Antagonista do receptor de serotonina
Um antagonista do receptor de seratonina, ou simplesmente antagonista da serotonina, é uma droga usada para inibir a ação nos receptores de serotonina (5-HT).[1] Receptores de serotonina são ligandos-pontes para canais de íons Na e K encontrados através dos sistemas nervosos central e periférico, notavelmente no zona de gatilho quimiorreceptora (ZGQ) e fibras aferentes do nervo vago, tanto no sistema nervoso central como visceral. Ativação da serotonina dos aferentes da ZGQ e do nervo vago podem ambos acionar o reflexo vomitivo. Serotonina desempenha um importante papel na náusea e vômito induzida em anestesia, quimioterapia e aplicações de radiação. Antagonistas receptores de serotonina podem ser usado como tratamento antiemético devido a inibirem a estimulação de receptores 5-HT3 tanto centrais como periféricos, e são efetivos, não-sedativos, e geralmente bem tolerados. Então antagonistas de receptores 5-HT3 são correntemente os agentes antieméticos mais comumente usados para tratamento de náusea e vômito pós-operatório (NVPO), náusea e vômito induzidos por quimioterapia (NVIQ) e em resgates.[2]
Tipos
editarAntagonistas 5-HT2A s
editarAntagonistas do receptor 5-HT2A são às vezes usados como antipsicótico atípicos (em contraste com antipsicóticos típicos, os quais são puramente antagonistas da dopamina). Incluem:
- Cipro-heptadina bloqueia 5-HT2A, H1 e é um anticolinérgico moderado.
- Metisergida é um receptor antagonista 5-HT2A e bloqueador 5-HT1 não seletivo.[3] Causa fibrose retroperitoneal e fibrose mediastínica.[4][5][6][7]
- Quetiapina, bloqueia receptores 5-HT2A, 5-HT1A, receptores de dopamina D1 e D2, receptor de histamina H1, e adrenorreceptores A1.
Antagonistas 5-HT2A/2C
editar- Cetanserina, anti-hipertensivo que bloqueia 5-HT2A, 5-HT2C e adrenoreceptores Alfa 1 (A1).
- Risperidona, antipsicótico.
- Trazodona, antidepressivo.
- Clozapina, antipsicótico. Bloqueia receptores 5-HT2A, 5-HT2C e D4.
- Nefazodona, atua principalmente como um potente antagonista 5-HT2A.
Antagonistas 5-HT3
editarOutra subclasse consiste em drogas que atuam seletivamente nos receptores 5-HT3, e assim são conhecidos como antagonistas 5-HT3. São eficazes no tratamento êmese induzida por quimioterapia e náuseas e vômitos pós-operatórios.[8] Inclem:
Outros antagonistas 5-HT3 são usados para o tratamento de síndrome do cólon irritável:
Além disso, o antidepressivo mirtazapina atua como um antagonista 5-HT3.
Antagonistas 5-HT não seletivos
editarNote-se que, embora alguns antagonistas de serotonina não seletivos possam ter uma afinidade particular por um específico receptor 5-HT (e assim podem ser listados acima, e.g. metisergida), ainda podem possuir uma ação não seletiva generalizada.
- Clorpromazina
- Cipro-heptadina
- Metergolina
- Metisergida
- Mianserina
- Mirtazapina
- Oxetorona
- Pizotifeno
- Propranolol
- Ritanserina
- Espiperona
Anti-histamínicos com atividade anti-serotonérgica
editar- Carbinoxamina
- Cipro-heptadina
- Hidroxizina
- Metidilazina
- Pizotifeno é um antagonista 5-HT2C, bloqueador H1 e anticolinérgico útil em profilaxia de enxaqueca.[9][10] Também é usado no tratamento de enxaqueca.
- Prometazina
- Oxatomida
- Oxetorona, também usado no tratamento de enxaqueca.
Outros
editar- Fenclonina (para-clorofenilalanina; abreviado PCPA, de para-chlorophenylalanine) Um inibidor da síntese de serotonina que tem sido utilizado no tratamento da síndrome carcinoide.
- Tanaceto, é uma erva tradicionalmente usada para enxaquecas.[11]
- Reserpina, esgota as reservas de serotonina no cérebro, coração e muitos outros órgãos e tem sido usado na hipertensão e psicose.
Ver também
editarReferências
- ↑ Metzker, Kiuanne Lino Lobo; Antagonista do receptor da serotonina reverte a hipotensão e a hiporeatividade vascular no choque endotoxêmico em ratos; Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2015.
- ↑ Hugh C. Hemmings, Talmage D. Egan; Pharmacology and Physiology for Anesthesia E-Book: Foundations and Clinical Application; Elsevier Health Sciences, 2012. pg 505
- ↑ C. ALBERTI; Drug-induced retroperitoneal fibrosis: short aetiopathogenetic note, from the past times of ergot-derivatives large use to currently applied bio-pharmacology; G Chir. 2015 Jul-Aug; 36(4): 187–191. doi: 10.11138/gchir/2015.36.4.187 - PMCID: PMC4732590
- ↑ A. John Webb and P. Dawson Edwards; Methysergide and Retroperitoneal Fibrosis; Br Med J. 1966 Apr 30; 1(5495): 1110. PMCID: PMC1844020
- ↑ Graham JR, Suby HI, LeCompte PR, Sadowsky NL.; Fibrotic disorders associated with methysergide therapy for headache. N Engl J Med. 1966 Feb 17;274(7):359-68. PMID 5903120 DOI: 10.1056/NEJM196602172740701
- ↑ Comings DE, Skubi KB, Van Eyes J, Motulsky AG; Familial multifocal fibrosclerosis. Findings suggesting that retroperitoneal fibrosis, mediastinal fibrosis, sclerosing cholangitis, Riedel's thyroiditis, and pseudotumor of the orbit may be different manifestations of a single disease. Ann Intern Med. 1967 May;66(5):884-92. PMID 6025229
- ↑ F. Z. Cai, P. Tesar, and A. Klestov; Methysergide-induced retroperitoneal fibrosis and pericardial effusion; Internal Medicine Journal 34(5):297-8 · June 2004. DOI: 10.1111/j.1444-0903.2004.00587.x
- ↑ Lindley, C.; Blower, P. (2000). «Oral serotonin type 3-receptor antagonists for prevention of chemotherapy-induced emesis». American Journal of Health-System Pharmacy. 57 (18): 1685–1697. PMID 11006796
- ↑ Mylecharane EJ; 5-HT2 receptor antagonists and migraine therapy. J Neurol. 1991;238 Suppl 1:S45-52. PMID 2045831
- ↑ Alexander D Nesbitt, Guy D Leschziner and Richard C Peatfield; Headache, drugs and sleep; Cephalalgia, 2014, Vol. 34(10) 756–766. DOI: 10.1177/0333102414542662
- ↑ Pittler MH, Ernst E (2004). «Feverfew for preventing migraine». Cochrane Database of Systematic Reviews (1): CD002286. PMID 14973986. doi:10.1002/14651858.CD002286.pub2