Chapter Text
—Agora crianças — o professor Jiang disse sério —, vocês sabem que amanhã a escola vai comemorar o dia das mães? — as crianças balançaram as cabecinhas animadas. — Por que não fazemos algo, um presente?
Os olhinhos brilharam empolgados pela sugestão, já planejando o que fariam, talvez algo com muito glitter, ou macarrão! No meio disso, uma mãozinha se ergueu.
—Shizui — o professor chamou. O garotinho estava acuado, percebeu, parecia que algo estava o incomodando.
—Professor…, e quem tem dois papais?
Ah. É claro.
—Você pode fazer algo para os seus papais — sugeriu. — Esse dia existe para celebrarmos as pessoas que cuidam bem de nós, se é sua mamãe, papai, vovó, vovô, o que importa é o quanto queremos mostrar que amamos a pessoa, sim?
Os olhinhos do pequeno Lan cintilaram e, logo, começou a planejar o que faria para os papais, especialmente para o papai Xian que gostava de usar saias as vezes.
—Oba, vou fazer algo para a vovó! — uma criança gritou.
—Vou fazer ‘plo meu cachorro!
Os alunos começaram a trabalhar sendo observados pelos olhos de falcão do professor Wanyin, o homem estava sério, mas por dentro estava todo derretido, seus aluninhos estavam tão fofos, algumas carinhas estavam confusas, outras decididas, as mãozinhas seguravam os lápis empolgados, todos compartilhando com os coleguinhas os materiais.
Seu chão ficaria cheio de glitter, mas quem ligava?
Lan Shizui ergueu seu trabalho, mostrando empolgado para Jin Ling o que tinha feito. Sem perceber, Wanyin sorriu com a cena, um sorriso calmo, sendo observado por dois olhinhos atentos.
—’Prô, ‘prô — uma aluninha chegou dando pulinhos, —, ajuda a escolher o vestido das minhas mamães?
Os dois passaram os próximos minutos discutindo se os vestidos seriam longos, vermelho, roxo, azul, preto, se teria glitter. Quando a discussão parecia ter acabado, a pequena se lembrou que uma de suas mamães preferia usar calças, então um novo debate sobre a cor das calças se iniciou.
—BRIGA! BRIGA!
Wanyin se assustou, dando de cara com Jin Ling e Lan Jingyi rolando no chão da sala, Lan Shizui tentou separar, mas quando foi empurrado passou a olhar assustado para os dois, o resto dos alunos formou um círculo gritando.
—PAREM — o professor correu, separando os dois meninos, segurando um em cada mão. —O que estão fazendo? Por que estão brigando?
—Ele é ladrão — Jin Ling gritou.
—O que? Jin Ling? Lan Jingyi? Lan Shizui?
Mas nenhum deles abriu a boca, Jing Ling encarava o outro com um bico de raiva e Lan Jingyi com algo semelhante a frustração e tristeza. A-Yuan só estava apavorado.
—Deu ruim — o resto dos alunos sussurrava ao ver a cara do professor.
Sua cara não estava nada boa, mas a verdade é que estava assustado, o coração disparado, a cena dos dois meninos rolando no chão foi horrível, os dois eram amigos, bons meninos, por quê?
Wanyin não teve outra opção além de levá-los para a enfermaria e comunicar a diretoria. Assim que percebeu o que iria acontecer, Jin Ling começou a chorar, partindo mais o coração do professor.
Felizmente, os três tiveram apenas leves escoriações.
—Não vai JiuJiu, não vai — Jin Ling soluçou quando viu o tio prestes a sair da enfermaria, deixando-os sozinho com a diretora.
Ele não podia ficar, na escola era o professor, nada mais, tinha uma sala com mais 10 crianças para cuidar. O garoto abriu um berreiro, mas o que deixou o professor mais abalado foi a falta de reação do outro envolvido, Jingyi estava sério, durante o tempo todo não esboçou nenhuma reação.
—Professor — A-Yuan o parou ao final da aula.
—Tudo bem?
—Sim.
O garoto olhava para baixo, as mãozinhas para trás, os lábios apertados um no outro, não demorou para que Wanyin percebesse que o garoto estava em conflito, queria dizer algo, mas, provavelmente, não queria trair os amigos.
—Pode me dizer o que aconteceu?
—A-Ling não gostou do desenho do A-Yin — foi tudo o que o menino disse.
Desenho?
—Tudo bem, obrigada A-Yuan.
Quando o aluno saiu da sala, deixando o professor sozinho com seus pensamentos, os olhos cinzas caíram nos materiais espalhados pelo chão. Começou a recolher, agradecendo a sua Shijie por escrever o nome do pirralho nos materiais, como os responsáveis foram chamados na escola, logo viriam buscar os pertences dos dois.
Wanyin sentiu o coração falhar uma batida ao ver o desenho.
Jogado no chão estava um papel, estava amassado, provavelmente por causa da briga, nele três pessoas de palito sorriam de mãos dadas, e no canto, com a letra indiscutível de Lan Jingyi estava escrito:
Eu, papai Xichen e ‘fessor Wanyin.
Os olhos cinzas encheram de lágrimas, ele tinha sido desenhado, mais uma vez Jingyi o desenhou, mas havia algo naquele desenho, uma inocência que tocava seu coração.
—A-Cheng — a voz doce de Jiang YanLi o chamou.
—Shiji… Sra.Jin.
YanLi riu, era adorável como o seu irmão era profissional. — Professor Jiang, viemos pegar as coisas dos meninos.
Atrás dela, Lan Xichen apareceu fazendo o professor corar. O Lan tinha um sorriso tenso nos lábios e estava cabisbaixo.
—Jin Ling, peça desculpas para o professor — YanLi mandou —, peça desculpas por ter brigado.
—Foi mal, JiuJiu — sua irmã beliscou uma das bochechas da criança em seu colo que choramingou, se corrigindo. —Profº Wanyin.
—Jingyi — Xichen chamou o filho —, peça desculpas também — o garoto atrás dele não reagiu, continuou com a expressão séria e em silêncio. — Lan Jingyi.
Xichen estava preocupado, seu filho nunca brigou na vida, sempre foi agitado, bocudo, mas muito respeitoso, e agora, estava com essa expressão séria, se recusando a dizer o porquê de ter brigado e o que estava acontecendo. Jin Ling e Shizui disseram que foi por causa de um desenho que o filho fez, mas não disseram qual era o tal desenho, a única coisa que Jin Ling disse foi que o Lan queria roubar o seu JiuJiu.
Estava envergonhado, tão nervoso que sequer conseguia apreciar o professor bonito do filho, e Wanyin era lindo, os olhos afiados com uma tonalidade tão incomum, o cabelo liso e pretinho, a silhueta forte, e um desenho nas mãos.
Desenho? Os olhos castanhos se arregalaram ao ver o papel na mão do professor, seria esse o tal desenho de Jingyi.
—Professor Wanyin, é esse? Eu poderia ver esse desenho?
O professor corou, paralisando, vendo o Lan se aproximar, ao perceber o que estava acontecendo, Jingyi correu atrás do pai, tentando puxar sua mão, impedindo-o. Quando Wanyin percebeu, Lan Xichen estava na sua frente, pegando o desenho da sua mão.
A reação do Lan foi arregalar os olhos, as orelhas em chamas, YanLi percebeu a tensão entre os dois homens corados e, como a boa fofoqueira que era, observou em silêncio.
Xichen não podia acreditar, Jingyi tinha desenhado eles com o professor, como uma família! Era a segunda vez que os desenhos do filho o colocavam em uma enrascada, a primeira foi resolvida como uma brincadeira, mas essa…, encheu Xichen de tristeza.
—A-Ying.
A criança olhou para o chão, pela primeira vez demonstrando alguma reação.
—Todas as crianças têm dois de cada — sussurrou os olhinhos —, um papai e uma mamãe, duas mamães ou dois papais como o A-Yuan — começou a chorar. — Queria que o papai não ficasse sozinho.
O pequeno começou a chorar alto, soluçando, era como se uma represa se rompesse dentro dele. Xichen sentiu seu coração quebrar, ver sua criança chorando era o pior dos castigos, abraçou o seu pequeno com força, sussurrando:
—Eu não estou sozinho, tenho você. Eu tenho você.
Jingyi não fez por mal.
Quando todos começaram a discutir animados sobre o que fariam para as duas pessoas que mais amavam, foi como se o mundo parasse. Duas, elas estavam falando sobre as duas pessoas e ele só tinha uma! Shizui tinha dois papais e Jin Ling um papai e uma mamãe, mas ele só tinha um papai.
Em nenhum momento percebeu que o ‘fessor nunca disse que ele tinha que presentear duas pessoas, e, naquele instante, dentro de sua cabecinha de cinco anos, não ter duas pessoas para cuidar dele era uma catástrofe.
Foi aí que decidiu colocar o ‘fessor Jiang no desenho com o seu papai, para ele não havia distinção, o ‘fessor disse que ele devia fazer algo para alguém que amava, e ele amava o ‘fessor!
Quando seu primo e amigo perguntaram para quem era o segundo desenho, disse que era para Wanyin, mas Jin Ling não gostou:
—Ele é o meu JiuJiu! — o garoto disse venenoso. — Meu JiuJiu nunca ia gostar de um boboca feio você.
Então Jingyi bateu nele.
Wanyin e YanLi não ficaram impunes à cena, aquilo era triste e lindo, então, deixaram a sala, permitindo que os dois sentissem tudo o que deveriam sentir.
No dia da tão esperada confraternização de dia das mães, Wanyin entregava flores para as mães na entrada da escola. Algumas pessoas se sentiram acuadas pela carranca do homem, uma mãe até ficou com os olhos esbugalhados quando descobriu que ele era professor da escola.
—Lan Zhan, Lan Zhan, olha flores — um homem de cabelos negros, roupas pretas e vermelhas e um sorriso gigante pulou na frente de Wanyin.
—Hm — outro homem parou ao lado do primeiro, esse não tinha expressão alguma, vestia roupas formais totalmente brancas, Wanyin o reconheceu na hora.
Era Lan Wangji, pai de Lan Shizui.
Então o outro deve ser…
— Eles têm um bufê Lan Zhan! Será que tem birita? Tô doido por umazinha — o homem de vermelho e preto disse.
—Não, não tem birita — Wanyin respondeu, estendendo uma flor para o homem barulhento —, mas temos suquinho de maçã da Yakult.
—Ohhh para mim? — o homem colocou a mão no coração, mostrando a rosa para o marido. O olhar do Lan virou para ele, e Wanyin jurou que havia ódio. — Ele acertou em quem é a esposa da relação.
As orelhas de Lan Wangji queimaram, e Wanyin arregalou os olhos, se segurando para não bater no homem com um dos buquês de rosa que segurava pela sem vergonhice.
—Oi, professor — A-Yuan o cumprimenta —, esse é o meu papai Xian.
—Oh! Então VOCÊ é o professor? — a sobrancelha com o piercing subiu tanto que quase foi parar no meio da cabeça, mas logo sua atenção foi desviada por outra coisa. — Lan Zhan, Lan Zhan vamos pegar o suquinho!
E foi embora, arrastando o marido e o filho, deixando o professor fervendo de raiva.
—Ele é uma figura, não? — quando ouve essa voz pertinho de si, o coração de Wanyin bate mais rápido.
Lan Xichen estava na sua frente, sorrindo com aquela carinha de trakinas, vestido com uma roupa sport fino azul clara como um maldito almofadinha. Ele estava muito cheiroso também, quem é que vem tão cheiroso para uma comemoração qualquer? Tsk.
—’Fessor, ‘fessor — Lan Jingyi balança as mãozinhas, sorrindo com uma janelinha.
Janelinha…
Seus olhos se enchem de lágrimas, o seu pequeno estava de janelinha. O dentinho de Jingyi tinha caído!
—E essa janelinha?
—CAIU ONTEM — a criança ficou encantada quando o professor notou —, papai me ajudou a pôr debaixo do travesseiro ‘pra Fada dos dentes!
—E o que você ganhou? — perguntou.
—Um livrinho de pintar de focas! Maneiro!
Wanyin olhou para Lan Xichen e o homem deu um risinho, um livro de pintar de focas? Aquilo era estranho, estranhamente… adorável. O coração de Xichen falhou uma batida quando Wanyin estendeu uma rosa para ele, suas orelhas queimaram e as borboletas voaram em seu estômago.
—Para mim? — perguntou bobo.
Wanyin não respondeu, apenas confirmou, evitando o olhar do outro. Com as mãos trêmulas, Xichen pegou sua flor, quando suas mãos esbarraram nas do outro homem, um arrepio subiu por sua espinha e demorou alguns instantes para tirar a mão.
—Obrigada, professor Wanyin.
Outras pessoas chegaram e o Jiang se viu obrigado a voltar a trabalhar, mas ele fez isso pensando no maldito perfume do almofadinha Lan.
Às 14h em ponto as apresentações das turmas começaram, Wanyin se aproximou, tentando encontrar um bom lugar para assistir.
—Aquii — ouviu aquela voz irritante dizer. — AQUI! AQUI Ó! O ‘FESSOR.
A veia na testa de Wanyin saltou, como pode alguém ser tão irritante?
—’FESSOR! — as crianças começaram a gritar, tentando chamar sua atenção, e bem, Wanyin nunca iria ignorar suas crianças.
Sentou-se junto da família Lan, as crianças comemoraram, e o tal pai Xian abriu um sorriso de orelha a orelha, como aquele meme da Momo, assustador, muito assustador.
—Então… — o cara, que descobriu se chamar Wei Wuxian, começou —, por que virou professor?
—Foi aleatório, as outras opções não eram boas e eu não tinha nenhuma paixão — respondeu.
—Nenhuma paixão? Nem por alguém? — o Wei não perderia a oportunidade, faziam meses que o cunhado andava com um olhar sonhador, suspirando pelos cantos, com muita força na peruca, interrogou os dois Lanzinhos e descobriu um possível abismo de Xichen no professor, ele definitivamente não perderia a chance! — É solteiro?
Lan Wangji olhou para o marido, já prevendo o que iria acontecer, enquanto isso, as orelhas de Xichen ficaram muito atentas na bela voz do professor.
—Sim — Wanyin respondeu direto —, trabalho muito.
—Não tem ninguém interessante na escola? — o Wei cava mais fundo.
—Não posso namorar os pais dos meus alunos.
Nesse momento, um sorriso vitorioso surgiu na face do Wei, estava muito feliz com sua conquista, achou que precisaria dar mais corda, mas o próprio Jiang Wanyin se delatou, agora só precisava de uma forma de…
—Papa — as mãozinhas de A-Yuan puxam sua roupa —, no final do ano A-Yin vai passar de ano!
—Sim, bebê, ele vai, você também!
—O profº Wanyin não vai mais ser nosso ‘fessor — a criança bateu palminhas animada, como se tivesse descoberto um tesouro.
O professor ficou tenso com a carinha de felicidade do aluno, ele estava tão feliz por não ter aulas consigo? Uma sombra de tristeza enche o peito do Jiang, sabia que não era o melhor professor, mas não pensou que seus alunos não gostavam dele.
—Bebê, o papai não está entendendo — Wei Wuxian fala suavemente, o grande sorriso se tornou amarelo, alternava o olhar do filho para o professor vendo a silenciosa reação decepcionada do mais velho.
—Quando A-Yin se formar, o profº Wanyin vai ‘pode namorar o tio Chen!
Wei Wuxian cuspiu o suco que tomava, engasgando, os olhos de Wangji se abriram tanto a ponto de ficarem esbugalhados, mas não teve tempo para sentir vergonha pelo irmão, pois precisava ajudar o marido.
A-Yuan era um garoto inteligente, todos sabiam, era um menino quietinho, que ficava na sua brincando, lendo e fazendo sua tarefa, desde cedo descobriu que se ficasse quietinho, ninguém perceberia que ele estava escutando o que os adultos diziam.
Em uma dessas vezes descobriu que o tio Chen tinha um abismo pelo professor Wanyin, em um primeiro momento se assustou, o tio queria jogar o professor Jiang de um abismo? A-Yuan não queria! Gostava dele. Então foi perguntar para o pai Xian o que era um abismo:
—Abismo é quando você gosta tanto, mas tanto de alguém a ponto de pensar que vai morrer — explicou —, tipo eu e o seu pai! Seu pai tinha um grande abismo por mim! — piscou.
—Wei Ying…
Então o tio gostava do professor a ponto de morrer, ele não queria que seu titio morresse, então quando ouviu o porquê seu querido professor não podia namorar o tio, pensou em um modo de ajudar. Era só namorarem quando A-Yin trocasse de turma!
Shizui estava muito orgulhoso de si!
Lan Wangji e Wei Wuxian olhavam para o filho que estava radiante, sempre disseram que o pequeno Lan Shizui era a cara de Lan Wangji, mas agora era óbvio que tinha um pouco de Wei Wuxian na alma. Agora, só restava ver como os dois homens agiriam.
Wanyin e Xichen paralisaram, os rostos em chamas, não tendo coragem de olhar para o outro, os corações batendo mais rápido, sentindo o cheiro do perfume um do outro.
No meio disso estava Lan Jingyi.
Sua cabecinha trabalhava tentando entender o que tinha acontecido, seu papai namorar o ‘fessor? Seu papai e…
—ME TROCA DE SALA PAPAI — a criança pulou no colo do pai —, DAÍ VOCÊ VAI ‘PODE ‘NAMOLA O ‘FESSOR AGORA!!
Aquelas crianças iriam matá-los!
—Profe..professor Wanyin — Lan Xichen gaguejou —, me desculpe, isso…
—Tudo bem… é só uma brincadeira das crianças.
—Sim, é claro.
Mesmo dizendo isso, os dois homens não descartaram a ideia, é claro que nunca admitiriam, sempre que a ideia surgia na cabeça de Wanyin ele a afastava, resmungando que era bobagem, mas não sem antes passar longos minutos pensando no sorriso de almofadinha.
Lan Xichen passou a chegar para as reuniões de pais muito mais cedo apenas para ficar conversando sobre o filho, Jiang Wanyin passou a escrever longos bilhetes sobre tudo o que o aluno fazia e seu progresso todos os dias.
Quando o ano letivo acabou, assistiram a apresentação dos alunos com os olhos um no outro, o coração batendo forte, lembrando do que o pequeno havia dito meses atrás.
Wanyin estava em sua sala, olhando para as cadeiras vazias, sentiria falta das crianças mesmo que fosse vê-las todos os dias na escola, e então Lan Xichen entrou.
Os dois se olharam, castanho no cinza, as bochechas coradas e as mãos se esfregando.
—Wanyin, meu filho não é mais seu aluno…
—Sim — respondeu tentando conter a voz trêmula —, mas eu ainda vou vê-lo na escola.
—E fora também — o Lan se aproximou —, Wanyin…, Jiang Cheng…, quer sair comigo?
—Sim — ele nem precisou pensar antes de responder.
No início do outro ano, um pequeno Lan começou a invadir a aula do antigo professor, olhando feio para as novas crianças.
—Jingyi, eu disse que não pode invadir minha aula, o que sua professora vai pensar, pirralho?
Mas Lan Jingyi faria de novo e se gabaria do seu papai A-Cheng.
Em um dia, não apenas Jingyi, mas Shizui e Jin Ling invadiram sua aula, o professor sentiu os olhos se encherem de lágrimas ao ver os três garotos vestidos de anjinhos, mas um riso escapou.
Eles estavam com uma espécie de fralda, camisetas brancas e asas brancas cheias de purpurina, e um arco de brinquedo, e Wanyin teve certeza que foi Wei Wuxian quem montou a fantasia.
—PONHA — os três garotos exigiram, só saindo quando colou o adesivo de coração no peito.
Apenas quando a hora da saída chegou, entendeu, os responsáveis chegaram para buscar as crianças que ainda estavam agitadas por conta da festa a fantasia. No meio deles, a figura alta de Xichen se ergueu, ele estava com aquele sorriso de almofadinha, vestia um roupas claras que moldava muito bem o corpo esculpido, e mesmo de longe sabia que estava bem cheiroso.
Mas o que chamou a atenção foi o coração colado em suas roupas.
Flechas de plásticos foram disparadas nos dois homens, o que chamou a atenção de todos ao redor.
—Conseguimos! — A-Yin comemorou.
—Os grandes cupidos venceram! — A-Yuan bateu palmas.
—JiuJiu desencalhou!
Wanyin e Xichen coraram, dando as mãos.
—É, conseguiram.