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Sunny sentou-se na beira da costa, a grama verde e ainda úmida pela chuva fazendo cócegas em seu pelo que balançavam pela força do vento. A luz do farol que ficava acesa, estava apagada há muito tempo, antes mesmo de Sunny nascer. O pai dela costumava contar histórias sobre… Os destroços tinham sido recolhidos e a construção começava a ganhar vida, porém ainda demoraria um pouco mais para o farol de Maretime Bay voltar. A pônei laranja damasco inalou o cheiro da maresia, era familiar e nunca se cansava, enquanto fechava os olhos e sentia a brisa na face.
Se outro pônei olhasse Sunny de longe, sentada sozinha na costa com os olhos fechados, os lábios em um pequeno sorriso escondido pensariam que algo estava a incomodando, mas estava longe de ser a verdade. Depois de tudo o que ela passou - a solidão, Sunny finalmente tinha amigos. E para ela bastava. Nada estava perfeito - era longe disso, na verdade a magia, suas asas e seu chifre era um mistério que ela resolveria outro dia.
Por hoje ela apenas olhou para o céu rosada e lembrou-se das histórias sobre uma princesa solar e como os unicórnios cuidavam do sol e da lua.
— Pergunta cento e quarenta: Unicórnios controlam o sol? — murmurou as palavras ao vento. Um sorriso melancólico tomou conta, desde que ela pensava que todas as perguntas que ela tinha para os unicórnios não poderiam ser respondidas.
Não por enquanto, ao menos. Porém, o que Sunny não esperava era que uma voz animada respondesse. Outra égua se juntou a ela, respondeu enquanto sentava-se ao lado dela e olhava para o céu.
— Acho que …não? — a voz da unicórnio surgiu do nada. Sunny perdida em seus pensamentos saltou para longe e quase caiu do penhasco, mas Izzy segurou o casco dela e pendeu a cabeça. O olhar magenta curioso olhando no fundo dos olhos do pônei terrestre - alicórnio, nem ela sabia mais o que era. — Sinto muito, Sunny não queria te assustar é que você parecia triste e eu odeio ver meus amigos tristes — sem uma pausa para respirar ela jorrou as palavras e a puxou — Aqui, ops hehe~~
Ela riu para si e puxou, quando Sunny olhava como os olhos arregalados e se deitava de barriga para cima, respirando pesadamente com o coração quase saindo pela boca, Izzy continuou ao lado dela. Murmurando uma melodia.
— Não chegue assim, de repente — pediu. Levou o casco ao peito e esfregou. Levantando-se e olhando curiosa e hipnotizada para o chifre da amiga reluzir, atrás de Izzy algo brilhava e antes que Sunny pudesse ver um casco a parou. — Eu te perdoo, é claro. Mas o que você veio fazer aqui - essa hora e o que tem aí atrás de você…? — insistiu.
Izzy ainda com a cabeça pendida para o lado, piscou inocentemente.
— Bem. Já que daqui algumas semanas sua casa vai estar em pé e consertada e Pipp e Zipp, vão passar um tempinho aqui — ela começou, com a magia ao redor do chifre brilhando ainda mais.
Sunny ficou em êxtase quando seus amigos não apenas iam ajudar sua casa, mas também morar com ela. Ela tinha passado a maior parte da vida sozinha desde que o pai-…ela sorriu, arqueando a sobrancelha com expectativa para a amiga. Já que convencer a Rainha a deixar as filhas se afastarem de suas asas não foi uma tarefa fácil, mas Sunny percebeu que quando as irmãs reais colocavam uma coisa na cabeça, nada e nem nenhum outro pônei as fazia mudar de ideia.
Atrás do corpo rechonchudo de Izzy, a lanterna de Sunny brilhava.
— Eu consertei. Sei que é muito especial pra você — Izzy explicou, deixando a lanterna em cima da grama, na frente de Sunny, que arregalou os olhos e o queixo despencou no chão.
A pônei que nunca tinha desistido da amizade, levou os cascos em direção a boca, tampando-o sem acreditar. Assim como o farol, a lanterna que ela ganhou do seu pai tinha sido destruída.
— Eu…— Sunny começou. Sentiu o peito apertar e os olhos arderem. Ela envolveu os cascos ao redor da lanterna e trouxe para si. Não era a mesma lanterna, ela podia ver o toque de Izzy aqui e ali, mesmo assim era um gesto tão simples. — Obrigada Izzy, de verdade. Eu amei. Eu realmente amei - era do meu pai, é muito especial para mim — afirmou, sentido a cada vez mais difícil de falar.
Sunny não queria chorar. Ela estava feliz, realmente após muito tempo. Hitch e ela não brigavam mais, desde que ela parou de cometer crimes. A magia tinha voltado e ela tinha amigos, um unicornio e dois pegasus, assim como ela sempre quis! Mas as lágrimas começaram a rolar e ela sentiu Izzy a puxar para um abraço.
— São lágrimas de alegria, realmente — insistiu.
Izzy não sabia o que dizer, mas quando ela chorava sozinha em sua árvore oca, gostava de imaginar algum outro pônei a confortando e por isso ela abraçou bem apertado Sunny.
— Vai passar, vai passar…— assegurou, balançado a égua laranja damasco.
Sunny fungou, entre uma risada presa e o soluço contido.
— Posso te fazer uma pergunta?
Ainda cantarolando, Izzy se afastou do abraço e olhou para Sunny intensamente - ela sempre a olhou assim.
— Isso já foi uma pergunta, bobinha — a égua lilás brincou, tocando a ponta do casco contra o focinho de Sunny.
A pônei terrestre revirou os olhos, o sorriso cada vez maior e por um momento ela brilhou. Asas e chifres translúcidos surgiram.
— Meu caderno…oh — o caderno com as ditas questões apareceu e como se fosse uma miragem, as asas e o chifres sumiram. Sunny não parecia notar, a magia estava diferente. Um diferente bom, e ela não notou o modo como Izzy suspirou admirada. — Pergunta cento e quarenta um.
Sunny abriu o caderno com os cascos e desviou o olhar. As bochechas dela ficaram vermelhas e o coração estava prestes a sair da boca, assim que ela leu. Ela nunca teve certeza, mas Izzy foi sua primeira amiga.
— Você gosta de mim?
Sunny não a olhou, com medo da resposta e como poderia arriscar uma amizade que poderia florescer ainda mais. Só que Izzy nunca foi um pônei convencional. Nem para os padrões dos unicórnios.
Quando Sunny sentiu os lábios de Izzy contra o seu, arregalou os olhos e viu os olhos fechados da unicórnio. O beicinho e como ela estava vermelha. Foi um simples roçar de lábios, mas ela sorriu contra o beijo. Com um suspiro, Izzy se afastou e os olhos magentas brilhavam com amor.
— Eu gosto — Izzy respondeu, com um sorriso tão brilhante que rivalizava com o sol — Desde da primeira vez que eu te vi, eu sabia, você é especial, Sunny.