Med Hondo
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Med Hondo foi um simpático diretêro da Mauritânia e assim, uma bela nota de rodapé em matérias de internet do tipo "10 cineastas africanos que você nunca viu". Mas diferente de outros como Flora Gomes e Diana C. Zollicoffer, conhecidos apenas por meia dúzia de cinéfilos hardcore sem vida social, Med foi mais além sendo também o dublador do Eddie Murphy na França, imortalizando-se nas Sessões da Tarde de milhões de millennials pelo mundo.
Mohamed Abid Hondo | |
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Feio mas boa-praça, quase um Morgan Freeman africano | |
Nascimento | 4 de maio de 1936 Ah Tá |
Nacionalidade | Mauritânia |
Ocupação | cara que grita "Corta" e emprestador de voz |
BiografiaEditar
Med Hondo nasceu na Mauritânia, um lugar sem futuro, nem perspectiva, nem direitos humanos nem nada. Nesse país fodido onde os dois únicos meios de vida são ser militar ou escravo, só restava a Med fugir dali mesmo e foi o que ele fez, rumando para a França onde trampou de cozinheiro, lavrador, garçom, office-boy e outros subempregos, que eram o que os comedores de lesma tinham para oferecer a imigrantes lascados como ele... mas Med não era de se contentar com pouco.
Inspirado pelo clássico Os Lindos Cachos de um Careca, Med decidiu trilhar a carreira de cineasta. Pegou umas aulas de teatro, mas o teatro francês era pouco para ele que já sonhava com seu próprio estúdio. Mas enquanto isso começou a pegar uns bicos de ator, tal qual o Lázaro Ramos estrelando em Cinderela Baiana pra pagar as contas, um outro filme tosco onde adquiriu todo seu conhecimento filmográfico.
Med Hondo lançou a estratégia de descontar todo racismo sofrido por ele em seus filmes, criando críticas sociais fodas sobre opressão, alienação, colonialismo etc. etc. que eram queridinhos dos cults dos festivais e mostras de cinema, mas inassistíveis pelo francês comum. Como troféu de Cannes não enche o bucho, o mauritano rumou pra carreira de dublador e nisso ele teve sorte, pois os estúdios dali tavam precisando de um negão. Med virou a voz francesa dos atores Danny Glover, Morgan Freeman e Sidney Poitier, mas foi encarnando Eddie Murphy que ele se consagrou: entrou para a história do cinema francês como o Burro do Shrek, e assim, marcou época nas centenas de memes originados pela franquia.
Partiu para o Tão Tão Distante do céu em 2019 aos 82 anos, deixando toda uma geração de sacrebleus de luto.