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Seus dedos nunca trabalharam tão rápido quanto agora, sendo ágeis em desamarrar a corda que usaria mais tarde para prender seus pertences em um pônei. Sua respiração estava ofegante, como se tivesse acabado de correr uma maratona, sendo que na realidade era apenas a ansiedade lhe alcançando. Sua mente estava um turbilhão e seu peito doía a cada tentativa de regularizar a respiração. No fundo, no fundo, Bilbo sempre soube.
“Eu não sou como meu avô.” Foi o que Thorin disse, e foi o que ele tanto repetiu durante a jornada, garantindo a todos que a doença que sucumbiu o seu avô não iria lhe atingir.
Ele tinha prometido.
Franzindo o cenho com isso, parou o que estava fazendo por um momento. Ele realmente estava deixando Thorin? Ele estaria deixando seus amigos, os anões, com um Thorin mentalmente instável e propenso a fazer escolhas erradas? O que Bilbo estava fazendo? Sabia que ver seu amor fissurado pela quantidade absurda de ouro, como se não houvesse mais nada importante fora a riqueza, doía. Mas doía ao ponto de lhe fazer um covarde? Bilbo realmente daria as costas agora? Depois de tudo?
Xingando baixinho seu lado Tuuk por tê-lo colocado naquela situação para início de conversa, afastou-se das bolsas e botou ambas as mãos em sua cintura. O que ele faria? Thorin não escuta ninguém, nem mesmo Balin! São raras as vezes que alguém consegue tirar a atenção do rei de seu ouro e normalmente não dura muito. Suspirando em exaustão, deixou seus ombros caírem em desistência ao apoiar a testa contra a parede, tentando encontrar alguma alternativa. Ele estava com a Pedra Arken guardada, mas sabia que se a entregasse para Thorin tudo pioraria. Ele não estava disposto a ver o homem que amava louco!
— Eu preciso de um banho — disse por fim, acreditando que a ideia ideal surgiria quando tivesse tirado toda a sujeira de seu corpo.
Saindo de onde estava, ele andou silenciosamente pelos corredores frios de Erebor. Seu olhar vagava pelas enormes paredes de pedra fria, tentando imaginar como aquele lugar abandonado e sombrio poderia se tornar quando tudo estivesse em paz. Ele passou despercebido por Dwalin e Ori, que conversavam entre si com bastante interesse mútuo - Bilbo quase ficou ali para tentar descobrir um pouco mais sobre o assunto, mas segurou seu lado fofoqueiro por um bem maior: seu banho.
Demorou mais do que imaginava, mas conseguiu encontrar um banheiro com água limpa e trocada a pouco tempo. Bilbo tirou todas as peças de roupa que vestia, estremecendo quando o ar frio entrou em contato com seu corpo quente. Sem pensar muito, adentrou com cuidado a enorme banheira que mais parecia uma piscina. Sentando-se, começou a esfregar seu corpo com um óleo que havia ganho em Valfenda - mas que por causa das raras vezes que tiveram oportunidade de tomar um banho respeitável, sem ser um banho de chuva repentino, o óleo estava quase intacto.
Ele esfregou suas pernas sem pêlos, descendo até seus pés cabeludos e maltratados. Haviam cortes e hematomas ali, já que era uma área do seu corpo que sempre esteve descoberta. Felizmente Bilbo já havia se acostumado e após um bom tempo esfregando-os e dando o tratamento mais que merecido, mudou seu foco para outra parte de seu corpo e assim por diante. Aos poucos, o cheiro de cachorro molhado foi desaparecendo e dando lugar a um cheiro mais floral. Agora sim, agora sim ele era um novo homem. Até seu semblante exausto havia mudado para algo mais suave quando terminou de lavar seu cabelo.
— Era isso… Era isso que eu precisava — resmungou, não conseguindo deixar de xingar Thorin mentalmente por ser tão teimoso e ter exigido que não perdessem tempo tomando banho enquanto estavam na jornada. Mesmo agora Bilbo conseguia lembrar bem de cada palavra dita. Desde “estaremos vulneráveis e desconcentrados” a “nós, anões, não somos tão delicados ao ponto de precisar de mais de um banho por dia, Mestre Bolseiro” — Anão teimoso…
Mas tudo bem agora, pensou consigo mesmo. Agora ele não só estava mais limpo que bebê, como também se sentia mais jovem sem toda aquela sujeira.
Relaxando na banheira, sentiu seus olhos pesarem pelo cansaço. Infelizmente não teve a sorte de conseguir cochilar, pois houveram batidas na porta trancada.
— Mestre Bolseiro? — Era a voz de Balin, um tanto quanto relutante — É você aí dentro?
Ao contrário dos anões que não sentiam um pingo de vergonha em desfilar por aí pelados, os Hobbits prezavam seus corpos com honra. Ajeitando-se na banheira para esconder sua intimidade, Bilbo forçou sua voz: — Sim, sou eu. Alguma coisa aconteceu, Mestre Balin?
— Tho- O Rei pediu que eu viesse chamá-lo, disse que precisava conversar com você — avisou, seu tom tendo vacilado no início pelo costume de se dirigir com o primeiro nome.
Franzindo o cenho, Bilbo notou a forma como Balin se corrigiu. Ele sabia que Thorin havia exigido que fosse chamado como tal, mas até mesmo por Balin? Pelo o que soube, Balin foi como um avô durante todos esses anos para ele, deveria haver pelo menos um pingo de consciência.
— T-Thorin quer me ver? — Foi a primeira coisa que pensou, não notando que estava dizendo alto até que tenha escapado de sua boca. Envergonhado, sentiu suas bochechas se avermelharem. Forçando-se a permanecer neutro, continuou — O que ele quer?
— Presumo que seja algo que não é da minha conta, Mestre Bolseiro. O Rei apenas pediu por sua presença — falou, sua voz soava tão cansada que Bilbo sentiu pena.
— Onde ele está, Mestre Balin? — perguntou, embora já soubesse a resposta.
— Onde você acha, Mestre Bolseiro? — rebateu a pergunta, havendo tristeza em suas palavras. Balin havia testemunhado a queda de Thror pela loucura, e agora assistia o homem que viu nascer e crescer seguir os mesmos passos do avô. Bilbo entendia sua tristeza e decepção.
— Tudo bem, vou apenas vestir algo e irei ao encontro dele — respondeu, mesmo que não tivesse certeza se realmente queria vê-lo. Mas que escolhas ele teria? Cedo ou tarde precisava enfrentá-lo. Então antes tarde do que nunca. Suspirando, divagou: — Não se preocupe, Mestre Balin. Eu darei um jeito nessa situação.
Um suspiro foi ouvido do outro lado da porta. Mesmo que os anões tentassem não demonstrar para evitar que Bilbo se sentisse pressionado, o Hobbit ainda sentia as expectativas em suas costas. Eles acreditavam que ele poderia ajudar Thorin. E ele também queria acreditar nisso.
— Estou deixando roupas aqui na mesa, não irei entrar para deixá-las para não causar incômodo ou problemas — explicou, depositando as roupas bem dobradas na mesa ao lado da porta do banheiro — E… Mestre Bolseiro?
— Sim?
— Não se sinta pressionado. Todos estamos tentando trazê-lo de volta. Não precisa se preocupar com a ideia de nos decepcionar. Você é um de nós, é da nossa família agora.
E, sem mais delongas, ele foi embora, deixando Bilbo a sós com seus próprios pensamentos obscuros. Ele precisava fazer algo. Era sua família em jogo. Determinou-se, levantando da grande banheira e fazendo caminho até a porta. Abrindo-a com cuidado, passou o braço pela abertura e puxou as roupas para dentro. Ele se trocou rápido, botando suas roupas limpas - provavelmente Balin tirou de sua bolsa. Mas havia um acréscimo entre elas, um casaco azul que lembrava a cor das roupas que Thorin normalmente usava. Olhando para o tecido, o segurou forte.
Ele precisava fazer isso.
Seus passos eram ágeis, parecia correr pelos corredores mesmo que estivesse apenas caminhando. Durante o percurso, encontrou novamente Dwalin e Ori conversando, mas dessa vez com os irmãos - Dori e Nori - os observando à distância. Erguendo uma sobrancelha em curiosidade, sentiu que estava perdendo algo, mas não seria agora que descobriria. Passando por Balin, ambos tiveram uma troca de olhares breve antes que o anão mais velho o acompanhasse diretamente para a sala dos tesouros. Eram tão brilhantes que a vista de Bilbo doía. E apesar de ter ficado admirado quando viu tudo aquilo pela primeira vez, agora tudo o que sentia em meio aquele tanto de preciosidade era a sensação de apatia total. Nada ali era de fato importante para ele. Nada ali, exceto…
— Thorin — chamou por seu nome, sequer dando tempo para Balin avisá-lo sobre sua chegada.
O Rei, que estava de costas para a porta remexendo os tesouros em busca da Pedra Arken, olhou por cima do ombro com indiferença. Prestes a reclamar por estarem usando seu nome invés de seu título real, se calou quando seu olhar captou o de Bilbo ao lado de Balin.
— Bilbo — sua voz saiu quase sonhadora ao pronunciar o nome do ladrão, e então o sorriso que se seguiu fez com que o coração do menor errasse as batidas. Por um segundo o brilho no olhar de Thorin estava lá, e ele podia vê-lo ali, na sua frente, sem ganância. Apenas Thorin, Escudo de Carvalho. E não Thorin II Durin, Rei de Erebor — Você veio…!
— Você me chamou… — Falou um pouco sem graça, ficando tímido com o exagero. Não era como se ele fosse simplesmente negar sua aparição a pedido de seu companheiro. Por mais que estivesse irritado com suas atitudes, Thorin ainda era Thorin — Eu sempre virei quando chamar.
Thorin sentiu seu coração bater forte no peito com aquele comentário. Um sorriso ladino se fez presente em seu rosto conforme se aproximava do seu pequeno Hobbit, esquecendo-se quase que por completo da presença de Balin.
— Estou tão feliz de ver você aqui, Bilbo — anunciou, não tendo um pingo de vergonha em falar aquilo em voz alta — Eu preciso que me acompanhe. Há algo que eu quero que você veja.
Assentindo em concordância, Bilbo deu um último olhar para Balin, que apenas assentiu de volta, não tendo lugar para se opor. Foi então que Thorin pareceu notar sua presença e seu olhar mudou drasticamente para um frio, indiferente.
— Obrigado por seus serviços, Mestre Balin. Já pode ir agora — disse-lhe, seu tom era ríspido e autoritário, como se estivesse esperando que alguém o desafiasse.
— Sim, vossa majestade — e com isso, ele saiu sem olhar para trás.
Voltando seu olhar para Bilbo, Thorin ficou alheio ao olhar entristecido do Hobbit por suas atitudes com o outro anão.
— Não tinha necessidade disso, Thorin — disse assim que ouviu a porta sendo fechada logo atrás de si — Você não precisa falar daquele jeito com o Mestre Balin.
— Eu sou o Rei de Erebor, eu sei como devo me referir às pessoas para que elas tenham respeito a mim! — falou impaciente, ele estava irritado e Bilbo recuou por isso.
— Eles sempre te respeitaram, Thorin — rebateu, embora não no mesmo timbre que o rei — Mas não é respeito que você quer, você quer temor. E eu discordo totalmente se essa for sua atitude como Rei.
Irritado com o confronto direto, Thorin sentia-se capaz de silenciar todo aquele barulho de uma única vez, mas nunca encontrou coragem para fazê-lo. Se fosse qualquer outro anão, já teria perdido sua cabeça no momento em que entrou na sala e o chamou por seu nome. Mas era Bilbo ali, seu Bilbo. E ele era um simples Hobbit do Condado, ele não o entenderia. Pelo menos não ainda.
— Não estou aberto para discussões, Bilbo Bolseiro.
— Então por que me chamou? Há um bom motivo para eu estar lhe ignorando, Thorin, Escudo de Carvalho.
E lá estava o fogo no olhar pelo qual Thorin era perdidamente apaixonado. Uma criatura tão pequena e tão corajosa era quase impossível não se apaixonar perdidamente, e foi o que aconteceu. Thorin tentou negá-lo diversas vezes, tentou fazê-lo desistir de acompanhá-los, o alertou dos perigos, mas nada foi o suficiente para impedir um simples Hobbit de seguir uma missão quase suicida. E foi essa coragem absurda que o conquistou.
— Apenas me siga — pediu, suavizando seu timbre para que o outro concordasse. Seu plano tinha chance de dar certo, mas Bilbo parecia imutável em sua decisão.
— Estou indo embora agora. Boa noite, Rei — disse rispidamente, odiando o termo real como nunca antes o fez.
— Por favor, Bilbo — insistiu, dessa vez conseguindo ver um vacilo da parte do outro — Por favor, caminhe comigo.
Engolindo em seco o nó em sua garganta, ele realmente quis xingá-lo e ir embora, mas era Thorin… Seu Thorin lhe pedindo por favor pela sua companhia. Certamente Hobbit tinha corações molengas, pois Bilbo desistiu da ideia de ignorá-lo.
— Tudo bem — concordou, suspirando em desistência — Mas se você destratar qualquer um outra vez, é adeus.
Thorin sabia que era uma ameaça vazia, ou pelo menos quis acreditar que fosse. Dando-lhe um sorriso amoroso, estendeu a mão em sua direção, chamando-o para que se aproximasse. Bilbo estava relutante de início, mas acabou concordando e segurando em sua mão. Eles caminharam por entre o ouro, Thorin o guiou com paciência, como se já tivesse decorado todo aquele caminho.
— E então? — começou Bilbo, para alguém que estava tão ansioso para conversar ao ponto de pedir por favor, Thorin estava bastante calado — Estamos andando entre… Tudo isso… E nada de sua conversa. O que está acontecendo, Thorin?
— Impaciente? — brincou, dando um leve aperto em sua mão como “repreensão” — Estamos quase lá. Seja um pouco mais paciente comigo.
Mais? Pensou em dizer, mas preferiu se calar por hora. Estudando o rosto do anão, notou a determinação em seu olhar. Seja lá o que quer que Thorin esteja pensando, ele está decidido em fazer. Isso trouxe um certo nervosismo a Bilbo.
— Diria que curioso apenas. Não é sempre que você inventa de dar uma de Fili e Kili para mim com uma surpresa — provocou, o que tirou uma boa risada do rei.
— Faz alguns dias desde que vi meus herdeiros pela última vez — admitiu, pensativo. — Não consigo entender, mas eles parecem estar com medo de mim.
— Thorin…
— Bilbo, eu sou o tio deles. Eu os vi nascer, os vi crescer. Quando o primeiro fiapo de barba deles começou aparecer, eu estava lá. Não consigo entender o porquê de estarem me evitando como se eu tivesse com alguma doença ou coisa assim.
Certamente aquela súbita explosão de revelação pegou Bilbo de surpresa, zerando sua mente por um momento para qualquer resposta lógica que pudesse pensar.
Parando de andar de repente, Thorin virou-se para enfrentá-lo e então ocupou sua mão livre com a do outro. Agora segurando ambas as mãos do ladrão, as beijou em adoração antes de voltar a manter contato visual com ele.
— Bilbo… Eu ainda sou Thorin. Eu ainda sou eu, não importa o que digam. Eu não mudei, eu não estou ficando louco como meu avô — disse confiante, acreditando fielmente no que dizia. E, por um momento, Bilbo quase acreditou nisso, mas então a voz de Balin percorreu sua mente como um sussurro, lembrando-o que o doente nunca saberia que estava doente até que fosse tarde demais.
— Eu sei que você ainda é o Thorin — mesmo que esteja perdido aí dentro, sua mente completou — Mas você ainda é você?
Piscando uma e outra vez, tentou entender a pergunta do menor, mas logo deu de ombros: — Claro! Bilbo… Por acaso você pensa como eles? Você acha que estou ficando louco?
— Thorin, eu-
Silenciando-o com um beijo casto em seus lábios finos, Thorin afastou-se não muito tempo depois. Ele queria apenas trazer a mente do Bolseiro para si, e conseguiu. Com um sorriso no rosto, ele saiu da frente do hobbit e apontou com a mão para um baú.
— Abra-o.
— Thorin, eu não-
— Bilbo, por favor. Abra-o — insistiu, não lhe dando escolhas se não fazer.
Soltando a mão do anão, sentiu o olhar dele fixo em si conforme se aproximava do baú. Erguendo ambas as mãos em sua direção, o destrancou com cuidado. Ele não estava nem um pouco satisfeito que Thorin o arrastou até ali, no meio de todo aquele ouro, apenas para lhe mostrar outro tesouro dentro de um baú!
— Seja o que quer que esteja pensando, saiba que eu-
Parando de falar quando a tampa do baú foi aberta, notou que havia uma coroa no topo de vários diamantes e rubis. A coroa era feita de ouro - ao contrário da que o Thorin usava, que era de prata pura — e havia uma joia vermelha que Bilbo desconhecia. O Hobbit não ousou tocar, mas notou a aproximação de Thorin ao seu lado.
— Essa coroa foi passada de geração em geração pelos consortes da minha linhagem — explicou, pegando-a com cuidado para observá-la mais de perto — Forjada por ouro puro… Detalhes feito de mithril, semelhante à prata, mas mais forte e mais leve que o aço… E no topo dela, diamante vermelho. O mais raro entre os diamantes.
— Isso é…? — tentou pensar em algum elogio, mas nada bom o suficiente chegava em sua mente.
— Isso é uma das preciosidades mais importantes de toda Erebor, até mesmo de todos os reinos dos Anões — disse, sorrindo quando ergueu a coroa na direção do Bilbo.
— Não, não — falou, afastando-se quando entendeu sua intenção — Thorin, não.
— Por que? — perguntou sem entender, Bilbo não havia gostado de sua escolha?
— Thorin, eu sou um hobbit. Por mais bonita que seja, é apenas uma coroa para mim. Eu já cansei de lhe dizer que nós, Hobbits, não nos importamos com coisa de valor. Gostamos da simplicidade, do sentimento. Você não precisa me dar mais nada fora o que eu realmente preciso — ao dizer isso, colocou uma mão sobre o peito direito dele, sobre seu coração que batia forte — Eu amo você, Thorin. Mas eu não amo suas riquezas.
Por mais ultrajante que fosse aquela fala, o anão se esforçou para aceitá-la por hora. Ele não cederia e o trabalho com certeza não seria fácil, mas estava disposto a percorrer o caminho que fosse necessário apenas para vê-lo usando a coroa.
— Quando recuperarmos Erebor por completo, levarei você ao altar coberto de todos os tipos de joias. Não haverá nenhum noivo em toda Terra Média mais bonito do que você. E então te farei meu consorte. Meu companheiro, meu marido, meu fiel e leal.
A cada palavra dita por Thorin, o coração de Bilbo acelerava um pouco mais. Com os olhos se enchendo de lágrimas, tentou não pensar naquilo. Por mais que amasse a ideia de casar com o homem que ama e viver ao seu lado, uma parte sua não conseguia aceitar a forma como ele o queria tratar como o maior troféu e não como um hobbit.
Notando a lágrima que escorreu pela bochecha de Bilbo, Thorin o beijou sem sequer pensar duas vezes.
— Não precisa chorar, meu amor. É tudo por você, apenas por você — dizia em seu ouvido, sorrindo por acreditar que Bilbo estava emocionado. Ele não conseguiu perceber a tristeza por trás de cada lágrima.
— Isso está errado, Thorin… O mundo não pode girar em torno de mim. Você reconquistou seu reino, reconquiste seu povo e seja o rei que eu sei que você é — implorou, tentando alcançar o homem no meio de toda aquela neblina psicótica.
— Seja meu consorte, meu amor — pediu, quase como se tivesse ignorado totalmente a fala do outro — Case-se comigo e governe Erebor ao meu lado.
— Eu não posso aceitar isso.
Foi somente naquele instante que Thorin percebeu pela feição de Bilbo que ele não estava feliz. Mesmo tendo lhe oferecido tudo o que tinha de riqueza, o Hobbit o negou. Onde ele estava falhando? Onde ele estava errando para que seu amor não o aceitasse? Prestes a questioná-lo, foi interrompido por Bilbo.
— Volte a ser a pessoa que eu amo e então eu o aceitarei de corpo e alma. Mas enquanto você continuar agindo como um tolo por ouro, você nunca conseguirá um sim vindo de mim.
Segurando no braço do menor quando ele ameaçou partir, Thorin o aproximou de si.
— Eu sou eu.
— Não, Thorin. Você não é você.
— Você diz isso porque não entende o meu lado, Bilbo Bolseiro! A Pedra Arken é tudo o que une todos os reinos anões à lealdade pelo Rei de Erebor.
— Então quer dizer que para ser um rei, você precisa de uma pedra brilhante invés da lealdade conquistada de seu povo? Thorin, você liderou a retomada de Erebor. Você recuperou a casa de milhares de pessoas. Por que você precisaria de uma pedra que sabe que te levará a trilhar os mesmos passos que seu avô Thror?!
— Eu não sou ele.
— Não, Thorin. Você não é, mas tem tendência a ser pior que ele.
Puxando sua espada, Thorin a apontou diretamente para o pescoço de Bilbo.
— Não… Eu não sou — murmurou, quase não tendo notado o que fez até ser tarde demais.
— Eu preciso explicar? — perguntou Bilbo, dando um passo para trás quando o aperto de Thorin na espada vacilou — É a segunda vez que você aponta a espada para mim, Thorin. Como você quer que eu me case com você? Se eu discordar de algo, eu morrerei? Do lado de fora, há milhares de pessoas esperando por uma guerra. Guerra que você iniciou por puro ego.
— Eles não teriam cooperado se eu não tivesse oferecido ouro.
— Aquelas pessoas estão desesperadas, famintas e feridas. É claro que entraram em desespero por uma possível melhora.
— Eles se aliaram aos Elfos…
— Você os traiu primeiro.
Eles estavam em um impasse e Thorin parecia não querer ver a verdade por mais que ela estivesse escancarada na sua frente.
— Thorin… Eu amo você — levando a mão até o rosto do anão, fez um carinho em sua barba e desceu até seus lábios. Engolindo em seco, ficou de ponta de pés apenas para selar seus lábios no dele, em um beijo casto — Mas odeio o que está se tornando.
Afastando-se, lhe deu um último olhar. Ele queria ir embora, aquela conversa certamente o machucou mais do que esperava.
Por outro lado, Thorin sentia-se em desespero. As falas de Bilbo entraram em sua cabeça e formaram ninhos por todos os lados, ecoando sem parar. Ele sentia-se de volta à antiga Erebor, sob o governo do Rei Thror. Lembrava-se de como tudo era antes, antes da Pedra Arken e como ela mudou a personalidade de seu avô. Flashes e mais flashes vieram em sua mente, misturando-se com o passado e o presente. Cenas misturadas de suas próprias atitudes ao lado do extremismo de seu avô. Tamanha foi sua avareza que atraiu o dragão.
Levando uma mão até seu peito, sentiu seu coração doer em uma batida forte. Encolhendo-se, se afastou de Bilbo. O ouro à sua volta parecia derreter e o calor infernal das chamas do dragão o subjugou. Em um segundo Bilbo estava na sua frente, no outro se encontrava morto e havia sangue em suas próprias mãos.
Bilbo estava certo.
Ele havia caído na maldição dos Durin.
Não… Ele não era seu avô.
Ele não sucumbiria como ele.
Notando o comportamento estranho de Thorin, Bilbo franziu o cenho ao se aproximar com cuidado. Por sorte, o anão havia deixado sua espada cair, o que já lhe poupava de uma possível morte.
— Thorin, você está bem? — perguntou, segurando em ambos os ombros do anão para mantê-lo parado — O que está acontecendo?
Ele parecia em pânico, como se algo maior estivesse vindo de forma avassaladora. Por sorte, quando seus olhares se encontraram, Thorin o abraçou com força. Bilbo não teve outra reação senão retribuir o abraço com a mesma intensidade - embora não fosse tão forte quanto o anão.
— Você está vivo…! — foi tudo o que conseguiu ouvir antes de ser atacado por um beijo desesperado.
— Tho-Thori— tentou falar, mas foi em vão.
Aproveitando a abertura, o rei passou a língua por dentro da boca do outro, explorando cada pequena parte de sua cavidade. Bilbo não era experiente nesse tipo de beijo, então tentou acompanhá-lo no seu ritmo. Suas pequenas mãos se desesperam em busca de apoio nos largos ombros de Thorin, e como se entendesse a situação, o anão o puxou mais para si. O beijo se tornava sedento por ambas as partes. Thorin finalmente havia beijado-o da maneira como tanto queria e Bilbo se encontrava em êxtase com o que havia acabado de aprender - o que era muito diferente dos castos beijos dos hobbits.
Quando se afastaram, Bilbo estava completamente ofegante com seu rosto vermelho, respirando pela boca. Thorin não se encontrava totalmente diferente, apesar de estar com seu cabelo parecendo um ninho.
— O que foi… Isso? — murmurou Bilbo entre respirações pesadas. Normalmente os beijos que trocavam lhe deixava com um formigamento, mas esse em específico lhe deixou com o corpo em chamas. Sentia-se quente como se estivesse com febre.
— Isso, meu pequeno e adorável Hobbit, é um beijo de verdade — provocou, seu olhar se trancando novamente nos lábios avermelhados e inchados de Bilbo — E eu quero de novo.
— P-por favor — pediu, querendo um pouco mais daquilo. Toda sua angústia e raiva foram esquecidas no segundo em que suas bocas se encontraram novamente.
Bilbo gemeu entre o beijo quando sentiu a mão de Thorin passar por dentro de seu cabelo e segurá-lo com força. Era áspero, mas não ruim. Ele sentia-se fraco sob o toque do anão, seu próprio corpo o traindo descaradamente. Quando suas pernas falharam pela primeira vez, agradeceu em silêncio por Thorin manter seu aperto firme em seu quadril. O anão sorriu entre o beijo, descendo suas mãos até a parte traseira das coxas de Bilbo. O Hobbit pensou em pará-lo, lembrando-se de como as pessoas do Condado o tratariam se soubesse o que estava fazendo, mas tudo estava tão bom que ele não conseguiu querer parar.
Thorin o ergueu facilmente para cima e, em um ato impulsivo, Bilbo passou as pernas em volta do quadril do anão. A atitude do hobbit apenas influenciou o rei a querer mais. Sem romper o beijo, Thorin se abaixou aos poucos até que pudesse ficar de joelhos e as costas de Bilbo estarem bem apoiadas no chão banhado de ouro. O pequeno gemia em meio ao beijo, mordiscando seu lábio inferior antes de descer com alguns beijos carinhosos na direção de sua barba.
Thorin fechou os olhos, sentindo-se cada vez mais duro conforme o carinho de Bilbo se aproximava de seu pescoço. Essa estava sendo a primeira vez que eles iam tão longe, visto que Bilbo sempre estava preocupado com o que diriam sobre ele perder sua honra em uma aventura. Por mais que isso não importasse a ninguém fora os dois, Thorin não insistiu e apenas respeitou seu espaço, ciente de que quando chegasse a hora, eles teriam o que queria.
Sem que percebesse, Bilbo erguia seu quadril em busca de fricção, gemendo baixinho quando a coxa grossa e tonificada de Thorin entrava em contato. Seus gemidos eram contidos, mas ainda sim manhosos. Eles eram como músicas para os ouvidos de Thorin, que os contemplou com admiração. Ele esperou muito para ouví-los e agora sentia que não eram o suficiente. Thorin precisava de mais.
Abaixando-se até entrar em contato com a orelha pontuda do Hobbit, lambeu a extensão. Bilbo estremeceu debaixo dele, gemendo com a sensação nova em um local tão sensível. Mordiscando o lóbulo de sua orelha, Thorin riu baixinho, aquela sua risada gutural que trazia um fogo ardente dentro de Bilbo.
— Nunca lhe vi tão ansioso… Mestre Bolseiro — provocou, descendo mais um pouco até que encontrasse a pele de seu pescoço — E tudo isso por conta de um beijo?
Bilbo virou o rosto, muito envergonhado com suas próprias ações para poder enfrentá-lo. Em um outro momento aquilo teria parado Thorin, mas não seria agora.
— Deixe-me te mostrar o que mais posso fazer com minha língua, Mestre Bilbo — implorou, desejando profundamente poder sentí-lo se desfazer em seus toques — Deixe-me levá-lo aqui. Deixe-me transformá-lo em meu consorte, cercado de tudo o que é seu.
Por mais que quisesse corrigi-lo, Bilbo estava fraco e sedento. Ele só queria Thorin. Sua mente estava cercada dele e de mais, e mais, imagens de Thorin. O Hobbit estava cansado de se preocupar tanto quando na verdade tudo o que tanto quis estava na sua frente, lhe pedindo permissão.
— F-faça — pediu, sua voz soando manhosa quando o Rei voltou a atacar seu pescoço com beijos — P-por favor, T-Thorin… Leve-me aqui.
Fechando seus olhos, não conseguiu conter um gemido gutural que escapou por seus lábios ao ouvi-lo pedir para ser levado daquela forma. Lutando contra a vontade de atacá-lo ali mesmo, Thorin se afastou apenas para que pudesse tirar a capa de pele que sempre vestia. Com ela em mãos, a estendeu pelo chão. Se fossem para fazer algo, Bilbo merecia um pouco mais de conforto - sendo esse seu principal objetivo.
O pequeno Hobbit de início ficou confuso com o afastamento, mas logo entendeu o que o anão queria fazer quando ele estendeu a capa grossa no chão. Sem ter tempo de questioná-lo, sentiu seu corpo ser erguido apenas com um braço de Thorin em volta dele. Com seus olhos levemente arregalados em surpresa, relaxou quando suas costas entraram em contato com a parte felpuda da capa.
— Quando quiser parar, apenas me diga e eu farei — Lembrou de dizer, garantindo que Bilbo soubesse que tudo estava sob seu total consentimento. Ele não era capaz de machucar seu amado ladrão. Nunca, de forma alguma.
Assentindo em concordância, Bilbo ergueu ambos os braços na direção de Thorin, serpenteando seu pescoço na intenção de aproximá-lo novamente. Ansioso por mais daqueles beijos que o anão lhe mostrou, ele ergueu seu pescoço e roubou-lhe um beijo casto de início, esperando que o outro entendesse o que queria. E Thorin entendeu rápido.
Suas bocas se moviam em sincronia em um beijo lento e sensual, carregado de desejo e malícia. Suas línguas duelavam pelo domínio, mas Bilbo via-se constantemente subjugado a ceder quando o aperto de Thorin em seu quadril aumentava, lhe fazendo arfar em prazer. Quando romperam o beijo, ambos podiam sentir suas respirações ofegantes em uma distância mínima. As pontas de seus narizes se encontravam num toque sutil.
No segundo em que seus olhares se encontraram, Bilbo conseguiu captar o desejo feroz e incontrolável sob o brilho no olhar do anão; e então ele sorriu.
— T-Thorin — tentou falar, notando o quão fraca e submissa sua voz havia se tornado perante toda aquela nova situação — É…
— Não se preocupe — disse, lhe roubando um breve selinho — Eu irei devagar.
As mãos grandes e grossas desceram com suavidade, desatando o pano que mantinha o casaco de Bilbo preso. Seu toque era cuidadoso, como se temesse assustá-lo. O hobbit observava os movimentos com atenção, não deixando escapar nada sob seu olhar vigilante. Ele queria ter certeza do que Thorin estava fazendo, talvez por ansiedade, talvez por timidez, não sabia dizer ao certo o motivo, mas gostava de ver o rei sendo tão cuidadoso.
Thorin teve dificuldade em desabotoar os pequenos botões da camisa com seus grandes e grossos dedos, mas, por sorte, Bilbo decidiu ajudá-lo quando notou sua dificuldade. Suas pequenas mãos fizeram total diferença, abrindo os botões com facilidade.
— Odeio os botões… — admitiu Thorin em um sussurro, quase não percebendo que tinha dito aquilo quando sua atenção foi totalmente puxada para o peitoral do hobbit.
Seu olhar brilhou com a vista. Bilbo, por conta de sua cultura, sempre foi muito cuidadoso para não mostrar sua pele de forma desnecessária. E mesmo estando juntos há um ano na jornada, vivenciando momentos de medo e tensão, brincadeiras e risadas, ele nunca participou de um banho junto dos outros anões. De início, quando ainda tinha receio sobre a participação do ladrão em sua comitiva, Thorin o julgou como tolo. Olhando para trás agora, sabia que o tolo na verdade era ele.
Era como sempre imaginou, sua mente sussurrou; e ele não conseguiu evitar de pensar nisso conforme sua mão descia pela pele macia e pálida, quase sem cicatrizes. Bilbo não possuía pêlos no corpo, o que era bastante estranho para os anões, mas Thorin não deu a mínima importância para isso. Em seu ponto de vista, Bilbo era perfeito, principalmente por causa da barriguinha pontuda que escondia sob tantas camadas de roupa. Era um fato que durante a jornada, muitos perderam peso por conta da comida escassa e das longas horas de caminhada diária, inclusive Bilbo que emagreceu bastante, mas Thorin ficou feliz que sua barriga continuasse - mesmo que minimamente - rechonchuda.
Estranhando a demora de Thorin, que continuava olhando fixamente para a sua parte superior exposta, Bilbo sentiu-se tímido e até mesmo envergonhado. Será que seu físico o incomodou? Foi a primeira coisa que veio à sua mente, lhe deixando ansioso. Hobbits normalmente são comilões, logo eram mais rechonchudos se comparados com o porte físico dos anões que, na maioria das vezes, eram bem fortes e endurecidos pelas batalhas que travavam. O maior exemplo disso era o próprio Thorin, que parecia ter sido esculpido em pedra! Bilbo não se orgulhava em admitir isso, mas muitas vezes o observou disfarçadamente durante o banho com todos os outros anões. Thorin era perfeito.
O Rei anão saiu de seu desvaneio quando Bilbo tentou se cobrir novamente com o casaco. Felizmente ele foi rápido o suficiente para segurar em seus pulsos, assim o impedindo.
— Por favor… Não esconda essa visão de mim — pediu, sua voz soando tão profunda como nunca antes soou. O desejo estava lá, tão claro quanto os primeiros raios solares durante o amanhecer.
Envergonhado com aquela fala, Bilbo corou forte. Ele abandonou o tecido do casaco, assim liberando a vista de seu torso novamente para Thorin. O Rei sorriu, feliz por vê-lo outra vez. Engolindo em seco o nó em sua garganta, sentiu sua boca encher de água. Inclinando-se em sua direção, Thorin começou a trilhar um caminho de beijos pelo seu corpo, começando do pescoço até o umbigo. A pele quente contra seus lábios ressecados trazia um arrepio à espinha de Bilbo - que o observava por cima da mão que tapava sua própria boca.
Parando no peitoral, sorriu. O hálito quente entrou em contato com seus mamilos endurecidos, então Bilbo ficou tenso em antecipação.
— Tão fofos… — elogiou baixinho, admirando os mamilos rosados do Hobbit. Sua mão direita foi até lá, massageando um devagar, como se quisesse testar o que aconteceria depois.
Bilbo ficou ainda mais vermelho quando um gemido escapou de sua boca com aquele simples toque. Ali era uma parte sensível de seu corpo - uma das partes para falar a verdade. O Hobbit se sentiu derretido com o olhar que recebeu do anão, que agora tinha um sorriso cheio de satisfação estampado em seu rosto.
— Você gosta disso? — perguntou, provocando-o ao dar um pequeno aperto — Hum?
— T-Thorin… Eu… eu gosto — murmurou entre gemidos. Por mais vergonhoso fosse aquilo, sentia a necessidade profunda de confirmar as perguntas do seu Rei, do seu Thorin.
Com um sorriso ladino, Thorin levou sua boca até o outro mamilo abandonado. Bilbo ficou tenso em antecipação, gemendo manhosamente quando ele o mordiscou, brincando entre os dentes. Thorin era habilidoso com a língua, Bilbo notou. Ele o sugava e mordia ao mesmo tempo que sua mão provocava o outro, mas não ficava só nisso. Ele revezava os mamilos enquanto sua coxa se localizava exatamente entre as pernas do ladrão, dando fricção à clara excitação que ali tinha.
Bilbo gemeu, inclinou sua cabeça para trás. Suas mãos se moveram em direção a Thorin, segurando em seu cabelo grisalho como se fosse a única forma de se manter firme. Sabia que não deveria, mas não conseguiu evitar de inclinar seu quadril contra a coxa do anão, roçando-a em busca de qualquer tipo de contato.
Thorin gemeu de prazer com a necessidade crescente de Bilbo - que só aumentou sua própria excitação que começava a se tornar dolorosa em sua calça. Abandonando os mamilos, começou a chupar cada parte exposta de seu corpo, marcando-o sem pudor. Dessa forma, ele estava reivindicando Bilbo totalmente como seu. E se por acaso, algum infeliz ousasse ver demais, veria que Bilbo já pertencia a alguém. E como prova disso, Thorin arrancaria os olhos de quem quer que ousasse olhar com segundas intenções para o seu amor.
Se continuassem assim, Bilbo iria gozar, ele sabia disso. Mais do que qualquer um, Bilbo conhecia seu próprio corpo e reconhecia seu limite. Ser tocado assim por Thorin era demais. Mas o anão não queria que aquilo terminasse tão rápido assim, por isso se afastou. Agora, sentado em suas pernas, Thorin observou com satisfação seu serviço. Bilbo tinha seu cabelo totalmente bagunçado, estava ofegante e com o rosto avermelhado. Seu peitoral e barriga estavam expostos e cheios de marcas de sua reivindicação. Se houvesse algo mais pecaminoso do que essa vista, Thorin desconhecia.
— Tão lindo… Tão perfeito, meu amor — continuou a elogiar, notando que a cada palavra dita, Bilbo sentia sua confiança ser revigorada.
Erguendo as mãos na direção do anão, as levou na direção de seu cinto. Bilbo estava ficando chateado de ser o único exposto e queria logo ver Thorin da mesma forma. O Rei achou graça de seu desespero, por isso riu. Não era uma risada zombeteira, mas sim uma carinhosa. Seu olhar brilhava em admiração enquanto assistia Bilbo se livrar de seu cinto.
— Temos alguém impaciente?
— Não acho justo ser o único aqui de tal forma — rebateu emburrado, seu beicinho sendo muito provocativo para ser ignorado.
Thorin o beijou novamente, mas não foi demorado. Durante esse momento de afagos e suspiros prazerosos, o anão terminou de tirar as blusas que ainda estavam nos braços do hobbit. Agora sim ele estava com o torso completamente desnudo, e a vista fez com que a ereção de Thorin pulsasse.
— T-Thorin…! — Bilbo conseguiu lhe dar uma chamada de reprovação em meio ao beijo quando o outro apenas jogou suas roupas em alguma direção fora de sua vista.
— N-não ligue pra isso agora — pediu, voltando a beijá-lo.
O anão se encontrava entre as pernas do Hobbit - que não conseguiu entrelaça-las em seu quadril por serem curtas demais. Felizmente isso não foi um problema, pois o Rei o ergueu com facilidade, colocando-o de volta sentado em seu colo. Bilbo corou forte quando sentiu a ereção dele em sua bunda. E por mais que aquele sentimento de medo viesse à tona, o hobbit não parou. Pelo contrário, ele insistiu em continuar tentando tirar o casaco do rei - que riu novamente entre o beijo.
Quando o ar se fez necessário, se afastaram por um breve momento. Thorin aproveitou para ajudar Bilbo, e peça após peça, eles as jogaram em algum canto.
Sentado no colo do anão, sentiu-se sem ar quando ficou tão perto daquele peitoral tonificado. Seu coração batia forte em seu peito; ele engoliu em seco. Estendendo as mãos trêmulas na direção do maior, sentiu seu corpo quente como forja. Seu toque passeou pelo torso, sentindo os pêlos sob seu toque. Mesmo quando o observava de longe, Bilbo sempre quis fazer isso. Agora ele podia. Seus pequenos dedos passeavam por cada tatuagem anã que tinha nos braços e ombros de Thorin, estudando-as em silêncio mesmo que não entendesse o significado por trás de cada uma. Seu olhar voltou novamente a se encontrar com o dele.
— Você é do jeito que sempre imaginei — admitiu, sua voz suave e a fala mansa, pois seu olhar e atenção ainda estavam fixos no torso exposto do anão — Tão incrível… E lindo…
As bochechas de Thorin tomaram uma coloração avermelhada, não tendo esperado por algo assim e muito menos tendo o costume de ouvir tal elogio em uma situação como aquela. Quando seu olhar se encontrou com o de Bilbo, sentiu seu coração errar as batidas em seu peito conforme sua atração tornou- se incontrolável para o ritmo que se mantinha. Inclinando-se para frente, capturou os lábios dele em um beijo sedento e cheio de desejo. Suas grandes mãos agarraram a bunda de Bilbo com firmeza, tentando sentir mais da pele coberta pela calça que mal chegava a cobrir as panturrilhas do hobbit. Calça essa que o fez desejar por muito tempo, ansiando pela pele à mostra em sua frente sem poder prová-la. Agora a situação mudou, e como um tornado, Thorin estava pegando tudo.
Bilbo gemeu entre o beijo, seus quadris se movendo contra a ereção latejante em sua bunda. O pequeno sentia-se prestes a derreter a qualquer momento nos braços de Thorin, permitindo que o anão tomasse cada pequena polegada como se fosse sua. E, no final, não era mentira. Bilbo pertencia a Thorin, da mesma forma que Thorin pertencia a Bilbo. Entregar-se de corpo e alma para alguém que já tinha seu coração era algo há muito tempo desejado por ambos.
— Você me deixa louco — Thorin admitiu com a voz rouca, seu tom grave pela luxúria — Sinto que nunca me cansarei disso… Eu quero tudo e muito mais. Tudo o que for você, Ghivashel (Tesouro de todos os tesouros em Khuzdul - língua dos anões).
Bilbo sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo quando ouviu Thorin falar em sua língua natal, e por mais que não conseguisse entender o que significava aquela palavra, sentia bem lá no fundo que já sabia.
Trocando a posição, agora Thorin estava por cima, roçando sua ereção na bunda de Bilbo em busca de fricção. Ambos ofegaram em meio ao beijo, gemendo baixo com o novo ritmo desesperado. As mãos grossas e calejadas de Thorin percorriam pelo torso nu de Bilbo, arrastando-se cada vez mais para baixo até que se encontrasse com o tecido da cueca dele. Em uma troca de olhares breves, em um sussurro abafado pela pele do pescoço, Thorin pediu em um tom que quase clamava por aquilo.
– Deixe-me, Bilbo… Deixe-me…
Arrepiando-se com a sensação de ter o orgulhoso rei anão implorando para que pudesse tocá-lo, Bilbo gemeu baixinho ao erguer o quadril, dando o sinal que o outro tanto precisava para continuar. E sem perder tempo, Thorin tirou a última peça de roupa que o impedia de ver o seu hobbit, o seu ladrão, em seu estado mais impuro e sexual. Tirando um pequeno momento apenas para admirá-lo, Thorin deixou um gemido gutural escapar entre seus lábios ressecados quando sua própria ereção pulsou firme.
– Você me deixa louco, Bilbo… Tão louco… Você é minha perdição, Ghivashel – Dizia em adoração, seu olhar brilhando no misto puro e inconfundível de luxúria e desejo ao mesmo tempo que seus lábios beijavam a pele macia.
A trilha de beijos foi descendo cada vez mais até que parasse logo abaixo do rastro suave e fino de pelos que levaria direto a ereção de Bilbo. Thorin deu uma última olhada nele, querendo ter certeza de que estava se sentindo bem e confortável com aquele ritmo, e quando teve suas respostas apenas vendo a forma ofegante e avermelhada que o pequeno tinha, continuou.
Seu hálito quente fez com que Bilbo erguesse o quadril em antecipação. O hobbit o encarava com expectativa, tentando descobrir o que ele faria a seguir e como se sentiria ao decorrer. Mas aquela noite parecia ter lhe guardado muitas sensações, pois quando a língua de Thorin percorreu seu comprimento, Bilbo teve certeza que seus sentidos foram desligados por completo. Fechando seus olhos com força, jogou a cabeça para trás, gemendo com a nova sensação esmagadora. E Thorin apenas estava lhe provocando com a ponta de sua língua.
Os olhos azuis, agora escurecidos pela neblina luxuriosa, de Thorin acompanhava as reações de Bilbo com atenção, querendo captar até mesmo os mínimos detalhes de suas expressões de prazer. Ele o masturbava devagar, testando qual ritmo seu pequeno gostaria mais. Para sua sorte, Bilbo sempre foi muito expressivo e ele logo descobriu que as feições mais prazerosas se seguiam quando sua língua entrava em contato com ele. Com um sorriso sacana em seu rosto, Thorin o provocou: — Tão necessitado por minha boca… Você não está sendo um hobbit respeitável agora, Senhor Bolseiro.
Bilbo avermelhou-se instantaneamente com aquele comentário. E por mais que fosse desrespeitoso dizer algo assim em um momento como esse, um lado irracional seu, provavelmente seu lado Tuk, amou cada segundo disso. Olhando para onde Thorin estava entre suas pernas, ofegou quando seus olhares se encontraram. E sem vacilar ou desviar o olhar, Thorin o levou por completo na boca sem dificuldade.
Um gemido alto, quase desesperado de prazer, ecoou pela sala dos tesouros. As suas costas arquearam e Bilbo viu-se querendo segurar em algo, mas não havia nada sem ser o ouro à sua volta. Gemendo baixinho, choramingou de prazer conforme Thorin aumentava o ritmo da sucção, usando as mãos para provocar seus testículos sensíveis.
A ereção de Bilbo cabia perfeitamente na boca de Thorin, como se tivesse sido feita para estar lá, colocando o rei do mais poderoso reino anão de joelhos para lhe dar prazer. E a cada segundo daquilo, ele já podia sentir-se chegando ao fim. Suas pernas trêmulas em antecipação e o calor crescente em seu estômago era mais que um sinal óbvio disso. E ele estava tão pronto que quase foi capaz de chorar quando Thorin parou de repente, se afastando de seu membro molhado e dolorido para mais.
— Não ainda, Ghivashel — Disse ele, enxugando o canto da boca suja pelo excesso de saliva. Sua voz estava mais rouca que o normal, e Bilbo não soube dizer se era pelo prazer ou se foi pelo que fazia antes — Hoje eu irei lhe ensinar muito mais que o oral… Então relaxe… Âzyungel ( Amor dos amores), Sanâzyun ( Perfeito verdadeiro/puro amor).
— E-eu não… — tentou falar entre algumas pausas que fez para normalizar sua respiração — Entendo… O que você diz…
O breve momento de preocupação de Thorin se desfez e logo ele olhou para Bilbo com carinho. Um sorriso meigo brotou no rosto do rei anão ao olhar para seu amado com a mais pura admiração e amor. Levando uma mão até o rosto dele, fez um carinho em sua bochecha.
— Um dia você saberá, Amrâlimê (meu amor) — foi a única coisa que Thorin lhe falou antes de unir seus lábios com os de Bilbo em um beijo lento e profundo.
Suas línguas batalhavam entre si, em uma batalha sem vencedores. Ambos exploravam a boca do outro com ânsia de mais, querendo pegar tudo o que estivesse ao seu alcance. E somente quando o ar se fez necessário, eles romperam o beijo ofegantes e sedentos por mais. As pupilas dilatadas e o rosto avermelhado de Bilbo fizeram com que todo sangue de Thorin corresse para sua própria ereção ainda coberta pela calça.
Engolindo em seco, o anão estudou o corpo do hobbit como um apreciador de arte em um museu. Fascínio, essa era a palavra certa para descrever tal sentimento. Não havia uma parte daquele corpo que não fora beijada ou marcada por ele, mas ainda sentia que não era o suficiente. Esse era o efeito que Bilbo trazia para ele. O efeito de querer mais e mais, nunca enjoando ou se saciando por completo. Ele poderia levá-lo mil vezes para a cama, e mais mil vezes o desejaria como se fosse a primeira vez. Aquele hobbit era sua perdição. O que era a doença do ouro perante a febre de desejo sem fim que Bilbo o colocaria? Aquele com cabelos que remetia a ouro. Aquele que de sua loucura o libertou. Aquele que fora a luz no meio da escuridão, a bússola em meio ao caos.
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— Todo ouro de Erebor não é nada quando comparado a você, Amrâlimê — Disse-lhe, sua voz soando rouca por tamanha tentação a sua frente, sob seu toque, mas sempre acima de tudo — Nada.
Bilbo tinha noção do quão profunda eram aquelas palavras por ter ciência do quão importante eram o ouro e os tesouros para os anões, e por mais que já tivesse uma noção do quão desmedido eram os sentimentos daquela raça quando se tratava de amor e lealdade - quando conquistada -, ainda era de se impressionar ouvir aquilo. Com um pequeno sorriso estampado em seu rosto, o pequeno levou ambas as mãos na direção de Thorin. Seus dedos curtos e ágeis fizeram um bom trabalho ao brincar com a barba e as tranças do cabelo dele de forma tão íntima.
—- Você é tudo o que eu preciso, Thorin… Tudo o que eu sinto agora é você — murmurou timidamente, embora não desviasse o olhar dele, querendo captar tudo o que sua mente suportasse —- Só você… Sempre você, meu rei.
Usar tal título em um momento como esse foi como se Bilbo tivesse acabado de assinar seu destino com Thorin para sempre, pois até mesmo a postura do anão mudou para uma mais confiante do que já era normalmente.
—- Relaxe para mim, Ghivashel —- Ele pediu, segurando firme em ambas as coxas do hobbit abaixo de si —- Relaxe e aproveite. Tenho bons planos para fazer… E eu quero que você goze até implorar para que eu pare de te fazer gozar.
Com seu rosto voltando a assumir um tom extremamente avermelhado com o que foi dito, Bilbo levou ambas as mãos para cobrir seu rosto, e Thorin nem se deu o trabalho de impedi-lo, confiante de que logo ele deixaria de lado sua timidez e o enfrentaria. E como se o destino quisesse apenas exaltar sua autoconfiança, logo ele viu Bilbo espiá-lo por entre os dedos, tentando descobrir o que ele faria a seguir. Sem querer acabar com as expectativas dele, Thorin levou ambas as mãos até o quadril dele e o ergueu.
Inicialmente Bilbo estava deitado de costas para o chão, mas agora se encontrava com a parte inferior de seu corpo erguida e bem exposta. Suas pernas estavam apoiadas nos ombros de Thorin, enquanto ele permanecia com a cabeça entre elas.
—- Relaxe, Ghivashel —- Ele pediu uma última vez, seu desejo de satisfazer o hobbit se tornando quase incontrolável.
Como se sentisse a fome apenas observando as atitudes do amado, Bilbo se preparou mentalmente, acreditando que ele o levaria na boca outra vez. E, para sua felicidade, assim ele o fez. Sua língua molhada passou por seu comprimento inteiro, e então parou na glande. Ele provocou a fenda rosada com a ponta de sua língua, gemendo baixinho com o gosto meio amargo do pré-sêmen. Naquele instante, Bilbo se sentiu nas nuvens. Sua vista escureceu com tamanha sensação avassaladora. Thorin sabia usar muito bem sua língua. Desde os beijos ao oral, ele era faminto e possessivo, querendo tomar tudo para ele. E apenas ele.
—-T-Thorin..!
Os gemidos de Bilbo apenas o incentivaram a continuar pegando tudo, sua cabeça indo para frente e para trás, engolindo-o por completo e com facilidade. Thorin estava tão determinado que ignorou a sensação de dormência em seu maxilar, priorizando apenas o pequeno que derretia sob sua língua. Não se sabe quando aquilo aconteceu, mas quando as mãos de Bilbo atacaram o cabelo de Thorin com um forte aperto conforme ditava o ritmo, Thorin sentia-se perto dos portões de Mahal. Não havia nada mais quente do que aquilo, e ele amou cada segundo.
O calor em seu ventre aumentou e o tremor de suas pernas também. Ele não suportaria por mais tempo, ele viria logo. E Thorin sabia disso - se o brilho em seu olhar fosse um indicativo confiante.
—- T-Thorin, e-eu..! Oh, Tho-rin..ah… —- os gemidos pecaminosos ecoavam pela sala do tesouro. Qualquer desavisado que passasse por ali sairia rápido, não querendo arriscar ter seu pescoço decepado por flagrar o rei tomando seu consorte de forma que o fazia gemer e implorar por mais feito uma puta —- N-não pare..! Assim… P-por favor, ah…!
E antes que Bilbo pudesse fazer algo, seu corpo reagiu sozinho, fazendo Thorin se engasgar com a pesada carga de esperma que surpreendeu os dois.
Bilbo viu branco e sentiu um zumbido encher sua cabeça, nem deu tempo para ele emitir algum som de tão repentino. Aos poucos, o estremecimento tomou cada pedaço de pele e seu ventre se contrai, liberando mais um jato enquanto ele puxava o ar e gemia profundamente; O Durin cumpriu o que prometeu, se mantendo até o fim em prol do prazer de seu amado.
Limpando o canto de seus lábios, Thorin sugou o fluido de seus dedos, degustando um pouco mais do sabor único que Bilbo possuía. Seu olhar estava fixo no hobbit a sua frente, não recusando tal vista. Bilbo tremia sob seu toque, ainda muito sensível com tamanho orgasmo. Ele estava ofegante, sua boca entreaberta numa tentativa quase fútil de tentar regularizar a respiração.
—- Delicioso, Uzfakuh (Minha maior alegria) —- Ao pronunciar tais palavras, o olhar de Thorin seguia o caminho pelo qual suas mãos percorriam pelo corpo do Hobbit, numa tentativa de acalmar os espasmos. A voz do anão parecia mais profunda que o normal, e a fome escancarada brilhava na íris agora escurecida pelo desejo.
Bilbo mal teve tempo de se recuperar quando sua atenção foi atraída novamente pelas palavras de Thorin, que parecia muito disposto a não acabar por ali ainda. E por Yavanna, Bilbo queria tudo. Ele aceitaria qualquer coisa que Thorin lhe desse. Ele ansiava por mais, e assim ganhou.
Jogando sua cabeça para trás, sentiu-a afundar no ouro. Com seus olhos bem fechados, ele gemeu alto. A língua de Thorin desceu pelo seu comprimento, mas não ficou por lá, explorando cada vez mais embaixo. O aperto de Thorin fazia com que suas pernas continuassem sobre os ombros dele, quase deixando Bilbo de cabeça para baixo naquela posição.
A língua dele fez uma trilha molhada; e o anão gemeu com o sabor. Era floral, ele reconheceu. Durante a jornada até Erebor, Thorin notou aquele cheiro que Bilbo passou a ter depois de Valfenda. Aquele cheiro que lhe deu nó no estômago por conta da extrema necessidade de levá-lo ali mesmo, sem se importar com ninguém, mas ele simplesmente não podia. A missão estava em primeiro lugar, e o pequeno parecia ter muito interesse na raça inimiga - Elfos. E agora esse cheiro estava impregnado na pele de seu ladrão, como se o provocasse por não chegar primeiro. Thorin não estava aceitando que seu amado tivesse o cheiro de seus inimigos. Bilbo era dele, e logo estaria escorrendo com sua essência.
—- T-thorin..! —- Ele tentou questionar, mas as palavras se perderam tão rápido quanto surgiram, pois no mesmo segundo sentiu a língua de Thorin em sua entrada.
Todo seu corpo tencionou em resposta a sensação nova e estranhamente molhada, e isso fez com que o rei anão se afastasse por um breve momento. Uma mecha longa de seu cabelo recaiu sobre seu rosto, e Bilbo sentiu-se sem ar com a visão erótica.
—- Relaxa para mim, Ghivashel —- Ele pediu, não sabendo de onde estava tirando toda aquela paciência quando seu pau dolorido ainda estava preso em sua calça —- Preciso te preparar para que consiga me levar… Caso contrário, você não vai conseguir lidar nem com a ponta.
Com seu rosto avermelhado, Bilbo fechou seus olhos e então assentiu em concordância. Tomando uma profunda respiração, deixou seu corpo relaxar. Permitindo-se sentir tudo sem hesitação. Sua ação foi bem aprovada por Thorin, que deu uma mordidinha na coxa direita como forma de agradecimento pelo “bom comportamento”.
Satisfeito com Bilbo, bem-disposto e à sua mercê, Thorin tinha um sorriso ladino cheio de presunção estampado em seu rosto. Beijando o interior das coxas do hobbit, fechou seus olhos para sentir melhor a pele macia contra seus lábios. Sua barba roçava contra a pele dele, fazendo Bilbo arrepiar-se no processo de suas carícias.
Segurando o quadril do pequeno com firmeza, as mãos de Thorin nunca pareceram tão grandes quanto agora, segurando com tanta facilidade o corpo pequeno de seu ladrão. Olhando para a entrada levemente molhada pela primeira tentativa, Thorin sentiu sua boca salivar em antecipação. Engolindo em seco, cuspiu no pequeno orifício rosado e enregurado. O Durin sentiu sua ereção se tornar dolorosa apenas com tal visão, e isso foi o suficiente para fazê-lo apoiar as pernas de Bilbo em seus ombros, assim liberando suas mãos para se desfazerem do aperto insuportável. Agora, com seu pau livre, Thorin sentia-se capaz de trabalhar naquele pequeno buraquinho sem interrupções.
Voltando sua atenção para lá, não perdeu tempo e logo o atacou com sua língua, provocando e provando o interior apertado. Bilbo jogou a cabeça para trás, gemendo alto com a sensibilidade explorada até onde parecia ser seu limite. Mas isso não parou Thorin, muito pelo contrário, o incentivou a buscar por mais. As mãos grandes do anão se firmaram no quadril do hobbit, mantendo-o parado enquanto fazia o seu trabalho, deixando a entrada o mais molhada possível para recebê-lo.
Aproveitando o momento em que Bilbo estava tão afundado em seu próprio prazer, gemendo e se contorcendo sob seu toque, Thorin levou o seu mindinho - o dedo que julgou ser o menos grosso - até a entrada do pequeno. Ele tomou cuidado, usando sua língua para tapear. E por mais que a ideia fosse excelente, Bilbo ainda sentiu o dedo entrando e isso o fez endurecer de imediato com a sensação inesperada. Apesar da surpresa, ele forçou-se a relaxar, lembrando-se que Thorin precisava prepará-lo.
Usando sua língua em conjunto com seu dedo, Thorin brincou com o interior do hobbit. Seu dedo entrava e saia devagar, provocando-o até ultrapassar seu próprio limite. A ereção de Bilbo estava endurecida outra vez, pingando sobre sua barriga. Ela encontrava-se avermelhada, pulsando sem nenhum toque, implorando por qualquer tipo de contato. Mas dessa vez nada veio. Thorin tinha sua boca e mãos ocupadas. Bilbo teria que esperar.
Somente quando sentiu que ele estava relaxado o suficiente para colocar um segundo dedo, foi que Thorin fez, fazendo movimentos de tesoura e penetração. Ele afastou seu rosto, querendo ver como a pequena entrada se esticava em volta de seus dedos, forçada a aguentar tudo aquilo e logo, logo, um pouco mais. Um gemido rouco escapou entre seus lábios com tamanha visão impura, sua própria ereção escorrendo pré-sêmen em resposta.
Os dedos grossos de Thorin fizeram um bom trabalho abrindo e preparando o interior de Bilbo, que naquele momento lutava para manter sua respiração certa conforme os dedos do outro exploravam seu interior com movimentos de tesoura. Arfando de prazer, o pequeno hobbit gemeu baixinho, bem manhoso. Levando a mão na direção de Thorin, tocou no peitoral do anão, querendo sentir mais dele. Sua boca estava entreaberta e tão convidativa que foi quase impossível para Thorin se manter distante. O rei anão inclinou seu próprio corpo para frente, tomando cuidado para não esmagar Bilbo com seu peso. Quando seus lábios se encontraram em um beijo afoito e descontrolado, ambos gemeram. O ritmo era de tirar o fôlego e a constância dos dedos de Thorin não ajudaram.
Passando os braços em volta do pescoço do anão, o pequeno assumiu o controle do beijo, adicionando seu próprio ritmo. Thorin ficou mais do que satisfeito em seguí-lo, obedecendo-o sem questionar. Foi quando, por um segundo, seus dedos roçaram em algo dentro de Bilbo que o fez arquear as costas em prazer. Um gemido profano escapou do hobbit, ecoando por toda a sala do tesouro. Notando que havia encontrado o ponto g de seu amado ladrão, Thorin direcionou seus dedos na mesma direção, ganhando em troca os gemidos de Bilbo. Aquilo tudo era demais. Ele precisava estar dentro dele ou enlouqueceria. Ele precisava sentir aquele aperto delicioso em volta de seu pau, tomando tudo com ganância. E só então Thorin se despejaria fundo, jogando tudo.
— Bilbo… — Ele o chamou, quase clamando por seu nome — Deixe-me, por favor… Eu preciso te foder agora, mestre Bolseiro.
O pequeno mal ouviu o que ele tinha a dizer, pois assentiu de imediato, não querendo parar de forma alguma. Todo seu corpo se arrepiava em antecipação, ficando impaciente com todo aquele enrolo de Thorin.
Cuspindo em seu próprio pau, o anão se masturbou, espalhando seu pré-gozo por todo o comprimento lentamente. Inclinando a cabeça para trás, soltou um suspiro prazeroso após tanto tempo sem se dar a devida atenção. Não havia lubrificante por perto, então tiveram que improvisar com muita saliva. Durante o breve momento que tirou para si, Thorin usou sua outra mão para espalhar a banda da bunda de Bilbo, dessa forma ganhando a vista privilegiada da entrada encharcada por sua ação anterior. Mordendo seu lábio inferior para conter um gemido, Thorin viu-se surpreendido com a atitude de Bilbo.
Exasperado com a demora, Bilbo foi tomado por um impulso ébrio que nublou sua mente. Em um ato precipitado, ele o empurrou de costas para o ouro, montando-o logo em seguida sem perder tempo. No segundo em que seus olhares se encontraram, podia sentir seu rosto esquentando com a clara surpresa escancarada na feição do seu amado.
A surpresa foi se dissipando e novamente a luxúria tomou posse daquelas belas íris azuis que Bilbo era tão apaixonado. As mãos calejadas de Thorin percorreram seu corpo, fazendo sua própria trilha desconexa. Não havia um rumo certo, ele só queria sentir o calor daquele pequeno corpo que estava sobre si.
—- E-eu o quero… —- Bilbo ofegou, fechando seus olhos quando os dedos de Thorin provocaram seus mamilos sensíveis —- Dessa forma.
Agarrando a pele macia e corpulenta das coxas de Bilbo, Thorin sorriu em meio a devassidão que o consumia. Sua ereção pulsava contra a bunda do pequeno hobbit, demonstrando o claro interesse em seu pedido. Se Bilbo queria montá-lo, então Thorin estaria mais do que satisfeito em vê-lo se foder em seu pau.
A noite havia se fechado ao redor deles, e o calor do fogo que crepitava ao lado refletia o calor que emanava dos corpos juntos na intimidade da sala. Bilbo sentia cada parte de si viva enquanto deslizava lentamente sobre Thorin, suas mãos explorando o peito forte do anão, que observava cada movimento com um olhar cheio de desejo e admiração.
Thorin, deitado sob Bilbo, deixava que o hobbit conduzisse, seu corpo relaxado e entregue ao momento. Era raro para ele, o sempre orgulhoso líder, abrir mão do controle, mas com Bilbo, ele se sentia seguro, protegido pela confiança que fluía entre os dois.
Os dedos de Bilbo corriam pela barba espessa de Thorin, seus olhos fixos nos de Thorin, que, pela primeira vez, mostravam uma vulnerabilidade que poucos haviam visto. Bilbo sorriu suavemente, um sorriso cheio de carinho, antes de inclinar-se para beijá-lo novamente, seus corpos já em sincronia, movendo-se juntos em um ritmo lento e envolvente.
Bilbo ajustou-se, sentindo o calor de Thorin preencher cada parte de si, um gemido suave escapando de seus lábios enquanto ele começava a se mover, cavalgando o anão com uma mistura de desejo e ternura. Cada movimento era intencional, como se ele quisesse sentir cada instante ao máximo, absorver cada toque, cada suspiro.
Thorin, por sua vez, segurou firmemente as coxas de Bilbo, guiando-o gentilmente enquanto seus olhares se encontravam.
—- Você é... perfeito —, Thorin murmurou, sua voz baixa, rouca, e carregada de emoções que ele havia guardado por tanto tempo.
Bilbo, com as mãos apoiadas no peito de Thorin, aumentou o ritmo gradualmente, sentindo a tensão crescendo entre eles, como uma tempestade prestes a explodir. Seus corpos se moviam em perfeita harmonia, como se estivessem feitos para estarem juntos assim, cada movimento alimentando o desejo crescente entre eles.
—- Thorin… —- Bilbo suspirou, sua voz entrecortada pelo prazer que se intensificava a cada momento. O som do nome do anão em seus lábios era quase como uma prece, algo íntimo e sagrado.
Thorin não conseguiu responder com palavras. Ele apenas puxou Bilbo para mais perto, suas mãos firmes mas gentis enquanto os dois se entregavam completamente, o mundo ao redor desaparecendo em um turbilhão de prazer e intimidade.
Quando o clímax chegou, foi como se o tempo tivesse parado por um breve momento, ambos ofegantes, os corpos ainda entrelaçados. Bilbo inclinou-se para descansar contra o peito de Thorin, sentindo o coração acelerado do anão enquanto ele o abraçava com força.
O silêncio que se seguiu foi confortável, preenchido apenas pelo som suave da respiração compartilhada. Bilbo sorriu contra a pele de Thorin, sentindo-se satisfeito e completamente em paz.
A luz da madrugada começava a entrar pela janela, pintando o quarto com um tom suave e dourado. O calor do corpo de Thorin ainda envolvia Bilbo, que estava deitado ao seu lado, respirando calmamente após uma noite intensa e íntima. O silêncio era confortável, quebrado apenas pelo som suave da respiração dos dois, agora sincronizada em um ritmo calmo.
Thorin observava Bilbo por um longo momento, seus dedos traçando levemente as cicatrizes de batalha que ambos carregavam. Ele se sentia diferente naquela manhã, como se algo dentro dele finalmente tivesse sido libertado. A culpa e o arrependimento, no entanto, começavam a pesar em seu peito, e ele sabia que não poderia deixar isso passar.
—- Bilbo — ele começou, sua voz baixa, quase hesitante — um tom que era raro nele, tão diferente da firmeza habitual. Bilbo abriu os olhos devagar, virando-se para encará-lo, uma expressão tranquila no rosto. Thorin respirou fundo, desviando o olhar por um instante, como se estivesse reunindo coragem para continuar — Eu… preciso dizer algo que deveria ter dito há muito tempo.
Bilbo apenas observava, pacientemente, sentindo o peso das palavras de Thorin antes mesmo de serem ditas.
— Eu me perdi no caminho — Thorin confessou, sua voz marcada por uma mistura de vergonha e remorso — A doença do ouro… me cegou. Fiz coisas das quais não me orgulho, e te tratei de um jeito que você não merecia. Você estava lá o tempo todo, tentando me salvar de mim mesmo, e eu… Eu falhei com você.
Ele apertou levemente a mão de Bilbo, que estava entrelaçada com a sua, como se temesse que, sem aquele contato, Bilbo pudesse desaparecer — Sei que as palavras não podem desfazer o que fiz, mas quero que saiba o quanto lamento. O quanto lamento ter te afastado, quando você era a única coisa que realmente importava.
Bilbo ficou em silêncio por alguns momentos, deixando as palavras de Thorin ecoarem no quarto. Ele viu a verdade nos olhos de Thorin — a honestidade crua e a vulnerabilidade que o anão raramente mostrava. Aquela não era uma desculpa superficial; era um homem quebrado reconhecendo os próprios erros.
— Thorin — Bilbo começou, sua voz suave mas firme — Eu sei o que o ouro fez com você. Eu vi. Mas eu também vi quem você realmente é, mesmo quando o ouro tentou te dominar — Ele suspirou, sentando-se um pouco mais na cama, ainda segurando a mão de Thorin — Foi doloroso… ver você se perder assim. Mas você voltou. Você está aqui agora. E isso é tudo o que me importa.
Os olhos de Thorin estavam fixos nos de Bilbo, buscando algum sinal de que ele poderia ser perdoado. Bilbo apertou suavemente a mão dele e, com um sorriso triste, continuou — Não foi fácil. Houve momentos em que pensei que te havia perdido para sempre, para o ouro, para o trono… Mas eu te perdoo.
O alívio que passou pelos olhos de Thorin foi instantâneo, mas ele ainda parecia hesitante, como se não pudesse acreditar que Bilbo realmente o perdoaria tão facilmente — Como você pode me perdoar tão rapidamente depois de tudo? — ele murmurou, a voz baixa, cheia de incredulidade.
Bilbo sorriu, um sorriso cheio de ternura e compreensão —- Porque eu sei que você não é apenas o rei de Erebor. Você é Thorin, filho de Thráin, meu amigo. E acima de tudo isso, você é o meu amor. E sempre foi mais do que o ouro ou a montanha. Sempre foi mais do que o peso da sua coroa.
Thorin, sem palavras, puxou Bilbo para perto, envolvendo-o em seus braços fortes. Havia algo novo naquela intimidade — não apenas desejo, mas uma conexão mais profunda, um entendimento mútuo que havia sido forjado no calor do arrependimento e do perdão.
Por um momento, ficaram ali em silêncio, os corpos relaxados no calor compartilhado. Thorin se inclinou para beijar a testa de Bilbo, com uma suavidade que contrastava com sua natureza usual, e então murmurou — Você me salvou, Bilbo. Mesmo quando eu não merecia.
Bilbo descansou a cabeça no peito de Thorin, ouvindo os batimentos calmos de seu coração — Você sempre mereceu, Thorin. Só precisava se lembrar disso.
E ali ficaram, enquanto a luz do amanhecer continuava a crescer, deixando para trás a escuridão dos erros passados. No calor um do outro, encontraram redenção e paz.