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O relógio no pulso de Kun marcava exatamente sete e trinta e cinco da noite, terminava de se aprontar em frente ao grande espelho que pegava quase ponta a ponta da parede de seu camarim. Entraria ao vivo em apenas alguns minutos e queria manter a sua boa imagem de sempre, porque afinal, era importante que o público se conectasse com ele de alguma forma.
Desamassava o blazer azul marinho que usava quando ouviu duas batidas vindo da porta, seguidas de uma voz conhecida chamando seu nome. De imediato acho estranho, já que todos tinham ciência que Kun pedia educadamente para acima de tudo pra não ser incomodado em vão quando sozinho em seu camarim.
“Kun-ge, está aí?”
Kun destrancou e abriu a porta rapidamente, fazendo o staff ali presente quase saltar pelo susto.
“Err… eu sei que não gosta de ser incomodado mas garanto que é por um bom motivo” O rapaz de fios loiros coçava a cabeça, receoso.
Kun não sabia exatamente o que fazia as pessoas se sentirem intimidadas perto dele, sempre fez questão de ser gentil e caloroso com seus amigos e colegas de trabalho, priorizando sempre o conforto deles. Talvez fosse o seu cargo na emissora, ou a maneira na qual a mídia falava dele, deixando sua imagem como de alguém ‘intocável’. Kun particularmente não gostava disso, era uma das consequências ruins de ser uma figura pública, mas ele podia suportar.
“Sem problemas, Yangyang” Sorriu gentilmente pro garoto “O que aconteceu?”
“É a senhora Kang…”
Kun trocou o sorriso simpático por uma expressão preocupada, saindo totalmente do cômodo e fechando a porta atrás de si.
“Ela está bem? O que aconteceu?”
Yangyang se perdeu em meio às perguntas, respirando fundo antes de soltar toda a informação.
“A babá ligou avisando que a filha dela estava passando mal” contava calmamente, vendo as sobrancelhas do âncora se arquearem “Então ela teve que ir”
“Puxa! Imagino como ela deve estar preocupada agora” Esfregou as têmporas “Vou ligar para ela mais tarde”
“E sobre isso… parece que conseguiram uma pessoa para substituir ela hoje”
“Jura? Que bom, e quem é?”
“Ten Lee, o meteorologista”
Kun piscou um pouco chocado, se perguntando se havia escutado certo.
Não o entenda mal, Kun não desgostava de Ten ou coisa do tipo, na verdade era o completo oposto. Admirava a tamanha inteligência e profissionalismo do colega, sempre certo em suas previsões e transparecendo uma segurança de invejar.
O problema começou quando sua admiração passou dos limites profissionais e foi para um lado… um pouco diferente.
Começou há duas semanas atrás, quando o diretor da emissora convidou toda a equipe para um happy hour depois do expediente, em comemoração ao recorde de audiência daquela semana.
Foram horas de conversas descontraídas até que Kun, já levemente alterado pelo álcool, começou a reparar demais no garoto à sua frente.
Ten estava impecável como todos os outros dias, seus cabelos mais longos do que o normal tingidos de preto fazendo um lindo contraste com a pele branca e aveludada de seu rosto, com exceção das bochechas que agora continham um leve rubor como consequência do álcool.
Os lábios eram convidativos demais e Kun não conseguiu evitar pensar sobre como seria a textura deles cada vez que Ten bebericava do copo em suas mãos.
A verdade é que todos naquela emissora tinham ciência da boa aparência de Ten. O rapaz era cheio de admiradores, homens e mulheres viviam conversando baixinho sobre ele, deixando flores e presentes em sua mesa na expectativa de ganharem alguma atenção. Apesar de que Kun nunca soube se Ten correspondeu alguma vez àquelas investidas.
E Kun tentou se segurar, pensar em outras coisas e tentar distrair a cabeça do garoto a sua frente, mas todos os pensamentos acabaram resultando no agora incômodo em suas calças, com a respiração ficando cada vez mais acelerada e as mãos cobertas de suor.
Felizmente todos à sua volta estavam entretidos em assuntos diversos ou bêbados demais para perceberem o seu comportamento estranho. Mas por mais que Kun fosse bom em esconder, sentiu um olhar pesar sobre si e paralisou no assento, subindo lentamente a cabeça e encontrou um Ten curioso tentando desvendar o motivo da sua agitação.
Desviou rapidamente o olhar e levantou bruscamente da mesa, se recompondo antes de avisar aos ali presentes que iria ao toalete, recebendo olhares de quase todos, incluindo Ten.
Chegando no banheiro Kun se analisou no espelho, gotas de suor se formando em sua testa e o peito subindo e descendo rapidamente. Pensou que talvez poderia ter exagerado um pouco demais na bebida para se encontrar nesse estado.
Lavou o rosto duas vezes e respirou fundo na tentativa de melhorar a sua situação, pensando nas coisas mais broxantes do mundo e evitando se olhar no espelho.
E teria funcionado, se Ten também não tivesse entrado naquele banheiro.
“Kun? Está tudo bem?”
“O chinês quase pulou de susto e mirou o seu olhar imediatamente para Ten, ainda sem conseguir formular uma frase corretamente.
Sem obter resposta, Ten se aproximou “Você estava demorando, vim checar se está tudo bem”
“Tá tudo bem!” Respondeu ainda sem fazer contato visual, soando um pouco rude aos próprios ouvidos, fazendo com que Ten chegasse mais perto dele enquanto o analisava com os olhos.
“Você não me parece tão bem assim” Tentou encontrar os olhos de Kun, sem sucesso “Algum problema?
“Não é nada… só um pouco de dor de cabeça” Parecia que quanto mais Ten se aproximava, mais Kun ficava tenso sob o olhar do mais novo.
“Sabe, você precisa relaxar mais…” Ten sorriu de lado e caminhou até parar atrás do corpo do chinês, levando as mãos até os ombros dele e massageando o local “Eu percebi o quão tenso você estava mais cedo”
Kun se arrepiou sob o toque dele, mas aceitou a massagem de bom grado “Tenso?”
“Uhum” Ten assentiu e pausou os movimentos apenas para apoiar a cabeça no ombro esquerdo de Kun olhando para ele através do reflexo do espelho “Veja essas olheiras, há quanto tempo você não tem uma boa noite de sono?”
Kun tentou ignorar a aproximação do Tailandês e se observou por um momento. Realmente faziam algumas noites que não dormia bem e o trabalho estava consumindo todo o seu tempo, então consequentemente as olheiras que ele tentava esconder com a maquiagem ainda se faziam presentes.
“Eu não sei, muito trabalho ultimamente” Respondeu desviando o olhar da própria imagem e a de Ten, focando em algum outro ponto aleatório do espelho.
“Coitadinho…” Lamentou, tirando o queixo do ombro do chinês e voltando com a massagem.
E quando Kun estava finalmente voltando a respirar normalmente, Ten abriu a boca outra vez.
“E quando foi a última vez que você fez sexo?”
Kun arregalou os olhos, Ten perguntou com tanta naturalidade que teve que raciocinar por um minuto inteiro antes de responder.
“…Por que você tá perguntando isso?”
O tailandês deu de ombros, suspirando antes de voltar a falar “Você sabe, é cientificamente comprovado que um boa transa ajuda a desestressar e dormir melhor” Ten explicou enquanto descia com a massagem até as laterais dos braços de Kun, apertando os músculos de vez em quando.
O mais velho assentiu, tremendo sob o toque e apertos, mas incrivelmente relaxado. Parecia que Ten sabia exatamente as regiões de seu corpo que estavam tensas e precisando de uma certa atenção.
“Você não respondeu a minha pergunta”
Todo o sossego que Kun estava começando a sentir, se dissipou quando Ten trouxe o assunto de volta à tona. Não que tivesse algo de errado nisso, ele só estava hesitante em responder o que Ten queria ouvir. Faziam sim alguns meses que ele não dormia com alguém, estava ocupado demais para encontros e só a ideia de baixar um aplicativo de namoro lhe dava dores de cabeça.
Mas ele precisava lidar com isso.
“Hmm, eu não sei” Respondeu com cuidado, tentando não soar estranho “Alguns… meses, talvez?”
Ten escondeu um sorriso satisfeito “Isso é uma pena, você é um partido e tanto” disse enquanto movia as mãos agilmente para o peito de Kun, massageando a região e vez ou outra descendo para o seu abdômen “Você ainda está tenso”
Se sentiu lisonjeado, as palavras de Ten iam direto para o seu cérebro e faziam seu corpo inteiro tremer. Eles estavam praticamente abraçados e Kun estava tão imerso que não tinha forças para protestar.
“Ten…” Começou mas não sabia como terminar, ouvindo um som do tailandês, incentivando-o a continuar “O que você quer aqui, afinal?”
“O que eu quero?” Ten repetiu, rindo antes de responder “Talvez eu queira a mesma coisa que você, Kun”
A verdade é que Ten percebeu os olhares de Kun sob ele durante a reunião, mas deu o seu melhor para fingir que não. Ele não sabia se poderia levar isso como interesse, até porque muito pouco se sabia sobre a vida pessoal do chinês. Parecia que nem os amigos próximos do mais velho sabiam detalhes de sua vida. Sua sexualidade por exemplo era totalmente desconhecida e ele nunca deu nem sequer pistas sobre isso, nada.
Ele era de fato uma pessoa fechada, reservada.
E isso só o deixava mais sexy.
E Ten não era inocente, não podia negar que o achava atraente. Aquele sorriso de tirar o fôlego e as roupas sociais que o deixavam curioso para saber o que havia por baixo de todo aquele tecido. Além de sua postura impecável e sempre se mostrando tão atencioso e cuidadoso com todo mundo. Ten se perguntava se Kun era assim na cama também.
“Eu não sei do que você está falando…”
Ten sorriu maliciosamente e passeou com a mão direita até a virilha de Kun, apalpando o pau visivelmente ainda duro coberto pelas roupas do chinês “Eu estou falando disso aqui”
Kun sobressaltou com o toque e desviou o olhar de Ten no espelho, apertando os olhos e fingindo não ter sido afetado.
“Os olhares na mesa, acha que eu não percebi?” O mais novo continuou com o aperto e rindo contra a orelha de Kun, se divertindo “Você não é nada discreto”
“Ten… eu-”
“Você poderia ter me pedido uma mãozinha” O tailandês voltou a falar, observando a respiração do outro vacilar. “Ou algo à mais, quem sabe…” Sussurrou a última parte.
Kun estremeceu com as falas do mais novo, Ten realmente percebeu o seu comportamento estranho mais cedo? Ele era tão óbvio assim?
Pensaria sobre tudo isso mais tarde, pois agora sua mente estava nublada com todas as sensações que Ten estava causando em si. Era como uma droga agindo diretamente em seu sistema nervoso, enviando ondas de energia para todo o corpo.
Ele não estava agindo e pensando com coerência, senão já teria afastado o meteorologista há tempos, voltado para a mesa e fingido que nada aconteceu.
“O gato comeu a sua língua?” Foi tirado do transe com Ten sussurrando em seu ouvido, sentindo o tailandês soltar uma risada com a ausência de resposta.
E quando Kun foi finalmente responder, para a sua surpresa (ou alívio) alguém entrou bruscamente no banheiro, ignorando os dois alí e cambaleando alterado até uma das cabines.
Ten se afastou como reflexo e Kun sentiu que havia prendido a respiração durante todo o diálogo entre eles, soltando um suspiro alto quando se sentiu livre das mãos do tailandês.
“É uma pena deixar você assim” Disse olhando o de cima a baixo o reflexo de Kun no espelho “Só não demora muito, ou vão achar que você está com dor de barriga.”
Kun finalmente abandonou o reflexo do outro no espelho para virar o corpo e encará-lo incrédulo, antes de Ten sorrir de canto e simplesmente sair do banheiro tão rápido quanto entrou.
O chinês sabe explicar o porquê se sentiu tão afetado, aquele banheiro pareceu se tornar um espaço minúsculo quando Ten se aproximou, tocando-o e dizendo coisas instigantes para ele. Não sabia se o tailandês estava falando sério, ou se assim como ele, o álcool tinha tomado conta de suas ações. Kun se sentiu tão tonto pela névoa de tensão que Ten deixou no ar, que mal conseguiu se aliviar sozinho.
E quando retornou à mesa, ele não estava mais lá.
Durante todo o caminho para casa dentro do táxi a sua cabeça não parou de pensar nem por um segundo nas insinuações de Ten, e no que teria acontecido se ele tivesse reagido de alguma forma.
Mas já no dia seguinte, as consequências da noite anterior começaram a se fazer presentes na rotina.
Por mais que não conversassem muito, era fato que depois do que aconteceu o relacionamento de ambos nunca mais seria o mesmo.
Kun começou a reparar mais em Ten, se distraindo enquanto o observava digitar algo em seu laptop, e admirando o quão atraente ele ficava quando aparecia na tv para dar a previsão da semana. Recebendo com frequência aquele sorriso convencido e uma piscadinha como resposta toda vez que era pego em flagrante.
Talvez o feitiço que Ten jogou em Kun tenha dado certo mesmo, de alguma maneira .
“Senhor Qian, está aí?” O âncora foi tirado de seus pensamentos por Yangyang o chamando, completamente confuso com a sua reação.
“Estou!” Soltou o ar passando a mão pela gravata preta, afrouxando-a de seu aperto.
“Eu perguntei se o senhor está pronto, entraremos ao vivo em quinze minutos” Explicou mostrando a hora em seu celular.
“Ah, claro! Estou pronto” Kun pulou do lugar que estava, voltando para dentro do camarim e dando uma conferida rápida em sua aparência antes de sair novamente, seguindo Yangyang pelo longo corredor que levava até o local das gravações.
Kun sentou em seu lugar e pegou os papéis para revisar o que seria passado no programa de hoje, ouvia pessoas conversando nos bastidores e a correria que era sempre inevitável. Foi puxado de volta para a realidade quando sentiu uma movimentação do seu lado direito, deu uma conferida discreta e constatou que era o meteorologista.
“Não precisa fingir que eu não estou aqui”
Ouviu claramente a voz de Ten e virou o rosto em sua direção por impulso, vendo o tailandês o observando enquanto bebia uma garrafa de água.
Ten estava impecável como sempre, bem vestido e posturado. Cabelo penteado para trás e um perfume cítrico que Kun conseguia sentir de longe, uma característica dele.
“Não sei do que você está falando” Respondeu voltando sua atenção para os papéis, tentando se concentrar mesmo com a presença marcante de Ten bem ao seu lado.
Ten soltou uma risada e tampou a garrafa, chegou perto de Kun e descansou uma mão na coxa do chinês “Vamos ver quanto tempo você aguenta” sussurrou no ouvido dele antes de se afastar novamente, deixando um Kun confuso e perturbando ao seu lado.
Por incrível que pareça o primeiro bloco do programa foi tranquilo, Ten estava fazendo um ótimo trabalho e todos no estúdio (incluindo Kun) pareciam animados com o desempenho do meteorologista.
As coisas começaram a ficar estranhas no segundo bloco, após os comerciais.
Kun iria falar sobre a inflação e notícias mais importantes, mas quando ele começou a entrar no assunto, sentiu novamente a mão de Ten sob sua coxa.
Sentiu o corpo travar imediatamente, limpando a garganta na tentativa de disfarçar a sua reação e deu continuidade às notícias, até que sentiu novamente a mão do tailandês agora subindo agilmente para a sua virilha e logo massageando o seu pau.
Kun estava praticamente suando frio, agradecendo a todos os deuses por aquela mesa os cobrir completamente da cintura pra baixo, porque era evidente o quão afetado estava com a ação de Ten.
Assim que o chinês terminou de falar, Ten removeu a mão, se levantando para finalmente dar a previsão do tempo e finalizando o programa normalmente ao se despedir do público. O chinês só pôde o observar incrédulo enquanto tentava normalizar a respiração, ainda pensando no que tinha acabado de acontecer.
Quando o programa acabou, alguns funcionários cercaram Ten o parabenizando pelo bom trabalho e a alta audiência, chamando todos para beber mais tarde. Kun até pôde perceber alguns homens e mulheres agindo com segundas intenções, mas isso não era de sua conta.
Kun esperou pacientemente até que a multidão se dispersasse e foi de encontro ao tailandês que estava organizando alguns papéis, agarrando sem força o seu pulso e murmurando baixinho um “Precisamos conversar.”
Sem esperar por qualquer resposta, o chinês arrastou Ten até o seu camarim e trancou a porta, se irritando ao virar para o meteorologista e ver um sorriso em seus lábios.
“Você enlouqueceu?” Kun perguntou olhando para o mais novo.
“Eu não sei do que você está falando” Retrucou tombando a cabeça um pouco para o lado, ainda sorrindo.
Kun suspirou e massageou as têmporas, sabia exatamente o que Ten estava tentando fazer e não entraria naquele jogo outra vez.
“Isso é muito sério, Ten” Falou baixinho “Estávamos ao vivo para todo o país, e se alguém tivesse percebido?”
Ten fitou os olhos de Kun antes de soltar uma risada “Ah, é disso que você está falando” Sorriu, chegando mais perto do chinês que não recuou “Pensei que tivesse gostado, com base na sua reação” Levou a mão até o peito de Kun e desceu com ela, sendo parado apenas quando a aproximou da virilha do mais velho.
“Ten, por favor…” O mais velho pediu segurando o seu pulso mas não o parando, a mão do tailandês agora massageando superficialmente o membro acordado de Kun por baixo do tecido das roupas sociais.
Ten sorriu e aproximou o rosto, fazendo questão de perguntar arrastado “Por favor, o que?”
Até esse momento o chinês já tinha se controlado o máximo que podia e parecia que algo dentro de si explodiria a qualquer momento. Seu corpo travando uma batalha contra a sua mente, o desejo se separando da ética. E honestamente Kun tentou, mas foi muito mais forte do que ele.
Perdendo toda paciência e autocontrole, Kun virou Ten bruscamente e o cercou contra a porta. Ouviu um grunhido de dor acompanhado do olhar surpresa do tailandês, que sumiu quando o mais velho finalmente diminuiu a distância de seus rostos com um beijo. Foi muito superficial, um selinho. Mas a intensidade colocada por Kun deixou ambos os garotos sedentos por mais.
Kun se afastou lentamente e encarou o mais novo por um momento antes de ser puxado novamente para outro beijo. Ten agarrou o chinês pela gola de sua camisa, pedindo passagem com a língua que foi prontamente concedida. Kun não sabia onde pôr as mãos, sendo devorado pelo mais novo, sentindo a maciez de seus lábios e o seu gosto igualmente irresistível.
Estava tão hipnotizado com o beijo que não percebeu Ten caminhando com ele até que seus calcanhares batessem em algo, desconectando os lábios quando foi empurrado para sentar no largo sofá de seu camarim, recebendo Ten em seu colo logo em seguida.
“Pra quem estava reclamando há poucos minutos, você parece estar bem animadinho” Disse o tailandês bem rente ao rosto do outro, quase como um sussurro, dando leves reboladas bem no membro ainda coberto do mais velho “O que você acha de parar com esse teatrinho e me foder logo?”
A expressão no rosto do chinês mudou completamente, como se os seus sentidos estivessem desligados até o momento e somente agora, após a fala de Ten, tivesse recuperado a consciência. Kun puxou o mais novo para perto e conectou os lábios mais uma vez, segurando a cintura dele com as mãos na medida que o incentivava a continuar rebolando, deixando alguns apertos na região.
Ten ficou surpreso mas muito satisfeito com a atitude de Kun, intensificando os movimentos e mordendo o lábio dele durante o beijo. Estava conseguindo o que queria e eles mal haviam começado.
“Finalmente” Brincou separando as bocas enquanto encarava os olhos do chinês repletos de luxúria, prosseguindo quando não obteve uma resposta verbal “O gato comeu a sua língua?”
Kun arqueou uma sobrancelha com o tom provocativo da pergunta de Ten, sentindo o próprio membro já duro provavelmente manchando a sua cueca. Sempre soube separar muito bem as coisas e apesar dos olhares que eram direcionados a si, nunca havia dormido ou dado em cima de ninguém do trabalho. Dispensava educadamente aqueles que tinham outras intenções, mantendo um bom relacionamento com todos e priorizando ao máximo um ambiente acolhedor na emissora.
Ele só não esperava que cederia tão fácil aos encantos do meteorologista.
Estava completamente rendido aos seus toques, o sabor da boca dele na sua, a fricção gostosa que a bunda dele fazia bem em cima do seu pau… e não haviam feito nada demais. Ainda.
Saiu de seu pequeno transe com um sorrisinho nos lábios, segurou Ten pelas coxas e ficou de pé com ele no colo apenas para inverter as posições, deitando o tailandês e ficando por cima dele no sofá. Aproveitou para observar mais de perto o rosto do dele, seus olhos brilhando de desejo enquanto a boca, com um tom avermelhado devido ao beijo, permanecia entreaberta na tentativa de controlar a respiração já alterada.
Ten era um mar de sensualidade na qual Kun teria o prazer de se afogar.
Quebrou o contato visual apenas para se inclinar até ficar com a boca rente ao ouvido do meteorologista, organizando rapidamente os pensamentos antes de finalmente lhe dar a resposta verbal que tanto queria.
“A minha língua está bem aqui bebê, não se preocupa” Soltou um sorriso soprado e deixou um beijo molhado na mandíbula do garoto, que quase gemeu com o apelido repentino “Só estou tentando decidir onde devo usá-la primeiro”
Kun sorriu sacana contra a pele quente de Ten, continuando com os beijos e mordidinhas em sua mandíbula e pescoço. Quando começou a ouvir suspiros vindo da boca do meteorologista, levou a mão livre até o peitoral dele para acariciar e apertar a região mesmo que por cima das roupas que usava.
“Kun…” Chamou pelo nome do chinês sem saber exatamente o que dizer, ouvindo um resmungo do outro como resposta. Estava ficando louco com o comportamento do mais chinês, quase arrancando a sua roupa e a dele e implorando para que o rapaz enterrasse fundo em si, o fazendo chorar de prazer. Todavia não queria apressar demais as coisas e nem parecer um desesperado (mesmo que já estivesse como um), aceitaria de bom grado tudo que o âncora tinha para lhe oferecer. Seria mentira se ele dissesse que não desejava ter essa intimidade com Kun, se lembra de ter acordando várias vezes no meio da madrugada com gotas de suor em sua testa e o pau duro entre suas pernas só por ter sonhado com ele.
Eles não eram tão próximos assim, admirava a beleza e o talento do chinês com a sua função, mas nada além disso. Nunca havia tentado nada com Kun porque ouvia os colegas comentarem sobre o quão profissional ele era, nunca se relacionando com ninguém da emissora e recusando cuidadosamente aqueles que ainda assim arriscavam algo com ele. Teve uma grande surpresa quando o encontrou naquele estado no banheiro do bar, a relação de ambos mudando drasticamente após aquela noite.
“Ten, você tem certeza que quer fazer isso?” A voz de Kun o fez ser tirado de seus pensamentos, percebeu que o chinês perguntava com o semblante sério mas visivelmente afetado pelos acontecimentos anteriores “Preciso saber se você quer levar isso comigo até o fim”
Sorriu terno com a pergunta do chinês, sentindo o coração esquentar mesmo no cenário que estavam. Ao invés de responder empurrou o corpo do outro até que pudesse se sentar minimamente, frente à Kun que tinha uma expressão confusa no rosto. Não demorou muito para afundar os dedos nos cabelos dele e o beijar profundamente, invadindo a boca do chinês com a sua língua e chupando a dele com gosto, arrancando pequenos gemidos de satisfação do mais velho. Quando o ar fez falta, mordeu o lábio dele antes de se separar do ósculo, deixando um Kun atordoado tentando adivinhar os seus pensamentos.
“Isso responde a sua pergunta?” Perguntou retoricamente, sorrindo enquanto acariciava os cabelos da nuca dele que ainda estavam entre os seus dedos.
Kun piscou algumas vezes e concordou com a cabeça, imitando o sorriso do outro. “Então se é assim, devemos começar logo” Disse rente ao rosto do meteorologista, conectando mais uma vez as bocas em um beijo afoito. Sem se afastar do contato, Kun levou as mãos até a jaqueta que Ten usava, a retirando com a ajuda deste. Logo desabotoou um por um os botões de sua camisa social, a retirando por completo e revelando a pele branquinha do mais novo. Ten por sua vez se permitiu passear com as mãos pelo peito do âncora, parando na gravata azul oceano que este usava e tentando removê-la cegamente, desfazendo o nó e a deixando de lado em algum lugar.
Kun separou as bocas apenas para deitar Ten no sofá outra vez, lhe dando um selar antes de descer com os olhos pelo corpo dele. Ficou surpreso ao ver tatuagens decorando a pele do mais novo, alguns desenhos no braço e uma meia lua estampada bem entre o seu peito. Levou mais tempo do que deveria admirando a visão, o que fez Ten soltar um sorriso soprado, sabendo que aquilo havia mexido com o chinês.
Não demorou muito para chegar mais perto do peito de Ten, deixando alguns beijos molhados ao redor antes de finalmente dar uma lambida quase que experimental no mamilo marrom, arrancando do meteorologista um gemido mais alto do que os anteriores. Não pôde perder a chance de também lamber a tatuagem recém descoberta, sua outra mão trabalhando no outro mamilo dele. E assim ficou Kun por alguns longos minutos, alternando entre chupar, lamber e morder a pele do mais novo que respirava cada vez mais pesadamente.
Quando Kun se deu por satisfeito, desceu com os beijos pelo seu abdômen, desfazendo o seu cinto e abaixando a calça que o outro usava. No momento em que estava prestes a tirar a cueca dele, Ten foi mais rápido e empurrou Kun pelos ombros até que estivesse por cima deste.
“Antes de qualquer coisa” Começou o tailandês, levando as mãos para tirar o cinto de Kun e logo puxando a sua calça agilmente “Eu vou te chupar”. O tailandês possuía um sorriso maldoso no rosto, contrastando demais com as feições angelicais e a voz doce.
Kun apenas concordou com a cabeça, abrindo mais as pernas para que o outro pudesse se encaixar melhor entre elas. Ten abaixou a cueca dele sem rodeios, sentindo a boca salivar quando o pau do mais velho saltou para fora quase encostando em seu queixo. Segurou o membro dele com uma mão fazendo movimentos de vai e vem, passando o polegar em sua glande e espalhando um pouco do pré gozo por todo o seu comprimento.
Não demorou muito para levar os lábios até a cabecinha e dar algumas lambidas de gatinho, abrindo mais a boca para acomodar o membro dele. Ten subia e descia a cabeça em movimentos lentos, enquanto ouvia o outro gemer baixinho abaixo de si.
“Porra…” Se permitiu xingar enquanto observava o garoto o chupar com tanta vontade, a boca quente dele acomodando a sua intimidade tão bem. Levou uma mão para os cabelos dele e agarrou os fios, guiando os movimentos quase como se estivesse fodendo a sua boca, o tailandês soltando alguns grunhidos que só deixava tudo mais gostoso.
Ao perceber que não aguentaria muito tempo naquele estímulo, Kun afastou o rapaz pelos cabelos e sorriu com os dentes “A sua boca é tão boa, bebê…” Soltou o cabelo do mais novo e levou a mão até a sua bochecha, acariciando “Mas não é nela que eu quero gozar”
Ten sorriu mais ainda com a fala do mais velho, erguendo o corpo para tirar as últimas peças de roupa que restavam. Kun observava atentamente enquanto ele se despia, o puxando para mais um beijo acalorado enquanto invertia as posições outra vez.
“Espera” Disse Kun se afastando do beijo “Eu esqueci de mencionar que não tenho preservativos aqui… desculpe” Explicou um pouco envergonhado, evitando os olhos do tailandês.
Ten soltou uma risadinha com a expressão no rosto do mais velho “No bolso esquerdo da minha jaqueta” Kun voltou o olhar para Ten, que ainda mantinha um sorriso.
Procurou pela jaqueta de Ten no chão e quando a encontrou, não demorou para enfiar a mão no bolso indicado por ele em busca do objeto. Logo puxou quando sentiu algo, retirando de lá dois preservativos e um pequeno frasco de lubrificante.
Olhou para os objetos em sua mão e depois para Ten, surpreso com a descoberta. Usaria isso ao seu favor mais tarde.
“Abre as pernas pra mim” Tocou levemente o joelho do tailandês enquanto falava, sendo obedecido quase de imediato. Deixou os preservativos de lado e abriu o frasco de lubrificante, despejando uma quantidade generosa na entrada do outro que resmungou com o contato do líquido gelado em sua pele.
Lançou um olhar para Ten antes de o tocar mais intimamente, recebendo uma permissão silenciosa do mais novo. Levou o indicador até a sua entrada sem penetrar, apenas espalhando o lubrificante e fazendo um estímulo gostoso próximo ao seu períneo. Quando o meteorologista ia abrir a boca para dizer algo, Kun começou a forçar o dedo lentamente para dentro, arrancando um gemido baixo do garoto. Inseriu mais um dígito sem muita dificuldade, realizando movimentos de tesoura em um vai e vem torturante demais para Ten. Agarrou o membro esquecido do garoto e começou uma masturbação lenta que fez Ten levar o punho para a própria boca, mordendo-o na tentativa de não fazer muito barulho.
Kun mentiria se dissesse que não estava se divertindo com a situação, ver Ten se contorcendo e gemendo baixinho abaixo de si enquanto seu rosto e peito ficavam cada vez mais corados, era realmente uma vista maravilhosa. Poderia gozar apenas observando as suas reações, sentindo-o apertando seus dedos.
“Você é tão lindo” Deixou escapar e pôde ver um sorriso se formar no rosto de Ten. Amava quando ele fazia isso, observava o mais novo de longe quando estava em seus momentos mais descontraídos e sentia vontade de dizer as coisas mais bobas apenas para poder ver aquele sorriso mais vezes.
“Kun” Tirou o punho da boca e chamou pelo mais velho, tentando manter os olhos abertos para falar com ele, que já o observava “Me fode logo, por favor…”
“Mas eu já estou fazendo isso” Respondeu sorrindo, sabia exatamente o que o Ten estava pedindo mas decidiu provocar um pouco também “O que mais você quer?”
Ten revirou os olhos com a pergunta dele, respirando fundo tentando controlar o próprio corpo com os estímulos recebidos pelo mais velho. “O seu pau” Se deu por vencido com as provocações dele, precisava tanto disso que sequer vacilou ao responder.
O chinês deixou um beijo na testa de Ten, parando com a masturbação e retirando os dedos dele. O mais novo soltou um grunhido sentindo falta de algo o preenchendo, mas sabia que logo valeria a pena
“Fica de quatro” Pediu ainda com os olhos no mais novo e um sorriso nos lábios, dando duas batidinhas na coxa dele como incentivo. Ten não hesitou e fez o que foi pedido, virando o corpo e ficando apoiado entre os cotovelos. Empinando a bunda e se mostrando para o chinês sem nem um pingo de vergonha.
Kun observou a bunda do garoto com fome nos olhos, pegando o preservativo e abrindo antes de o colocar em si. Despejou mais do lubrificante no próprio pau e na entrada de Ten, demorando um tempo ali ao ver o rapaz arquear o corpo levemente.
“Sinceramente, ainda estou um pouco surpreso” Começou a falar, apertando a bunda exposta “Então você tem o costume de andar pra cima e pra baixo no trabalho com preservativos e lubrificante no bolso, é isso mesmo que eu entendi?” O meteorologista abaixou a cabeça, gemendo baixinho completamente afetado com a fala dele.
“Ou você tava guardando isso só pra mim?”
Ten sentiu que poderia morrer com as coisas que saiam da boca de Kun, tão certeiro. Sempre soube que ele era bom com as palavras mas não imaginava o quanto, talvez ele tivesse se enganado com a pose mais tímida dele e agora estava pagando o preço.
Um preço muito bom por sinal.
Foi retirado de seus pensamentos por um estalo alto e uma queimação gostosa vindo de sua bunda. Desequilibrou um pouco o corpo com o impulso, tendo os quadris segurados pelo chinês que o mantinha na mesma posição. Foi só então que ele percebeu que havia levado um tapa.
“Não vai me responder?”
Sentiu-se incapaz de pronunciar qualquer palavra no momento, a voz do âncora entrava em seus ouvidos e pesavam o seu cérebro transformando-o em gelatina. Engoliu em seco e respirou fundo. Estava tão perto de conseguir o que queria, não iria jogar isso fora.
“É só pra você” Começou a dizer, sentindo a mão do mais velho acariciando o local antes estapeado “Eu trouxe essas coisas pensando em você” Soltou o ar dos pulmões, queria ver o rosto do outro naquele momento mas a posição não o favorecia.
O chinês sorriu satisfeito com a resposta dele. Sabia que Ten havia planejado essa situação desde o início, mas ouvir a confissão sair da boca dele era algo totalmente diferente. Se abaixou até a altura da coluna do garoto e deixou um selar ali, depois indo até bem próximo de sua orelha para sussurrar “Era isso que eu queria ouvir”
Ten virou o rosto e capturou os lábios de Kun em um ósculo desajeitado por conta da posição de ambos. Gemeu e desconectou as bocas quando sentiu o membro do mais velho pincelar a sua entrada, ameaçando entrar mas não o fazendo.
“Para de provocar…” pediu o tailandês, soltando um suspiro de frustração.
“Desculpa” Riu baixinho contra a orelha de Ten e deixou um selar carinhoso na bochecha do mais novo “Me diga se algo incomodar você”.
Ouvir essas palavras saírem da boca do chinês junto do gesto carinhoso fez Ten corar, como se de repente tivesse se lembrado que estava nu e com a bunda exposta para ele. Percebeu há um tempo que Kun causa esse efeito nas pessoas, quase como um encanto. Gentil demais, sensual demais, real demais. Qualquer um que conversasse com ele por mais de 10 minutos ou apenas o observasse em segredo, como Ten fez por um bom tempo, estaria completamente admirado pelo rapaz.
O tailandês sentiu quando uma das mãos de Kun foi de encontro ao seu próprio membro esquecido, iniciando uma masturbação gostosa enquanto finalmente começava a se forçar para dentro do garoto. Ten gemeu um pouco mais alto com a invasão, a mão do chinês trabalhando muito bem enquanto beijos e mordidas eram deixados na curva do seu pescoço, tornando tudo mais quente.
Kun ficou imóvel por um tempo quando entrou por completo, só começando a se movimentar quando percebeu Ten empurrando o quadril em sua direção, buscando por mais contato. Deixou uma mordida no ombro do meteorologista e um beijo na nuca dele, erguendo o corpo para ir mais rápido.
Admirou por um momento a visão de Ten abaixo de si, a pele da coluna imaculada como uma tela pronta para ser pintada, cabelos macios desgrenhados espalhados pelo sofá enquanto mantinha a cabeça baixa na tentativa de segurar os gemidos.
Era simplesmente perfeito, se perguntou como não havia tentado nada com o garoto antes. Por qual motivo reprimiu por tanto tempo esse desejo que tirava seu sono e o fazia acordar com um probleminha para resolver. A verdade é que pensava nisso mais do que deveria. Estar com ele dessa forma não era a única coisa que se passava pela sua cabeça, queria tê-lo em todos os sentidos. Sorrir com ele, trabalhar ao seu lado, escutar tudo o que ele tem para dizer.
Kun nunca se considerou uma pessoa intensa, sabia bem o que queria e o que não queria e era difícil alguém conseguir mudar a sua opinião. Mas era isso que Ten causava nele, era diferente e não tinha pra onde fugir.
Por mais absorto que estivesse em seus próprios pensamentos, voltou à realidade focando em satisfazer o garoto à sua frente. Apertou a cintura dele e acelerou os movimentos, os gemidos de Ten soando cada vez mais altos conforme Kun o fodia com vontade.
“Você é tão bom, tão quente…” O chinês elogiou, sorrindo enquanto buscava ir mais e mais fundo “Desse jeito eu vou acabar viciando em você, Ten”.
Ten mordeu o lábio inferior com as falas do mais velho, soltando um som mais alto que todos os outros quando sentiu a sua próstata ser atingida. Kun soube exatamente o que tinha acontecido e permaneceu naquele mesmo ponto, descendo o corpo até estar próximo ao ouvido dele outra vez.
“Eu adoro ouvir você, mas não esqueça que não estamos sozinhos aqui”
Ten engoliu um gemido ao ouvir o mais velho, as estocadas ficando mais certeiras e quando percebeu que logo estaria próximo, chamou pelo mais velho com uma ideia na cabeça.
“Kun, espera” Disse virando o rosto para tentar ver melhor o outro, que parou imediatamente com os movimentos e o encarou com curiosidade .
“Tá tudo bem?” Perguntou analisando a expressão do mais novo, as mãos que antes apertavam a sua cintura agora deixavam um carinho na região.
“Sim…” Sorriu concordando com a cabeça, achando adorável a preocupação do mais velho consigo. Estava sendo incrível sentir o peso de Kun sob o seu corpo e os apertos em todos os lugares que aquelas mãos conseguiam tocar, mas havia algo que Ten queria muito. Desejava desde o dia em que provocou o chinês naquele banheiro pouco iluminado, e talvez essa fosse a hora de ir atrás.
“Eu quero sentar em você”
Kun levou alguns segundos para reagir, ouvir Ten dizer aquilo com a voz banhada de luxúria, causou algo dentro de si. Como se tivesse levado um choque e gostado da sensação, querendo se afogar no prazer que só o meteorologista estava sendo capaz de lhe proporcionar.
Sorriu afastado os pensamentos e se retirou de Ten com cuidado, recebendo um olhar de reprovação do mais novo. Se acomodou no sofá com a mesma expressão convencida no rosto e deu algumas batidinhas na própria coxa, chamando a atenção do tailandês “Então o que você está esperando?”
Ten sorriu com os dentes com a atitude do âncora, levantando o corpo apenas para se acomodar sentado nas coxas do outro. Segurou a nuca do mais velho e o puxou para um beijo, envolvendo a língua na dele sem nenhuma restrição, devorando o rapaz que apertava a sua cintura com uma certa possessividade. Lentamente, levou uma mão até o membro do mais velho abaixo de si e o masturbou algumas vezes antes de finalmente o acomodar por completo, desconectando as bocas para segurar um gemido enquanto apertava os olhos no processo.
Kun observou a cena com admiração. O cabelo bagunçado do tailandês com alguns fios da franja suada grudados em sua testa, as bochechas coradas e os lábios avermelhados de tanto morder… Cada pequeno detalhe em Ten era perfeito, como se todas essas as coisas fossem minimamente calculadas para formar o garoto, sem exagerar ou faltar. Pensou por um momento que talvez Ten pudesse se dar bem seguindo a carreira de modelo ao invés da atual, mas logo se repreendeu só de imaginar que outras pessoas poderiam ver o que só ele estava vendo agora. Os detalhes esquecidos por alguns que ele tinha o prazer de admirar naquele momento.
Foi retirado de seus pensamentos quando Ten começou a se mover em seu pau, subindo e descendo de forma tortuosa enquanto sorria olhando para ele “No que você está pensando?” perguntou por impulso, apoiando os braços no ombro do chinês.
“Em você” respondeu sincero, sorrindo de volta para o garoto que continuava sentando lento “Mais especificamente no quão lindo você é…” percebeu o tailandês diminuindo mais ainda os movimentos, prestando atenção no que o mais velho estava dizendo. Aproximou o rosto até ficar com os lábios bem próximos ao ouvido dele, sussurrando como se contasse um segredo para o rapaz “E no quão sortudo eu me sinto por estar assim com você.”
Ten arregalou um pouco os olhos com a declaração, surpreso e sem saber o que responder. Ele estava acostumado a ser elogiado por homens e mulheres por onde andava, mas as palavras de Kun chegaram aos seus ouvidos de forma tão sincera e intensa que de repente se sentiu tímido, vulnerável.
Desistiu de tentar formar qualquer resposta à altura do mais velho e simplesmente o beijou. O chinês notou que esse beijo foi diferente dos outros que havia recebido de Ten, como se a tensão sexual tivesse se dissipado por um momento deixando apenas a admiração que sentiam um pelo outro. Kun gostou disso.
O beijo foi inevitavelmente se aprofundando, as mãos do chinês na cintura de Ten o auxiliando com os movimentos que agora possuíam um ritmo mais frenético. O mais novo gemia baixinho enquanto o Kun metia fundo em si, até que uma investida certeira o fez soltar um som mais alto do que os outros, o que fez o mais velho sorrir em resposta. Ten imediatamente levou uma mão até a própria boca na intenção de abafar os gemidos seguintes, quase morrendo de susto quando ouviu alguém bater na porta do camarim.
“Kun-ge, está tudo bem?” Era Yangyang outra vez, sua voz distante devido a barreira entre os cômodos. Ten olhou assustado para Kun que diminui drasticamente as investidas, respirando fundo para responder o Staff.
“Estou bem, apenas resolvendo uma coisa importante” Piscou para o tailandês que corou com a resposta, sabendo que ele era essa tal coisa importante.
“É que você já está aí há um tempo e o pessoal está te procurando, querem te chamar para beber com eles…” Disse a última parte um pouco mais baixo, esperando pela esposta do âncora.
“Avise que eu não poderei ir, estou ocupado” Respondeu simples, deixando alguns selares no pescoço do tailandês que mordia os lábios, se segurando para não mandar o garoto atrás da porta ir embora de forma impaciente.
“Tudo bem” Assentiu e pegou o celular que tocava no bolso, prestes a atender quando uma última pergunta saiu de sua boca “Aliás, você viu Ten por aí? Não o encontro em lugar algum”
Kun quase soltou uma risada com a pergunta, Ten com os olhos arregalados enquanto tentava não respirar muito alto para não ser pego.
“Eu não o vi” Respondeu com um sorriso no rosto, piscando para Ten que o repreendeu com o olhar.
“Ok, boa noite e nos vemos amanhã!” Disse o loiro antes de atender o telefone e sair em passos apressados, deixando os rapazes sozinhos outra vez.
“Você acha que ele desconfiou de alguma coisa?” Ten perguntou, rindo desacreditado no que tinha acabado de acontecer.
O chinês sorriu com a pergunta dele, deixando um selar rápido em seus lábios “Não se preocupe com isso” desceu com os beijos até o pescoço de Ten, ouvindo um resmungo do rapaz como resposta. “Onde paramos?” subiu o rosto novamente para sussurrar no ouvido do tailandês, mordendo o lóbulo de sua orelha.
Ten quase soltou um gemido com a pergunta de Kun, arrumando a postura no colo dele que suspirou pesado com a movimentação, maltratando a pele macia da cintura do tailandês.
“Eu te mostro” sorriu diabolicamente para Kun, o puxando para outro beijo enquanto voltava a subir e descer em membro. Kun admirou a expressão de prazer no rosto de Ten, intensificando o aperto em sua para ser mais certeiro com as estocadas.
O meteorologista imediatamente envolveu os braços no pescoço de Kun e ergueu o rosto para cima, segurando alguns gemidos que poderiam soar altos demais em outra ocasião. Kun não perdeu tempo quando viu o peitoral do mais novo amostra, levou a boca até o mamilo que continha a tatuagem (algo que ele estava particularmente obcecado) e começou a chupar e morder na medida que se afundava no garoto.
Ten gemeu um pouco mais alto e agarrou os fios da nuca de Kun quando uma investida certeira atingiu o seu ponto doce, arrancando um sorriso convencido de Kun que observava Ten com admiração. Passou a focar atingir aquele lugar em especial mais e mais vezes, levantando o rosto apenas para levar uma mão até o membro esquecido de Ten, tocando-o combinando com as estocadas.
“Kun, desse jeito eu não vou aguentar…”
A verdade é que Kun também estava muito perto, desejava o rapaz há tanto tempo que sentia cada mínimo toque dele arder e gelar em sua pele. Passou pela sua cabeça se Ten se sentia da mesma forma, mas não iria perguntar.
“E quem disse pra você se segurar?” Respondeu antes de roubar um breve selar dos lábios do garoto, continuando nesse ritmo intenso com direito a apertos, arranhões e mordidas até que tudo se tornou demais para Ten, que afundou o rosto na curvatura do pescoço de Kun segurando os gemidos mais altos enquanto gozava em sua mão.
Não foi necessário muito mais tempo para Kun vir também, alguns beijos molhados eram deixados em seu pescoço por um Ten ofegante que fazia questão de contrair o seu interior, esmagando o pau do chinês. Jogou a cabeça para trás quando atingiu o clímax, gemendo baixo quando Ten continuou com os movimentos para prolongar o prazer de Kun.
Quando o chinês finalmente conseguiu normalizar um pouco a respiração, sorriu para Ten que tentava fazer o mesmo com as bochechas coradas. De repente sentiu vontade de beijá-las, mas não o fez. Ao invés disso Ten o beijou. sem língua dessa vez, apenas sentindo a maciez dos lábios um do outro.
Kun foi o que encerrou o ósculo, saindo de Ten que imediatamente descansou as costas no sofá espaçoso. Kun não demorou muito para fazer o mesmo, levantando preguiçosamente para ir ao banheiro onde retirou o preservativo e o jogou na lixeira. Fez uma nota mental para tirar o lixo ele mesmo antes sair, para evitar que alguém faça isso no dia seguinte e rolem boatos pelo escritório.
Voltou para Ten com alguns lenços húmidos e outros secos, sorrindo um pouco tímido para ele antes limpar o abdômen do garoto. Ten apreciou o cuidado de Kun, abrindo os olhos que antes descansavam apenas para devolver o sorriso para chinês.
Deitou um pouco espremido ao lado de Ten assim que descartou os lenços, aproveitando que o tailandês estava com os olhos fechados para observar o seu rosto ainda corado mas sereno, demorando o olhar nos lábios inchados dele, se segurando para não o beijar agora que a tensão não se faz mais presente. Sentiu que precisava falar alguma coisa, mas não encontrou as palavras adequadas. Temia dizer algo que acabasse com o clima ou que fizesse Ten pensar que ele é do tipo que se apaixona em uma noite. E isso não era verdade, ele não estava apaixonado. Mas estaria mentindo se dissesse que foi só mais uma transa aleatória, havia algo de diferente, e ele desejava não ser o único que sentiu isso.
“Você ficou quieto de repente” Ouviu Ten dizer em tom zombeteiro, assustando Kun que subiu o olhar para o tailandês que já o observava com curiosidade e um sorriso nos lábios “No que está pensando?”
Kun desviou o olhar apenas por alguns segundos, poderia inventar qualquer coisa para responder naquele momento mas não conseguiu. Não adiantava mentir, não tinha pra onde correr. Os olhos de Ten fixos nos seus fazia querer ser sincero com ele, dizer o que pensa sem restrições. E foi isso o que ele fez.
“Em beijar você”
“Você já beijou, algumas vezes na verdade” Ten balançou a cabeça ainda sorrindo pra Kun, que o fitava com seriedade no olhar.
Kun levantou o tronco e se apoiou em um dos cotovelos para olhar Ten de cima, o sorriso do tailandês diminuiu com a movimentação repentina, curioso com essa ação do mais velho. Kun levou uma mão receosa até o rosto de Ten, onde fez um carinho com o dedão na tez da bochecha macia, descendo delicadamente com as pontas dos dedos para os lábios do garoto. Seus olhos se mantinham fixos em cada lugar que tocava no rosto dele, como se estivesse estudando os seus traços para se recordar depois.
“Kun, o que…” Ten começou mas foi interrompido pelo dedão o chinês que o silenciou, a confusão em seu olhar contrastava com a expressão tranquila no rosto do mais velho.
“Posso te beijar outra vez?” Ten não respondeu, apenas inclinou o rosto até seus lábios se encontrarem com o do mais velho em um beijo simples, sem língua ou provocações para uma suposta segunda rodada. Apenas se saboreando enquanto curtiam a presença um do outro.
Qualquer pessoa que visse essa cena diria que Kun e Ten já fizeram isso antes, muitas vezes, e que talvez até já fossem um casal estabelecido. E essas suposições não estariam tão erradas assim.
Quando terminaram de se vestir e limpar os vestígios que poderiam indicar que algo havia acontecido no camarim, Kun perguntou relutantemente se o tailandês tinha algum compromisso para aquela noite. Ten respondeu de prontidão que não, e acabou recebendo um convite para jantar na casa de Kun, que não ficava muito longe dali.
O jantar foi agradável, ambos os garotos repletos de energia para saber mais um sobre o outro enquanto curtiam as suas companhias. Não foi necessário mais do que uma taça de vinho para as coisas esquentarem novamente, e lá estava Kun fodendo Ten como se a sua vida dependesse disso.
E após um tempo começou a realmente depender.
Os encontros passaram a serem mais frequentes e o sexo definitivamente era bom, claro que tudo muito bem escondido dos olhos curiosos da mídia. Eles definitivamente estavam nisso, e Kun nunca ficou tão feliz por trabalhar ao lado de Ten.
A primeira declaração veio de Ten, aconteceu em uma noite qualquer enquanto observava Kun dormir confortável ao seu lado. “Acho que me apaixonei por você” Saiu como um sussurro baixo seguido de um beijo delicado na testa do chinês.
Kun não teria escutado se estivesse mesmo dormindo, levou algum tempo para digerir que o que ouviu foi real.
Kun não disse nada no dia seguinte, e nem na semana que se passou. Ten não fazia ideia que o mais velho já sabia de seus sentimentos e a vida seguiu normal para eles, até o aniversário de Ten. Kun preparou com certa dificuldade um menu pensado no tailandês, seguido de um bolo sem frutas porque sabia que ele as odiava.
Não conseguiu esperar que terminassem de comer o bolo para finalmente dizer o que tanto queria há cerca de duas semanas, pegando o mais novo de surpresa com uma simples frase “Eu te amo”. Ten parou de mastigar e olhou paralisado para Kun com a boca cheia de bolo, fazendo o chinês rir achando adorável a sua reação.
Após quase 15 minutos de conversa com direito a lágrimas involuntárias que escorreriam pelo rosto de Ten se Kun não as tivesse impedido, eles se beijaram da forma mais romântica e dramática que podiam e fizeram amor.
Kun riu soprado após um tempo em silêncio deitado abraçado com seu mais novo namorado, fazendo Ten o encarar com curiosidade “Do que está rindo?”
“Estava pensando em como viemos parar aqui” Respondeu com nostalgia e um pouco de graça em sua voz “Você foi bem atrevido, sabe, naquela época…”
“Eu precisava chamar a sua atenção de alguma forma!” Ten revirou os olhos em brincadeira dando um empurrão de leve no ombro do chinês, que riu mais ainda, puxando-o de volta para perto em um abraço mais apertado.
“Você sempre teve a minha atenção”