Work Text:
“Sim, eu sei, ela é minha ex, mas duas pessoas não podem se reconectar? Eu só vejo ela como uma amiga. Tropecei e cai na cama dela.” — bad idea right? Olivia Rodrigo
Desde que entrei na faculdade de Engenharia Mecânica, eu passei por poucas e boas nesse curso. Ser caloura foi sem dúvidas uma das grandes experiências da minha vida, sendo boa ou ruim, foi uma experiência. E para ser sincera, até ali estava sendo uma grandíssima merda. Provas que não acabavam mais, professores filhos da puta e colegas esnobes que se acham só por estar na federal, tudo isso junto da perda total da saúde mental que eu já não tinha. Então sim, ter aceitado o convite para ir numa festa dos veteranos do curso foi a maior furada em que eu já me meti.
E eu aceitei o convite sorrindo.
Veja bem, uma estudante anti-social como a minha pessoa não teria nada para fazer num sábado à noite após uma semana de provas, o mais próximo de um date que eu teria seria ver novela agarrada em um cobertor quentinho enquanto tweeto sobre isso – mas claro, eu nem poderia tweetar por que a droga do aplicativo foi banido. De qualquer forma, aceitar esse convite foi quase uma medida desesperada para provar que minha vida social ainda estava viva quando ela claramente não estava.
Me arrumei o suficiente para ficar apresentável mas nada elaborado demais por que simplesmente não combinava comigo – e sendo mais sincera ainda, sou pobre demais para parecer uma modelo, logo o básico está ótimo. Num geral, não estava feia nem desleixada e isso já valia mais que tudo. Como sempre, meus fios brancos e azuis estavam trançados enquanto o máximo de maquiagem que eu usava eram delineados afiados o suficiente para matar um homem, se é que isso um dia seria possível… sequer me esforcei para cobrir as manchas de vitiligo de minha pele, além de ser ridículo, escondê-las era burrice e não se parecia comigo em nada. Resumindo a ópera: eu estava simples e gostosa mas não tão gostosa quando poderia estar.
Até aí tudo bem. O verdadeiro problema começou no momento em que meu Uber estacionou na porta da festa. Talvez fosse o cheiro de cigarro, a visão tenebrosa de uma caloura vomitando no quintal ou a música alta, mas eu tive uma péssima primeira impressão daquela festa. Infelizmente não pude dar meia volta porque além da merda daquele Uber ter sido caro, quando eu menos esperava já fui arrastada para dentro daquela muvuca que era a festa dos veteranos. Arrastada pela droga do meu irmão mais velho.
Anakin havia sido exatamente o motivo que me levou até ali em primeiro lugar, segundo ele era uma ótima ideia socializar com o pessoal do curso, tomar uma e ver bêbados de verdade passando vergonha. Cara, como eu fui idiota de cair naquele papinho? Para a minha surpresa, eu não fui a única, por que até mesmo a mulher mais elegante que eu conhecia – Padmé, a namorada do idiota do meu irmão – estava ali com um copo de vodka na mão enquanto flertava descaradamente com uma amiga, e o idiota não fazia nada além de rir, ele estava querendo um trisal e não sabia dizer?! Seja lá o que aconteceu mais tarde naquela noite entre os três, eu realmente não quero saber.
Tudo ficou ruim de verdade no meu quinto copo de cerveja – que vale ressaltar, era um copo Stanley –, quando eu já estava animada demais para tomar decisões lógicas. Não me lembro exatamente quando, mas em algum momento eu aceitei subir numa mesa junto de Anakin e logo estamos cantando e dançando juntos uma música da Pabllo Vittar, cara, eu nunca passei tanta vergonha na minha vida. E tudo piorou quando Anakin derrubou um copo cheio de alguma bebida que eu definitivamente não quero saber o que era em mim.
Me lembro de ter xingado ele por cinco minutos ininterruptos só para um tempo depois eu estar no banheiro o praguejando de todas as formas possíveis enquanto tentava inutilmente arrumar a bagunça que havia se tornado todo o meu visual. E foi exatamente no meio dessa tragédia que ela me ligou.
Para um contexto rápido, meu último relacionamento não havia sido às mil maravilhas e eu saí completamente traumatizada e com fama de corna. Mas fazer o quê? Eu amava aquela desgraçada.
A tela do meu celular brilhava e o contato era de ninguém mais ninguém menos que Barriss Offee, minha ex. De primeira, eu falei um palavrão muito alto e recusei automaticamente, até por que eu não sou otária de ficar atendendo ex. Já na segunda tentativa eu já estava tão irritada com a roupa manchada que eu precisava descontar meu ódio em alguém, então sim, eu pensei seriamente em atendê-la apenas para começar uma discussão, mas eu lutei bravamente e não atendi a merda do celular. Não demorou para a terceira ligação vir, óbvio. E bem, talvez tenha sido a bebida que ainda estava me deixando bastante animada ou só tenha sido minha mente com tesão lembrando de alguns momentos, mas eu entendi o celular.
Péssima ideia, tá?
— Ahsoka! Meu deus eu nem acredito que você atendeu… – A voz dela soou pelo auto falante, naquele tom falsamente preocupado que eu amei por longos dois anos, ela ainda me teria na mão se quisesse, porra, a gente só tinha terminado fazia alguns meses e eu nunca mais vi ela. – Onde você tá?! O barulho é tão alto… – Barriss murmurou a última parte e eu até acho que não escutei o final, mas isso não tenho certeza, só sei que ela parecia um pouco extasiada talvez. Ou preocupada de verdade, apesar disso ser improvável, só sei que Barriss nunca foi fã de festas ou coisas assim, ela odeia barulho.
— Oi pra você também, queridíssima! – Cumprimentei num tom que com certeza foi ácido, afinal era impossível não debochar dela quando essa desgraçada me traiu. – É uma festa, elas são barulhentas, sabia? Ah! Claro que não, você odeia interagir com pessoas.
Consegui ouvir ela suspirando do outro lado e isso foi preocupante, mas tentei não me deixar abalar.
Tudo foi pelos ares quando ela me veio com aquela voz doce e me abalou. — Você sabe bem que eu tenho meus motivos. Você está bem? Eu– tava meditando e– pensei em você e fiquei com medo de você não estar bem e… eu senti sua falta. – Ela finalmente admitiu após se embolar nas palavras de uma forma que ela nunca fazia.
Eu corei. Coloquei o celular no viva voz e deixei bem perto do ouvido, me encostei na parede também por que a droga da mancha não sairia e eu queria manter aquela conversa por algum motivo.
— Ter um irmão estúpido que derruba bebidas em você configura em não estar bem? – Perguntei ironicamente enquanto prestava atenção nas minhas unhas, acho que ela disse um “O Anakin fez o que?!” meio desacreditado mas eu estava bêbada demais para lembrar se aconteceu mesmo ou foi delírio da minha mente. – Porque se sim… é, eu tô na merda, Barriss. E se me permite dizer, é meio cara de pau que a Miss Judas diga que está com saudades.
— Desculpa. – Barriss disse com a voz doce e baixa, fiquei mexida, eu confesso. – Eu só… queria saber se você não quer vir aqui em casa, você sabe como é… não gosto de ficar sozinha no sábado. Só você me conhece bem o suficiente pra fazer companhia, Ahsoka. – Ela concluiu num tom óbvio de flerte.
Eu revirei os olhos. Era muita cara de pau mesmo!
— Pede pra sua amante! – Exclamei sem pensar muito. – Qual é! Eu tô numa festa, não vou sair daqui só pra ver a minha ex que me traiu.
— Ahsoka, por favor! – Barriss praticamente implorou num tom quase de choro que sempre me quebrava, ridícula! – Você sabe que eu sou paranoica, e a minha mãe tá viajando, e não, eu não tenho outra mulher! Você é a única pessoa que eu conheço, por favor…
— Te encontrar essa noite? Péssima ideia, tá. – Disse num suspiro enquanto observava pelo espelho a tragédia que meu visual havia se tornado.
— Eu tô te implorando! Posso até te fazer algum favor por isso se precisar, mas só por favor, me encontra essa noite.
— Qualquer favor…? – Perguntei meio desacreditada e tenso pensamentos que na maior sinceridade eram só mega obscenos.
— Qualquer favor. – Ela afirmou convicta e eu sorri, maligna como o próprio diabo.
— Péssima ideia, tá? – Disse, mas dessa vez eu não estava convicta, eu ainda gosto de Barriss mais do que meu ego me permite admitir. Dando um longo suspiro, eu apenas me olhei no espelho mais uma vez para respondê-la: – Que se foda, tá tudo bem. – Conclui finalmente saindo do banheiro e o liberando para que um bêbado pudesse vomitar em paz. Desliguei o celular e chequei o contato dela, sim, burrice não ter bloqueado, mas e daí? Barriss havia me mandado seu novo endereço e eu sorri, não era longe de onde eu estava.
Puta que pariu, sou realmente a maior otária dessa merda de cidade. Me despedi rápido de Anakin dizendo que ele havia arruinado minha noite – não foi necessariamente uma mentira, mas se fosse, foda-se, pelo menos ele criou uma dívida comigo. – e sai da festa em rumo a nova casa de Barriss, aquela era eu arruinando todos os meus planos só por que decidi pensar com a buceta. Só parecia muito conveniente que ela morasse perto da festa em que eu estava, mas eu não pensei muito nisso. Se eu pensasse acabaria ficando paranóica e eu não gosto de paranóia.
Teoricamente, era perigoso para uma garota como eu andar sozinha durante a noite em uma cidade perigosa, mas eu fiz anos de aulas de luta durante toda a minha vida e sou doida o suficiente para bater de frente com um marginal, a rua não me assusta.
De qualquer forma, foi assim que um tempo depois eu estava tocando a campainha da casa da minha ex com uma blusa manchada, pouca dignidade e já quase sóbria o suficiente para saber a merda que eu fiz. Arg! Quem eu tô querendo enganar? Eu sabia bem o que estava fazendo desde o primeiro minuto e nem hesitei, odeio minha ex, mas ei, tem algo no gosto dos lábios dela…
Enfim! Não demorou nadinha para que Barriss aparecesse abrindo o portão com um sorriso tímido nos lábios que me desarma, olhos azuis que lembravam a orquídea mais pigmentada de um jardim e as bochechas coradas com aquelas sardas lindas! Eu devia tá fazendo maior cara de idiota na hora! Até reviro os olhos só de pensar. Sério, eu com certeza já devo ter visto mulheres bem mais gostosas na minha vida, mas cara quando eu vejo ela…
— Ahsoka, você veio! – Ela exclamou sorridente e eu assenti meio sem graça, a bebida já não batia mais tão forte. – Vem, vamos entrar. – Barriss chamou estendendo a sua mão para mim e eu aceitei de bom grado, caraca, como eu sentia falta do toque dela, naquele momento eu até me senti maior virjola.
Ao ser arrastada para dentro da casa dela por livre e espontânea vontade, foi aí que eu pude reparar melhor no visual dela e meu deus… porra, ela tava uma gostosa! Barriss sempre foi bastante recatada do lar e certinha, sempre mesmo, mas até nisso dá pra achar sensualidade, sério, ela é um tesão completo. E naquele dia… cara, ela tava usando um vestido preto de manga e saia comprida que eu não sei nem o que dizer, tinha alguns botões e era tão delicado ao mesmo tempo que… ela deixar um decote aberto só era um convite muito claro. Barriss Offee jamais brincava em serviço, ela é uma manipuladora nata, eu gosto disso, sempre gostei.
Também não vou mentir, até a escolha de hijab da desgraçada tava perfeita. Ela tava tentando me seduzir!
Quando eu vi, já estava na sala dela e me peguei observando todo o ambiente que lembrava muito todo o jeito dela, era até aconchegante. Quando eu estava lá igual uma idiota observando a sala ela me olhou com os malditos olhos azuis que são a coisa mais bonita do mundo e perguntou: — Você bebeu, não bebeu? – Mais parecia uma afirmação, mas não tem problema. Eu só assenti sem dizer uma palavra, já era indigno demais ter ido até ali. – Eu imaginei… fiz aquele chá que sempre cura a bebedeira, vou pegar um pouco pra você.
— Sempre tão preocupada! – Eu debochei me jogando de uma vez no sofá da sala, não tinha nada a perder mesmo, minha dignidade já havia ido de arrasta pra cima. Barriss revirou os olhos e só saiu indo em direção a cozinha, foi naquele momento que eu parei pra respirar um pouco e ver a merda que eu fiz. – Caralho… – Murmurei baixinho meio desacreditada com minha própria burrice.
Dando um longo suspiro, eu peguei meu celular apenas para checar se tinha alguma notificação, e é óbvio que tinha, de vários aplicativos. Mas eu me concentrei apenas em responder uma mensagem de Padmé no meu whatsapp. Ela só havia me perguntado se estava tudo bem e eu disse que sim, falei que tava dormindo ou algo assim – e não mencionei absolutamente nada sobre Barriss por que a minha humilhação já era demais.
Quando7 ela retornou segurava uma caneca de porcelana azul cheia de desenhos de estrelas, eu reconheci rápido por que fui eu quem deu de presente para ela. Se eu fosse um pouco mais filha da puta teria pedido de volta só porque é muito linda. — Aqui! – Ela disse com um sorriso contido e eu aceitei de uma vez, dando um gole rápido. Como eu já esperava, não estava quente porque Barriss me conhecia o suficiente para saber que eu me queimo com qualquer coisa aquecida demais, ela havia descoberto isso enquanto ainda namorávamos.
— Valeu. – Agradeci sem esboçar nenhuma reação. – Por que me chamou aqui? Pode abrir o jogo, não tô afim de enrolação e tá óbvio que você não quer só companhia pra não ficar sozinha.
Barriss havia me olhado com uma cara tão ofendida que eu quase duvidei de mim mesma.
— Não tem nenhum outro motivo, eu só não quero estar sozinha num bairro em que eu nem conheço! – Argumentou e eu quase calei a boca dela com um beijo. Quase. – Eu sinto sua falta, sabia?
— Não estaria sentindo se não tivesse me traído. – Respondi ácida e dei mais um gole no chá, Barriss corou dos pés a cabeça e desviou o olhar envergonhada, ela até levantou a mão para me dar um tapinha de leve como sempre fazia mas desistiu no meio do caminho.
— Nunca me desculpei direito por isso… – Ela murmurou e eu soltei uma risada irônica. – Você me perdoaria se eu dissesse que foi um erro? A história foi um pouquinho mal contada…
— Eu realmente não tô afim de reviver isso hoje, se eu tô aqui é por que eu sou otária o suficiente pra não te odiar após uma traição, então que tal a gente não falar sobre isso?
Barriss concordou com a cabeça e se encolheu um pouco no sofá, eu dei de ombros e tratei de terminar meu chá. Aquela merda era tão potente que eu senti minha sanidade voltando aos poucos e puta merda, realmente eu dou motivo pro universo fazer chacota de mim. Mas fazer o que quando se tem uma ex tão gostosa? No último gole eu já estava tão sã que queria pular pela janela e ir embora, mas bem, eu já estava sem nenhuma dignidade então decidi que não teria nada a perder, por que não abraçar a ideia de ficar com Barriss?
— Permissão para fazer uma pergunta indiscreta. – Eu pedi como costumava fazer antes de termos tragicamente terminado.
Barriss corou mais ainda, mas dessa vez com um sorrisinho de canto que eu conhecia muito bem. — Permissão concedida, comandante.
Talvez eu tenha corado com o apelido. Só talvez.
— Você vai ficar nesse chove não molha pra sempre ou vai assumir que me quer entre as suas pernas?
Pronto! Ela ficou vermelha tipo flamengo e eu arquei uma sobrancelha.
— Ahsoka! – Barriss chamou minha atenção completamente envergonhada. – Eu só te chamei pra me fazer companhia, eu juro!
— Companhia no meio das suas pernas?!
Ela arregalou os olhos e pegou uma almofada só para jogá-la em mim. É muito fácil deixar Barriss envergonhada. Eu rio só de pensar. — Por que você tem que ser tão… obscena?! – Ela perguntou escondendo seu próprio rosto com as mãos.
— Você adorava esse meu jeito quando a gente namorava. – Argumentei me recordando de todas as vezes que eu era muito pior do que estava sendo ali. Barriss riu ainda com vergonha mas concordou porque que era uma verdade.
Barriss olhou bem no fundo dos meus olhos para só então tirar o hijab que estava usando, sendo sincera, era muito raro que eu a visse usando aquilo na verdade, quando estávamos sozinhas ela nunca usava, quase corei ao constatar isso. Seu cabelo estava um pouco maior, passava um pouco dos ombros mas ainda era liso e castanho escuro. Ele caiu em cascata e eu sorri como uma idiota.
— Acho que eu ainda gosto muito desse seu jeito, Ahsoka. – Ela admitiu enquanto chegava cada vez mais perto. – Você continua linda, sabia?
— Tão linda quando no dia em que você me traiu? – Provoque sentindo minha boca arder, tinha um pouco de ódio, de ranço na minha fala.
— Naquele dia eu cometi dois pecados. – Ela começou baixinho, se aproximando tanto que eu já podia sentir sua respiração, Barriss dizia tudo tom tão sexy que me fazia querer agarrá-la ali mesmo. – Ter traído e não ter te agarrado quando tive a oportunidade.
Eu ri deixando que ela se aproximasse o suficiente para beijar meu pescoço e segurei sua cintura a trazendo para mais perto, porra, eu precisava de proximidade com ela.
— Hoje, naquele dia, antes disso… – Um beijo. Um gemido. A apertei com mais força. – Você sempre soube exatamente como me excitar.
Não resisti e acabei inalando o cheiro dela e meu deus, ela é tão perfeita. Soltei um suspiro completamente intoxicado e Barriss deu mais um beijo no meu pescoço me fazendo arrepiar.
— Eu sei bem como satisfazer uma garota. – Disse sem prestar atenção se minhas frases fariam sentido ou não, caralho, eu só queria muito comer aquela mulher.
— É, isso eu não posso negar, você sempre me fazia gozar.
— Coisa que sua amante não fazia, não é? – Provoquei e ela levantou a cabeça olhando diretamente para mim com aqueles olhos tingidos da tinta mais azul do planeta.
— Dizem que você procura em outras pessoas o que não tem em casa…
— Então você procurava por uma foda ruim, Barriss? – Perguntei provocante e então ela finalmente me puxou para um beijo que pareceu um soco. Intenso. Bárbaro como um disparo. Não foi gentil ou teve amor. Foi quase uma necessidade.
Os lábios dela sempre foram doces e macios, algo que eu amava, que eu amo. Mas naquele dia… parecia que algo estava diferente, mais amargo… e eu gostei muito. Explorar a boca dela foi incrível, eu de repente estava de volta sendo apenas uma idiota muito apaixonada, completamente obcecada pelos lábios da minha ex. Não tinha lógica, não tinha sentido e nem era exato, eu só sabia naquele momento que eu precisava disso para viver.
Quando a falta de ar veio nós nos separamos por alguns instantes apenas para estarmos nos beijando loucamente em seguida. Eu costumava chamar aqueles beijos de casa e naquele dia parecia ainda mais meu lar. Não queria sair dali nunca mais. Apertei ainda mais sua cintura até que ela finalmente achou uma posição em que estivesse sentada no meu colo, eu ri entre o beijo e Barriss me puxou para mais perto.
Só nos separamos de vez após muitos beijos desajeitados e cheios de necessidade, sorrindo como dois demônios nós ficamos nos olhando por um tempo. Uma de minhas mãos subiu pelo seu corpo apenas para desabotoar o resto dos botões de seu vestido. Eu ri quando ela soltou um gemido e isso só serviu de incentivo para finalmente deslizar o vestido pelo seu corpo esguio. — Você é tão linda… – Murmurei contra seus lábios enquanto apertava seus seios, é óbvio que naquele dia ela não estava usando sutiã. Me diverti com o pensamento de que ela havia deixado de usar só por que me queria ali. – Tão, tão, tão linda…
Não demorou para que eu também estivesse beijando seu pescoço e deixando chupões nenhum pouco discretos, seja lá quem fosse foder aquela idiota outro dia teria que lidar com as minhas marcas nela. Barriss gemia baixo, mas era tão bom, ela fazia isso tão bem. Me sentia toda molhada só de tê-la ali no meu colo, gemendo como uma vadia.
— Ahsoka…! – Ela chamou ofegante e eu soltei uma risada, tornando meus beijos frenéticos em seu pescoço apenas para excitá-la ainda mais. – Porra, eu– eu sinto muito!
— Pelo o que, amor? – Perguntei com um claro cinismo em minha voz enquanto beijava a parte de baixo de seu queixo, só aí ela finalmente me deu um tapa que eu tanto amo.
— Fui uma estúpida. – Ela admitiu tentando manter a voz firme e eu não facilitei, fiz de tudo para ela perder o controle. – Eu… me desculpa, eu não devia ter feito o-o que fiz. – Disse entre gemidos. – A-Ainda te amo…
— E mesmo assim fez o que fez? – Eu perguntei num tom de provocação e sem esconder o sorriso, puxei uma de suas mãos para perto do meu rosto e beijei como se ela fosse uma rainha importante, mas a verdade é que eu só amava tocar, beijar e ter aquelas mãos tatuadas tocando meu corpo. Eu sempre amei apreciar os três diamantes que ela tinha tatuado. – Seu amor é muito frágil então.
Ela não disse nada, mas me olhou de uma forma que eu sabia bem o que significava. Eu ri. Barriss estava completamente sedenta.
— Quer saber? Eu ainda gosto de você também. – Admiti de uma vez e me levantei no sofá a pegando no colo enquanto a ajudava a tirar o resto do vestido. Barriss se agarrou em mim como sempre fazia por que ela tinha medo de cair, mas isso nunca aconteceu. – E só por que eu gosto muito de você eu vou fazer o favor de te foder muito bem essa noite, sabia?
— Céus…
— Ah não! – Exclamei enquanto a levava para o balcão da cozinha e a deixei sentada ali mesmo. – Não me vem com essas lamentações para os céus agora, hoje eu quero você sendo uma puta de primeira, entendeu?
Ela mordeu o lábio interior desviando o olhar e eu sorri. Meus olhos desceram até suas pernas e eu a olhei feio quando percebi que ainda estavam fechadas, movi uma de minhas mãos até ali e fiz pressão até ela afastá-las.
— Sempre tão obediente… – Disse baixo e deslizei minha mão até dentro da sua calcinha, Barriss me olhou surpresa, seus olhos completamente arregalados e eu ri mais uma vez enquanto não me esforçava para fazer movimentos realmente elaborados nela.
— Puta que pariu…!
— Eu gosto mais desse vocabulário, sabia? – Eu perguntei com o mesmo sorriso diabólico de antes e dei um beijo rápido em seus lábios antes de me afastar de si apenas para tirar meu cropped manchado. Barriss suspirou alto só em me ver de sutiã e eu fiz questão de chegar mais perto deixando a peça de roupa ali mesmo no balcão. – Pode tirar se quiser.
Sua face se iluminou e ela rapidamente colocou as mãos no fecho do meu sutiã o abrindo de uma vez e o jogando para longe quando ele finalmente se soltou. Fiquei um pouco surpresa, ela é sempre tão certinha… o tesão realmente havia mexido com seu cérebro naquela noite.
As mãos dela foram rápidas em apertar meus seios e brincar com eles como ela sempre fazia. Eu fiquei feliz porque senti muita falta de ter Barriss assim comigo. Por isso eu fiz questão de afastar sua calcinha para o lado assim que tive a chance e ela gemeu no meu ouvido, eu sussurrei algo no seu ouvido, mas não faço ideia do que era. Meus dedos foram rápidos, quase tomando a decisão sem eu mesma pensar, logo eu estava massageando seu clitóris enquanto Barriss brincava com meus seios e gemia no meu ouvido.
— Eu te amo. – Ela disse de uma vez e eu ri bem alto, quase uma gargalhada.
Ver minha ex naquela noite? Péssima ideia, tá. Fazer o que? Tropecei e cai na cama dela.