Taxa livre de risco

Voltaremos ao beta daqui a pouco, agora falarei um pouco sobre a taxa livre de risco, que é outro elemento importante do modelo de precificação de ativos financeiros. Imagine que pediram que eu empreste 1 dólar para a organização mais confiável da Terra. Não sei qual é, mas vamos imaginá-la. A organização mais confiável da Terra. Ela vai me pagar, com certeza. Que taxa de juros eu cobraria da organização mais confiável? É sobre esse empréstimo livre de risco que quero falar. Bem, a taxa de juros não será zero por alguns motivos. Primeiro, pode haver alguma inflação. Pode-se esperar que os preços subam 2%, 3%, 4% ou 5% em um ano. Então, tenho que incluir pelo menos a taxa de inflação esperada na taxa de juros que vou cobrar. Além disso, há o valor temporal do dinheiro. Explicarei isso referenciando o valor temporal dos doces. Vou usar uma divertida experiência envolvendo um de meus netos. Digamos que eu faça a seguinte proposta a ele. Tenho um doce aqui. Você quer esse doce agora ou daqui a um ano? O que qualquer criança diria? Diria: “Quero o doce agora”. Qualquer criança entende o valor temporal dos doces. Um doce agora vale mais do que um doce prometido para daqui um ano. Acontece a mesma coisa com o dinheiro. Um dólar agora vale mais que um dólar daqui a um ano. Então, se vou lhe emprestar um dólar agora, é melhor você me pagar um pouco mais de um dólar daqui a um ano, mesmo sem riscos. Portanto, a taxa livre de risco de um investimento combinará duas coisas: o valor geral do dinheiro no tempo e a inflação esperada. A taxa livre de risco nem sempre é a mesma ao longo do tempo, ou em cada país, mas nos últimos 50 a 70 anos, em todo o mundo, a taxa livre de risco tem sido de cerca de 5%. Apenas uma referência. Quando a inflação for baixa, a taxa livre de risco será inferior a 5%. Quando a inflação for alta, a taxa livre de risco será superior a 5%. Então, ao pensar sobre taxa livre de risco, lembre-se desse número. É uma boa referência de taxa livre de risco: 5%. 5%.