Edmond Eugène Alexis Rostand (Marselha, 1 de abril de 1868Paris, 2 de dezembro de 1918) foi um poeta e dramaturgo francês, cuja fama se deve, principalmente, pela autoria da conhecida peça Cyrano de Bergerac. Edmond é pai do biólogo Jean Rostand.

Edmond Rostand
Nome completo Edmond Eugène Alexis Rostand
Nascimento 1 de abril de 1868
Marselha, França
Morte 2 de dezembro de 1918
Paris, França
Nacionalidade francesa
Ocupação Escritor, dramaturgo
Magnum opus Cyrano de Bergerac
Escola/tradição Romântica

Biografia

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Descendente de um prefeito de Marselha, Alexis Rostand Joseph (1769-1854), Edmond Rostand nasceu em uma família rica, sendo filho do economista Eugène Rostand.

Em 1880, o pai leva sua família, Edmond, sua mãe e dois primos no elegante spa Bagnères-de-Luchon. Instalado inicialmente no "chalet Spont", em seguida, na "villa Devalz", eles então constróem a "Villa Julia", próximo ao Casino. Edmond Rostand vive 22 anos em Luchon, que inspirou suas primeiras obras.

Diplomado em direito, jamais exerceu a profissão e, desde o início da faculdade, freqüentou as rodas literárias, conhecendo aí seu grande amor, a poetisa Rosemonde Etiennette Gérard, autora do livro "As Flautas".

Carreira literária

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Em 1888, Rostand escreveu sua primeira obra, a peça Le Gant Rouge (A Luva Vermelha) e em 1890, casou com Rosemonde.

Em 1891, escreveu a peça Les Musardises (Divagações) e, em 1893, Les Deux Pierrots (Os Dois Pierrôs), mas apenas em 1894 conseguiu a fama, com a peça Les Romanesques (Os Românticos), encenada pela Comédie-Française.

Suas peças seguintes, La Princesse Lointaine (A Princesa Longínqua), La Samaritaine (A Samaritana) e L’Aiglon (O Filhote de Águia) foram interpretados, na época, por Sarah Bernhardt, considerada a maior atriz de teatro de seu tempo.

Sua obra máxima, a peça Cyrano de Bergerac, que estreou com estrondoso sucesso em 1897, em Paris, no Théàtre de la Porte-Saint-Martin, também foi encenada por Sarah, mas apenas em Londres, em 1901. Rosemonde Gerard escreveu, entusiasticamente, em seu livro Edmond Rostand:

"Por que, durante semanas e meses, os porteiros chamarão todo mundo de meu príncipe (...). Por que, amanhã, todos os vendedores de flores terão todas as flores frescas? (...) Porque, nesta noite, representava-se, pela primeira vez, Cyrano de Bergerac, no Théàtre de la Porte-Saint-Martin!".
Rosemonde Gerard, "Edmond Rostand".[1]

A peça Cyrano de Bergerac transformou Rostand num verdadeiro ídolo do público francês, tornando-o membro da Academia Francesa, em 1904. Vítima de uma pneumonia, porém, ele se retirou em Cambo-les-Bains, na região basca, onde viveu por nove anos, discretamente. Só voltou aos palcos em 1910, com Chantecler, a história de um galo que acredita que é o seu canto que faz nascer o dia.

Rostand ainda escreveu uma última peça, La Dernière Nuit de Don Juan (A Última Noite de Don Juan), que ficou incompleta, mas foi aos palcos em 1921, três anos após sua morte em Paris, em 2 de dezembro de 1918.

Características literárias

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Rostand escolheu para suas peças temas típicos do romantismo, apesar de os ideais românticos, na época, já estarem ultrapassados, em função do realismo. Em sua peça A Princesa Longínqua, inspirou-se na Idade Média, no caso uma história de amor entre um trovador, Rudel, e uma princesa, Melisandre. Também buscou inspiração romântica na religião cristã, com a peça A Samaritana, e histórica, em O Filhote de Águia, que relatava a tentativa do filho de Napoleão, o duque de Reichstadt, em recriar o império do pai.

Para escrever Cyrano de Bergerac, Rostand inspirou-se no poeta e filósofo assim chamado, que viveu entre 1619 e 1655, um questionador dos intelectuais de sua época. A obra, segundo a tradição romântica, foi escrita em versos, e consta que Rostand trabalhava tão febrilmente que chegava a compor 250 versos num único dia.

Muitos críticos, quando Rostand escreveu sua peça Chantecler, chegaram a defender que ela foi um final infeliz para uma carreira que se notabilizou e se imortalizou por uma única obra: Cyrano de Bergerac.

Obras principais

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Lista de obras de Edmond Rostand
(por ordem cronológica)
Ano Obra Gênero Criação (para peças) Publicação original Tradução
1887 Deux romanciers de Provence, Honoré d'Urfé, Émile Zola, le roman sentimental et le roman naturaliste Ensaio Marselha, impresso no “Journal de Marseille”, 1888
1888 Le Gant rouge Vaudeville, com Henri Lee 1888, no teatro Edições Nicolas Malais, 2009 A Luva Vermelha
1890 Les Musardises Poesias 1890
  1. Paris, A. Lemerre, 1890
  2. Nova edição 1887-1893. Paris, Fasquelle, 1911
Divagações
1890 Ode à la musique Poesia Novembro de 1890 (privado, para a inauguração da casa de Jules Griset); 23 março de 1891 - Théâtre du Châtelet. Música de Emmanuel Chabrier.[2]
1890 Les Deux Pierrots Peça (recusado pela Comédie-Française) 1890, no teatro Os Dois Pierrôs
1894 Les Romanesques Comédia Peça criada em 21 de maio de 1894 na Comédie-Française, croada pela Academia Francesa. Paris, Charpentier et Fasquelle, 1894 Os Românticos
1895 La Princesse lointaine Peça em 4 atos, em versos 1895, no teatro
  1. Paris, Charpentier et Fasquelle, 1895
  2. Segunda versão, Paris, L'Illustration, 1929
A Princesa Longínqua
1897 Pour la Grèce Poema Paris, Fasquelle, 1897
1897 La Samaritaine Evangelho em três tomadas, em versos Peça criada em 14 de abril de 1897, com Sarah Bernhardt no Théâtre de la Renaissance Paris, Fasquelle, 1897 A Samaritana
1897 Cyrano de Bergerac Comédia dramática em 5 atos, em versos Peça criada em 28 de dezembro de 1897 para o Coquelin aîné Paris, Fasquelle, 1898 Cyrano de Bergerac
1900 L’Aiglon Drama em 6 atos Peça criada em 15 de março de 1900 para Sarah Bernhardt Paris, Fasquelle, 1900 O Filhote de Águia
1902 Um Soir à Hernani Poesia, homenagem ao centenário do nascimento de Victor Hugo Paris, Fasquelle, 1902
1903 Discours de Réception à l'Académie française le 4 juin 1903 Ensaio Paris, Fasquelle, 1903
1904 Chantecler Peça (escrita em 1904) Peça criada em 7 de fevereiro de 1910 para Lucien Guitry Paris, L'Illustration, 1910
1908 Le Bois sacré Pantomima Paris, L'Illustration, 1908
1911 La Dernière Nuit de Don Juan Peça (escrita em 1911) Peça criada em 1921, três anos após a morte do autor Paris, L'Illustration, 1921 A Última Noite de Dom Juan
1915 Le Vol de la Marseillaise Poemas sobre a guerra (1915) Paris, Fasquelle, 1919
Le Cantique de l'Aile Poesia Paris, Fasquelle, 1922
Faust de Goethe Adaptação e tradução de Edmond Rostand Paris, Éditions Théâtrales, 2007

Referências

  1. GÉRARD, Rosemonde. Edmond Rostand. In: Cyrano de Bergerac, A estréia triunfal. Editora Teatral, 1985. Programa por ocasião do lançamento da peça no Teatro Cultura Artística, em São Paulo.
  2. Delage R. Emmanuel Chabrier. Fayard, 1999.

Referências bibliográficas

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  • ROSTAND, Edmond (1976). Cyrano de Bergerac. São Paulo: Abril Cultural - Victor Civita. [S.l.: s.n.] pp. Coleção teatro Vivo 
  • VÁRIOS (1985). Cyrano de Bergerac. São Paulo: Editora Teatral. [S.l.: s.n.] pp. Programa lançado por ocasião da estréia da peça Cyrano de Bergerac no Teatro Cultura Artística (SP – Brasil), dir: Flávio Rangel 
 
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