que passaria por Lousado.[21]

Em 19 de Janeiro de 2004, a Linha de Guimarães foi reaberta após a modernização.[22][23]

CP Urbanos do Porto

(Serv. ferr. suburb. de passageiros no Grande Porto)
Serviços:   Aveiro  Braga
  Marco de Canaveses  Guimarães


(b) Ferreiros 
         
 Braga (b)
(b) Mazagão 
         
 Guimarães (g)
(b) Aveleda 
         
 Covas (g)
(b) Tadim 
         
 Nespereira (g)
(b) Ruilhe 
         
 Vizela
(b) Arentim 
         
 Pereirinhas (g)
(b) Cou.Cambeses 
         
 Cuca (g)
(m)(b) Nine 
         
 Lordelo (g)
(m) Louro 
         
 Giesteira (g)
(m) Mouquim 
         
 Vila das Aves (g)
(m) Famalicão 
         
 Caniços (g)
(m) Barrimau 
           
 Santo Tirso (g)
(m) Esmeriz 
 
   
 
 
 
       
 Cabeda (d)
(m)(g) Lousado 
               
 Suzão (d)
(m) Trofa 
               
 Valongo (d)
(m) Portela 
               
 S. Mart. Campo (d)
(m) São Romão 
               
 Terronhas (d)
(m) São Frutuoso 
               
 Trancoso (d)
(m) Leandro   Rec.-Sobreira (d)
(m) Travagem 
               
 Parada (d)
(m)(d) Ermesinde 
               
 Cête (d)
(m) Palmilheira 
 
 
 
 
       
 Irivo (d)
(m) Águas Santas 
 
 
 
 
         
 Oleiros (d)
(m) Rio Tinto 
               
 Paredes (d)
(m) Contumil 
               
 Penafiel (d)
(m)(n) P.-Campanhã 
       
 
   
 Bustelo (d)
 
         
 
 
 Meinedo (d)
(m) P.-São Bento   General Torres (n)
 
       
 
 
 Caíde (d)
(n) Gaia 
       
 
 
 Oliveira (d)
(n) Coimbrões 
     
 
   
 Vila Meã (d)
(n) Madalena 
 
 
       
 Livração (d)
(n) Valadares 
           
 Recesinhos (d)
(n) Francelos 
           
 M.Canaveses (d)
(n) Miramar 
         
 Aveiro (n)
(n) Aguda 
         
 Cacia (n)
(n) Granja 
         
 Canelas (n)
(n) Espinho 
         
 Salreu (n)
(n) Silvalde 
         
 Estarreja (n)
(n) Paramos 
         
 Avanca (n)
(n) Esmoriz 
         
 Válega (n)
(n) Cortegaça 
         
 Ovar (n)
 
         
 Carv.-Maceda (n)

Ver também

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Referências

  1. a b (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. «Lousado». Comboios de Portugal. Consultado em 21 de Novembro de 2014 
  3. «Directório da Rede 2011». Rede Ferroviária Nacional. 25 de Março de 2010. p. 67-68 
  4. «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 5 de Agosto de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  5. a b TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  6. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1520). 16 de Abril de 1951. p. 76. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  7. «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 64 (1525). 1 de Julho de 1951. p. 160-168. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  8. SOUSA, José Fernando de (16 de Fevereiro de 1937). «Um caso lamentável: A Ponte do Ave na Linha do Minho» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1180). p. 99. Consultado em 5 de Novembro de 2013 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  9. a b SOUSA, José Fernando de (16 de Fevereiro de 1937). «Um caso lamentável: A Ponte do Ave na Linha do Minho» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1180). p. 99-100. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  10. SOUSA, José Fernando de (1 de Abril de 1935). «Interêsse Regional e Nacional: A Transversal de Trás-os-Montes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1135). p. 150-151. Consultado em 11 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  11. REIS et al, 2006:62-63
  12. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 60 (1452). 16 de Junho de 1948. p. 354-356. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  13. «Parte Oficial» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 61 (1470). 16 de Março de 1949. p. 224-227. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  14. REIS et al, 2006:102
  15. MAIO, José da Guerra (16 de Abril de 1949). «Porto-Póvoa-Famalicão-Guimarães-Fafe» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 62 (1472). p. 267-268. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  16. «XIII Concurso das Estações Floridas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 67 (1608). 16 de Dezembro de 1954. p. 365. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 – via Hemeroteca Digital de Lisboa 
  17. MARTINS et al, 1996:47
  18. (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
  19. Diagrama (não oficial) desta estação na década de 1980
  20. a b c MARTINS et al, 1996:224-226
  21. MARTINS et al, 1996:227
  22. «Nova linha ferroviária de Guimarães inaugurada amanhã». Público. 18 de Janeiro de 2004. Consultado em 17 de Dezembro de 2016 
  23. REIS et al, 2006:237

Bibliografia

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  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
 
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Ligações externas

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