Work Text:
Era uma noite silenciosa, e o vento soprava frio, carregando consigo um peso quase palpável. Pablo Marçal estava parado, observando Bolsonaro à sua frente, os dois envolvidos em uma espécie de silêncio que parecia dizer tudo e nada ao mesmo tempo. Eles haviam percorrido um longo caminho juntos, atravessando altos e baixos, esperanças e desilusões, mas agora tudo parecia desmoronar.
“Pra cima, Capitão,” Marçal murmurou, com uma leve esperança na voz. “Como você disse, eles vão sentir falta de nós.”
Bolsonaro desviou o olhar por um instante, como se estivesse pensando em algo distante, inalcançável. Finalmente, ele suspirou e respondeu, com a voz baixa e quase indiferente:
“Nós?” Ele fez uma pausa que parecia durar uma eternidade. “Um abraço.”
Marçal sentiu um aperto no peito, como se o chão estivesse se desfazendo sob seus pés. Ele tentava processar aquelas palavras frias, tentando entender onde tinha se perdido, onde aquele “nós” tinha se transformado em nada mais do que um abraço vazio.
Com a voz embargada, ele sussurrou, “Se não existe ‘nós’… seja mais claro.”
Bolsonaro não respondeu. Ele apenas deu um leve sorriso triste antes de se virar, deixando Marçal sozinho, com o peso da ausência de algo que talvez nunca tivesse sido real.