Fadinha do Brasil
Fadinha do Brasil faliu! | |
Nem o Bill Gates quitaria suas dívidas!
Outros que ficaram no vermelho. |
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Formato/Gênero | Infantil | |
Duração | O bastante para ter uma diarreia mental | |
Criado por | Alguém muito sem noção | |
Diretor(es) | ||
Produtor(es) | ||
Apresentador(es) | Mulher Pera | |
Elenco | ||
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Narrador | ||
Tema de abertura | ||
Tema de encerramento | ||
País | Brasil | |
Rede de televisão | Rede TV | |
Formato de exibição | ||
Idioma | Miguxês | |
Transmissão original | 1 de setembro – 8 de setembro de 2013 | |
Temporadas | 1 | |
Episódios | 2 | |
[ Página oficial] | ||
IMDb | ||
TV.com |
Fadinha do Brasil foi o melhor programa infantil da televisão brasileira de todos os tempos. Infelizmente, as pessoas ainda não estavam preparadas para lidar com toda a genialidade da atração, então este clássico acabou sendo injustiçado e cruelmente retirado do ar após a transmissão de apenas dois episódios.
O programa
Setembro de 2013 foi um mês histórico para o universo do entretenimento brasileiro. Logo no primeiro dia, um domingo, por volta das duas horas da tarde, a RedeTV! trazia para as telas de nossas televisões esta pérola, cujo objetivo original era conscientizar as crianças sobre a importância de preservar a natureza, visando transformá-las em adultos ecochatos à la Luisa Mell, outro produto de exportação surgido na emissora. Para auxiliar nesta missão tão nobre, recrutaram a bela Suellem Aline Mendes, mais conhecida por seu pseudônimo artístico Mulher Pera. Isso mesmo, chamaram uma ex-dançarina erótica para apresentar uma atração infantil. Bom, até aí, não tem nada de mais, afinal, a própria rainha dos baixinhos Xuxa possui um passado um tanto quanto pornográfico, tendo atuado em pornochanchadas e posado nua para revistas masculinas. Aliás, se formos comparar ambas as apresentadoras, Suellem ainda sai na vantagem, pois nunca foi vista totalmente sem roupa.
Estreia
Suellem, que estava decidida a libertar-se do rótulo de mulher-fruta e agora queria ser chamada de Fadinha do Brasil, surge no programa linda e reluzente, usando uma fantasia de fada comprada na Rua 25 de Março que a deixa parecendo uma versão cospobre da Barbie. Muito animada com sua estreia, ela cumprimenta alegremente os telespectadores e sua plateia, composta por uma meia dúzia de crianças aleatórias e uma tiazona acabada que provavelmente foi contratada para colocar ordem na pirralhada e evitar que tudo virasse uma zona como acontecia nos primórdios do Clube da Criança.
Aparentemente, o programa não tem roteiro nenhum, e a SaFadinha simplesmente é jogada ali para apresentar enquanto lê cartazes segurados por alguém contendo o texto de seus diálogos. Afinal de contas, é a RedeTV!, não há orçamento suficiente para comprar um teleprompter. Aliás, não há orçamento para porra nenhuma, já que o programa não tem cenário e deve ter sido gravado no fundo da garagem de algum funcionário terceirizado. As filmagens foram realizadas em frente a um lençol pendurado na parede simulando a tela azul da morte, para depois ser tudo editado no MS Paint simulando os efeitos de um chroma key e substituindo o fundo por uma imagem estática com um castelo e uns cogumelos.
Em seguida, a Fadinha faz um discurso padrão e manjado sobre ecologia e chama seu amiguinho Robotron, um tiozão pançudo devidamente caracterizado como um robô, que chega para anunciar que o fim do mundo está próximo, a menos que as crianças mudem isso e passem a preservar o meio ambiente. Sim, porque os adultos não têm culpa nenhuma do aquecimento global e outras merdas, é tudo culpa dessas crianças irresponsáveis que deveriam se engajar mais nas políticas sociais ao invés de ficarem assistindo desenhos e jogando Minecraft. Para dar ênfase ao discurso lacrador, Robotron mostra uma série de gifs animados mostrando tragédias e desastres naturais, algo muito apropriado para o público infantil. Para finalizar, ele faz um dueto musical com a Fadinha, que lança o que poderia ter sido um de seus melhores bordões, caso o programa não tivesse falido antes que desse tempo para emplacar algo: Pare o sistema! Como diria a esquerda caviar brasileira, fada sensata, né, mores!
Atrações
O programa trazia muitos quadros e personagens interessantes, tudo sempre muito focado em ecologia e preservação ambiental, é claro. Por exemplo, a Fadinha do Brasil conversava ao vivo com crianças do Brasil inteiro via Skype, técnica esta que viria a ser reaproveitada anos mais tarde pelo SBT no seu antiquado Bom Dia & Cia.. Curiosamente, todas as crianças que apareciam na tela da conversa eram exatamente iguais às que estavam ali participando presencialmente. Mais curioso ainda era o fato de que nenhuma delas tinha sotaque regional, e mesmo as crianças nordestinas falavam com a mesma entonação das paulistas. O programa era gravado em São Paulo, tire você mesmo suas conclusões.
Inspirada por sua carreira musical dos tempos de Mulher Pera, Suellem apresentava vários números musicais, todos eles no ritmo erudito do funk carioca. Há uma dupla de gurias retardadas vestidas de borboleta ensinando a criançada a descer até o chão, um guri retardado fazendo cospobre do Pica-Pau e até um casal de palhaços anões discutindo seu relacionamento em rede nacional enquanto se xingam e se empurram, praticamente um Casos de Família infantojuvenil.
Há também as matérias externas gravadas fora do estúdio (óbvio, se são externas), apresentadas por uma pirralha chamada de Menina Verde, criativamente caracterizada usando uma peruca desta cor. A repórter mirim faz uma entrevista reveladora com Frank Aguiar, pedindo que ele dê dicas de sustentabilidade às crianças. E depois... é só isso mesmo. O cara nem sequer canta, se bem que isso é um ponto positivo, pois é uma poluição sonora a menos. Em seguida, somos agraciados com um super videoclipe musical da Menina Verde e sua turma.
Outro personagem icônico trazido até nós pela Fadinha foi o Professor Omar, um sábio intelectual que respondia as dúvidas do público infantil sobre ecologia. Tudo muito espontâneo, mal dava para notar que as perguntas já eram todas ensaiadas e decoradas pelas crianças antes de entrarem em cena, bem como a leitura de teleprompter (ou melhor, de cartaz) do tal Professor era imperceptível.
Vídeo
Caso esteja a fim de derreter seu cérebro, segue abaixo um vídeo com a primeira parte da estreia do programa. Os dois episódios estavam disponíveis na íntegra no YouTube, mas aparentemente ficaram com vergonha dos comentários invejosos zoando tamanha obra-prima e retiraram os vídeos do ar. Mas tudo bem, a amostra abaixo já é mais do que suficiente para você ter uma ideia da falta de qualidade da produção: