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Porcelana

Summary:

Megatron odeia hospitais. Optimus não o fará entrar em um.

Notes:

Ainda estou aprendendo. Tenham paciência comigo.

Work Text:

 

 

 

 

"Deixe-me ver o estrago" 

 

Optimus retira a cobertura facial. Ratchet finge não estar significativamente assustado com o tamanho da lesão. Parte do queixo brutalmente arrancado, expondo uma fiação delicada. A mandíbula e o maxilar exibiam a mesma faixa de corte; metade da denta do Prime estava em plena exibição. Ratchet rapidamente percebeu que não foi efeito de uma pancada ou tiro descuidado. Garras seriam uma explicação mais plausível; ele vê partes da pintura facial raspada onde o estrago era menor. "Você foi atacado por um puma cibernético?" 

 

Optimus não exibe qualquer desconforto quando os dedos de Ratchet entraram em contato com a parte inferior de seu rosto. A dor era uma velha amiga. "Não exatamente. Foi um acidente doméstico" 

 

"Me engane" Ratchet diz, sarcástico. "Bateu o rosto na porta ou no faqueiro?" 

 

Optimus suspirou pesadamente, apoiando um dos servos no joelho enquanto Ratchet colocava uma nova camada de protometal em seu maxilar. "Foi só um acidente" 

 

"Escorregar no banheiro e bater a cabeça é um acidente. Isso - Ele aponta para o ferimento horroroso - Isso é um ataque" 

 

"Não foi letal, sabe que sou mais resistente do que pareço" Optimus acalmou o velho mech com um tapinha no ombro. Ratchet coloca algumas pelotas de algodão sujas de sangue no recipiente metálico do balcão. "Desculpe por ocupar seu tempo. Drift deve estar chateado" 

 

"Ele vai superar isso" Ratchet deu nos ombros. Encaixando o protometal no maxilar à mandíbula, seus dedos tentando encontrar possíveis falhas nos dentes. Não pareciam fraturados. Ratchet pegou uma caneta de solda e começou a reparar o estrago. Ele não era o melhor cirurgião plástico de Cybertron, mas sabia reparar ao estado normal. "Eu só não esperava ter que reparar você. Na verdade, meu consultório estava preparado para Megatron" 

 

O olhar de Optimus escureceu. "Tivemos um desentendimento" 

 

"É o motivo do rasgo?" 

 

"Não!" Optimus se apressou em gritar, depois colocou um servo sobre a testa e respirou fundo. "Mais ou menos, na verdade. Estou tentando ter resiliência, ver as coisas pelos olhos deles, mas não sou um psiquiatra. Estou bem longe de tudo que não envolva táticas em batalha" ele amaldiçoou sua própria limitação "Conseguir contê-lo antes de chegar à minha câmara de faísca" 

 

Optimus corre os dedos no local que Ratchet acabará de consertar. Ele não conseguia encontrar força de vontade para culpar Megatron por esse estrago, por mais violento que tenha sido. A culpa foi dele. Deveria saber que estavam em um momento delicado, não deveria ter levantado a voz. Primus, como foi idiota. Como ele pôde achar que conseguiria convencer Megatron à ir ao hospital, quando nem mesmo Soundwave conseguia convencê-lo? 

 

"Foram os pesadelos de novo?" 

 

"Não. Foi uma alucinação desta vez. Acho que me elevei demais sobre ele" Optimus resmunga em culpa. "Ele tentou me atacar para se proteger" 

 

"Da próxima vez, faremos uma consulta particular na seu apartamento" Ratchet recomendou. Se um paciente claramente não estava confortável em frequentar um local, não era recomendável arrastá-lo pelos pedes. "Vou levar First Aid, ele parece confiar nele" 

 

"First Aid já está em casa" Optimus diz, lembrando. "Megatron parece menos inseguro com ele do que com outros médicos" 

 

"Eu vejo" Ratchet termina de aplicar um pouco da pomada de nanites no rosto de Optimus para terminar o serviço. Optimus agradece e fecha sua placa facial mais uma vez. "Não é como se pudéssemos fazer algo maior, Optimus. Rung pode acompanhar Megatron uma vez ou outra, mas não pode estar no planeta todos os dias. Vocês precisam aprender a conviver um com o outro" 

 

"Estamos tentando" Optimus meio rosnou nessa curta frase. "E estávamos indo bem, até o mês passado. Eu não sabia que Trepan, de todos os mechs, estaria presente na formatura dos novos Guardas da Elite. Megatron não sabia. Achávamos que ele estivesse morto" 

 

"O merdinha deve ter dado um jeito" Ratchet não queria ser inconveniente e nem mesmo precipitado na ocasião. Claro, a formatura foi um fracasso quando viram Trepan. Ele precisou de muita força de vontade para impedir que Megatron desmontasse o cara ali mesmo. No entanto, Trepan estava protegido por velhos senadores idiotas que ainda conseguiram manter seus status, embora precariamente. Disseram que os segredos que Trepan sabia eram valiosos demais para serem desperdiçados em uma prisão. Optimus conseguiu um mandato; Trepan deveria ficar à quilômetros de distância dele e de Megatron. No entanto, isso dificilmente acalmaria o ex-senhor da guerra. "Sejamos sinceros, Trepan quis ser atacado. Ele queria eue todos vissem como Megatron é emocionalmente frágil perto dele. Era um jogo e ele ganhou" 

 

"Infelizmente" Optimus levanta da mesa de exames, olhando para Ratchet enquanto este guardava os objetos cirúrgicos. "Não sei mais o que fazer. Não posso tocar em Trepan, pelo menos não legalmente" 

 

"Sempre há Lockdown" 

 

"Ele não é louco o suficiente" 

 

Aparentemente, Optimus já havia tentando essa alternativa. Lockdown não tocaria no mech que era mais traiçoeiro que uma víbora, principalmente um mnemoscirurgião. Não importa o quão frágil fisicamente Trepan aparenta ser; ele ainda é uma ameaça nível Overlord.

 

"Eu encontrei os vídeos da mnemoscirurgia. Eu vi ele enfiando agulhas na mente do meu conjux como se ele não fosse nada. Eu queria matá-lo. Eu quero matá-lo. Quero que ele pague por cada lágrima ou pesadelo que Megatron estiver enfrentando por causa dele" Optimus deixa claro seu ponto de vista quando flexiona os dedos e forma um punho fechado. Ratchet dá dois tapinhas em seu rosto para trazê-lo de volta à realidade. 

 

"Acalme-se, Prime. Primeiro; vá cuidar de Megatron. Depois dê um jeito em Trepan" 

 

Optimus encontra segurança no olhar de seu velho amigo. Ele precisava disso. "Obrigado, Ratchet. Prometo que Megatron irá cooperar para os exames em breve" 

 

"Assim espero" 

 

 

 

 

 

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Ele encontra Megatron no escuro do quarto. Pedaços de porcelana quebrada no chão e os móveis estão destruídos. Optimus lamenta a perda material por um segundo apenas; sua maior prioridade é Megatron, que estava pateticamente sentado no canto na parede. Optimus conseguia ouvir suas respirações rasas e rápidas, ver seu peito subindo e descendo conforme o ritmo desenfreado de sua centelha. First Aid conseguiu fazer com que não se machucasse, mas não pode fazer nada para proteger a mobília. "Megs" 

 

Um par de olhos vermelhos e assustados o encaram de volta. "Optimus?" 

 

"Você quer que eu fique?" 

 

Ele ficará de qualquer forma.

 

Megatron funga, tentando evitar ser visto chorando. Ele não quer parecer fraco, porém é. As memórias vívidas de quando Trepan invadiu sua mente, seu eu mais íntimo e o rasgou em pedaços. Isso o deixa frágil como uma folha; ainda mais nesse estado.

 

"Você está bem?" 

 

"Ratchet me consertou, não se preocupe" Optimus lentamente se agachou ao lado de Megatron, procurando não alarmar seus sentidos.

 

"Eu sinto muito" 

 

"Está tudo bem. Eu te perdoou se você me perdoar" Optimus o tranquiliza "Eu deveria ter te ouvido quando disse que odiava hospitais" 

 

"Você pode ficar comigo, só... só até meu processador desligar?" 

 

"Claro" 

 

Optimus senta no chão e abre os braços. Megatron inevitavelmente deixa-se ser acolhido. Optimus sente seu rosto molhado contra sua ombreira. Eles estão sozinhos agora, não há Trepan aqui. Os três estão seguros. Optimus não vai deixar nada acontecer com sua família. 

 

 

 

Ele espera que seja verdade.