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Let The Light In

Chapter 4: Capítulo 4

Summary:

James sendo gay, Regulus fazendo gente assustadora ficar mansinha e migalhas de wolfstar
apresentando gente nova também!!

Notes:

Olaaaa, olha quem voltou :D mais um capítulo pra vcs meus lindos. (Menção especial para minha amiga, que todo dia me importunava pedindo atualização)
TW: não sei se pode ser considerado, maaaas, regulus é tratado no pronome feminino algumas vezes no final do capítulo, já que sirius não sabe que ele é um garoto ainda. Mas é só isso.

Aproveitem.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Talvez James fosse um homem que agia antes de pensar, e só talvez ele se arrependa rapidamente de decisões como essa que acabou de tomar. Levar Regulus para o bar “O Patinho Fofo” era essa decisão.

Inicialmente tudo o que o Potter queria era sua mochila de volta logo, queria assustar o loiro para que ele desistisse disso tudo e voltassem para a torre e dar continuidade com o seu roubo. Ele é muito frouxo por desistir da ideia no meio do caminho e não ter coragem de impedir Regulus de entre no bar por que vai fazer com que ele pareça um idiota?

— James? — uma mão passa na frente de seus olhos — Vamos entrar ou não?

Porra. Como ele consegue ser tão lindo?

— Vamos, claro. — Ele reúne toda a sua coragem e abre a porta rapidamente — Garçom! Queremos a sua melhor mesa!

E o arrependimento foi instantâneo. Ao ver todos aqueles homens selvagens olhando para si (e algumas mulheres também), James sentiu a força de suas pernas irem embora. Com uma das mãos nos ombros de Regulus, ele caminha para dentro do estabelecimento, percebendo que o loiro também tremia, o braço medianamente levantado segurando a frigideira.

— Tá sentindo esse cheiro loirinho? Uma metade é futum de macho, e a outra é macho cheio de futum. Me lembra sovaco de bode — disse tentando manter a pose. O garoto não respondeu, se virou assustado ao sentir alguém pegar o seu cabelo.

— Que cabelão hein... me dá umas dicas de hidratação? — Diz uma mulher com o cabelo curto tingido de loiro, seus olhos eram azuis. Usava calças de couro e botas, junto de uma regata que deixava suas tatuagens expostas.

— É, ele ta deixando crescer — Parando para olhar melhor para a mulher, ela tinha... sangue no cabelo? — Tem sangue no seu cabelo? Olha isso loiro, tem sangue no cabelo dela.

Okay, ele queria muito acabar logo com isso, mas admite que foi burrice ter vindo nesse lugar, mas já que está aqui, o que custa tentar?

— Ih você não tá muito bem, loirinho, se quiser eu te deixo em casa — Regulus se esbarrou em outra mulher, mas essa era mais alta e assustadora. Tinha a pele escura, cabelos trançados e um olhar que mataria qualquer um. James agarrou a cintura do menino e o puxou em direção da saída rapidamente, se tivesse sorte, ninguém o reconheceria dos cartazes — Olha o lugar aqui é cinco estrelas, mas não é muito para um cavalheiro igual você, é melhor voltar para sua torre. — Ao terminar de falar, um dos grandões fechou a porta do bar na sua cara. Esse era da sua altura, um homem de pele negra e cabelo branco crespo, seus braços eram cobertos por tatuagens e não parecia bater muito bem. — Esse é teu focinho? — o homem aponta com a cabeça para o cartaz na porta. Era um retrato seu, o maluco tira a mão da frente, revelando um nariz avantajado, nem um pouco parecido com o de James.

— Aí já é maldade. — Ele geme. Logo um burburinho toma conta do local e um homem asiático de cabelo enrolado um pouco mais louco que o anterior, forte demais para o gosto de James, o puxa pelo colarinho. É isso. Ele se fodeu.

— Essa recompensa vai fazer até meus bisnetos ricos! — o homem grita. Atrás dele, pode-se ver um Regulus segurando o cabelo sem saber o que fazer. — Alguém vá chamar os guardas!

— Corta essa Crouch! Eu preciso mais da grana do Potter do que você. — Um menino gordo mais baixo diz puxando sua perna, mas logo uma garota muito parecida com o maluco da porta aparece puxando seu braço — Sai Peter, Barty! Eu e Evan precisamos mais do que todos desse bar!

E se deu início a uma confusão generalizada. James nunca foi tão disputado em sua vida, mas de um jeito bom. Em meio a tanta gritaria, ouvia a voz de Regulus, mas agora estava focando para não morrer com os braços do tal Peter apertando seu pescoço enquanto Crouch tentava lhe acertar um soco. — No nariz não...

Ele não tem certeza como, mas de repente o aperto parou. Uma das vigas soltas do teto bateu na cabeça de Barty, agora todos olhavam para o loiro no canto do bar que soltou o pedaço de madeira com seu cabelo.

— Soltem, parem agora! Tudo bem, eu não sei que lugar é esse, mas eu preciso dele pra me levar até as lanternas porque eu sonhei com elas a minha vida toda! — ele continuou — Tenham sensibilidade! Vocês nunca tiveram um sonho na vida?

James pode ser lerdo, mas não é burro. Ele sabe que perguntar para esse tipo de gente se eles tinham empatia, era a mesma coisa que falar com um cachorro (ignorando o fato de que sua companhia está falando com um sapo o dia todo, um cachorro não deve ser muito diferente). Sentiu seu sangue gelar quando Crouch puxou o machado de suas costas e foi em direção ao loiro, tudo bem que ele roubou sua mochila e o arrastou para uma viagem arriscada e exaustiva, mas James certamente não quer ver a cabeça de Regulus rolando no chão.

Ele tenta dizer algo, ele tenta gritar para o homem parar e não chegar perto dele, ele realmente tenta, mas o aperto em seu pescoço ainda está bem firme. Suas pernas balançam enquanto ele se debate tentando se soltar, mas é inútil com tantos brutamontes o segurando. Tudo para quando o homem finalmente chega perto de Regulus, mais rápido do que deveria.

— Eu... — Crouch começa a falar, se abaixando um pouco para ficar cara a cara com Regulus, que estava se encolhendo pelo medo. O tal Barty levanta o machado e, surpreendentemente, a arma não para no meio da cabeça do loiro, mas sim é arremessada para longe, acertando a parede de madeira e o chapéu de um sanfonista que começa a tocar desajeitadamente — tive um sonho uma vez.

Logo todos que seguravam James o “soltaram”, entre aspas já que o ladrão parou pendurado pela camisa em um gancho perto do teto. Uma música familiar começa a tocar, ele não sabe onde a ouviu antes, mas tem certeza de que já a escutou em algum lugar. Deixando isso de lado, focou na conversa que os integrantes do bar começaram com Regulus.

— Eu sempre quis ser músico — Barty diz, se sentando na mesa ao lado de Regulus — Evan também, mas nunca chegamos a pôr em prática. — Ele aponta com a cabeça para o homem que também se aproxima e se senta junto a ele.

— Me desculpe se te assustamos, certamente esse não é um lugar para gente como você — a garota que James suspeitava ser irmã gêmea do tal Evan diz e puxa uma cadeira — Sente-se — ela diz sorrindo. Regulus, ainda contrariado, se senta lentamente. — Eu sou Pandora, irmã desse animal aqui — ela aponta para Evan.

— Me respeite Dora! Eu sou o mais velho.

— Você nasceu 2 minutos antes! — ela retruca

— Ainda sou dois minutos mais maduro que você

— Assim nenhum dos dois parecem ter o mínimo de maturidade — Diz a loira que tinha sangue no cabelo, ela se senta em cima da mesa. — A propósito, meu nome é Marlene. E qual o seu, loiro?

— Regulus... — Ele responde. Muita coisa aconteceu em pouco tempo, James está surpreso por ele ainda não ter tido um ataque de pânico no meio de toda essa gente ainda.

— Regulus.. Nome bonito. — Diz a mulher alta de tranças, na qual Regulus esbarrou momentos antes. — Meu nome é Dorcas. E esse aqui é Peter, mas acho que já o conhece pela gritaria de antes. — Ela mostra o garoto baixinho de antes.

— Eu sempre quis ser florista — disse Pandora — Mas nunca consegui uma oportunidade, acho que esse bar é um deposito de pessoas com sonhos frustrados — Todos murmuram em concordância.

— Você venderia todos os tipos de flores? — Regulus pergunta a garota, seu tom é baixo, menos assustado.

— Todas as que crescem por aqui! Rosas, margaridas peônias, lírios, girassóis... — A última flor chama a atenção do garoto

— Girassóis? Posso fazer um pedido adiantado para a sua loja ainda inexistente? — Ele dá um sorriso tímido, se recostando na cadeira. Pandora dá uma risada sincera.

— Anotado. É difícil eu conseguir realizar isso, mas acho que você inspirou muita gente aqui. — Ela olha em volta para as pessoas da mesa e Regulus arregala os olhos.

— Eu amo tatuagens, ser tatuadora seria maravilhoso. — Marlene começa — Os guardas fecharam a última loja que eu tinha por falta de higiene — Ela dá um riso fraco. — Meu nome tá sujo desde então, eu faço uns trabalhos aqui, mas não é a mesma coisa.

— Já eu queria ser estilista — Dorcas dá um gole em sua bebida. — Desde criança eu fazia roupinhas para as minhas bonecas.

— Eu queria ser ator — diz Peter — Ninguém nunca apoiou então desisti. Talvez um dia eu consiga. — Ele força um sorriso

— Eu acredito que todos vocês conseguem realizar seus sonhos. — Regulus sorri para os mais novos amigos. — Eu nunca pensei que estaria aqui um dia. Eu via essas lanternas no céu todas as noites do meu aniversário, queria vê-las de perto, mas minha mãe nunca deixou. O jeito foi fugir de casa e pedir para alguém me guiar. — Ele diz e olha para James, que ainda está preso no gancho e olhando incrédulo a situação. A fama desse bar não era boa, todos falavam que aqui era cheio de bandidos sanguinários e assassinos, mas aparentemente não era tudo verdade.

— Ah é mesmo, eu ia perguntar, como diabos você achou o fodendo James Potter? O cara mais procurado do reino. — Evan dá um sorriso travesso, e logo Barty se levanta e vai até James.

— E aí Crouch! Papo bom o de vocês né? — James fala meio nervoso com a aproximação

— Vamos cortar as formalidades Potter. Qual é o teu sonho? — Ele levanta uma sobrancelha e coloca o outro homem no chão.

James não era um homem sem sonhos, muito pelo contrário, ele tem o mesmo desejo desde criança, mas não iria dizer isso aqui. Não, isso era se expor demais para um bando de estranhos que acabara de conhecer, e que tentaram o entregar para os guardas do reino. Também, por algum motivo, não queria que Regulus soubesse. Talvez fosse porque seu subconsciente na verdade era um idiota antissocial que se recusava a mostrar o seu verdadeiro eu, ou apenas não queria que sua mais nova admirável companhia conhecesse esse seu lado. Um James Potter com um ponto fraco.

— Sabe, eu adoraria estar numa ilha ensolarada, bronzeado e solteirão, com pilhas de dinheiro ao meu lado. — Era um sonho podre, ele sabe, mas ainda o diz com um sorriso. Isso estava muito longe do que o ladrão realmente queria para sua vida.

— Que bela merda hein. — Evan solta ar pelo nariz

— Esperavam o que do ladrão mais procurado do reino? — Marlene revira os olhos em seu assento.

James só vê Barty balançando a cabeça. Ele não liga. Ninguém pode saber sobre como realmente se sente, muito menos essa gente. Sim, eles são boas pessoas, mas sempre há a chance de alguém ouvir algo e usar contra ele, afinal de contas, sua cabeça valia muito para a corte.

— Ignorando a óbvia decepção — Dorcas diz se virando para Regulus. P garoto encarava James com um olhar indecifrável, seus olhos demonstravam algo que nem se passassem anos juntos, o moreno poderia dizer o que significavam. — Vamos dançar menino chique? Aproveitar antes que a melhor música acabe.

Regulus levanta a cabeça e acena em afirmação com um sorriso tímido.

— Então vambora lindinho, segura o cabelão e partiu pro meio! — Pandora diz animada, puxando o loiro pelas mãos delicadas, que logo se anima também.

A música agora era bem mais animada, tocada habilmente pelos músicos do bar, Regulus logo se envolveu na melodia, amontoou o cabelo embaixo da mesa e começou a dançar.

E ah... Como ele era estupidamente lindo. Assim, girando junto de Pandora ao ritmo inebriante. Seus fios dourados brilhavam junto de seu sorriso, seus grandes olhos azuis claros reluziam com a luz que entrava pela janela do ambiente. James nunca conheceu alguém assim. Um alguém que entra em um bar de brutamontes e consegue fazê-los sentar-se em uma mesa e contar seus maiores e doces sonhos. Alguém que dança tão livremente com alguém que acabou de conhecer, e agora subiu em uma das mesas sem parar a confusa coreografia que iniciou. Um garoto de cabelos mais compridos do que qualquer mulher que já conheceu, que vive isolado em uma torre com um sapo e sua mãe, um menino tão deslumbrante que traz vida onde quer que passe e...

Não.

Isso não.

James empurra esses pensamentos para fora de sua mente.

Regulus era uma pessoa incrível, ele sabia disso mesmo nesse pouco tempo de contato. Alguém bom demais para uma paixonite estupida de no máximo uma semana. James não tinha tempo para isso. Ele não podia.

O homem é tirado de seus devaneios com a música parando abruptamente, a porta da taverna se abrindo com um rapaz entrando ofegante.

— Achei os guardas! — James mal o escuta, ele pega Regulus pelo pulso e corre para se esconder atrás do balcão.

Isso era de fato um problema.

Não só para ele, mas também para Regulus. O que poderia acontecer se os guardas assumissem que o loiro estava junto de si? James ouve o som dos passos das pesadas botas de couro dos soldados e reconhece a voz de Slughorn.

— Cadê o Potter? Eu sei que ele está aqui! — o cavaleiro grita e James sente Regulus apertar ainda mais sua mão por debaixo do balcão. O moreno o olha, ele mexe os lábios sem emitir nenhum som, as palavras “está tudo bem” vindas juntos de um sorriso que não passava muita confiança. Em um ato de coragem, James olha por cima do balcão, ele vê quem menos desejava ver agora: Severus e Mulciber.

Pois é, ele estava completamente fodido.

Já agachado novamente, ele ouve os aparentemente novos amigos de Regulus tentando desconversar as acusações dos guardas, os distraindo para que Barty aparecesse ao lado deles como um anjo em suas vidas. Ele fez um sinal de silencio e puxou uma alavanca que ficava embaixo do balcão, ela abriu uma passagem no chão. James não acreditava em deus, mas rezaria para qualquer disposto a ouvir pelo bem de Barty Crouch Jr. Ele vê Regulus suspirando aliviado e mal percebe a barulheira que Evan, Pandora e Dorcas estão fazendo para disfarçar o som do alçapão velho.

— Vá em frente e realize seu sonho. — Diz o tatuado, com a voz doce pela primeira vez no dia

— Obrigado, pode deixar — James o responde

— Teu sonho é podre, tava falando com ele — Barty aponta com a cabeça para Regulus, este que dá um beijo na bochecha do asiático e diz:

— Obrigado por tudo — ele sorri.

— Melhor meu homem não descobrir isso — Ele brinca, arrancando uma risadinha de Regulus, que logo adentra no túnel. James o segue.

Que diazinho cheio viu?

.

.

.

Já se passaram algumas horas e Sirius acabara de ordenar mais soldados para ir atrás da coroa de sua irmã.

— Se dando o luxo de uma pausa? — Ele ouve a voz de Remus se aproximando atrás dele. Ele sorri e se vira para encará-lo.

Ele estava no campo de girassóis do palácio, que era consideravelmente grande. Seu reino tinha o sol como símbolo, portanto essas flores sempre foram apreciadas pela família real. O sol abençoa essas terras e todos que vivem nela. Ele não deixa de pensar em sua irmã, que literalmente nasceu de um raio de sol, ela não passou tanto tempo em meio as flores na época em que ainda estava no palácio, mas Sirius sabia que, onde quer que ela estivesse, o sol a protegeria e ela amaria os girassóis tanto quanto ele.

— Aproveitando um pouco de paz, esse lugar sempre me acalmou. — Remus se senta ao seu lado no banco de madeira branca e passa as mãos por seus ombros. Sirius suspira e derrete com o toque, deitando a cabeça nos ombros do amante.

— Eu também gosto daqui. — Disse o mais alto passando as mãos pelos braços do príncipe em uma espécie de carinho

— Ouvi notícias que Potter foi visto em um bar na floresta — ele começa —estamos perto de pegá-lo Rem — Sirius sorri, ah como ele quer fazer esse maldito pagar por seus crimes.

— Isso é maravilhoso Vossa Alteza. — Eles fazem contato visual — Tenho certeza de que vamos nos sair bem.

Sirius deixa um leve selar nos lábios de Remus e logo afunda o rosto em seu pescoço, sentindo o cheiro de seu perfume. Sim, tudo daria certo. Eles conseguiriam a tiara de volta e sentiria sua irmã mais próxima de si novamente. Talvez algum dia ela até aparecesse magicamente de novo. Ele sabe que é loucura, mas ficar com Remus o deixa sonhador, então deixe-o sonhar que tudo dará certo pelo menos uma vez.

Notes:

EAIIIIII o que acharam??? amo ler os comentários, eles me motivam a continuar essa aqui, então me digam se gostaram!!

Notes:

Oii! Sou eu de novo! Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo! 💓💓