Recebi hoje cedo uma pesquisa da ANPOCS que visa identificar as ocupações e inserções profissionais dos cientistas sociais. Minha formação em Ciências Sociais foi bastante próxima da História e sempre refleti sobre a aplicação dessas duas áreas fora do contexto universitário. Afinal, formamos milhares de alunos e nem todos seguirão uma carreira de pesquisador.
No artigo “Historiadores para quê?”, Keila Grinberg questiona a atuação dos historiadores e a alta demanda pelos cursos de pós-graduação que enfatizam uma carreira estritamente acadêmica. Em um mercado tão saturado, será que realmente precisamos formar tantos acadêmicos? Minha pergunta não desmerece os cursos de pós-graduação, mas, assim como Keila, acredito que deveríamos preparar profissionais para o mercado. É necessário abrir as possibilidades de atuação dos profissionais de Sociologia e História, criar uma ponte entre a academia e o grande público, e explorar novos espaços.
Grande parte, se não a maioria, dos ingressantes em carreiras de humanas possui o sonho de modificar algum aspecto da sociedade. Este sonho, muitas vezes, vai sendo apagado ao longo dos anos, com uma sobrecarga de cientificismos arcaicos. Atuar em outros ambientes, mesmo dentro de uma empresa, e dialogar com outros públicos exige tanto esforço intelectual quanto preparar uma aula entre quatro paredes.
É essencial revitalizar os cursos de graduação e pós-graduação para que sociólogos e historiadores, dentre outros, possam circular por ambientes fora da academia.
Referências: GRINBERG, Keila. Historiadores para quê? Revista Ciência Hoje.
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