Chapter Text
Pela manhã, a sala luxuosa foi iluminada completamente pela luz que vinha de fora, os raios de sol ultrapassava o vidro dando um aspecto ainda mais aconchegante ao cômodo, as taças de vinho ainda estam sobre a mesinha de vidro, as roupas ainda continuam espalhadas pelo chão e os dois corpos ainda se encontram adormecidos no tapete macio.
Martín foi o primeiro a abrir os olhos, encarou o teto e lustre meio confuso, demorou alguns segundos até o cérebro realmente ligar e lembrar onde está, com quem está e como foi parar lá. Engoliu seco quando sentiu o calor nas bochechas; inclinou um pouco a cabeça, encarando o homem que ainda dormia sobre o seu peito e o abraçava.
Sentiu os lábios se curvarem sutilmente num sorriso, estar ali era... bom, e sem dúvidas, muito melhor do que acordar numa cama de casal sozinho em casa, porém, por mais que quisesse fechar novamente os olhos e continuar dormindo naquele abraço quentinho, não podia, sentia que não podia.
Se moveu cuidadosamente, torcendo para que o outro tivesse um sono pesado e suspirou com alívio, quando se viu fora dos braços do menor, ele se levantou sentindo as pernas meio bambas e o calor nas bochechas novamente, ficou em pé alguns segundos e deu passos lentos, para ter certeza de que não acabaria caindo no chão. Andou até as roupas espalhadas e procurou pelas que o pertenciam, se vestiu sendo o mais silencioso possível, mas não evitou soltar um suspiro frustrado ao fechar os dois únicos botões que haviam restado na camisa e encarou com um bico emburrado o moreno:
"Eu gostava mesmo dessa camisa!" Pensou.
Ele voltou o foco ao rosto adormecido do outro, agora com a luz do dia podia vê-lo um pouco melhor, sabia que ele era bonito, mas olhando-o assim, por um segundo Martín cogitou que talvez ele não fosse real, a expressão tão serena no rosto jovial, a luz do sol que batia contra o corpo dava um certo brilho alaranjado à pele escura, refletia nos cabelos e nos cílios de forma encantadora, olhou os lábios sutilmente entreabertos e engoliu seco com o súbito desejo de beijá-los novamente, o loiro balançou a cabeça se desfocando da cena, precisava ir antes que o outro acordasse, mas, se continuasse o admirando acabaria nunca saindo de lá, andou com calma até a porta e checou se havia pegado todos os seus pertences, estava prestes a pegar os próprios sapatos quando novamente o olhar voltou ao moreno.
Talvez nunca mais o veria na vida, realmente sairia assim?
Perdeu alguns segundos pensando antes de puxar da carteira um pedacinho qualquer de papel, buscou com os olhos por uma caneta pela sala e avistou uma sobre a mesinha central, a pegou e fez um bilhete simples: "Obrigado pela noite ♡", ponderou se deveria assinar ou não, se deveria colocar o número de celular ou não, no fim, achou que o melhor era mantê-los como estavam.
Martín saiu do edifício com a mente ainda meio atordoada, processando aos poucos tudo o'que houve, pegou o celular e suspirou vendo as inúmeras mensagens e chamadas perdidas das amigas, certo, havia saído da boate sem avisá-las, naturalmente devem ter ficado preocupadas com ele, respondeu a Catalina que estava bem, chamou por um Uber para levá-lo para casa e assim que chegou foi direto para um banho.
Aproveitou o tempo embaixo d'água pensando sobre a noite, fazia um bom tempo que não se sentia daquele jeito... que não se sentia tão vivo, tão bem consigo mesmo... Bom claro que nem tudo são flores, a consequência agora era um pouco de dor no quadril e marcas pelo corpo todo, o que para si era meio novidade, visto que o ex-parceiro não costumava perder tempo com esses detalhes, pelo menos não com Martín.
Quando saiu do box olhou melhor o próprio estado pelo no espelho, a princípio achou que estaria estranho, mas viu o rosto ficando rubro e um sorriso surgir, a verdade é que ainda tinha o mesmo sentimento da noite anterior, ainda sentia como se fosse um verdadeiro príncipe de uma beleza inigualável, o olhar intenso que o moreno tinha sobre si não saia de sua mente, o sorriso se alargou ainda mais ao tocar na marca de mordida no pescoço, a região estava levemente inchada e ganhava a tonalidade roxa, era um hematoma e tanto, que duraria alguns dias e esse fato tirou um suspiro e riso bobinhos do loiro; Martín pensou, levemente arrependido, que realmente queria ter continuado dormindo nos braços daquele estranho.
O argentino deixou os pensamentos de lado e foi se vestir, colocou apenas uma blusa e bermuda leves que já estavam no próprio banheiro, assim que abriu a porta e saiu, ouviu o som da campainha tocar, foi até o portão e deparou-se com uma Catalina claramente ansiosa, assim que a morena colocou os olhos no amigo soltou um suspiro aliviada e o puxou para um abraço, Martín ficou surpreso com o gesto da menor, mas ainda retribuiu o ato.
ㅡ Por Deus Martín, como você simplesmente some no meio da noite e não fala nada?! Fiquei preocupada!
ㅡ Desculpa é que... aconteceram algumas coisas, eu acabei deixando o celular de lado. ㅡ Ele diz a soltando.
Catalina suspirou e os lábios formaram um sorrisinho sutil.
ㅡ Você está bem então tudo certo-... ㅡ Ela corta a própria frase no segundo que os olhos se voltam ao pescoço do maior, às sobrancelhas se erguem e a boca se abre um pouco mais com a visão dos hematomas na pele alva. ㅡ ...Tincho?... O que aconteceu?...
A menor apontou para o pescoço do loiro, fazendo com que o mesmo o tapasse com as mãos.
ㅡ... Eu tenho umas coisas para contar... ㅡ Ele diz sorridente enquanto desvia o olhar. ㅡ É melhor você entrar.
Os dois foram para dentro e seguiram até a cozinha, a morena manteve-se calada apenas encarando o amigo.
ㅡ Então... ㅡ Ele começou enquanto servia uma xícara de café há ela. ㅡ Eu conheci uma pessoa na boate.
ㅡ Isso já explica muita coisa... ㅡ Diz pegando a xícara das mãos do loiro e acomodando-se melhor na cadeira. ㅡ... Mas vai, quero os detalhes.
ㅡ Trocamos olhares durante a noite toda, saímos da boate e ele me convidou pro hotel que estava ficando e lá-...
ㅡ Foi para um hotel com um estranho que tinha acabado de conhecer?! E se ele fosse um maníaco?! ㅡ O seu tom era claramente preocupado.
ㅡ É eu sei, eu sei, não foi a coisa mais sensata do mundo, mas agora não importa, além de que era bem na frente na boate e um monte de gente viu a gente, continuando, o lugar era lindo, ele me ofereceu um pouco vinho e-...
ㅡ Ah não bastou ir para casa de um estranho, aceitou bebida dele também?! ㅡ Disse num tom de repreensão.
Martín suspirou revirando os olhos.
ㅡ Lina eu sei que não foi certo e podia ter acabado de um jeito ruim... bem ruim, mas não pense no que podia ter acontecido e foca no que aconteceu.
ㅡ Certo, e então? O que aconteceu?
ㅡ O que aconteceu foi que tive a melhor noite da minha vida em anos. ㅡ Disse num suspiro, enquanto apoiava os cotovelos na mesa segurando o próprio rosto.
A colombiana apenas encarou o sorriso singelo surgindo nos lábios do amigo, não disse nada e tomou um longo gole do café.
ㅡ Prometo que não vou mais ser tão irresponsável, mas definitivamente não me arrependo de nada.
Catalina colocou uma feição séria no rosto, os olhos voltaram ao pescoço do argentino, assim como não era comum para o loiro também não era comum para ela vê-lo em tal estado, encarou o roxo que se destacava em meio a palidez, franziu o cenho enquanto voltava a encarar o rosto do outro.
ㅡ Você lembra de tudo que aconteceu lá? Ele não fez nada que você não quisesse né?
ㅡ É claro que lembro, e não, ele não fez nada, me tratou como um príncipe. ㅡ Disse sorrindo radiante.
Catalina suspirou, virou o rosto olhando para sala, ainda conseguia ver o loiro arremessando furioso o porta retratos do dia anterior e o estado deplorável que se encontrava, ela voltou a fitar o amigo deixando que o doce sorriso de sempre surgisse no seu rosto agora que teve certeza de que Martín estava realmente bem, suspirou novamente e tomou o restante do café, era bom vê-lo animado, sendo sincera consigo mesma ela não lembrava a última vez em que ele expressou uma animação tão genuína, sentia como se o antigo relacionamento do argentino sugasse completamente toda a força vital do maior e agora ele parecia até estar com mais cores.
ㅡ Certo, que bom que pode aproveitar bem a noite Tintin, mas por favor dá próxima vez não some do nada, dá um aviso pelo menos.
ㅡ Eu até teria ido avisar você e Miranda, mas vocês pareciam um pouco ocupadas. ㅡ Disse em tom sugestivo enquanto cruza os braços.
A colombiana sentiu as bochechas esquentando, afinal Martín não foi o único a ter uma noite animada, e no meio da multidão e luzes piscantes da boate o casal de latinas iniciaram o'que resultou numa noite longa de muito calor, tanto que demoram um bom tempo para perceberem o sumiço do amigo.
Lina pigarrou limpando a garganta.
ㅡ E como era o cara que você conheceu? ㅡ Disse tentando mudar rapidamente de assunto, vendo o olhar do loiro se distanciar.
ㅡ Ah! Como ele era?! Era lindo, uma tentação, a pele escura, cabelos cacheados, tinha os olhos mais lindos do mundo e me olhava de um jeito tão... ㅡ Suspirou. ㅡ Lina ninguém nunca me olhou daquele jeito, tinha os lábios tão macios e beijava tão bem e... era quente, Deus como era quente, parecia pegar fogo. ㅡ O loiro dizia sentindo o próprio corpo formigar, mordia os lábios enquanto se perdia nas lembranças da imagem do rapaz.
Catalina riu com um sorriso ladino para o amigo.
ㅡ Tín?! Seu pervertido! ㅡ Semicerrou os olhos fitando com malícia o loiro.
ㅡ Ei! Foi você que perguntou! Eu só estou respondendo.
ㅡ E como se chama essa tentação caliente?
ㅡ...
Martín desviou o olhar enquanto passava a mão pelos cabelos, os jogando para trás.
ㅡ Não sei...
Ela encarou-o com uma expressão confusa.
ㅡ Não perguntou o nome dele?
ㅡ As coisas aconteceram tão rápido que acabamos pulando essa parte. ㅡ Disse dando de ombros.
ㅡ Imaginei que iriam se ver de novo.
ㅡ É a intenção, eu pensei em irmos até a boate de novo no próximo fim de semana, e tenho certeza de que ele vai estar lá também, aí sim, nós apresentamos.
ㅡ Ah... ㅡ O loiro viu o sorriso da amiga morrendo aos poucos.
ㅡ O que foi? Não gostou da ideia?
ㅡ Não é isso, é que a Miranda e eu já temos planos pro fim de semana.
ㅡ Ah... tudo bem, eu vou sozinho não tem problema.
ㅡ É que os nossos planos envolvem você também...
Martín olhou curioso a amiga que abriu um sorriso torto para ele.
ㅡ O que vocês vão aprontar?
ㅡ Então, meio que a mudança acabou sendo mais rápida do que imaginamos, e isso porque a gente teve bastante ajuda, principalmente a sua Tín, as últimas coisas vão chegar em casa amanhã e tudo vai ficar pronto, e para comemorar pensamos em fazer um jantar pros amigos que ajudaram, será que o seu "desconhecido bonitão" pode esperar mais uma semana?...
O outro riu da última fala da morena e a entregou um grande sorriso.
ㅡ É claro hermanita, e que bom que deu tudo certo na mudança de vocês.
ㅡ Aaaa obrigado Tintin, não seria o mesmo se você não fosse.
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Pro argentino a semana pareceu que nunca ia ter fim, foi longa, estressante e cansativa, só queria que sábado chegasse logo, pra poder esquecer por algumas horinhas do trabalho, do estresse e só aproveitar um jantar tranquilo com as amigas, também estava realmente ansioso pra ver como a nova casa das hermanas havia ficado pronta, ele acompanhou todo o processo de mudança do casal, que não aguentavam mais a caixa de fósforo que era o antigo apartamento, o loiro acompanhou o máximo que pode as duas tanto durante as escolhas da casa e móveis quanto na hora de arrumar, e estava louco pra ver a "humilde" nova "casinha" do casal.
Quando finalmente sábado chegou, Martín não se dispôs a sair da cama, levantou somente na hora de se arrumar, e assim o fez, tomou um longo banho, se trocou, se penteou, se perfumou, e não deixou de se namorar um pouquinho na frente do espelho, deslizando suavemente as mãos pelas marcas, agora quase imperceptíveis.
Chamou um uber e alguns minutos depois, já estava sendo recebido por um abraço caloroso de Catalina, as amigas lhe fizeram um tour pela casa, mostrando animadas e muito orgulhosas cada cantinho, e o loiro admirava encantado, o lugar era lindo, aconchegante e cheio de personalidade. No final do tour as latinas o levaram até a sala de jantar, com uma mesa grande o suficiente para até umas doze pessoas, bem arrumada com pratos, talheres e taças já postos.
Martín olhou levemente confuso a mesa e perguntou ao casal por que havia seis pratos postos? As amigas riram dizendo que receberão mais alguns convidados, e se recusaram a contar quem seria.
A curiosidade do loiro não durou muito mais, já que, alguns minutos depois o interfone apitou, os três seguiram até a entrada, as donas da casa abriram a porta e receberam os recém chegados, o argentino não pode conter um sorriso ao ver a figura do irmão mais novo acompanhado pelo namorado e seu amigo. O loiro se aproximou e envolveu os braços tanto no uruguaio quanto no chileno.
ㅡ Por que não me contaram que viriam pra cá?! ㅡ Disse se desvencilhando do abraço.
ㅡ Porque aí acabaria com a surpresa. ㅡ Disse o de óculos cruzando os braços.
ㅡ Ué você não perguntou.
ㅡ Haha, Teria perguntado se soubesse. ㅡ Rebateu irônico.
ㅡ Booom, agora que chegaram que tal comermos? ㅡ Miranda disse se pondo no meio do casal e passando um braço pelo de cada um.
ㅡ Adoraria, estou faminto. ㅡ O menor disse.
ㅡ Sebas? ㅡ Catalina o chamou confusa.
O loiro uruguaio virou o rosto em direção à morena e ao ver sua expressão entendeu o'que ela queria.
ㅡ Tá estacionando. ㅡ Respondeu simples.
Miranda começou a guiar os dois amigos até a sala de jantar, Martín já se virava para acompanhá-los, quando ouviu um gritinho animado vindo de Catalina, ao se virar para a porta sentiu um arrepio com a voz que ouviu, e travou completamente ao ver a figura do moreno adentrar a casa.
Luciano entrou soltando a colombiana do abraço, assim que olhou para frente, encarou surpreso o loiro que o encarava tão surpreso quanto.
Antes que pudessem dizer qualquer coisa, a morena se pôs no meio deles e apoiou uma mão sobre um ombro de cada rapaz.
ㅡ Bem, é a primeira vez que se vêem pessoalmente né?!
Não...não é, pensaram.
ㅡ Tín, esse é o Luciano, Lu esse é o Martín. ㅡ A colombina apresentou contente um ao outro.
As mentes de ambos começaram a clarear, e aquela pequena sensação de já terem se visto se tornou mais compreensível agora.
ㅡ Martín... ㅡ O moreno sussurrou encarando o par de olhos verdes; Sim óbvio, Martín! O irmão mimadinho, estressado e controlador do Sebastian.
ㅡ Luciano... ㅡ Sussurrou o argentino devolvendo o olhar; Mas era claro, Luciano! O amigo canalha, bobão e insuportável, de seu irmão e de suas amigas.
ㅡ Venham, vamos ir comer antes que esfrie, vocês vão ter bastante tempo pra conversar durante o jantar. ㅡ Lina disse já caminhando rumo ao cômodo ao lado.
O menor pôs seu encantador sorriso no rosto enquanto estendia a mão para cumprimentar o loiro.
ㅡ Muito prazer, Martín.
O argentino encarou o moreno da cabeça aos pés, dos pés à cabeça.
Não tinha certeza de como reagir, então apenas levantou a mão e comprimentou o outro.
ㅡ Muito prazer, Luciano.
O menor segurou um pouco mais firme a mão pálida e então a virou e levou até seus lábios, Martín sentiu o rosto esquentar quando teve as costas da mão suavemente beijada pelos lábios macios, ele engoliu seco ainda sem saber oque dizer.
ㅡ Vamos? ㅡ Estendeu um dos braços, indicando para o loiro ir na frente.
O argentino se manteve calado e passou pelo outro, na mesa, ele tomou o lugar desocupado ao lado da colombiana para si e suspirou, um segundo, precisava de um segundo para digerir direito às informações.
Olhou rapidamente para o moreno que se ajeitava no assento bem a sua frente.
Luciano era um total galinha, e Martín deduzia isso pelo pouco que ouvira das amigas e do irmão sobre o rapaz, e sem querer agora ele próprio fazia parte da "lista de conquistas" do brasileiro, ao menos era assim que estava se sentindo, toda a frustração acumulada da semana parecia voltar para seu corpo.
Era alguma piada? Uma brincadeira de mal gosto que o universo fazia consigo? Ou só era azarado demais em relação a escolhas amorosas... ou talvez só estivesse destinado à solidão; Quem saberia dizer?...
Pensamentos e teorias depreciativas enchiam a cabecinha do loiro, não era possível que tinha tanta má sorte assim, pensou que tinha achado alguém pra tentar algo novo, passou os últimos dias alimentando a esperança de reencontrar o moreno de olhos encantadores, já havia criado mil e um cenários em sua mente, pensado em uma porção de assuntos que gostaria de conversar com tal, até separou a roupa que usaria no próximo fim de semana, e agora via suas fantasias se desmanchando e escorrendo ralo abaixo.
Ele estendeu o braço e apanhou uma das garrafas de vinho na mesa, encheu a própria taça e deu um generoso gole.
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O jantar em si ocorreu bem, Martín conversava com os amigos normalmente fazendo o possível para ignorar a existência de Luciano alí, que por sua vez entendeu que estava sendo ignorado depois de três tentativas falhas de tentar iniciar um diálogo com o maior, então desistiu e assim como o outro só manteve conversas com os outros na mesa.
Em um momento de silêncio o caucasiano recebeu alguns olhares sobre si depois de encher o'que era sua provável quarta ou quinta taça de vinho.
ㅡ Que foi?...
ㅡ Você está bem? ㅡ O loiro menor perguntou, Sebas tinha clara preocupação com o irmão, por motivos óbvios, sabia o'que ocorrerá com ele a algumas semanas, e sabia como Martín era meio... "instável", com assuntos amorosos, além de ele não esconder bem o estresse.
ㅡ Estou ótimo, por que?
ㅡ Você parece estressado.
ㅡ É só o trabalho, tente lidar com adolescente cinco dias por semana, quero ver se não se sentiria estressado. ㅡ Disse enquanto levava a taça até os lábios.
ㅡ Quis dizer se você está bem sobre... aquele assunto?...ㅡ Sebastian perguntou com certo receio, tentando ser o quão sutil pode, não é como se os outros presentes não soubessem mas claro que não falaria " Como você está depois que descobriu que é corno?" , queria mesmo saber como o irmão mais velho estava, apesar de ter certeza que Martín diria que sim e mudaria rapidamente de assunto.
Todos os olhares da mesa se voltaram ao loiro e ele deu uma risadinha meio sarcástica e revirou os olhos.
ㅡ Estou ótimo! Sobre isso.
O de óculos desviou o olhar para a morena ao lado do irmão, tinha certeza de que com ela o caucasiano havia falado, então a olhou como se pedisse uma confirmação da resposta do outro.
Catalina o olhou e abriu um sorriso sapeca no rosto.
ㅡ É verdade, Tintin está ótimo, já até achou outra pessoa.
Martín cuspiu de volta o gole de vinho quase engasgando ao ouvir a resposta da amiga.
ㅡ O'Que?! ㅡ Sebas voltou a olhá-lo agora com certa surpresa.
ㅡ Pelotudo! Está saindo com alguém e não nos contou?! ㅡ O pequeno chileno perguntou indignado cruzando os braços.
ㅡ Não! Não estou! ㅡ Disse lançando um olhar reprovador a Catalina.
ㅡ A Tincho que isso, desde quando você é tímido?! Conta pra eles do carinha da boate.
ㅡ Carinha da boate? ㅡ O casal perguntou ao mesmo tempo.
Martin engoliu seco, olhou para Luciano que encarava com um sorriso se divertindo com a situação, parecendo já ter entendido a quem a colombiana se referia, o loiro sentiu o rosto esquentar e voltou o olhar bravo a amiga.
ㅡ Não tem nenhum cara. ㅡ O argentino disse sério.
ㅡ Tem sim! ㅡ Lina ignorou o maior e apenas continuou a fofoca. ㅡ Tintin conheceu alguém quando a gente saiu fim de semana passado...
ㅡ Lina! ㅡ A chamou indicando para que ela parasse de falar, mas foi totalmente ignorado.
ㅡ Passou a noite com ele, se encantou pelo cara!
ㅡ Lina! ㅡ Chamou agora um pouco mais irritado.
ㅡ Sério, fico todo bobinho contando pra mim como o cara era bonitão, ah Lu! Foi na boate perto de onde você tá ficando, você vai bastante lá né?! Talvez saiba quem é!.
ㅡ CATALINA! ㅡ Martin queria se enfiar em um buraco.
ㅡ Que foi?! Tô te ajudando, você não sabe nem o nome do cara, talvez o Lu conheça.
ㅡ Não preciso de ajuda com isso.
ㅡ Ei, de boa pô... ㅡ O moreno se pronunciou finalmente, atraindo os olhares para si. ㅡ Talvez eu saiba quem é, ficaria feliz em ajudar. ㅡ Disse se deleitando da expressão na cara do loiro.
ㅡ Obrigado, mas não precisa, ele nem era tão interessante assim. ㅡ Falou com um sorrisinho debochado nos lábios.
ㅡ Bem, se você diz. ㅡ Disse dando de ombros.
ㅡ Ah! Falando nisso... ㅡ E foi a vez de Miranda ser foco dos olhares. ㅡ ...Esse ai fico todo gamado em um cara que saiu também, ficou enchendo meu saco no trabalho falando dele. ㅡ A venezuelana disse encarando Luciano.
ㅡ Não faço ideia do que você tá falando. ㅡ O moreno disse levantando as mãos.
ㅡ Aaaah não se faz de idiota que de idiota você só tem a cara, tive que te dar um soco pra você calar a boca.
ㅡ E doeu pra caramba, não era tanto também viu! ㅡ Disse com uma carinha de choro esfregando o braço, no provável local onde recebeu o soco.
ㅡ Espera, você?! Interessado em alguém? Ta ai uma surpresa. ㅡ Sebastian disse, encarando curioso o amigo.
ㅡ A Mari tá exagerando-...
ㅡ Exagerando?! Luciano da Silva, se eu tivesse que escutar você falando mais uma vez sobre sua "incrível" noite fodendo pelo seu apartamento com um "desconhecido gostosão", eu ia arrancar sua língua!
Martín sentiu o rosto arder ainda mais pensando no outro contando sobre o momento íntimo que tiveram para a amiga, mesmo assim teve de segurar um sorriso que começará surgir com a informação de que o moreno aproveitou tanto quanto ele do episódio que tiveram. Já Lu, assim como os outros na mesa, achou hilário a "irritação" da morena.
ㅡ Ah Maria Miranda, da um tempo cê tá distorcendo minhas palavras! ㅡ Disse só para provocar a outra, e segurou firmemente a risada com a cara indigna da morena.
ㅡ Distorcendo?! A mas é muita cara de pau! Você até ficou falando que se trombasse com o cara de novo, não importava a hora e lugar era "vapo"!
Foi a gota d'água, caíram na gargalhada ao ouvir a morena falar com tanta seriedade, enquanto conseguiam imaginar perfeitamente o moreno falando esse tipo de coisa com a maior naturalidade no meio do serviço.
ㅡ Jajajaja acreditamos em você mi amor. ㅡ Lina disse com a mão sobre a barriga.
ㅡ Kkkk bem... ㅡ Encarou rapidamente o argentino. ㅡ ...Se eu pudesse faria mesmo isso.
Tincho engoliu a risada e encarou o outro, recebeu novamente aquele par de olhos sobre si acompanhados do lindo sorriso, dessa vez não exitou fitar o outro de volta, por um segundo respirou mais pesado e curvou sutilmente os próprios lábios em um sorriso, sentiu aquele formigar estranho na barriga quando o menor fitou diretamente seus lábios... Naquela fração de segundos os viu de novo na boate, trocando olhares e sorrisos... certo ele não ia muito com a cara do outro mas tecnicamente nunca o conheceu de verdade para chegar nesse veredito, a parte que conheceu dele de verdade foi a com quem passou aquela noite... então, talvez eles não pudessem conversar pra valer?! Afinal ainda era o mesmo cara de olhos encantadores com quem havia fantasiado a semana toda.
Ele quebrou o contato visual quando sentiu outro olhar pesar sobre si, não raciocinou rápido o suficiente quando seus olhos cruzaram com os da amiga colombiana, ela o encarava curiosa e no milésimo de segundo que o loiro cometeu o deslize de desviar o olhar para o brasileiro, a menor seguiu seu olhar e quando fitou o moreno... ah, não demorou meio segundo para sua mente juntar os pontos e Martín soube quando novamente olhou para ela e viu a expressão surpresa na cara de Lina.
ㅡ Bom pessoal... ㅡ A menor começou levantando abruptamente. ㅡ ... Como todos já terminaram de comer acho que posso trazer a sobremesa, Tintin você me ajuda a pegar? ㅡ Ela falou apoiando uma mão no ombro no outro.
ㅡ Eu te ajudo querida-...
ㅡ No! Não precisa mi amor, Tincho me ajudará!
O loiro não disse nada, apenas levantou meio apreensivo e seguiu Catalina até a cozinha, quando já adentraram o cômodo a moça conferiu mais uma vez que estavam a sós e então encarou o maior.
ㅡ Martín...
ㅡ... Si? ㅡ Engoliu seco.
ㅡ Você não teria nada pra me dizer? ㅡ Cruzou os braços.
ㅡ Não! ㅡ Imitou o gesto da menor, tentando soar o mais convincente possível.
Lina sorriu, aquele sorriso sarcástico, arqueando uma das sobrancelhas e olhando o amigo como se dissesse " Está tentando enganar quem?!".
ㅡ Não faço ideia do que você está querendo saber.
ㅡ É o Lu não é?! O cara que você conheceu na boate.
Seus lábios se abriram querendo negar, mas não conseguiu dizer nada, então apenas desviou o olhar.
ㅡ Eu não sabia quem ele era!
ㅡ Então é ele mesmo! Jajajajajaja Ai meu Deus Martín! ㅡ Ela começou a rir. ㅡ Eu sempre disse que se vocês se conhecessem iriam se dar bem... você só levou muito a sério a parte de "dar".
ㅡ Lina! ㅡ Pegou um pano de pratos próximo e o jogou na amiga.
ㅡ Jajaja ei ei é só brincadeira.
ㅡ Não tem graça, eu nunca teria feito nada se soube que ele era ELE!
ㅡ E por que não? O que tem de mais?
ㅡ Ué porque não! Lina vocês sempre falam como ele é, um safado que sai com todo mundo que quer.
ㅡ Ei! Calma lá não é bem assim... o Lu é sim meio "namorador", mas ele não é alguém ruim, antes de saber quem ele era estava ansioso para vê-lo de novo porque você gostou dele e pelo o'que a Miranda disse ele também gostou bastante de você.
ㅡ Não importa!
ㅡ Martín eu sei que você nunca foi muito com a cara dele, mas você nem conhece ele, o Lu é uma pessoa incrível e se você colocar essa imagem que criou sobre ele na sua cabeça de lado, e dar uma chance de conhecer ele, de conversar com ele vai ver isso por si próprio.
ㅡ Você não sabe nem se ele quer conversar comigo e me conhecer.
ㅡ Olha... de certa forma ele acabou de assumir que se pudesse te pegava aqui e agora, então acho que ele toparia conversar.
ㅡ...
ㅡ Confia em mim Tintin, você vai adorar ele.
Suspirou.
ㅡ Tá, tá bom vou falar com ele.
ㅡ Isso ai, esse é o espírito hermano!
Eles voltaram à mesa com as sobremesas.
Os demais continuaram jogando conversa fora enquanto degustavam dos doces, mas o argentino se sentia meio inquieto, o tempo estava passando e agora realmente decidiu que queria falar com o outro... mas claro, queria falar a sós com ele.
Tentando ser discreto, Hernández esticou um pouco uma das pernas até que tocasse nas do moreno, que desviou a atenção da conversa com Manu e fitou o louro que logo após ser notado se levantou.
ㅡ Eu vou tomar um ar, já volto. ㅡ Disse seguindo para fora da sala de jantar.
Luciano entendeu oque o outro queria, então esperou um pouco antes de também se levantar, usando de desculpa que iria ao banheiro.
Alguns passos mais à frente se viu na divisória do corredor para a sala de estar, no outro lado da sala havia uma grande porta de vidro que levava ao jardim da casa, uma fresta estava aberta, supôs que era ali que o argentino teria ido, então seguiu o caminho e assim que passou pela porta, logo viu o loiro escorado na parede, inclinava a cabeça para cima observando o céus, o tempo estava bom, não havia nuvem alguma alí, as estrelas cintilavam sobre eles e uma brisa tranquila os envolvia.
ㅡ E ai... ㅡ Disse se aproximando e se encostando.
ㅡ Oi...
O silêncio pairou por um tempo, tornando o clima antes agradável em algo estranho, queriam dizer muitas coisas... esclarecer muitas coisas, mas não tinham certeza de por onde começar.
ㅡ Err... Escuta... ㅡ O moreno começou, coçando a nuca, como se ajudasse a pensar nas palavras certas. ㅡ ... Se for melhor pra você, a gente pode esquecer oque aconteceu...
ㅡ E por que isso seria melhor pra mim?! ㅡ Virou para outro, franzindo o cenho indignado, definitivamente não esperava que de todas as coisas que imaginou ouvir vindo do outro, uma proposta de fingir que nunca haviam passado uma noite juntos seria a primeira.
ㅡ Olha eu sei que a Lina falou aquelas coisas sobre você ter curtido, mas você ficou claramente desconfortável quando me viu, então se tu não gostou ou se arrependeu-...
ㅡ Em nenhum momento eu disse isso! ㅡ Aumentou o tom de voz agora irritado.
ㅡ Beleza então, mas o que você espera que eu pense?! Você foi embora sem falar nada, ficou estressado depois de me ver e passou a noite me ignorando! ㅡ Cruzou os braços à frente do peito, cerrando os olhos para outro.
Martín arfou frustrado, é não podia culpar o outro por ter tido a ideia errada de como se sentia, não quando foi ele próprio que passará a impressão errada.
ㅡ Mentira, não fui embora sem dizer nada... eu deixei um bilhete. ㅡ Disse recebendo um riso nasal do outro.
Luciano riu manejando a cabeça de um lado para outro, perdendo toda a marra de antes, deixando o louro confuso.
ㅡ Do que está rindo?...
ㅡ Honestamente se não fosse aquele bilhete eu teria certeza de que tinha sido tudo um sonho.
Hernández acabou deixando também uma risada escapar; A tensão se amenizou e o clima voltou a algo mais leve, mais uma vez se encararam e mais uma vez se perderam um no outro, Tincho deu um passo à frente, sua mente pensava em como seu coração se sentia feliz de ver aqueles olhos de novo, e como sentia... os mesmo olhos que encararam e admiraram cada parte de si naquela noite.
Seu peito ficou inquieto.
ㅡ Acho que a gente fez muita bagunça pra ser só um sonho.
ㅡ Pois é e sobrou pra mim arrumar toda aquela bagunça sozinho. ㅡ Forçou um tom de indignação, ganhando um riso do maior.
ㅡ ... Olha eu gostei mesmo daquela noite, é só que... eu fiquei surpreso em te ver hoje, afinal eu não sabia quem era você antes.
ㅡ Eu também não sabia quem era você... mas gostei de saber. ㅡ Disse conseguindo ver o rosto pálido ruborizar.
ㅡ ...Se antes você soubesse... teria feito as mesmas coisas? ㅡ Mais um passo à frente.
ㅡ Não... ㅡ Deu um passo em direção ao loiro. ㅡ... Teria feito muito melhor.~
Martín sentiu um arrepio percorrer seu corpo e aquele desejo maldito que o assombrou incansavelmente durante a semana toda surgir... e não pareceu que foi apenas consigo, não, quando o moreno deu mais um passo pra si morderdo os lábios, era como se confirmasse que estava tão excitado quanto o loiro.
ㅡ Aé?! E como faria melhor? ㅡ Mais um passo.
ㅡ Acho que só fazendo pra você saber... ㅡ O último, não tinha mais oque andar.
ㅡ Pois então... ㅡ Inclinou o rosto aproximando os lábios do ouvido do outro. ㅡ Faça.~ ㅡ Segurou uma das mãos do menor e a guiou até sua cintura.
ㅡ Não me provoca Martín. ㅡ Disse sério, conseguia ouvir o coração do outro batendo e sua respiração em seu ouvido, estava por fio de perder o controle.
O loiro levou a mão até o rosto do menor e o levantou pelo queixo, voltando a fixar seus olhares.
ㅡ Ah, isso é um não? ㅡ Disse, forçando um tom e expressão desapontada.
ㅡ Eu não disse isso, Corazón. ㅡ Agarrou-o com as duas mãos e o apertou contra si.
Sentiram os batimentos acelerarem em seus peitos e o calor aumentar em seus interiores.
Não precisaram de mais um segundo sequer, seguraram o rosto um do outros e selaram seus lábios finalmente.
Martín nem sequer percebeu que havia andado até que sentiu as costas tocando na parede fria, os lábios do moreno se afastaram dos seus, desceram beijando seu rosto, seu queixo, seu pescoço, sentiu as mãos quentes deslizarem para dentro de sua camisa e subirem por suas costas e seu abdômen, seu corpo arrepiou e ele agarrou os ombros escuro quando uma das pernas do brasileiro se encaixou entre a suas, o loiro não segurou e arfou quando sentiu a língua quente do outro deslizando por seu pescoço, mas no mesmo momento que sentiu a perna o pressionando mais e uma das mãos em si massagear seu peito, não segurou que um gemido escapasse de sua boca, ele levou uma mão até o próprio rosto cobrindo os lábios, conseguiu ouvir uma leve risada vindo do moreno.
ㅡ Parece sensível aqui... ㅡ Sussurrou no ouvido do maior rodeando o pequeno mamilo com um dos dedos.
Martín queria falar algo, mas tudo que conseguiu foi morder a própria mão quando teve a bunda apalpada pela mão livre do outro, ele curvou o corpo para frente, para mais perto de Luciano, o deixou lhe tocar e beijar como queria e onde queria, tendo aquele delicioso formigar em cada uma dessas partes, mas quando sentiu uma das mãos do moreno abrindo sua blusa ele a segurou e afastou um pouco o corpo do outro.
ㅡ Ei, não acha que está com um pouco de pressa... ㅡ Disse ainda ofegante soltando o menor.
ㅡ Pensei que você tinha dito pra eu fazer...ㅡ Falou levando as mãos de volta a cintura pálida, acariciando-a.
ㅡ Não fez com pressa da última vez. ㅡ Martín desviou o olhar rapidamente, tentando lembrar ao moreno de onde se encontravam.
E por um segundo da Silva realmente havia esquecido que ainda estava no jardim da casa das amigas, ele encarou o loiro a sua frente, os lábios inchados, rostos corado, roupas bagunçadas, honestamente por si não ligava de estar onde estava, se Martín deixasse ele o tomaria alí mesmo, mas prometeu ao outro que faria melhor que da última vez e não queria desrespeitar a nova casa das hermanas.
ㅡ Ei se eu me lembro bem, estou te devendo algo não é?!... ㅡ Disse brincando com a barra da camisa do maior.
ㅡ Está sim... ㅡ Envolveu os braços pelos ombros do outro, o trazendo para mais perto de novo.
ㅡ Por que não vem embora comigo pra eu poder pagar? ㅡ Deixou um selinho nos lábios rosados.
ㅡ Hmm e por que ao invés de pagar você não aumenta sua dívida?! ㅡ Devolveu um selinho ao outro.
ㅡ Acho que gostei mais da sua proposta. ㅡ Selou novamente suas bocas.ㅡ Aceita uma carona pro meu apartamento? ㅡ Sussurrou contra os lábios do loiro.
ㅡ Com todo prazer. ㅡ O sussurrou de volta antes de ser tomado pelos lábios macios novamente.
Ainda gastaram bons minutos se chamegando e beijando antes de se separarem, e só quando afastaram de vez os corpos um do outro que sentiram como a brisa suave se tornou em um vento gelado e agora algumas nuvens já apareciam no céus, haviam ficado tanto tempo alí pro clima ter mudado tanto? Ou era apenas o clima de São Paulo sendo bipolar como sempre?
Se ajeitaram como puderam e, torcendo para que os amigos não percebessem nada de estranho, voltaram até a sala de jantar vos recebendo a atenção dos outros.
ㅡ Está tudo bem?...ㅡ Questionou o uruguaio.
ㅡ Sim, sim, a gente estava conversando um pouco só.
ㅡ Está meio tarde, já estamos indo vou dar uma carona pro Martín.
Os dois receberam alguns olhares surpresos, afinal não tinham se falado muito durante a noite e de repente estão indo embora juntos?...Estranho? Sim! Mas ninguém reclamaria dos amigos estarem se dando bem... claro que Catalina não era boba nem nada e sabia que se estavam indo embora juntos é porque provavelmente passariam o resto da noite juntos. Os dois se despediram dos amigos e Lina não resistiu em zoar o brasileiro, ao qual quando foi abraçá-la ouviu da mesma um: "Pega leve com ele" sussurrado, claro que respondeu com um: " Não prometo nada.", óbvio que não ficou surpreso, afinal tinha visto quando a morena havia sacado que ele era o "cara da boate" que Tincho tinha contado a ela.
Foram embora e seguiram rumo ao hotel, controlaram o desejo que quase os fizeram ficar pelo carro mesmo, se olhavam ansiosos esperando o elevador subir de andar em andar, dessa vez Tin viu quando as portas se abriram e os dois saíram no décimo oitavo andar.
Hernández suspirou quando se viu novamente de frente para a vista da cidade, no fundo não pensou que veria aquela vista tão rápido novamente, nem que estaria alí tão rápido. Divagou com seus pensamentos que não notou quando Luciano se aproximou por trás, apenas sentiu a respiração quente em sua nuca e as mãos fortes apertando seu quadril, o fazendo arrepiar.
ㅡ Gostou mesmo da vista não é? ㅡ Perguntou apoiando a cabeça no ombro do maior.
ㅡ Uhum, mas você conseguiu deixá-la ainda mais bonita naquela noite... ㅡ Se aconchegou nos braços do outro. ㅡ ... Contou pra Mari o'que fizemos?
ㅡ Não consiguia parar de pensar em você, precisava contar pra alguém. ㅡ Disse movendo sutilmente as mãos, as subindo pelo torço do argentino.
ㅡ Aé?!... Em que pensava?
ㅡ Na sua voz...
ㅡ Minha voz?
ㅡ Na sua voz gemendo pra mim.~
ㅡ Ahn.~ ㅡ Martín gemeu surpreso ao sentir um arrepio correr por seu corpo quando uma das mãos envolveu seu pescoço, o segurando firmemente.
Sentiu o coração errar as batidas, mas sem dúvidas amou isso, arfou pesado quando os dedos se desvencilharam de si e desceram começando a desabotoar sua camisa.
ㅡ E... no que mais pensou?
Ele sentiu novamente o ar quente da respiração do outro em sua nuca.
ㅡ No seu cheiro.~ ㅡ Disse arrancando a camisa do corpo pálido e a jogando pro chão.
Martín mordeu os lábios sentindo seu membro pulsar quando o moreno o apertou contra si e afundo o rosto entre seu pescoço e ombro, o beijando ali e suspirando com aroma do corpo causcasiano, Hernández ergueu o braço e agarrou os cachinhos negros entre seus dedos e os apertou quando sentiu sua pele sendo puxada pelos dentes do moreno.
ㅡ Hmm... no que... mais? ㅡ Questionou em um ofego sôfrego.
Os lábios carnudos deslizaram até seu ouvido, o mordiscando de leve antes de lhe entregar a resposta.
ㅡ Em você gozando pra mim.~
O loiro sentiu aquele frio na barriga se espalhar dentro de si com a fala do brasileiro, se virou de frente para ele e segurando seu rosto tomou-lhe com vontade os lábios, sentiu as mãos quentes deslizando por seu corpo, o apertando suavemente, acariciando com delicadeza sua pele, sua mente já começará a ficar nublada pelo calor, tanto que demorou alguns segundos para entender quando os lábios se afastaram dos seus e as mãos os seguraram e levantaram como uma noiva nos braços de Luciano, Tin sentiu as bochechas quentes com o ato do moreno, ele era um homem alto e forte não era qualquer um que conseguia o segurar, ainda mais alguém menor que si, não que não apreciasse, muito pelo contrário, passou os braços ao redor do pescoço do outro e deixou que o levasse para qualquer que fosse o lugar que queria.
Luciano subiu as escadas com Martín nos braços, seguiu pelo pequeno corredor com três portas, virou e adentrou na segunda à esquerda, na qual levava para o quarto, uma cama de casal, mesinhas de cabeceira e uma cômoda, e claro, a parede de vidro.
Da Silva colocou o loiro sentado a beira da cama, deu-lhe um beijo rápido antes de se afastar para poder tirar a própria camisa, e logo foi puxado para outro beijo, sentiu as mãos pálidas passeando por seu corpo, principalmente por seu peito, segurou com uma das mãos o rosto do maior enquanto e o guiava a se deitar, Tincho mordeu os lábios carnudos antes de minimamente os separar.
ㅡ Também pensei em você.
Luciano sorriu contra os lábios rosados.
ㅡ Me diga no que pensou.
ㅡ Nos seus lábios me beijando.~
O moreno deu uma pequena risada antes de deixar um selinho nos lábios do outro, um em sua bochecha, na ponta de seu nariz, pelo seu pescoço, seus peitos, seu abdômen, novamente subiu e lhe beijou os lábios.
ㅡ No que mais?
ㅡ Você me tocando.~
Então ele o tocou, vagou os dedos pelo corpo de Martín o acariciando com ternura e vez ou outra o apertava apenas para vê-lo tremendo, então novamente levou os lábios para o corpo pálido e o marcou, mordeu, chupou, tocou e beijou em cada parte que conseguiu, enquanto ouviu os doces ofêgos e gemidos do loiro, o'que apenas o instigou a fazer mais, desceu a mão para dentro das calças dele e a moveu lhe massageando, levou o rosto até audição do outro e mordeu ali também.
ㅡ No que mais pensou Tin?~ ㅡ Disse apertando mais o membro em sua mão.
ㅡ Ah ahn~... vo-você... ㅡ Sentia o corpo todo formigar, a cabeça parecia entorpecida.
ㅡ Em mim fazendo o'que?~ ㅡ Deslizou o polegar pela cabecinha rosada, arrancando um gemido adorável de Martín e sentindo o dedo levemente molhado.
ㅡ Você me chupando...~
O moreno sorriu com a resposta, se afastou um pouco, segurou a cós de suas calças e a arrancou em um só puxão, fazendo o loiro engolir seco.
Luciano se pôs entre as pernas do maior, segurou uma delas por cima de seu ombro e esfregou o rosto como um gatinho manhoso antes de o arrastar até a coxa pálida e fechar os dentes com força na pele macia, o corpo de Martín estremeceu com um espasmo e ele tampou a boca abafando um gemido, o menor sorriu satisfeito com a perna tremendo em sua mão e beijou delicadamente a marca que fizera alí.
ㅡ Desculpa, é tão gostoso que faz eu querer arrancar um pedaço. ㅡ Mordiscou de leve outra parte da coxa.
ㅡ E-eu não estou reclamando. ㅡ Fechou os olhos mordendo os lábios... era bom, bom demais, tão bom que não ligaria se realmente arrancasse um pedaço.
ㅡ Sendo assim... ㅡ Mordeu novamente se deliciando com o gemido do loiro.
Assim como fez ao resto do corpo beijou e marcou o que conseguiu das pernas pálidas, deixando Hernández completamente sensível, vê-lo assim, oh Deus, Luciano achava um absurdo o quão lindo aquele homem ficava, queria dar todo prazer do mundo a ele, só para ver aquele rostinho encantador se perdendo de luxúria.
Se abaixo e sem hesitar, cumpriu o'que o maior lhe disse, segurou o membro pálido e engoliu até tocar sua garganta, Martín se contorceu ao ato repentino, teve de segurar para não gozar assim que sentiu a língua quente o acariciar, já tinha perdido as contas de quantas vezes durante a semana se revirou nos próprios lençóis enquanto gozava pensando no outro assim, e agora o tem bem ali, o chupando com tanto ardor quanto da primeira vez, e sem dúvidas fantasia alguma conseguia se comparar.
Suspirou tombando a cabeça para trás, sentiu o mundo girar a cada vez que seu pau era largado e novamente abraçado pela boca quentinha do outro, levou uma das mãos até os cabelos negros e os apertou, Luciano se moveu um pouco mais rápido, fazendo aquela mistura de sons babados e engasgados cobrirem o quarto junto dos ofegos de Martín, que por sua vez sentiu o coração pulsando tanto quanto seu membro.
ㅡ Ahn~ ah-ahhn...eu...eu vou-Lu-luciano.~
Ah céus... Martín gozaria em segundos com aquilo e Luciano sentiu que poderia gozar só de ouvir o loiro gemendo seu nome daquele jeito de novo, se viciaria completamente nesse maldito argentino.
O moreno mesmo que já esperasse deu uma leve engasgada ao sentir o outro se desmanchar em sua boca, o maior por sua vez mordeu os próprios lábios quando sentiu o sangue correndo pelo corpo e o coração quase saindo pelo peito. Quando finalmente sentiu o corpo relaxar e os batimentos acalmarem, também relaxou as pernas, as quais nem havia notado quando se apertaram contra o rosto do menor, não que ele se importasse, Luciano morreria sufocado por aquelas pernas se pudesse, e que morte feliz seria.
O brasileiro se moveu levando o rosto até o do outro, limpou uma gota de suor que escorria por sua testa e lhe beijou ali, acariciou os cabelos dourados e encarou as íris claras, uma das mãos pálidas tocou com carinho seu rosto, deslizou os dedos até seus lábios os desenhando e teve eles beijados também.
ㅡ Você parece cansado. ㅡ Segurou a mão do maior, acariciando-a com o polegar.
ㅡ Não estou. ㅡ Envolveu os braços pelo pescoço dele.
ㅡ A gente pode parar por aqui, se quiser.
ㅡ Não quero. ㅡ Cruzou as pernas envolta da cintura do moreno.
ㅡ Martín-...
ㅡ Não me faça esperar mais, eu te quero... ㅡ O puxou para mais perto de si. ㅡ ...E quero agora.~
ㅡ Ei calma aí, não foi você que pediu sem pressa?! ㅡ Segurou uma das pernas e um dos braços fazendo o outro soltá-lo. ㅡ Me deixa te preparar antes.
ㅡ Não precisa...
ㅡ ... Eu não quero que machuque você.
ㅡ Eu já fiz... ㅡ Disse desviando o olhar. ㅡ... Antes de ir pro jantar.
Lucho o encarou surpreso.
ㅡ... Você já-
ㅡ Você também não saia da minha cabeça... o que mais eu podia fazer?
O brasileiro engoliu seco sentindo o rosto quente, a imagem do loiro se tocando consigo em sua mente apenas algumas horas antes de se encontrarem, claro que não sabia que iam se encontrar, mas isso não importava, a cena fez o corpo e mente de Luciano acender ainda mais, se focou tanto no maior que nem notou o quão excitado estava, só se deu conta do próprio estado quando sentiu uma pontada dolorida no membro, suplicando por algum alívio.
Se afastou e tirou suas calças, suspirou quando finalmente libertou o amigo sufocado pela cueca, estava duro feito pedra e nem havia notado, segurou a base do próprio pau e o afagou sentindo um arrepio correr até o cérebro e um filete de pré gozo escorrer, o colocou contra a entrada do loiro e esfregou ali lambuzando com o próprio líquido, sentiu o maior contraindo contra si e por mais que quisesse o penetrar de uma só vez, juntou toda força que tinha dentro de si e olhou diretamente para os olhos claros.
ㅡ Posso?... ㅡ Perguntou levemente ofegante, quase como uma súplica ao louro.
ㅡ Deve.~ ㅡ Respondeu, ansiando por aquilo tanto quanto o outro.
Firmou o membro com a mão e o empurrou, pouco à pouco, até estar totalmente conectado ao maior, ele se curvou sobre o corpo pálido e alcançou os lábios finos, os tomando para si, sentiu as mãos de Martín passando por seu corpo, deslizando por suas costas, ele envolveu os braços por debaixo do loiro, se abraçaram carinhosamente enquanto maltratavam as bocas um do outro, emaranhavam as línguas com veemência, degustando prazerosamente de seus gostos, sentindo os corpos ansiando por um pouquinho mais a cada segundo, o moreno lentamente começou a se mover, sendo deliciosamente apertado a cada vez que entrava; Só quando realmente precisou pegar um pouco mais de fôlego que ousou interromper o beijo, descolando seus lábios sentindo a respiração ofegante do loiro se misturando a própria, o beijou de novo e de novo, parecia impossível ficar sem seu sabor por muito tempo. Os dedos pálidos se afundavam um pouco mais nas costas escuras a cada vez que Luciano se movia.
ㅡ Hmm ah~... ㅡ Hernández gemeu jogando a cabeça para trás quando Lucho o empurrou com força.
As unhas se firmaram nas costas escuras o arranhando, ele balançava o corpo pálido com as estocadas, Martín tombou a cabeça para lado, pousando os olhos na parede de vidro, que agora estava sendo tomada por gotas de um chuvisco, mas fora a isso viu seu reflexo no vidro... bem, o reflexo deles, e sentiu aquele calor aumentar ainda mais, pareciam tão lindos juntos, olhou para as próprias mãos e arranhou com mais força o moreno, que como resposta meteu com mais força também, o loiro foco olhos exatamente no encaixe do outro em si, e sentiu ainda mais tesão com a visão do quadril afastando e batendo contra si, rodeou de novo o outro com as pernas vendo o quão gostosos pareciam nessa posição.
Luciano percebeu que o foco do outro não estava mais em si, e olhou para o lado vendo também seus reflexos, ele riu, parou de se mover e saiu de dentro dele, antes que o loiro pudesse falar algo ele o segurou e virou de costas para si e os deixou virados diretamente para a parede.
ㅡ Lu-...
O moreno o segurou pelo pescoço levantando seu rosto e aproximou o rosto de seu ouvido.
ㅡ Eu sempre achei que você era meio narcisista... ㅡ Tincho sentiu o as batidas descompassarem de novo quando olhou para frente e os viu refletindo no vidro. ㅡ ...Mas quem não amaria ver esse rostinho lindo assim.
Martín não entendeu por que um simples elogio mexeu com todo seu corpo, ele sentiu seu interior contrair querendo o outro lá de volta, não demorou muito mais para que essa vontade fosse cumprida, Luciano soltou o pescoço do maior, levantou seu quadril e voltou a se afundar dentro dele, agora deixando uma vista muito mais claro dele entrando e saindo do loiro que observou atentamente isso pelo reflexo, ele sentiu a mão do menor escorregar de sua cintura até seu membro o masturbando no mesmo ritmo das investidas. Martín afundou o rosto nos lençois, pareceu estímulos demais para sua cabeça processar, estava com a mente avoada, leve demais, era como se todo seu corpo derretesse nos toques e palavras do moreno.
ㅡ Ahn Martín.~
Luciano se inclinou e passou o braço livre pelo loiro o abraçando, ele gemeu ao pé d'ouvido do outro sentindo o corpo arder de cima abaixo pelo prazer, não conseguia respirar direito, pensar direito, só queria se imergir com Martín naquela onda de calor que enchia seu corpo, não aguentaram mais, Luciano se afundou mais em Martín e Martín se afundou mais nos lençois, o moreno manchou-o por dentro, enquanto o louro manchava sua mão.
Da Silva beijou as costas pálidas ainda o acariciando com mão, mexendo de leve a cintura, se manteve assim até as pernas do outro cederem e ele abaixar o quadril, só então o menor se moveu, se afastando do argentino, e nossa, Luciano sentiu a mente girar de novo assim que viu a imagem linda de sua porra escorrendo de Martín, suspirou sentindo o membro dar um leve espasmo, pronto para outra.
Martín se virou de frente para o moreno, a sua volta tudo ainda pareciam estrelas, a única coisa que conseguia se focar era no outro, ele sorriu para o outro e estendeu a mão querendo que fosse para perto e assim ele fez, Martín segurou seu rosto e o puxou para beijá-lo, os dedos escuros se envolveram em seus cabelos em um carinho meigo.
Mais uma vez os lábios quentes deixarem os seus e descerem para seu pescoço, levou também uma das mãos até os cabelos negros os puxou apreciando os inúmeros selares do menor em sua pele, até senti-lo se esfregando em si.
ㅡ D-de novo?!
ㅡ Quer descansar um pouco?
ㅡ... Não.
ㅡ Então me diga, eu posso?
ㅡ Deve~
Martín gemeu sentindo mais uma vez o corpo arrepiar com Luciano o invadindo, ele tacou a cabeça para trás, agora viu o vidro banhado pela chuva violenta e a última coisa da qual se lembra claramente foi do estrondo de um trovão e a luz de raio reluzindo e sumindo com o reflexo de si e de Luciano.
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O loiro se remexeu na cama resmungando, apalpou o colchão esperando encontrar alguém lá, mas quando não sentiu nada abriu preguiçosamente os olhos.
ㅡ Lu?... ㅡ Chamou pelo moreno esfregando os olhos e se sentando.
Nem sinal do brasileiro... Martín definitivamente não gostou disso.
Quando foi se levantar notou que estava com roupas que deviam ser de Luciano, viu as suas roupas dobradas no canto da cama, retirou a blusa e bermuda que estava e começou a vestir as própria, parou por um segundo e se virou para cômoda do quarto, andou até lá e abriu uma das gavetas, viu várias peças de roupas e em meia a elas pegou a mesma camisa que lembrava do outro usando na boate, a vestiu e saiu do quarto.
Assim que foi para o corredor respirou fundo sentindo o cheirinho gostoso de café e pães, ele desceu as escadas e passou os olhos pelo lugar, observou a sala, a cidade e a cozinha, caminhou até lá e encontrou o moreno terminando de coar um pouco de café.
ㅡ Bom dia. ㅡ Disse olhando para o loiro.
Martín encarou a bancada no meio da cozinha com uma cesta de frutas e uma com alguns pães de queijo, um saco de pães francês, uma bandeja de queijo e mortadela e uma vasilha de Margarina "Qualy".
ㅡ Bom dia...
ㅡ Com fome? Pode ficar a vontade, eu não tinha certeza do que você gosta então deixei algumas opções. ㅡ Disse levando a garrafa de café até a bancada.
ㅡ Obrigado... ㅡ Encarou de cima a baixo o menor, que usava unicamente um samba canção e um par de chinelos. ㅡ Você sempre fica assim?
ㅡ Você prefere sem nada?
ㅡ Talvez. ㅡ Disse indo até a bancada e pegando um pão de queijo.
Luciano riu e se juntou ao outro.
ㅡ Essa camisa é minha?
ㅡ Agora é minha, você ainda tava me devendo.
ㅡ Justo, fica bem em você.
ㅡ Igual você. ㅡ Falou enchendo uma das xícaras com café.
Luciano engasgou sentindo o rosto esquentar, o loiro conseguiu o pegar desprevenido.
ㅡ Tímido "corazón"?! ㅡ Martín disse debochado.
O moreno riu o encarando de cima a baixo.
ㅡ Você... não é bem como eu pensava.
O maior se ajeitou na cadeira e olhou curioso para o outro.
ㅡ E como pensava que eu era?
ㅡ... Não era uma boa impressão...
ㅡ Pode falar, não vai me magoar, eu também não pensava muito bem de você.
ㅡ... Achava que você não passava de um narcisista mimadinho, que tentava controlar os amigos.
ㅡ E eu pensava que você era só um idiota, galinha que se acha a ultima "bolacha do pacote."
ㅡ Nossa... e quem diria que você ia dar pra esse galinha idiota.
ㅡ E quem diria que você chuparia o pau desse narcisista mimado... duas vezes.
Ficaram um segundo em silêncio se olhando seriamente.
ㅡ... Não me importaria de uma terceira. ㅡ Lucho disse rindo logo em seguida, dessa vez ele pegando o loiro desprevenido, que rapidamente virou o rosto corado.
ㅡ Você disse que tá aqui por causa do trabalho, vai ficar por muito tempo? ㅡ Limpou a garganta mudando de assunto e arrancando um suspiro do outro.
ㅡ Não sei, tecnicamente já era pra eu ter ido embora, mas depois pediram pra eu ficar até o fim do mês, talvez até lá falem pra eu ficar mais, se pá, eu saio desse lugar, Lina perguntou se eu não queria ficar lá na casa da piscina.
ㅡ Você vai trocar esse lugar pela casa da piscina no quintal da Lina?...Digo, não me leve a mal, é super linda a casa e o quintal dela mas...
ㅡ Kkkk é eu sei, esse ap é bacana, e eu já tenho ótimas memórias aqui... ㅡ Sorriu ladino para o loiro. ㅡ Mas, seria mais prático da casa das meninas, eu ia poder levar a Mari, fora que a empresa fica mais perto de lá... e também eu tenho que pagar pra ficar aqui, lá eu ficaria de graça. ㅡ Disse arrancando uma risada do outro.
ㅡ Você é muito cara de pau Luciano.
ㅡ É meu charme. ㅡ Deu piscadinha.
ㅡ Bem... ㅡ Virou o rosto olhando mais uma vez a cidade pela grande parede. ㅡ Que pena, vai perder uma excelente vista.
O moreno o fitou por alguns segundos.
ㅡ Eerr... sabe, eu conheço um parque que tem uma vista que deixa essa aqui no chinelo...
ㅡ Aé? ㅡ Disse o encarando de volta.
ㅡ Se... você quiser eu posso te levar pra ver.
ㅡ Eu to livre no final de semana.
Viu Luciano abrir aquele maldito sorriso perfeito, arrancando um sorriso do loiro também.
ㅡ Te passo meu número pra gente ver isso direito.
ㅡ Ah... na verdade não precisa, a Lina já me deu teu número.
Martín suspirou, conseguia imaginar perfeitamente a carinha da amiga com um sórdido sorriso.
ㅡ Então um trabalho a menos. ㅡ Se levantou. ㅡ Eu tenho que ir agora.
Luciano também levantou e o acompanhou até a porta.
ㅡ Quer que eu te uma carona?
Martín o encarou arqueando uma sobrancelha.
ㅡ Uma carona de verdade.
ㅡ Não precisa e muito obrigado pelo café...
ㅡ Imagina...
Se olharam alguns segundos mais.
ㅡ Eu quero te beijar.
ㅡ Lucho, acho que você ainda não entendeu, você deve me beijar.
O moreno segurou o rosto de Martín e colou os lábios contra os dele, sentiu a mão do loiro segurar seu rosto de volta e quase como um instinto ele deslizou as mãos até a cintura dele e puxou para si, porém o maior separou seus lábios.
ㅡ Eu não recusaria aquela terceira vez...
Luciano deu uma risadinha e tentou beijá-lo novamente, mas Martín colocou o indicador contra os lábios escuros antes que alcançassem os seus.
ㅡ Até sábado Luciano. ㅡ Disse tirando as mãos do moreno de si.
ㅡ ...Até sábado, Martín.
O menor abriu a porta e Hernández saiu de lá, assim que a porta foi fechada o argentino escorou pelo lado de fora e o brasileiro se escorou do lado de dentro, os dois soltaram um longo suspiro.
Sábado... tomará que chegue logo.
Continua...