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Mulheres são mandonas, querem as coisas sempre do seu jeito. Quando contrariadas, ficam raivosas e loucas. Afirmações como essas, e outras tantas, vêm sendo perpetradas por companheiros, amigos, colegas e familiares ao longo dos tempos. E, muitas vezes, vêm nas entrelinhas de piadas e brincadeiras aparentemente inocentes. Além disso, o sexismo que quer colocar a mulher vários degraus abaixo do homem, de um jeito ainda mais perverso, também aparece disfarçado de elogio. E toda mulher já foi posta nesse lugar dessa forma. Na piada ou no elogio enviesados, o sexismo não faz distinção: rebaixa todas da mesma maneira, sejam elas pretas, brancas, ricas, pobres, letradas ou com pouca escolaridade. A única diferença é que algumas conseguem maior acesso a ferramentas de defesa e algum lugar de fala. A parte que as brincadeiras com essa natureza não trazem é a de que, se as mulheres são chatas, muito provavelmente é porque uma parcela considerável de homens precisa ser mais colaborativa, para dizer o mínimo. A dificuldade — cultural, não biológica — que alguns têm para se comunicar aberta e assertivamente piora tudo. E o que muitos costumam fazer a esse respeito? Piada de bruxa ou histérica. Quem aí não tem medo de um “precisamos conversar”? Mulheres não são loucas só estão exaustas (Ruth Manus). Atentar-se para questões de gênero onde elas parecem não existir é mais um passo na direção de desconstruir o paradigma que tem feito das mulheres as problemáticas das relações e mais um dos artifícios que o patriarcado usa para tentar manter sua hegemonia. Há homens empenhados e comprometidos nessa desconstrução, assim como mulheres que o corroboram conscientemente, além de um feminismo que, em alguns momentos, pesa a mão. A igualdade de gênero começa pelo respeito mútuo. O machismo e a misoginia, que não se reduzem a atos de violência física e verbal, seguem reverberando em adoecimento de mulheres — mas também de homens e, por isso, são temas que precisam ser debatidos por toda a sociedade. --- Texto da nossa redatora Valéria Pinto, para o Artigo do Jornal Pioneiro. #namídia #TXT #ValeriaPinto #texto #DiadaMulher #mulher #feminismo

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