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Language:
Português brasileiro
Stats:
Published:
2022-07-31
Completed:
2022-07-31
Words:
37,274
Chapters:
2/2
Comments:
8
Kudos:
90
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26
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2,459

YOU CAN BE THE BOSS

Chapter 2: I WANNA BE YOUR SLAVE

Summary:

" E se você quiser me usar, eu posso ser sua marionete..."
Parte 2 de You Can Be The Boss.

Notes:

Notas Dannie ( aka moranguete)

Oioi, meu povo! O comeback veio (industry baby vibes), avisa que a maior segue sendo a maior (literalmente, isso aqui tá gigante)
Quero deixar dois conselhos: dá uma pesquisado em quem é o Maneskin, escutem todas as músicas, virem fã e dêem uma olhada na carinha de cada um porque eles aparecem bastante aqui e são muito importantes ( o título é um hino deles )
Segundo: leiam ouvindo o álbum Planet Her da Doja Cat, vocês não vão se arrepender! Boa leitura.

(See the end of the chapter for more notes.)

Chapter Text

Harry idealizou isso muitas vezes, como seria ser o chefe.

Bem, agora ele definitivamente era o chefe.

O vice-presidente, o que dava na mesma de ser o presidente, uma vez que Lewis vivia perdido nas camas das strippers de Vegas ou inventando algum hobbie estúpido apenas para esbanjar mais e mais de sua fortuna interminável, enquanto Harry só fazia multiplicar todos os seus milhões. A questão era, ele era o chefe e isso não soava mais tão satisfatório como há oito meses atrás.

Talvez porque ele não fosse o mesmo de meses atrás, porque ele não podia mais se resumir a um alfa arrogante e imponente, simplesmente porque alguém fez o favor de desarmá-lo por completo.

Aquele maldito mordomo.

Aquele ladrão.

Aquele alfa desprezível.

Harry podia dizer com tranquilidade que o odiava, sim, ele odiava Louis com todas as suas forças e era maravilhoso esquecer de sua existência, nada além de um pilantra insignificante que nunca mais voltaria a ver e ele estava bem com isso, afinal, que relevância ele tinha em sua vida? Nenhuma. Zero.

Louis Tomlinson não passava de um monte de nada, provavelmente um desvio estúpido na vida perfeitamente alinhada e planejada de Harry. Ele só tinha um fetiche e conseguiu sanar todas as suas depravações e agora seguiria como antes

E é claro que ele podia lidar com as angústias que Tomlinson lhe despertou ao fazê-lo provar de tantos prazeres que só viviam em sua mente, quer dizer, ele estava perfeitamente bem em não ter ninguém chamando-o de ômega ou puxando seu cabelo e colocando-o em seu lugar quando ele soava grosseiro ou estúpido em demasia. Ele quase não se lembrava de como era ter um nó, da dor latente misturada a desejo e no estiramento em seu interior a cada jato quente dentro de si, da barba áspera arranhando seu peito e dos dentes puxando seu mamilo, das mãos másculas agarrando suas coxas e do olhar esfomeado serpenteando seu corpo. Da excitação constante de pertencer a alguém, de ter um dono como aquele.

Isso era passado.

Harry mal podia se lembrar... Oh merda, seus olhos caíram para o relevo gritante em sua calça, ele tentou contornar a situação, cruzando as pernas, mas aquilo só serviu para a renda da calcinha roçar rudemente contra a glande e um gemido esganiçado escapou de sua garganta.

— E com isso- Tudo bem, senhor?

Foi quando ele se lembrou daquele pequeno detalhe, eles estavam no meio de uma apresentação.

Charlie, do criativo, que fazia a apresentação o olhava confuso, assim como os clientes – um adorável casal de idosos – e Liam, que estava particularmente divertido pelo pequeno deslize de seu chefe.

— Sim, eu só... — Pigarreou, tomando um gole de água — desculpe atrapalhar, por favor, prossiga.

E como pedido, Charlie seguiu apresentando a ideia que foi felizmente do agrado de seus clientes. Luke, que era responsável pela conta fez um grande alarde com a comemoração e convidou a todos para um almoço em celebração – o tipo de coisa que Lewis adorava, era indispensável paparicar seus clientes.

Tanto Liam quanto Harry acabaram por declinar do convite, restando apenas ambos na sala de reuniões. Styles tinha a mente mais anuviada que o normal enquanto recolhia seus pertences, mal percebendo Payne se inclinando sobre ele, apenas registrando a mão dele descendo por seu ombro e puxando sua gravata para fora do paletó.

— Sonhando acordado com o mordomo de novo? — Harry revirou os olhos para o tom zombeteiro de Liam.

— Payne. — Puxou a gravata de volta, girando em sua cadeira — Por que não se ocupa em fazer o seu trabalhe invés de adivinhar meus pensamentos? Pois caso não saiba, você é terrível nos dois.

— Cristo, e não passamos do meio dia ainda. — Liam assobiou, não recuando com o corte do alfa, não é como se ele pudesse ser intimidado. Ele se inclinou para frente, o corpo se projetando acima de Harry que ergueu o queixo para sustentar seu olhar — Ah, esse ângulo...

Seus dedos traçaram o contorno da mandíbula, que se apertou em irritação.

— Por que não repetimos o que houve em Paris?

Os olhos verdes do alfa escureceram e ele se colocou de pé, tomando distância.

— Nós estávamos bêbados.

— Bem, não o suficiente para não sabermos o que estávamos fazendo. — Liam retrucou, um sorriso surgindo ao perceber que ainda consegue atormentar Harry. Os meses podiam ter se passado, mas ele não superaria pelos próximos anos a derrota pela vice-presidência, ele seguia convencido de que era o melhor e ter descoberto que Styles não era o exemplo viril de alfa que todos imaginavam só o fez mais confiante de sua opinião arrogante.

— Certo! Eu te chupei há seis meses atrás, santo deus, será que você nunca vai esquecer isso? Foi só uma merda de boquete, você era virgem ou o quê? — Explodiu, rapidamente checando que ninguém estivesse atento ao que se passava além das paredes de vidro da sala de reuniões.

Liam deu de ombros, coçando a barba antes de caminhar novamente até Harry, hoje ele se sentia inspirado para infernizá-lo.

— Acho que sim, de certo modo, eu nunca tinha experimentado foder a boca de um alfa antes. Se eu fechar os olhos, ainda posso sentir exatamente a sensação, oh, sim. — Disse em deleite, de fato fechando os olhos e adotando uma expressão de prazer.

Harry revirou os olhos, prestes a empurrá-lo e pegar sua pasta, ele teria um dia cheio hoje.

— Me pergunto o que mais o mordomo te ensinou, como era o nome dele mesmo?

O alfa respirou fundo.

— Ah, sim, Louis Tomlinson, roubando o patrão e fodendo os hóspedes. Realmente genial, como se sentiu sendo um brinquedinho da criadagem?

Liam definitivamente tinha cruzado a linha.

Beta maldito. Harry encarou o picador de gelos, pensando em como seria satisfatório degolar o cretino, mas se havia uma coisa que ele sabia, era não ceder ao seu temperamento impulsivo. Ele era frio e meticuloso, foi assim que chegou ao topo e não cedendo aos seus instintos primitivos de alfa onde tudo se resolveria rasgando gargantas.

Payne é um filho da puta, mas é o melhor do ramo e nunca é inteligente manter seus inimigos longe, eles precisam ficar perto e às vezes, isso pode incluir o pênis dele na sua boca.

Ele mudou sua postura, encolheu os ombros e se reclinou sobre a mesa atrás dele, afastando levemente as pernas sabendo que Liam iria inconscientemente se colocar entre elas.

— Quer saber a verdade? Eu... — Começou em tom baixo, a voz suave, quase tímida, mordiscou os lábios e os olhos do beta estavam fixos nele — Eu adorei.

Liam engoliu em seco e se aproximou. A mão caindo sobre a mesa, ao lado do quadril de Harry.

— Eu sei que eu sou um alfa e ele também e isso foi tão errado e sujo, mas você não imagina o quão gostoso foi ser usado por ele, em ter as mãos dele me tocando onde e quando ele queria. Se você tivesse visto a forma como ele me tocou no corredor depois da nossa briga. Ele disse que eu tinha seios de ômega, o que você acha? — Tomou a mão livre de Payne, puxando os botões da camisa e escorregando-a pelo decote, o arrepio do toque repentino rapidamente endurecendo seu mamilo entre os dedos de Liam que resfolegou — Concorda com ele? — Envolveu o aperto para que ele pudesse apalpar toda a região macia, tão semelhante ao seio de um ômega amamentando, ele havia aprendido a se orgulhar de seus pseudo-seios de ômega e vinha trabalhando para que os tivesse maiores ainda, afinal, ele havia se rendido ao ego de ver os olhares sedentos sobre os decotes de suas camisas e quando usava uma roupa justa o bastante para marcar.

Liam segurou com firmeza e Harry tombou levemente para trás, os quadris de Payne alcançaram o seu.

— Porra, sim! Você não deveria me deixar duro na empresa.

O cacheado fez beicinho, piscando seus olhos lentamente. Ele sabia ser adorável.

— Viu? Eu sou um péssimo alfa, terrível, por isso o Louis me puniu tantas vezes.

— E-Ele te puniu? — Gaguejou.

— Uhum. Ele me deixava duro e depois me abandonava, e demorou tanto para me comer porque eu não merecia, porque eu era mau e indigno do seu nó. Ah, e ele fodeu as minhas coxas na sauna. Você gostaria disso, Liam, de foder as minhas coxas?

— Sim, merda, sim, eu quero.

E ele caiu como um patinho.

— Isso não é uma oferta. — Sussurrou rente ao ouvido do beta, mordiscando seu lóbulo, enquanto movia o quadril contra o de Liam, pressionando suas ereções e o ouvindo gemer — Não é sequer uma possibilidade para você, meu amor. E não importa a porcaria de cargo que você tenha, eu não estou nem aí se o Louis é um criado, um mordomo, um ladrão, o que me interessa é o seu nó que foi a melhor coisa que eu experimentei em toda a minha vida. E pelo que eu me lembre, você não tem um, então, faça um favor a você mesmo e pare de alimentar a ilusão de que algum dia nós vamos foder, porque isso não vai acontecer nunca, idiota.

Liam rosnou furiosamente e o segurou pelos ombros, tomado pela raiva.

Harry sorriu e disse em sua voz de alfa:

— De joelhos.

A contragosto, as mãos do beta se afastaram dele e os joelhos se dobraram. Liam cada vez mais possesso.

— Ora, seu-

— Agora late. — Ordenou.

— Harry... — Disse em aviso, mas ele já não tinha controle sobre a própria boca quando se pôs a latir.

— Pronto. — Harry disse, com a voz normal novamente, se colocando de pé e ajeitando a camisa — Então, como se sentiu sendo um brinquedinho?

Payne saltou, a ira irradiando de seus olhos escuros.

— Eu te odeio, seu boçal de merda! Isso não vai ficar assim, você não pode usar essa porra de voz de alfa, tem câmeras nessa sala, você está fodido, diga adeus a sua carreira.

— Oh, está falando dessas câmeras? — Apontou para as câmeras plantadas pelas extremidades da sala — Imagino que elas também tenham capturado quando você começou a me provocar, me encurralando e falando sobre boquetes. E não podemos esquecer da sua mão no meu peito.

— Você colocou ela lá.

— Não sei, acho que dependendo do ângulo nenhuma delas captou isso. E se você simplesmente tiver me assediado, eu tenho todo o direto de usar a minha voz para me defender. Ou, podemos apenas esquecer tudo isso e todas essas imagens vão para o lixo e você segue sendo um escroto, eu sigo sendo um escroto, como tem sido em todos estes agradáveis anos, o que acha?

Liam bufou, lhe dando as costas e indo até o carrinho de bebidas, enchendo um copo de uísque até a borda.

— Eu não vejo a hora de cuspir no seu caixão.

— Você não está convidado para o meu enterro. — Retrucou, indo até ele e pegando um copo, esperando que ele enchesse — Pode fazer isso por livre e espontânea vontade ou eu posso usar o meu super poder?

E novamente, Liam não teve opção a não ser obedecer, enchendo o copo de Harry, mas fazendo questão de encará-lo ao dizer:

— Não me admira que nem o mordomo tenha te suportado.

Ele sorriu, como se aquilo não o afetasse, mesmo que tivesse particularmente cavado uma ferida ainda aberta. Provavelmente Harry choraria por isso mais tarde.

Ele bebericou sua bebida com um certo azedume, quando de supetão a porta de vidro foi praticamente escancarada e Niall a adentrou com um sorriso de orelha a orelha. O rosto vermelho, é claro que ele estava bêbado.

Fazia parte do ofício de um gerente de contas se embebedar e embebedar seus clientes até que eles aceitassem um contrato milionário em publicidade. E Niall adorava. Harry sabia que ele tinha escolhido a profissão justamente por todo o álcool.

— Veja só se não são as minhas duas pessoas preferidas! — Cantarolou.

— Você diz isso de literalmente todo mundo. — Harry balbuciou sob a borda de vidro.

— Touché! Eu tenho muitas pessoas preferidas, mas eu realmente estava à procura de vocês. Não vão acreditar no que eu consegui.

Liam largou seu copo para cruzar os braços diante do peito, o humor ainda pior.

— O quê? Um fígado novo?

— Intragável como sempre, esse é o meu Liam, mas não! Eu apenas consegui... Espere. — Puxou uma das cadeiras, ficando em pé sobre ela para poder anunciar: — Eu apenas consegui a conta da DeAngelis.

Os outros dois piscaram embasbacados. Aquilo era impossível.

— Que tipo de piada é essa? — Harry rosnou.

— Não é piada, chefinho, aconteceu, um fodido milagre de Natal.

— Estamos em Outubro.

— Certo, um fodido milagre de Halloween. — Horan desceu — Acabei de vir de um jantar com a Thompson, eles vieram direto em nós.

— Mas eu não entendo, eles têm estado com a mesma empresa há vinte e nove anos.

— Bem, aconteceu o impensável, a dama de gelo, René De Angelis, enfim, se aposentou. E como com a Capaldi, a DeAngelis está sob nova direção com a herdeira, Victoria, que diferente da velha mãe antiquada, quer uma nova era, revitalizar a marca. Ela está prestes a lançar uma coleção BDSM. Tudo o que você pode imaginar com couro, tiras e tachas de prata, é uma loucura. Até coleiras, quem poderia imaginar algo assim?

— Isso é surreal. — Liam suspirou.

— Bom, e é óbvio que aquele mausoléu da Strauss nunca poderia fazer uma publicidade a altura do que a Victoria quer, ela precisava de uma empresa jovem, atualizada, com visão e principalmente, gente gostosa que sabe atrair mais gente gostosa, então, nós éramos a escolha óbvia. Temos uma reunião amanhã a noite em Roma, com a manda chuva.

— Meu deus, serão bilhões, a nossa maior conta, não?

Harry assentiu para Payne. Aquilo seria grande. Era a sua primeira conta de peso desde que assumiu como vice-presidente.

— E é claro que eu preciso de você, senhor diretor de criação e uma puta equipe artística. — Niall disse, mas era óbvio que Liam não deixaria uma oportunidade dessas passar e logo ele tinha substituído a sua carranca por um sorriso radiante e abraçado Horan — E você podia nos acompanhar, Horan, Payne e Styles, como antigamente, hein? O time dos sonhos!

— Oh não, Niall! Para essa conta precisamos de ideais quentes e sexy's e por mais competente que o senhor vice-presidente seja, ele não passa de um alfa frígido.

As risadinhas de Niall se dissiparam imediatamente, ele não sabia o que estava acontecendo, mas esperava que Liam fosse se arrepender de suas palavras, no entanto, Harry não esboçou reação alguma.

— Eu vou providenciar tudo. Parabéns, Niall. — Foi tudo o que disse, antes de apanhar sua pasta e sair da sala.

No instante em que colocou os pés para fora e não encontrou ninguém a sua espera, uma ruga de irritação brotou na testa e foi afundando a medida em que um certo alguém não surgia ao seu encontro, piorou quando ele entrou na sala e a encontrou vazia. Ele largou a pasta e foi direto para o carrinho de bebidas, virando a garrafa de vinho que permanecia intocada dada a sua pouca inclinação para beber, mas hoje ele precisava desesperadamente daquilo.

Harry só encerrou o primeiro gole depois de já ter ingerido mais da metade da garrafa. Observou a cidade, sob seus pés, através das janelas panorâmicas no quinquagésimo andar. A cobertura, onde ninguém mais estava acima dele, onde ele era a autoridade máxima naquele prédio, naquela maldita empresa e mesmo assim, se sentia tão estupidamente fora de controle e fraco toda vez que ouvia falar daquele mordomo.

Nem ele o suportou.

O alfa fungou, secando os olhos e voltando a beber até que sentiu o ímpeto de descontar sua frustração em alguém.

Cameron não estava na sua mesa, ou seja.

Harry assistiu o painel do elevador mudar lentamente, à medida que ia descendo até os andares inferiores. Parecia uma jornada sem fim até estar de volta em seu antigo andar, o departamento de arte. O ruído das impressoras e conversas, o riso e as paredes coloridas, as mesas forradas por ilustrações em processo de produção, o cheiro de tinta rodopiando pelos ares e Harry se sentia em casa, claro que o ambiente se tornou consideravelmente mais vivaz desde que Zayn assumiu. E por falar neste, era justamente onde Cameron estava, enfurnado na sala de Malik, sentado diante de sua mesa, perdido em papeladas.

— Eu te disse para me esperar do lado de fora da sala de reuniões. — O timbre grave do alfa fez com que ambos saltassem de suas cadeiras — Malik. — Acenou com a cabeça.

Malik acenou de volta, ele nunca se acostumaria a não ser mais o alvo das broncas de Styles.

— Então?

— Oh, eu estava, hum... — Cameron se atrapalhou — preparando o memorando para a Scoot.

Harry deu um passo à frente, deixando a porta bater às suas costas.

— Como assim, preparando? Você devia ter enviado semana passada!

— Não! Eu-eu, aí merda! Era para semana passada mesmo.

Zayn conhecia muito bem seu chefe para saber que aquela veia despontando na testa de Harry era o seu último fiapo de paciência estourando e Cam estaria em maus lençóis.

Seu projeto atual não era tão urgente, ele poderia fazer um pouquinho de caridade.

— Podemos enviar um pedido de desculpas junto com um memorando mais detalhado e uma prévia da próxima campanha, o Sr. Angus sempre gosta de um aperitivo. — Zayn sugeriu, para o alívio de Cameron e o agravamento da carranca de Harry.

— Isso serve, por enquanto. — Disse com um rosnado, arrastando seus pés até o sofá e desabando dramaticamente, tombando a cabeça sobre o braço do estofado — Você não deveria se preocupar com esse tipo de coisa, Zayn. Não é mais meu assistente ou está com saudades?

Deus me livre! É claro que não, Malik pensou.

— Foi um período de muito aprendizado, senhor e estou muito grato pela nova oportunidade, eu só quero garantir que o Cameron esteja no nível de excelência esperado para o assistente do vice-presidente. — Ele usou seu melhor tom de puxa-saco e pelo aceno de cabeça de Harry, ele pareceu cair perfeitamente. Ufa.

— Niall conseguiu a conta da DeAngelis.

— Senhor, isso é incrível! É um marco e tanto.

— Com certeza. Eu o mandaria se não fosse o seu pavor por aviões.

Zayn estremeceu só de ouvir a palavra.

— Temos excelentes artistas aqui, eu sou mais útil coordenando tudo da sede. Acho que Jaime e Noah são os melhores.

— Sim, eles farão um bom trabalho. Eles irão partir para Roma amanhã. Cameron! — O assistente estremeceu em seu lugar, derrubando o celular em que ele definitivamente não estava trocando mensagens no meio do expediente. Harry revirou os olhos e Zayn sentiu pena — Reserve a primeira classe, aqueles dois não aceitam menos que isso, o voo das 6:18.

— Hum, ok. — Rapidamente acessou a aba de agendamentos — Precisa ser especificamente 6:18?

O alfa guinchou, como se tivesse sido particularmente ofendido com a pergunta.

Cameron voltou os olhos para Zayn, em pura confusão.

— Bem, a recepcionista que realiza o check in é a Suzan, mas às 6:19 ela precisa se ausentar para enviar uma mensagem de bom dia para a filha que está indo para a escola no período em que a mãe já está no trabalho, o vínculo de mãe e filha é muito importante, e neste meio tempo quem fica no lugar dela é a Margot e o Sr. Styles a acha irritante, pois ela adora perguntar como você está e ela não aceita "bem ou mal" como resposta. Ela gosta de respostas profundas.

— Ela gosta de ser uma insuportável! — O alfa resmungou — Eu odeio aquela mulher e Liam e Niall sempre fazem questão de respondê-la, o que os faz perderem o voo e tudo vira um caos! Além disso, esse é o horário ideal porque o Niall não está bêbado e o Liam ainda está meio dormindo, o que garante que ele fique com a boca enorme fechada e ele é propenso a ter boas ideias pela manhã e eu detesto ter que explicar algo tão óbvio.

Cameron engoliu em seco, ele não tinha entendido muito bem, mas sabia que demonstrar o contrário o faria perder o emprego, então, ele sorriu e concordou como se fosse mesmo óbvio. Nos últimos meses ele desconfiava que estivesse trabalhando para um maluco.

— O senhor também vai? — O assistente indagou, com a voz pequena.

— Não. Eu tenho uma semana cheia pela frente. — Harry suspirou e os olhos de Cameron caíram para a agenda aberta.

— Na verdade... Não.

Styles arqueou as sobrancelhas.

— Não há reuniões, a maioria das contas já estão com projetos em execução, e nada de jantares. É, senhor, não tem absolutamente nada que exija a sua atenção, além dos seus encontros.

— Encontros? — Harry rapidamente se sentou — Que encontros?

— Ah, a sua mãe me encaminhou as reservas, são três. Quarta, quinta e sexta. Segundo ela, são moças respeitáveis e de ótimas famílias com...

— Com o quê?

— Com a fertilidade comprovada.

O rosto de Harry empalideceu.

— Como ela sabe disso?

— Ela disse que todas realizaram os devidos exames com antecedência, ela também enviou os raio-x dos úteros, o senhor quer ver?

— Não! É claro que eu não quero ver o útero de ninguém. Que merda! Por que tudo na vida de um alfa se resume em casamento?

— Pelo menos ela esqueceu os netos. — Zayn tentou animá-lo.

— Eu precisei dar um Masserati para ela dar um tempo nisso. — Suspirou, massageando a têmpora — Não tem mais nada?

— O Sr. Capaldi está insistindo no retiro de nudismo.

E Harry voltou a escorregar pelo sofá, pressionando uma almofada sobre o rosto e gritando.

— Eu odeio a minha vida!

Os outros dois se entreolharam e Zayn resolveu dar voz aos seus pensamentos.

— Talvez o senhor devesse ir nessa viagem.

— Para o retiro?

— Não, não, para Roma. A conta é do Niall, não precisa se envolver muito, mas acho que agradaria a CEO, vê-lo, mostraria que se importa. E de resto, pode aproveitar e tirar algumas férias.

Harry queria dizer não. Bradar como férias eram uma perda de tempo e ele tinha que tornar a empresa cada vez maior, mas ele sabia que estava exausto. Todos sabiam.

E assim, ele disse sim.

Xx

Harry se arrependeu no instante em que percebeu que passaria 2h30 na companhia de Liam Payne e Niall Horan, era lisonjeiro que Liam estivesse tão dopado pelo sono que mal conseguia sustentar a cabeça e tinha desabado em sua poltrona, no entanto Niall abriu a exceção de beber pela manhã e estava com uma taça de champanhe na mão falando pelos cotovelos.

Ele não estava exatamente feliz por ir em um voo comercial.

— Deveríamos ter um jatinho pelo menos, se lembra da volta da casa de campo do Lewis? Aquilo sim é uma primeira classe de respeito. — Disse, bebendo seu champanhe como se fosse água — E o champanhe tinha gosto de champanhe mesmo, se bem que você nem bebeu nada. O que você tinha?

Harry desviou brevemente os olhos das janelas e encarou Horan.

O que ele tinha? Bem, ele tinha acabado de ser apunhalado pelas costas.

O voo de volta foi o auge da sua amargura, ele ouvia os três falando sem parar, Lewis estava possesso com Tomlinson e Harry vez ou outra apertava o bilhete entre os dedos.

Louis disse que o encontraria em Londres.

Mas quando?

E onde?

E de qualquer forma, ele não deveria pensar em um criminoso que só o usou para conseguir roubar Lewis.

Assim que chegou, haviam inúmeros eventos e coletivas a comparecer, porém ele não tinha energia nenhuma para isso e pela primeira vez que podia se lembrar, tirou uma semana de folga, até mesmo alongou a estadia de seus amados cãezinhos por mais uma semana no hotel de pets, eles estavam sendo tratados como o rei e rainha que eram e ele não teria pique para brincar com eles. Os seus planos consistiam em ficar na cama, comer sorvete e chorar.

Sigmund o olhou pelo retrovisor algumas vezes, mas não disse nenhuma palavra, ele preferiu levar as bagagens, o porteiro se ofereceu para ajudar e ele dispensou, no entanto, quando as portas do elevador estavam prestes a se fechar, ele pareceu se lembrar.

— Ah, Sr. Styles, o seu assistente subiu, ele disse que tinha que pegar algo no seu apartamento.

Então, Zayn estava lá. Que bela merda.

Assentiu e esperou até que as portas tornassem a abrir.

Quando adentrou o apartamento, estranhou que Malik não estivesse cantarolando ou evidenciando a sua presença como sempre fazia, mesmo assim, largou as malas no saguão de entrada e se arrastou pelo corredor, mas ao passar pela cozinha, ele congelou.

Louis Tomlinson está lá.

Os quadris apoiados na ilha, vestindo um terno completo e duas vezes mais caro do que o apartamento de Harry, em suma, ele estava idêntico ao dia anterior, exceto que ele parecia bem mais audacioso, tragando um cigarro em sua cozinha, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Como entrou aqui? — Sibilou, coçando os olhos, sem saber se aquilo era real.

— Por cem libras nenhuma porta se mantém fechada, ômega. — Sorriu, soprando a fumaça pelo canto da boca, os olhos azuis queimando sobre o outro alfa — Você está uma delícia.

Harry sentiu o rubor se espalhar por suas bochechas, de repente ficando super consciente de que escolhera uma camisa justa demais que marcara cada centímetro de seu tronco, num primeiro momento pensou em cruzar os braços para se cobrir, mas ele não tinha nada do que se envergonhar. Louis é quem deveria estar corando, não ele.

— Eu disse que te encontraria em Londres, eu trouxe um presente. — Manteve o cigarro entre os dentes, enquanto se virava para pegar uma caixa sobre o balcão, ergueu a tampinha preta de veludo e um deslumbrante colar incrustado de diamantes foi exibido, pensando bem, não era um colar, era a coleira, a coleira de diamantes.

Harry avançou, indo de encontro a Louis que sorriu ainda mais.

— Oh, ansioso para exp-

Ele foi calado pelo som ardido da mão de Harry esbofeteando o seu rosto, apertou a mandíbula, sentindo o ardor se espalhar por sua bochecha.

— Tudo bem, você está chateado.

— Chateado? — O cacheado gritou — Eu estou puto! Eu nunca senti tanta raiva, seu-seu cretino! Maldito! Miserável! — Esbravejava, socando o peito de Louis e tentando acertar seu rosto novamente.

Louis deixou o cigarro e a coleira de lado para evitar que fosse espancado até a morte, mesmo que Harry não estivesse tentando de verdade machucá-lo.

— Olha, eu sei que eu fui um cretino, infelizmente é isso o que eu sou, um golpista. Eu engano e roubo pessoas, e não tenho caráter nenhum. — Harry parou, chocado com tamanha sinceridade — Foi obra do acaso que vocês estivessem indo para a mansão justamente no final de semana em que eu finalmente faria o roubo, e desde que soube que haveria um outro alfa, eu planejei te seduzir.

Ele o seduziu, o usou como um brinquedo, era essa a verdade. Tomlinson percebeu o abalo de Harry e apesar de estar sujeito a ter o pulso quebrado, tocou seu rosto e felizmente não foi repelido.

— E mesmo que as minhas intenções não fossem puras, tudo o que aconteceu entre nós me afetou também. Quando eu estava com você, eu esquecia de tudo, eu me arrisquei tanto. Fui tão inconsequente, e estou sendo um maldito estúpido de estar aqui, nesse momento e com você. Se quiser chamar a polícia agora, não vou te impedir, eu sabia do risco e mesmo assim, não pude evitar de vir atrás de você.

Ele engoliu em seco, sentindo o arrepio apenas com aquele singelo toque, as memórias tão vividas da noite anterior tomando seus pensamentos. Harry mal tinha lembranças de quando sua promoção foi anunciada, tudo o que ele registrou foi em estar no escritório com Louis, de se despir para ele, de ser debruçado sobre a mesa e do cheiro de ômega, de se sentir molhado, de ser preenchido, de levar um nó e ficar preso nele como um verdadeiro ômega, de implorar para que Louis viesse com ele para Londres.

— E por que eu deveria acreditar em você? E se você estiver planejando um outro golpe? Contra mim, talvez?

Louis exalou indignação.

O seu olhar, a sua postura, era tão altiva. Era quase absurdo dizer que aquele homem poderia se passar por um mordomo.

— Eu nunca te prejudicaria, eu confesso que posso não ter sido sensato em certos momentos, mas eu fiz o que pude para te ajudar e estou aqui, porque eu quero você e não os seus 63 milhões em patrimônio ou a sua herança de 200 milhões de libras.

— Como você-

— Meu amor, eu sou um ladrão. — Sorriu da inocência de seu ômega, se inclinando e beijando sua bochecha rosada. Ele era tão adorável, só havia se passado algumas horas e Louis estava morrendo de saudades dele, escorregou seus lábios pelo pescoço, clavícula, peito, barriga, suas pernas se dobraram até que seus joelhos tocassem o chão e sua boca estivesse tocando a virilha de Styles, ele não resistiu em lamber sobre o moletom e Harry ofegou — Pode não acreditar em mim, mas saiba que o seu alfa implora pelo seu perdão e assim como eu sou o seu dono, você é o meu. Diga o que quer e eu farei, pode me castigar se quiser, só me dê outra chance.

Não, era o que ele deveria ter dito.

Mas Louis estava de joelhos, com aqueles olhos azuis cintilando em malícia e arrependimento e ele não era mais tão forte como antes. Ele já havia sido corrompido e estava viciado em pecar.

Quando ele o beijou novamente, em seu nó que começava a inchar, ele perdeu o juízo.

— Só me fode, agora! — Se viu ordenando com sua voz de alfa e mesmo que não afetasse Louis, ele gemeu e assentiu de imediato, levantando enquanto empurrava para baixo as calças de Harry.

— Com prazer, meu ômega.

E a partir daí tudo se tornou uma bolha de confusão, com roupas caindo pelo chão, e suas costas se chocando a pedra dura da ilha, o doce aroma do lubrificante de ômega inundando seu olfato e o deixando alerta. Ele fecha os olhos e se entrega a fantasia vertiginosa de que aquele cheiro é produzido pelo seu corpo, de que ele é apenas um ômega úmido e necessitado, com seu buraco gotejando para evidenciar como ele precisa urgentemente ser amarrado por um nó profundo.

— No que está pensando, ômega? — A voz rouca de Louis o faz se arquear e seus seios enchem ainda mais as mãos de Louis que os apertam em advertência.

— Em como eu amo ser a vagabunda do meu alfa. — Gemeu sem vergonha, abrindo mais as pernas ao sentir a coroa do pênis do alfa roçando por sua entrada, ele tremia em expectativa.

— E eu amo ter uma vagabunda tão boa, e com uma linda boceta molhada.

Algo se acendeu em Harry ao ouvir aquilo, Louis já havia dito que ele tinha o mesmo gosto, mas ouvi-lo dizer que ele tinha uma boceta, isso o levou a um grau desconhecido de excitação.

— Quer que eu encha ela com o meu pau, hum? Será que a pequena bocetinha apertada do meu doce ômega aguenta todo o meu nó?

Os dedos do cacheado cavaram as extremidades da ilha, ele quase se lamentou por não estar na cama para poder agarrar os lençóis e gemer contra o travesseiro. Assim ele se sentia tão exposto, tão vulnerável e entregue, foi quando sentiu algo roçar por seu pescoço, obedientemente ergueu a cabeça até ouvir o clique do feixe e se deu conta de que Louis havia colocado a coleira nele.

— Agora sim, perfeito! — O alfa rosnou, puxando os quadris de Harry possessivamente, finalmente perfurando seu buraco molhado e o preenchendo. Ele ofega, perdendo o ar e tenta se contrair, não conseguindo porque Louis ocupa cada canto dele. E ele só é capaz de gritar, mantendo os olhos fechados por saber que não irá durar mais do que poucos segundos assistindo o cabelo macio de Louis deslizando por sua testa e o peito rijo e suado a uma distância tão próxima que ele poderia facilmente se inclinar e lamber.

É muito para registrar. Ele é um alfa, um alfa que adora ser fodido como uma puta. Um alfa que adora ser fodido como a puta de um outro alfa.

Isso é demais e não ajuda o fato de Louis estar investindo duramente contra ele, forçando para dentro e para fora, arrastando as costas de Styles pelo granito frio que começa a se tornar úmido pelo suor de seu corpo quente, ele se sente quase febril e extasiado. Alfas não foram feitos para serem fodidos, alfas não lubrificam e são definitivamente apertados, afinal, é esperado que nada esteja dentro deles e isso de alguma forma torna tudo melhor, porque ele sabe que Louis está sufocando dentro dele, que ele é tão desesperadamente pequeno e quente e suga cada centímetro de seu alfa e então, Louis usa tudo de si para empurrar mais e deixar que o cuzinho minúsculo de Harry engula seu nó inchado, que após duas firmes estocadas estoura dentro dele.

Harry guincha, se contorcendo em desconforto, talvez ele nunca se acostume, mas rapidamente se torna calmante, seus olhos embaçados descem para o alfa entre suas pernas, ofegando e gemendo, os vergões desenhados em suas coxas e cintura, seus seios latejam pelo quão forte foi o aperto de Louis quando ele veio e há a pequena elevação em sua barriga, conforme ele recebe o nó do alfa. Ele toca a barriga, ronronando como se aquilo fosse resultar em um filhote e Louis se inclina, mordiscando seu pescoço, sobre o ponto de acasalamento.

— Ah, eu te venero, meu ômega. Você é o melhor, o mais lindo, o mais fodidamente quente.

E seu ronronar é substituído por gritos quando Louis toca seu pau e o faz vir tão forte.

E aquela se torna apenas a foda inaugurau dos dois no apartamento de Styles.

Ele nunca tinha perdido tempo admirando a vista de sua cobertura, até Louis o colocar contra as janelas do chão ao teto e lhe dar um nó contra elas. Ou como seus corredores poderiam ser estreitos o bastante para que Louis prendesse um dildo a parede e o assistisse se foder nele enquanto tinha os braços apoiados na outra parede, Tomlinson parecia ter um prazer a mais quando Harry usava saias, ele mantinha alguns aspectos daquele mordomo da mansão de Lewis, adentrando ao closet de Harry pela manhã e escolhendo suas roupas, ele adorava se repetir, pegando sempre as saias mais curtas em conjunto as calcinhas minúsculas e esperava ansioso até que Harry tivesse que atender a uma vídeo chamada ou ligação para se por de joelhos atrás dele, levantar a saia, afastar a calcinha e mergulhar a língua para dentro dele e Styles fazia um péssimo trabalho em fingir que não adorava ser o brinquedinho sexual de seu dono. Ele amava tanto ser mandado e usado por ele.

Mas seu apogeu estava em ser punido e humilhado.

Louis era bastante meticuloso e controlador com o ambiente ao seu redor, era uma das pistas do porque ele era tão bom em dar golpes. Ele parecia atento a tudo e isso incluía os péssimos modos de Harry, na época Zayn ainda era seu assistente e precisou trazer alguns documentos para serem assinados, foi Louis quem abriu a porta e ele realmente gostou de Zayn, era um menino doce, mas para Harry, era como se ele fosse a morte e ele foi tão ríspido e desagradável com o garoto e o pior é que ele aparentava estar acostumado a ser mal tratado.

Louis sabia que não era a pessoa mais amável do mundo, mas foi particularmente intolerável para ele que seu ômega tivesse um comportamento tão desprezível com um jovem que não havia feito nada de errado.

Harry acordou em uma bela manhã, o sol deitado sobre sua cama devido as janelas com as cortinas afastadas, ele se sentia adorável se espreguiçando em seus lençóis macios, o seu perfume e o de seu alfa se misturando em seu corpo, em sua cama, no entanto, Louis não estava lá, juntamente como suas roupas para o dia.

Será que ele se esqueceu?

Confuso, ele levantou, e fez sua higiene matinal, tomando um banho na expectativa que Tomlinson se juntasse a ele na banheira. Nada.

Quando regressou ao quarto, Tomlinson estava sentado na beirada da cama, ele tinha meias 7/8 numa mão e o que lhe parecia um bastão.

O alfa balançou o objeto entre os dedos e quando encarou Harry, sua expressão não era das melhores.

— Eu definitivamente detesto garotos mal educados, Harry. Detesto.

Ele sabia ao que Louis se referia e embora estivesse temeroso, também estava ansioso em ser punido. Ajoelhou diante de seu alfa e quase agradeceu quando recebeu um tapa na cara e Louis o jogou na cama, vestindo suas pernas com as meias e atando as tiras de couro ao redor de seus tornozelos, o separador de pernas estava na distância mínima quando Louis começou.

Os pulsos de Harry estavam presos às suas costas e ele recebeu uma mordaça com uma barra entre seus lábios e ouviu com atenção que ele seria punido por ser um "ômega rude e arrogante", sua punição era ser usado e não gozar. E ele esteve a um passo de descumprir a ordem quando ouviu Tomlinson dizer:

— Hoje eu vou te tratar como um buraco para ser fodido.

Merda, ele não deveria gostar tanto disso.

Tomlinson não vai direto ao ponto, ele não tem pressa, pois não tem interesse em saciar seu ômega. Esta é uma punição. Um castigo e por isso, ele se diverte em ver Harry se contorcendo e suspirando sob a mordaça enquanto roça a barba pelo interior das coxas roliças de Styles, a palidez sendo coberta pela vermelhidão da irritação, seus dentes beliscam vez ou outra uma das nádegas deixando a respiração quente pesando contra a entrada contraída. Louis finalmente parece notá-la e acerta uma palmada nela, rindo quando Harry pula e tenta fechar as pernas.

Seu lindo ômega é tão sensível.

Harry era puro gemidos e soluços, impotente enquanto observa seu pênis grosso sendo comprimido pelo aperto da mão de Tomlinson, brilhante por todo o lubrificante que fora derramado em abundância que melecou seu estômago todo, Louis sorriu pela bangunça, espalhando ainda mais e subindo até o peito de Harry, tornando a encher as mãos com seus seios, e espremendo apenas para se divertir com a agonia do cacheado para escapar. Torceu os mamilos durinhos, pressionando um pouco mais na expectativa de algum dia tirar um pouquinho de leite deles. Já podia sentir sua boca salivar com a simples ideia.

Mas ele tinha outros planos e seu pênis sentia falta de se afundar naquele interior caloroso que o fazia inebriado.

Brincou um pouco mais com o membro de Harry, apertando a cabecinha latejante, um bom punhado de pré-gozo manchando seus dedos, ele não resistiu em provar. Harry era tão doce. Apanhou o anel, deslizando-o até a base do nó de Harry, prendendo-o.

Os olhos verdes o encararam aterrorizados. Ele definitivamente não iria gozar.

Então, voltou a sua atenção para entre as pernas de seu ômega, aumentando a extensão da barra e cuspindo diretamente em seu buraco, Harry gemeu baixinho afetado. Ele espalhou, contornando as bordas contraídas e pressionando o centro, admirado em como ele conseguia parecer uma linda virgenzinha mesmo depois de ter sido comido tantas vezes, tão pequeno e suave, ele foi relaxando e o dedo de Louis entrou lentamente, sentindo a resistência e o aperto dos músculos, distribuiu beijinhos pelas coxas de Harry e o aperto diminuiu consideravelmente até que um segundo dedo entrasse e Louis pudesse sentir o cuzinho rosado de seu ômega bem mais flexível. Ele adorava aquele tom que se assemelhava tão bem aos lábios de Harry.

Ele não podia mais aguentar, precisava fodê-lo de uma vez, bombeou seu pênis mais algumas vezes e o roçou contra a borda, seu pré-gozo se espalhando e servindo de lubrificante quando empurrou para dentro de Harry, Louis firmou a mão na barra, erguendo-a e consequentemente trazendo as pernas de Harry para cima, facilitando seu acesso ao buraco dele, gemendo alto ao ver seu membro sendo engolido e reaparecendo, e como Styles tinha o corpo vibrando a cada golpe forte, um cachinho enrolado em sua testa e os olhos apertados, a boca obscenamente envolvendo a barra, quanto mais ele erguia a barra de extensão, mais o corpo de Harry se dobrava, e isso lhe dava a impressão de que seu peitoral estivesse mais inchado, assim como seu estômago conforme seu nó começava a estourar.

Louis o acariciou, rosnando possessivamente.

— Meu ômega... — A voz de alfa vibrando nos sentidos de Harry que se esforçou para abrir os olhos — tão lindo, cheio dos meus filhotes...

Ele engasgou, confuso e choroso.

— Shiu, calma, bebê. Não se preocupe, o seu alfa está aqui, cuidando de você, brincando com a sua bocetinha e te enchendo com nossos bebês. Você gosta disso, de ser meu pequeno ômega? — Harry assentiu — E vai gostar de carregar nossos filhotes? De ser a mamãe deles? — Ele se apertou tão fortemente que foi doloroso para Louis — Porra! Você está tão desesperado para isso. Talvez seja disso que você precise, para deixar de ser tão irritável e grosseiro. Eu vou te dar isso, meu bem. Te deixar cheio deles, você vai ficar ainda mais lindo com uma barriguinha redonda e com eles... — Agarrou seus seios, se inclinando e chupando o mamilo direito — vazando leite. Pode me chamar de bárbaro, mas eu só quero te foder e te engravidar pelo resto das nossas vidas, eu quero que todos saibam que você é meu. Eu quero te marcar como minha propriedade.

Até aquele dia, ele não sabia que era possível, mas aconteceu. De alguma forma, Harry desencadeou o cio de Louis e ele parecia realmente crente de que estava com um ômega.

Styles não podia engravidar, mas isso não os impedia de tentar.

Ao final do terceiro dia, o furor do cio havia diminuindo, embora ele continuasse um pouco fora de si. Eles tinham tido um longo banho de banheira onde Harry passou a maior parte preso no nó de Louis, ele se sentia exausto e um tanto dolorido quando deitaram na cama e Louis rolou para cima dele, estava prestes a empurrá-lo quando ele aninhou carinhosamente o rosto contra seu peito, beijando e sugando delicadamente um bico intumescido.

— Um gosto tão bom. — Murmurou, levando a boca para o outro.

Essa era nova também, às vezes ele acordava com a boca de Louis presa a um mamilo, chupando como se estivesse de fato mamando e ele não poderia dizer que aquilo não o tornava automaticamente duro.

— Lou... — Chamou com a voz pequena, acariciando os cabelos do alfa que ergueu a cabeça — você se incomoda em não ter um ômega?

— Mas eu tenho um ômega. — Retrucou como se Harry estivesse brincando.

— Não, eu digo, um ômega de verdade. Você sabe que eu sou um alfa e tem certas coisas que eu não posso te dar.

Por algum motivo ele se sentiu envergonhado e baixou a cabeça, mas Louis beliscou seu mamilo e ele reagiu cobrindo-os ao ouvir a risadinha de Tomlinson.

— Você não tem que me dar nada e eu não preciso da porra de um ômega de verdade, você é melhor do que qualquer coisa, melhor do que qualquer um. — Seus olhos brilharam em uma intensidade que o deixou sem palavras, Harry só conseguiu dar a passagem que a língua de Louis exigiu ao tomar sua boca, beijando-o com fome e intensidade, mordendo seus lábios e logo, Harry estava afastando as pernas e implorando por um nó.

Ele não sabia que havia pegado no sono até despertar de repente, sentindo subitamente o frio pelo vazio da companhia de Louis. Harry rolou as pernas para fora dos edredons, apertando a única peça de roupa em seu corpo, uma camisa grande e antiga que tinha o cheiro de seu alfa.

E ele o encontrou, colocando a pequena mala diante da porta de entrada, não era como se Louis tivesse levantado no meio da noite para beber um copo d'água, ele estava arrumado e ao que parece, pronto para partir.

— Sr. Styles, espero não ter interrompido o seu sono. — Disse, de costas para Harry.

— Sr. Styles? O que está fazendo? A onde vai?

— Eu disse que tinha assuntos a resolver, esse foi um breve desvio. Eu tenho que ir.

Desespero o tomou por um minuto, e Harry se colocou entre ele e a porta, seu coração apertando ao encontrar aquela antiga expressão impessoal e sóbria de Tomlinson.

— Está me deixando? De novo?

A mandíbula do alfa se apertou.

— É claro que não, pode vir comigo, se quiser.

— Ir com você? Não! E-Eu tenho uma vida aqui, eu sou o vice-presidente agora.

— E isso tem algum valor para você? Porque eu tenho a impressão de que tudo isso, essa vida te irrita tanto.

— Eu sou assim! — Elevou a voz — Irritado, tenso e rude, é o que eu sou. Desculpe, mas não há um pingo de doçura em mim, eu não sou um ômega.

— Eu sei que não. — A voz de Louis também não estava mais tão mansa.

— Não é o que parece, agindo como se só pelo fato de ter me inundado com os seus feromônios eu fosse te seguir aonde for, que eu arruinaria a minha vida-

— Ah, então, ficar comigo é arruinar a vida? — Louis deu um passo à frente, a sobrancelha arqueada.

— Bem, você é um criminoso.

— Oh, desculpe se isso te ofende, nem todos nascem podres de rico.

— Eu não nasci rico, o dinheiro é dos meus pais.

— Típica frase de riquinhos. — Tomlinson zombou, revirando os olhos.

Fúria queimou no peito de Harry, ninguém nunca havia revirado os olhos para ele antes.

— E você é um típico imbecil, canalha, hipócrita, tão infeliz e medíocre que só consegue usar as pessoas para tentar sanar o vazio de ser um fracasso completo.

E aquele era o tipo de coisa que Louis nunca tinha ouvido antes.

— Eu acho que esse é você, querido.

Harry apagou por um momento, ele não viu sua própria mão indo de encontro ao rosto de Louis ou o exato instante em que o alfa segurou seus pulsos e o prensou contra a parede.

— Por que você tem que tornar isso ainda mais difícil? — O ouviu dizer ao fundo, a dominância de seu alfa rosnando, mas ele não estava mais de corpo presente. Ele se sentia perdido.

A sua doce bolha de paixão tinha sido estourada bem na sua cara.

Foi quando o seu próprio alfa veio à tona.

— Suma da minha casa e da porra da minha vida! — Rosnou no mesmo tom, tão sombriamente que se sentiu estremecer e até mesmo a expressão de Louis vacilou, ele o soltou, abaixou para pegar a mala e Harry foi rápido em abrir a porta, para se certificar de que era ele quem estava mandando Louis embora. Ele não estava sendo abandonado, de jeito nenhum.

Seus olhos estavam fixos no chão quando Tomlinson partiu e ficaram assim por longos minutos até ter coragem de bater a porta e desabar no chão porque estava tudo acabado.

Xx

Ao menos reviver todas essas memórias manteve sua cabeça distante o bastante para não registrar nenhuma das besteiras de Niall e quando deu por si, estavam aterrissando.

Harry não estava no clima de férias, então, turistar por Roma não o agradava tanto quanto ficar no hotel dormindo o dia inteiro. Próximo às oito, Liam bateu na porta e ele soube que teria de bancar o pagem na reunião da DeAngelis.

O prédio fazia jus ao peso da marca. Afinal, uma grife antiga como aquela esbanjava opulência e elegância, tal como a nova CEO, ela provavelmente era alguns anos mais nova que ele, com o mesmo cabelo loiro da mãe e os olhos azuis. Ela vestia terno, como os demais, com a única diferença de que não se deu ao trabalho de usar uma camisa por baixo. Seus colares eram longos o bastante para tocar o cós da calça de cintura alta. Victoria trazia uma piteira entre os lábios, mas o aroma que a envolvia eram os seus fortes feromônios de alfa. E pela força e dominância deles estava claro que ela era de uma classe superior, lúpus.

Tanto Liam quanto Niall pareciam um pouco abalados quando ela os cumprimentou. Harry não estava exatamente imune, mas fez um trabalho melhor em disfarçar.

A primeira reunião ocorreu perfeitamente bem. Payne havia apresentado boas ideias e Victoria pareceu empolgada com elas, assim como encantada pelo falatório de Niall. Seus olhos, vez ou outra, se esgueirando até o alfa silencioso na outra extremidade da mesa. Quando a reunião se encerrou, Horan insistiu por um jantar, mas a alfa afirmou que tinha outros planos e assim, seriam apenas os três, até que...

— Sr. Styles, me daria um minuto?

Ele interrompeu o passo ao ouvir o chamado da mulher.

— É claro! — Concordou, se virando para os outros dois — Podem ir, nos veremos depois.

E uma vez a sós, Victoria o olhou como se se conhecessem.

— Me perdoe se eu estiver sendo inconveniente, mas é você na Another Man de 2017, não é?

Ele queria discordar, mas seu rosto estava literalmente exposto na capa.

— Sim. — Disse sem jeito — A minha mãe era a editora-chefe e o modelo deu o bolo, eu devia um favor e resultou naquilo.

— Oh, meu deus! Eu sou sua fã, quer dizer, eu admiro muito o seu trabalho com a publicidade, mas aquelas fotos, elas foram uma verdadeira inspiração para que eu desse vida a essa coleção. Você me fez perceber que alfas também podem ser dominados, alfas podem ser sexy's e vulneráveis.

Harry piscou atônito.

— Eu fiz isso?

— Sim. — Ela sorriu.

— Então a coleção é voltada para alfas?

— Exatamente! — Victoria o pediu para se aproximar, abrindo algumas pastas que se mantiveram fechadas por toda a reunião, seus modelos estavam expostos, desta vez em corpos tradicionalmente intimidantes e brutos.

— Meu deus! Isso é um escândalo. — Soltou, admirado e chocado.

— De certa forma, sim. Mas o amigo que me indicou a Capaldi disse que você me ajudaria a fazer disso um sucesso.

— Que amigo?

Ela mordeu os lábios, como se soubesse que havia dito demais. E fechou a pasta.

— Tem um lugar que quero que conheça.

E um tanto desconfiado, ele se deixou guiar por Victoria.

O motorista os deixou em um bairro luxuoso de Roma, no entanto, Harry não saberia dizer que lugar era aquele. A fachada não entregava em nada, sem janelas ou vitrines, apenas uma grande porta roxa com um pequeno Savory entalhado em prata no centro. Diferente dele, Victoria parecia familiarizada o bastante para pressionar um cartão preto sobre o leitor digital e ter a entrada liberada, Harry não estava mais tão confiante ao adentrar o espaço mal iluminado, em um dado momento ele não podia ver mais nada, tocou as paredes e no lugar do gesso, sentiu algo suave e felpudo, como se fosse pelúcia, no breu, sua mão se agarrou a outra, dedos menores com tantos anéis quanto os que ele tinha, se engancharam e o ajudaram a seguir adiante.

E quando a claridade retornou, estavam em um salão oval, o dourado do globo fazendo seus olhos arderem brevemente. E no centro, sobre um pequeno palanque havia um pole dance e alguém girava nele, o tilintar dos sinos em sua roupa soando ritmadamente, era hipnotizante a forma como se corpo se elevava, como se não pesasse nada, os cabelos longos cascateando ao que ele ficou de ponta cabeça e seus olhos manchados de delineador encontraram os de Harry, lábios se esticando em um sorrisinho atrevido e foi um baque perceber que aquele homem era um alfa.

Um alfa em um pole dance.

— Acredite, essa não é a coisa mais surpreendente que você verá hoje. — Victoria soprou em seu ouvido, o fazendo caminhar até às portas duplas. Uma dupla de mascarados, segurando lanças como se fossem sentinelas, fizeram uma reverência e abriram a passagem.

Take My Breath tomou seus ouvidos, todas as caixas de som pareciam estar apontadas para ele, mas ninguém mais parecia interessado em música, todos estavam muito ocupados. Aquilo era um clube, claro que era, um imenso espaço em vermelho e preto com teto espelhados, sofás de couro, gaiolas suspensas com pessoas dançando ou transando. Mas algo lhe dizia que era mais do que um lugar comum.

— Que lugar é esse? — Gritou para Victoria sob a música.

Ela sorriu, gritando de volta:

— O tipo de lugar em que tudo é permitido.

E de fato era.

Ela o levou para um passeio por entre as salas de jogos, onde alfas eram chicoteados por ômegas, puxados por coleiras como animais de estimação. Victoria riu de seu constrangimento ao encarar um alfa lúpus preso a uma maca enquanto uma máquina com um longo consolo o fodia repetidamente e os demais assistiam sentados confortavelmente em suas poltronas, sendo servidos por garçons semi-nus. Haviam diversas salas e nada do que era considerado "normal" acontecia nelas.

Em uma delas não havia mais do que uma poltrona voltada para um longo banco de madeira com cerca de seis dildos presos a ele, em ordem crescente de tamanhos, o menor não deveria ser muito maior que o mindinho de Harry, o maior era do tamanho de seu antebraço, a espessura era um caso à parte.

A alfa se jogou na poltrona, separando as pernas e encarando Harry com um olhar no mínimo suspeito, ele quase se arrependia de ter ficado parado diante do banco. Contudo, era notável que Victoria combinava com aquele lugar.

— Então, você já... — Harry pigarreou, indicando o assento, no mínimo excêntrico.

Ela não parecia ofendida e tocou o maior com a ponta do dedo, o blazer abrindo um pouco mais ao se curvar, eles se conheciam a tão pouco tempo e ela não estava exatamente envergonhada em quase expor seu seio para ele.

— Já houveram algumas ocasiões, mas eu não cheguei a ir tão longe. A penetração é uma questão delicada para qualquer alfa, não faz parte da nossa anatomia nos acostumarmos a isso.

Styles assentiu, pensando em como ele sentia como se fosse a primeira vez com Louis.

— Quer experimentar?

— O quê? — Indagou confuso.

Victoria voltou a se sentar ereta, correndo os dedos pelos cabelos e Harry notou a ereção dela marcando. A única vez que viu o nó de uma alfa foi na faculdade e ele definitivamente não encarou, mas agora estavam só os dois e ele tinha se tornado bem mais curioso do que antes.

— Desculpe, eu prometi a mim mesma que seria comportada, mas a verdade é que eu não admirava o seu ensaio só pelo bom gosto dos acessórios, eu descobri a minha preferência por alfas tendo uma ereção com as suas fotos. Perdão, mas eu já bati muitas para você e realmente não sei como não surtar com você na minha frente, eu teria me preparado melhor se soubesse com antecedência que viria, fui pega completamente desprevenida e você é ainda mais bonito pessoalmente.

Okay, ele não esperava por aquilo.

Mas ela havia dito que...

— A sua preferência por alfas?

— Isso. — Reafirmou, mordendo os lábios — Como deve ter percebido, eu sou uma alfa lúpus e a minha vida nem sempre foi agradável, com feromônios fortes demais, a maioria dos ômegas com quem eu me envolvia agiam como zumbis na minha presença, eles sequer conseguiam me encarar, era exaustivo e nunca me interessou de verdade, até eu ver você e perceber que era aquilo o que eu queria. Um outro alfa, sabe, há poucas coisas mais excitantes do que ver um nó estourando enquanto o seu está sendo sufocado.

Harry sabia e como sentia falta de sentir aquilo novamente.

— Pode ser que essa seja a sua "reunião" mais bizarra, mas essa nova era significa muito para mim, e é neste lugar que eu pretendo lançar a nova coleção, iremos organizar um grande desfile e exibições por toda a parte. E seria uma honra se aceitasse participar e ser vestido por mim.

— V-Você quer que eu desfile?

— Eu sei que não costuma ser de bom tom um alfa com a sua reputação em um lugar como esse-

— Victoria, a minha reputação não me precede e um lugar como esse, é exatamente o tipo de lugar no qual eu me encaixo.

O rosto dela se iluminou com o entendimento.

— Isso é maravilhoso! — Exclamou, se levantando e indo até ele, o abraçando apertado. Era o tipo de reação que ele nunca esperou ao admitir que não desejava ômegas, mas sim outros alfas — Venha até o meu ateliê amanhã, eu criarei um modelo exclusivo só para você.

Harry assentiu, sorrindo amplamente com o pensamento de ter um momento sob os holofotes.

— Um dos acionistas da DeAngelis está aqui, ele quem sugeriu a Capaldi e está ansioso para te ver.

Sem ter a menor ideia de quem seria o tal acionista, a acompanhou para fora do quarto, mas no meio do caminho seus olhos se fixaram em algo isolado em frente a pista de dança, coberto por uma capa preta, parecia enorme, seus dedos serpenteiam sobre o manto.

— O que é iss- — Ele se calou diante do grito surpreso de Victoria e de repente, ela não estava mais ao seu lado e sim nos braços de um outro homem.

Eles falavam em italiano.

— Cara, è un'altra notte radiosa, ogni giorno il successo sembra triplicare, presto le azioni DeAngelis saranno staffette di briciole di fronte ai profitti del club.

(Querido, está mais uma noite radiante, a cada dia o sucesso parece triplicar, em breve as ações da DeAngelis serão relés migalhas diante dos lucros do clube.)

— Non dire sciocchezze! E sai che i soldi non sono mai troppi per me.

(Não diga besteiras! E sabe que dinheiro nunca é demais para mim.)

Aquela voz. Aquela maldita voz, Harry a reconheceria em qualquer lugar.

— Ho compagnia stasera, William, voglio che ti incontri...

(Tenho companhia está noite, William, quero que conheça...)

— Harry Styles.

Harry se virou ao ouvir seu nome entoado pelo timbre inconfundível de Louis Tomlinson.

Oito meses depois de expulsá-lo de sua casa, aqui estava ele, em Roma, como um fantasma do passado. Destinado a assombrá-lo.

— Uh, vocês se conhecem? — Victoria olhou de um para o outro.

Claro que se conheciam, tão intimamente que bastava fechar os olhos para que cada detalhe do corpo de Louis se desenhasse em sua mente, mas Harry tinha um poço de raiva acumulada e não aceitaria que Louis estivesse ainda mais lindo e andando entre a nata da sociedade depois de tudo o que o fez sofrer e pudesse se gabar de tê-lo usado e descartado quando bem quis.

— Não, nunca. — Foi rápido em dizer. Um vinco se formou entre as sobrancelhas de Tomlinson, quando Harry o encarou como a um estranho, estendendo a mão para ele — Buona Notte, Sr...?

O pomo de Adão de Louis se moveu ao engolir em seco.

— Deakin, William Deakin.

Naturalmente ele tinha um nome falso.

— Sr. Deakin, é um prazer conhecê-lo.

E Louis apertou sua mão. O calor irradiando do toque sendo o suficiente para fazer ambos suarem. Mas Harry foi rápido em recolher a mão.

— Bem, Harry, este é um dos acionistas e o proprietário do Savory, por que não contamos a ele nossos planos? — Victoria indagou, casualmente tocando sua cintura e ele registrou a pequena carranca que se formou no rosto de Louis e isso o encheu de satisfação, ele se rendeu ao toque, aproximando até que o braço da alfa estivesse ao redor dele — Vamos nos sentar.

Louis era um excelente ator, mas por algum motivo, ele não parecia tão inexpressivo como outrora.

E pode ser que Harry estivesse contribuindo um pouco para que Tomlinson tivesse um olhar tão mortal para a dupla sentada à sua frente. Victoria havia se sentado em uma daquelas mesas redondas com o sofá em meia lua, ela de um lado e Louis do outro, Styles teve um pequeno sobressalto sobre qual lado decidir, mas a resposta parecia óbvia demais e a alfa sorriu quando ele a escolheu, ele a deixou escolher seu drinque e a ouviu contar sobre seus planos para o desfile, em como ela faria Harry brilhar.

— Não acho que seja um desafio. — Louis retrucou ao ouvi-la, virando um shot de tequila atrás do outro e sinalizando ao garçom que trouxesse uma nova rodada — Já desfilou alguma vez, Sr. Styles?

Harry deu de ombros, ele só tinha olhos para Victoria e vice-versa.

— Não, mas estou mais do que disposto a testar coisas novas.

Os dois sabiam que ele não falava unicamente do desfile.

E a ideia começava a soar cada vez mais afável, uma vez que ele se percebia bastante atraído pela alfa. Ela era linda, o que era um fato, assim como era uma lúpus e era mais do que natural pra ela assumir o controle do ambiente e daqueles à sua volta e santo deus, Harry não sabia que podia se sentir tão quente em ter alguém escolhendo suas bebidas e tocando sua coxa como um ato rotineiro. Ela fazia muito isso, tocar, a mão dela estava no pulso de Louis há mais de meia hora e ela não parecia ter se dado conta disso. Também pesava a questão de seus feromônios serem afrodisíacos e de que ela era uma verdadeira fã de Harry, sabia de cor os projetos em que ele tinha participado, seus heróis da arte eram os mesmos.

Quando ela se ofereceu para levá-lo ao Borghese, suspeitou estar apaixonado.

— Temos um dia e tanto amanhã, é melhor te levar para o hotel. Eu só preciso dar um pulinho no banheiro e podemos ir. — Ela disse ao sair.

Assim que Styles perdeu o cabelos loiros de Victoria de vista sentiu a respiração quente de Louis em seu pescoço e a mão dele em sua nuca. Um suspiro involuntário escapou e o alfa rosnou.

— O meu ômega continua o mesmo. — Harry odiava se sentir tão suscetível a ele, se fosse de fato um ômega teria ficado molhado só com aquilo.

— Eu não sou um ômega e com certeza não sou seu. — O encarou propriamente, o azul parecia mais intenso de perto. Ele quase tinha se esquecido de como Louis podia ser bonito e merda, o cheiro dele era ainda melhor. O cacheado queria chorar pelo quanto sentia falta dele.

Ele riu, os dedos subindo pelos cabelos de Harry, se infiltrando entre os fios e os puxando com suavidade o bastante para inclinar a cabeça e expor seu pescoço longo e imaculado.

Louis o farejou como um animal selvagem.

— Sabe que eu posso cheirar a sua excitação, não é?

Styles baixou os olhos para a gravata vermelha do alfa. Ele a tocou.

— Tem razão... Eu estou excitado. — Gemeu, acariciando o peito de Louis — Por ela. Talvez eu dê para uma alfa hoje. Você notou como é nítido que ela quer me foder e é provável que eu deixe.

— Harry... — Era um aviso.

— Louis, ou devo dizer, William? Precisa de um nome falso agora? Ou Louis já era uma identidade roubada?

Louis recolheu a mão, adotando uma expressão enfezada.

— É complicado.

— É claro que é! Você é problema e saiu da minha vida há tempo demais para querer voltar agora como se nada tivesse acontecido.

— Eu odeio como você age como se eu tivesse te deixado. Eu só precisava de um tempo para resolver-

— É, eu sei! Os seus assuntos, que bom para você, mas isso já não me diz respeito, assim como não te diz respeito o que eu faço ou deixo de fazer.

— Não aja como se eu não te afetasse mais.

— Eu não vou, eu ainda posso sentir algo por você, mas isso não me impediu de chupar o Liam e não vai me impedir de ter algo com ela. — Louis o olhou como se fosse pular no pescoço dele, mas isso só o encorajou a provocar mais, ele lambeu os lábios, roçando-os no ouvido de Tomlinson ao sussurrar: — Eu te disse naquela vez, se hoje eu sou uma puta, uma cadela, a culpa é toda sua. Você deveria ter saciado o seu ômega quando teve a chance.

Harry sentiu o fantasma dos dedos de Louis em seu pescoço, mas recuou quando vislumbrou Victoria retornando.

— Andiamo, carino? — Chamou com a voz macia, lhe oferecendo a mão. Ele aceitou, acenando para Louis e sua mente não estava no melhor estado, mas podia jurar que ouviu um rosnado baixo de Vic para Louis, algo como: — Non osare, William.

Não se atreva, William.

Não se atreva ao quê?

No caminho para o hotel, Harry não conseguiu evitar suas perguntas sobre William Deakin – Ou melhor, Louis Trapaceiro Tomlinson – , ela disse que o conheceu em Milão há quatro meses e desde então se tornaram inseparáveis, ele havia se tornado acionista na DeAngelis e inaugurado a Savory. Obviamente ela não sabia de onde vinha a riqueza dele e não estava interessada, então Harry começou a perguntar sobre o clube e esse tinha bem mais a atenção de Victória.

Como era nítido, aquele era um lugar onde gêneros, sexualidade ou classe – ABO – não importava. Não eram permitidos celulares ou fotos e era extremamente exclusivo, as únicas nomenclaturas aceitáveis eram: Mestre e escravo.

— Todos são livres para terem quantos mestres ou escravos desejarem, não há regras.

— Você tem algum... Escravo?

— Oh, carino, não precisamos saber tudo sobre o outro, é só a nossa primeira noite juntos.

A verdade é que ele queria saber se Louis tinha alguém, mas ele não ousaria perguntar.

Eles se reencontraram e como da primeira vez, era tudo caótico e perigoso demais.

Xx

Harry se considerava uma pessoa competitiva, ele se lembrava bem dos jogos vorazes que viveu disputando com Liam e Niall a vice-presidência, mas até aquele momento ele nunca imaginou estar em uma disputa como sendo o objeto de desejo de duas partes conflitantes.

Ele viu os dias passarem e entre reuniões e drinques intermináveis acordos foram firmados e Capaldi e DeAngelis tinham um contrato de três anos e Liam fez questão de derrubar champanhe em Harry quando estourou a garrafa, mas eles estavam de partida de todo modo porque um cliente estava ameaçando romper o contrato e apenas Niall poderia empregar seus meios de manipulação para impedi-lo e Liam tinha compromissos na Grécia, ele lançou um olhar de advertência quando viu Harry entrando no carro de Victoria.

Pode ser que ele estivesse brincando com fogo. Victoria De Angelis tinha um sorriso meigo e uma fala suave e doce que mascarava muito de sua verdadeira personalidade, ela era uma alfa. Uma alfa no estilo mais clássico da palavra.

Coordenando todos a sua volta como se fosse obrigação de todos acatarem as suas ordens, seu olhar era intimidante como o de um lobo faminto, o único a receber seus sorrisos era ele, para os demais ela sempre parecia aborrecida e de fato estava, corrigindo cada mínimo erro e os pressionando a serem melhores.

Francamente... Victoria era Louis.

E a pior parte é que Louis também estava lá. Eles eram malditos clones.

Harry se sentia sufocado com os dois disputando quem tinha o pau maior.

No dia seguinte, Louis estava no ateliê quando eles chegaram, ele esteve lá a cada segundo, enquanto Vic tirava as medidas, ele fingiu não perceber como ela fez um pequeno show ao medir sua cintura apenas para receber um ranger de dentes de Tomlinson.

Eles só pararam de prestar tanta atenção um no outro quando os outros modelos chegaram, Harry os reconheceu do clube. Victoria os apresentou, Ethan era o que fingia ser o cachorrinho de uma ômega com metade do seu tamanho, Thomas foi o da máquina de sexo e Damiano era o alfa no pole dance na entrada.

Harry os observava fascinados, eles eram alfas e estavam tão à vontade em não representarem o clássico estereótipo. Damiano disse ter uma hora na manicure depois da prova de figurino e perguntou se ele queria ir, ele titubeou, até que Louis anunciou que todos iriam e ele esboçou um pequeno sorriso.

Victoria percebeu e se colocou atrás dele, espetando um alfinete na calça e pinicando seu quadril.

— Ouch!

— Oh, desculpe, carino. — Sussurrou, deixando um beijinho em seu ombro — A propósito. São os três.

— Como? — Sussurrou de volta.

— Você perguntou se eu tinha algum escravo e sim, eu tenho, são os três. E eu adoraria ter um quarto.

As dúvidas eram mínimas, mas depois disso elas caíram por terra.

Victoria o queria e ela era ótima, simplesmente porque sabia como hipnotizar qualquer um.

Mas Louis era tão onipresente e irresistível como da primeira vez que o viu. E ele não se esforçava necessariamente em estar perto de Harry, ele só garantia que fosse sempre visto, pois sabia que isso bastava para enlouquecer o alfa. Como da vez em que surgiu no clube com um chicote na mão, ele acertou cada um dos ômegas, alfas e betas que engatinham até ele ansiando por atenção, a cada golpe eles agradeceram e foi preciso mais do que força de vontade para que Styles não se colocasse de quatro e fosse implorar por uma surra. Ele se masturbou em uma das cabines do banheiro e quando saiu, Tomlinson estava ao lado da pia, batendo com o chicote na mão e um sorrisinho petulante no rosto.

Louis não se prestaria a uma competição, ele era o único vencedor.

No final de semana, surgiu a ideia de uma noite em Veneza. Vic e Louis tinham uma reunião da DeAngelis e eles decidiram trazer alguns amigos, o que resultou em um jatinho com muita maconha e provocação dos novos arqui-inimigos. Após a reunião, ela sequestrou Harry de sua videochamada com Lewis e o levou às compras.

Ele não estava muito convencido enquanto encarava o próprio reflexo, sentindo a falta de mangas e um casaco grosso por cima de tudo aquilo, até as calças pareciam demais, ele nunca imaginou que poderia parecer tão escandaloso assim. Ele precisava de seus jeans ou uma calça social com o corte reto e sem graça.

— Santo cielo, così caldo! — O suspiro de Vic chegou aos seus ouvidos, mas ele fingiu não ouvir, analisando novamente a roupa. Até que aquele colete lhe caiu bem e se a calça valorizou sua bunda tão perfeitamente não havia nada que ele pudesse fazer, afinal, ele não tinha culpa de ser gostoso.

O restaurante estava lotado, como esperado de um sábado a noite. Algumas mesas a frente acontecia alguma celebração e por isso a banda tocava no palco, Harry não era muito bom no italiano, mas estava encantado com a voz do cantor, enquanto se sentia um pouco tonto depois de tantas taças de vinho tinto e de Victoria falando sobre todas as excentricidades de sua mãe, que não eram poucas. Coincidentemente ela também lidava com uma mãe louca por netos, Harry disse que passava pelo mesmo e ambos gargalharam de suas próprias desgraças.

Cansado, Styles deitou a cabeça no ombro de seu terno estampado, seus olhos passearam pelas espirais da renda do sutiã exposto da alfa. Seus outros companheiros estavam nas demais mesas, os garotos de Vic pareciam ótimos com um grupo de moças americanas, mas um dobrava o pescoço a cada cinco minutos e os mesmos olhos que encararam Harry com cobiça agora traziam uma certa irritação, ciúmes. Louis estava em uma mesa mais ao fundo, apenas ele e uma mulher avassaladoramente linda de longos cabelos cacheados e lábios carnudos, ele ouviu o nome Sabrina em algum lugar.

O cheiro de nicotina invadiu suas narinas, olhou para cima e encontrou Victoria com os lábios envoltos na piteira, a ponta do cigarro ardendo. Ele não pensou muito a respeito, apenas ergueu o rosto e abriu os lábios, ela entendeu rapidamente e soprou a fumaça para a sua boca, seus lábios ficaram a uma distância tão curta que ele esperou que eles acabassem se beijando, ele quis isso.

Mas no lugar de sua boca, Victoria colocou a piteira.

— Você não sabe fumar? — Ele negou, ela riu, beijando sua pequena orelha e ditando: — Sugue, isso, agora seg-

Harry começou a tossir, alto e ruidosamente.

— Tudo bem, carino. De novo, devagar desta vez.

Ele tentou novamente, sendo mais cuidadoso. Suas unhas eram do mesmo tom perolado da piteira.

— Isso, muito bem, il mio bellissimo omega.

Styles não viu isso chegando, ele não esperava. Ser chamado de ômega era... Ele ronronou e a boca de Victoria estava em seu pescoço, os dentes arranhando sua pele e os dedos se firmando na carne de sua cintura sob o colete.

— A sua boca... Seus lábios... Qualquer mínimo esforço os acentua dessa forma? Vermelhos, cheios e parecem ser tão suaves, talvez a pele esteja quente ainda pela brasa... É tentador como um peccato.

Ele se sentia febril quando ela o tomou pela mão e o guio para a pista de dança quando muitos se reuniram para dançar, o aperto em sua cintura se ampliou e seus passos espelhavam os dela, sendo guiado facilmente.

Seus quadris se pressionaram e ele gemeu ao sentir o membro dela contra o seu.

— Você fica assim em outros lugares também, carino? É fácil te excitar na mesma medida que é te enrubescer? Não se preocupe, não tem problema algum. Se você ficar muito quente posso ajudar... Lambendo qualquer resquício que eu alcançar, ou te inundando com meu esperma. Você já provou do sexo com uma Alfa Lúpus? Dizem que é delirante.

Harry queria dizer que não e que desejava provar, ele era solteiro e não havia mal algum em viver sua vida, porém mesmo com a visão desfocada ele podia ver Louis e sabia que ele o via também.

Ele não teria sexo com mais ninguém.

— Vic...

— Sim, carino? — Perguntou com expectativa.

— Acho melhor continuarmos como bons amigos.

Se ela estava desapontada disfarçou com primor.

— Como quiser. — Ela sorriu, beijando sua bochecha e se afastando quando Harry disse que estava cansado e subiria para o seu quarto e esta era a sua intenção quando entrou no elevador, mas antes que as portas se fechassem, Louis também entrou.

— O quê-?

Louis não lhe deu tempo, o prendeu contra a parede e seu corpo, o punho se fechando em sua cintura com um vigor que as pequenas mãos de Victoria jamais conseguiriam. Seu cheiro era diferente, não tinha a mesma confiança e autocontrole, ele estava desesperado.

— Pensei ter decorado seu perfume, cada arfar e gemido de prazer, ou então a textura de sua pele macia e a sensação de ter meu nó sendo sufocado por seu aperto. Mas pensar e sentir são pontos diferentes, e insuficientes quando envolvem você. Eu só quero sanar minha frustração de dias... Fodê-la completamente dentro de você, Harry, vê-lo vazar tentando acomodar todo meu tesão reprimido. E eu tenho tanta porra pra você...

Em um dia, ele era o alfa frígido e abandonado e no outro, alfas disputavam para quem conseguiria fodê-lo, confessando todo o seu tesão em seus ouvidos.

— Louis, eu não- — Espalmou as mãos sobre o peito rijo de seu alfa. Seu alfa. Ele se sentiu aquecer ainda mais e o agarrou pelo colarinho, pressionando seus corpos — Onde está a sua ômega?

— No restaurante, juntamente com a alfa que você rejeitou. Nós dois sabemos que elas são meras distrações, e de que nada servem para aplacar a vontade que temos um do outro. Não importa o quanto tente, eu não consigo me ver livre do meu vício em você.

Harry gemeu, a mão de Tomlinson escorregou por seu quadril, até agarrar uma das nádegas de Styles, o ardor misturado a possessividade que o fez gemer e arfar delicadamente, enganchando a perna na cintura de Louis para que seus membros se alinhassem.

Tão duros e necessitados um do outro.

— Você quer tanto isso quanto eu, está tão carente...

— Não! Eu não estou. Você me perdeu.

— Não seja, tolo, meu projetinho de alfa desdenhoso, por que continuar resistindo? Eu quero tanto tocá-lo... Me leve para seu quarto, por favor... Confesse o quanto sentiu minha falta, o quanto precisa do meu pau... Porque eu preciso e muito da sua boceta. Eu deixo você escolher, é minha boca que deseja primeiro? Porque eu amo seu gosto... E eu quero sentir outra e outra vez... Marque ela, faça isso com seu alfa. Me alimente...

Só de ouvi-lo, ele sentiu-se apertar. Era a sua boceta se molhando pelo seu dono.

Harry estava a um passo de ceder quando as portas se abriram e eles se afastaram, Louis se colocou as suas costas e um grupo grande de italianos entrou, conversando animadamente entre si, mas diferente do que ele esperava, Louis não o soltou e quando ele virou o rosto, sentiu o aperto no queixo e a boca de Tomlinson na sua.

Ele ofegou e gemeu, sem forças para resistir. As mãos dele tinham subido por seu colete, beliscando seus mamilos ao passo que os dentes se fechavam no lábio inferior do cacheado. O membro de Louis estava cavando contra sua bunda e ele rebolou em provocação, e nenhum dos dois se importava em ter companhia, nada importava além deles.

Mas Styles não pretendia se entregar tão facilmente. Quando as portas se abriram, ele saiu, com Louis em seu encalço, acelerando o passo quando Harry continuou andando, ele o puxou pela cintura, chupando seu pescoço.

— Por que não fazemos aqui no corredor? Eu sei que você gosta de uma platéia...

No entanto, não obteve resposta.

Harry abriu o quarto e entrou, fingindo não ouvir Louis, até que o puxou pela gravata para o quarto, onde o empurrou na cama, Tomlinson caiu sentado e Harry parou diante dele, desabotoando vagarosamente seu colete.

— O quê você acha que vamos fazer? Sexo? Você não merece me comer.

Deixou que a peça de roupa caísse aos seus pés. Louis salivou com a visão de seus mamilos excitados.

Querendo um pouco mais de atenção, Harry deixou seus dedos vagarem ao redor das curvas inchadas de seus seios, até poder encher as mãos em um aperto tão brusco quanto o que Louis lhe dava.

O alfa resfolegou diante dele.

E Harry os soltou para ir até a cômoda e pegar algo que Tomlinson sequer registrou quando seu ômega escorregou as calças para fora de seu corpo, suas longas pernas torneadas traziam meias de renda escura, cinta-liga e uma calcinha deliciosamente minúscula e transparente. Ele se arrastou para o seu colo, as mãos de Louis viajaram por suas coxas até apertarem a bunda e descansarem lá.

— Acho que alguém mudou de ideia. — Cantarolou, os dedos descendo até o vale entre as nádegas e pressionando a entrada contraída — Eu te sinto pulsar bem aqui.

Harry ronronou, fazendo beicinho ao assentir.

— É porque eu vou ser fodido. Mas não pelo seu pau.

— O q-quê? — Tomlinson engasgou.

— Veja. — Exibiu uma caixinha pequena, e o conteúdo dela parecia ainda menor e fino — Você pode segurar o meu vibrador enquanto eu me fodo nele.

Louis não poderia aceitar tamanha humilhação, como não podia aceitar passar mais uma noite longe de Harry, então, ele concordou. Assistindo o outro rolar de costas na cama, deitado confortavelmente em seus travesseiros, dedilhando o peito e puxando seus mamilos, ele estava se excitando, como se estivesse prestes a se masturbar, o que ele iria de fato fazer, só com uma ajudinha. Louis tinha os olhos presos em seu cuzinho, ele parecia ainda menor do que da primeira vez em que o tocou. Um gemido arranhou sua garganta quando Harry derramou o lubrificante sobre ele.

— Pode começar. — Disse num sussurro, com os olhos fechados.

Seu primeiro instinto foi tocá-lo com os dedos, mas Harry fechou as pernas bruscamente.

— Apenas o vibrador, Tomlinson! — O repreendeu como a uma criança estúpida. E Louis definitivamente detestou aquilo.

Ele tentou novamente, apenas com o vibrador. Aquele estúpido e ridículo vibrador, não parecia um desafio tomá-lo por inteiro de uma só vez, Harry havia cavalgado seu nó tantas vezes e ele era três vezes maior do que aquilo, porém, era a sua primeira chance em tanto tempo, ele precisava fazer com que aquilo durasse e por isso começou devagar, usando da ponta arredondada do brinquedo esfregasse o lubrificante com mais precisão, massageando ao redor das bordas de seu pequeno ômega atrevido que vacilou, os lábios vermelhos se abrindo para um suspiro.

Ele havia se tornado uma perfeita vagabunda para seu alfa, assim como para excitá-lo, como para atormentá-lo e ele o infernizou tanto com toda aquela provocação com Victoria. Louis sentia o ódio ferver ao lembrar de como eles pareciam íntimos no jantar, da boca dela em seu pescoço. Empurrou o vibrador, apenas o suficiente para perfurar a resistência da entrada, Harry gemeu.

Louis passou a fazer movimentos de rotação, massageando a área da borda onde sabia ser bem mais sensível. Apesar de não poder tocar, ele via como a pele de Styles estava arrepiada e rosada à medida que ele se aquecia em excitação. Investiu mais fundo até que ele se arqueou ao ponto de seus quadris irem junto e Louis o empurrou até atingir sua próstata.

— Oh, merda! Por favor, por favor... — Clamou em frenesi.

— Então temos algumas palavras. — Puxou o vibrador, sentindo deslizar com um pouco de resistência, tamanho o aperto. Seu pênis inchou com a lembrança — Oh, bebê... Você é tão pequeno e estreito aqui, parece estar ainda mais sufocante que antes.

Harry gemeu manhoso, as mãos caindo sobre seus travesseiros e suas pernas se afastaram ainda mais.

— É sempre uma luta para brincar com essa bocetinha. Até para enfiar esse brinquedinho minúsculo e patético é complicado. Mas ao mesmo tempo é a parte que eu mais me deleito, é como desvirginá-lo infinitas vezes, quando e onde eu puder. Senti tanta falta disso, ainda bem que há compaixão em meu ômega. Quero tanto senti-lo que dói, é como se meu nó fosse expandir sem nem mesmo ser engolido, acho que ele também sente sua falta.

O cacheado se contraiu tão fortemente que pareceu doloroso, ele choramingava, apertando a fronha entre seus dedos. O pênis ereto e vermelho vazando sobre sua barriga macia, Louis foi atrevido ao espalhar o pré-gozo por seu estômago, apertando seus quadris para afundar mais o brinquedo em seu interior apertado.

— Eu vou fodê-lo hoje, sim? Me responda como também me deseja, e eu vou satisfazê-lo, por favor... Sem mais torturas, Harry, é demais. Nem mesmo seu buraco aguenta mais, ele quer algo maior para esticá-lo e destroçá-lo na mesma medida... O pau gostoso do seu alfa. E ele já está molhado do jeito que você tanto adora, pode sentir com sua mão, afinal é a prova do quanto estou sedento para tomá-lo. Como se sente jogando baixo dessa forma?

Os olhos verdes o encararam e a mão direita de Harry deslizou por sua barriga até o meio entre as pernas e sem pestanejar empurrou dois dedos para dentro dele, junto com o vibrador. Louis sequer soube reagir ao assisti-lo se foder tão impiedosamente, ele sentia seu membro doer quando o de Harry se contraiu e ele gozou. Ele desabou com o orgasmo, estremecendo ao que Louis puxou o brinquedo e caiu ao seu lado, raivoso por não poder gozar, mas satisfeito em estar com Harry.

— O meu nome é Louis Tomlinson. — Disse após um longo período com apenas suas respirações ecoando.

— Hum?

— No outro dia, você perguntou se esse era mesmo o meu nome. E é, William é meu nome do meio e Deakin é do marido da minha mãe. A boate e as ações da DeAngelis não são outro golpe, eu te disse que tinha assuntos a resolver e são esses, ser "honesto". Eu fiz um acordo com o Lewis, ele queria um contrato com a DeAngelis, então, eu me aproximei da Vic e a aconselhei a fechar negócio com vocês.

— Mas você a conheceu quando a mãe dela estava na presidência ainda...

— Bom, eu conhecia um alfa boa pinta que poderia fazer qualquer ômega mal humorada perder a cabeça e se aposentar. — Sorriu orgulhoso de seu feito.

— Meu deus, você é uma cobra manipuladora.

— Sim, mas uma cobra manipuladora que te ama.

Harry empalideceu.

— O quê?

— Você ouviu. — Retrucou, se levantando.

— Espere, aonde você vai?

— Você disse que estava cansado. Descanse, vai precisar de energia para quando eu acabar com você, escravo.

Styles perdeu o ar ao compreender do que Louis estava falando. E sorriu com malícia.

— Sim, mestre.

Xx

Na noite anterior ao desfile e lançamento da nova linha da DeAngelis, Louis o conduziu por uma área ainda desconhecida para Harry da Savory. Ele afastou espessas cortinas escuras e adentraram ao ambiente pouco iluminado, apenas as luzes de led azul os impedindo de permanecerem no breu. A primeira coisa que Harry registrou foram os rapazes e moças aos pés de homens engravatados, bem acomodados em poltronas.

De repente, ele percebeu que só restava uma poltrona e olhou para Tomlinson com uma expressão de poucos amigos.

— Eu não vou ficar de joelhos.

— Mas você é tão bom nisso! — Retrucou com uma risadinha petulante, inclinando a poltrona, tornando-a suficientemente espaçosa para ambos.

Styles se aconchegou no peito de Louis, saltando quando luzes vermelhas se acenderam, revelando que havia uma outra sala, separada pelo vidro e eles eram os espectadores. Ele tremeu em excitação ao perceber que um número considerável de ômegas se sentara nos sofás, todos tão bem trajados quanto os ao seu lado e ele mesmo, contudo a sua conversa desinteressante se perdeu quando um alfa surgiu rastejando para o meio deles, com nada além de uma jockstrap apertada. O primeiro ômega, sentado na ponta, o acariciou como a um animal de estimação e ele ronronou, mas o carinho durou pouco e ele foi atrás dos outros, em busca de mais.

O acariciaram e puxaram seus cabelos, Harry suspirou quando cutucaram a entrada do alfa com o bico do sapato, outro puxou seu mamilo e quando ele gemeu, recebeu um tapa na cara.

— Você faria isso? — O timbre rouco de Tomlinson soprou em seus ouvidos, ele mal tinha percebido que ficara tão tenso, apertando o joelho de Louis e se pressionando contra seu peito.

— Talvez... — Murmurou, mordiscando os lábios.

— Que tal um teste?

Harry não entendeu de início, mas Louis não se demorava em explicações e desatou o cinto de Harry, enfiando a mão dentro de suas calças.

— Espere! — Se desesperou com a possibilidade dos outros os verem, porém eles estavam em estados bem mais comprometedores, empurrando os dedos distraidamente para dentro de seus parceiros ou tendo seus paus sugados com força. Ele relaxou, deixando-o ir adiante.

Enquanto Louis envolvia seu pênis, o alfa na outra sala estava sendo simultaneamente tocado, mordido e arranhado, servindo a todos os seus mestres, quando o aperto da mão de Louis aumentou e seus golpes ficaram mais velozes, o alfa estava sentando no primeiro ômega, emitindo gemidos gritados e tendo de agradecer a cada tapa que recebia e ele o fez, com cada um dos sete homens na sala e quando seu rosto foi banhado de porra como recompensa, Harry sujou toda a mão de Louis com o seu gozo e lambeu cada um de seus dedos em reprimenda, sabendo que ele não estava mais sendo ignorado como no início.

Com os preparativos para o desfile, Harry passou o dia longe de Louis, enfurnado no ateliê com Vic e toda a sua imensa equipe, ele se sentia ansioso toda vez que pensava em andar em uma passarela, parecia absurdo sequer considerar. Ele não era um modelo, mas a alfa o garantiu que era exatamente o que ela queria, ao menos para o primeiro lançamento, alfas como ela e ela gentilmente garantiu que todos tivessem algumas aulas para evitar a humilhação pública.

Se bem que suas roupas se sustentariam muito bem, mesmo que seus modelos não fossem dos melhores.

O carro já estava a sua espera, enquanto Victoria não o liberava.

— Eu não sei... Não parece certo. — Suspirou, seus cabelos eram uma zona embaraçada num coque no alto de sua cabeça e as olheiras cresciam sob seus olhos. Fazia umas doze horas que ela dizia precisar de um banho, mas não conseguiria viver a sua vida enquanto não tivesse tudo perfeito.

Harry voltou a olhar seu reflexo.

Seu terno era incrível, couro e sem camisa. Era o tipo de coisa que se usaria para sei lá... Ganhar um Grammy.

Não havia muito espaço para acréscimos, tocou o pescoço e foi quando algo se acendeu em sua mente.

— Acho que eu tive uma ideia!

Ele não se sentia mais tão confiante atrás das cortinas. Damiano parecia um top model, obviamente um dançarino saberia como usar seu corpo em quaisquer situações, Harry era excelente desenhando, agora desfilando... Bem, ele teria de descobrir isso. Ao menos Louis estava na plateia, em um ridículo trono de veludo vermelho bem na ponta da passarela, parecendo um padre ou um exorcista – dependendo da interpretação – com um longo sobretudo repleto de cruzes, seu coturno subia até metade da canela e a cruz em seu peito chamaria a atenção de alguém a cem metros de distância, mas ele era absolutamente lindo com delineador e sombra preta, os olhos ficaram dez vezes mais azuis, Harry não precisava ficar duro agora.

Woman da Doja Cat começou e ele sabia que essa era a sua deixa, mas suas pernas pareciam engessadas. Apertou os olhos e tocou o pescoço e porra, ele podia fazer isso.

Ele era o melhor em tudo, sempre.

Agora não seria diferente.

Então Harry entrou, ele ficou tonto com as luzes sobre ele, mas ainda podia ver Louis perfeitamente e não parecia um grande desafio quando tudo o que ele tinha de fazer era ir até ele. Caminhar até o seu alfa e não tropeçar, isso era muito importante. E a música era divertida, ele quis sorrir e o fez e Louis correspondeu porque ele o amava. Porra, ele o ama e Harry também o ama tanto que se sente sem ar, e quando chega até o fim da passarela puxa o boá verde do pescoço e exibe sua coleira de diamantes.

E o olhar que seu alfa lhe dá, ah, não há como expressar o quão poderoso ele se sente caminhando de volta. Esse foi só o início de uma noite inesquecível.

As roupas eram apenas uma parte da ampla coleção da DeAngelis. Ele já tinha escapado para o colo de Louis quando as máscaras foram exibidas e harness, chicotes, algemas e cintas. Victoria desfilou com uma e surgiu uma certa dúvida se tudo aquilo era um dildo muito realista ou ela estava dando uma amostra de seu próprio material, até mesmo Louis engoliu em seco.

Após o desfile todos puderam desfrutar livremente dos produtos ao redor do clube. As salas estavam com chicotes da DeAngelis e até mesmo as coleiras ostentavam a grife. E muitos ficaram bastante empolgados depois de verem tanta pele a mostra no desfile, a maioria das salas estava em uso e Harry evitava olhar para cima, para as gaiolas, mesmo que o ruído de metal foi impossível de se ignorar. Louis tinha sido chamado ao seu escritório e ele estava no bar com Victoria, tentando fumar novamente.

— Eu não acho que você tenha um bom futuro como fumante. — Ela riu, tomando o cigarro para os lábios e alisando sua barriga, ter sido dispensada não a fez menos atrevida.

De repente, todas as conversas foram interrompidas, Damiano estava diante daquele mesmo manto escuro que vivia deixando Harry intrigado, mas ele nunca se lembrava de perguntar a Louis o que havia ali, bem, parece que ele vai descobrir.

— Buona notte, cari! In questa illustre notte, oltre ad avere l'incredibile lancio della nostra carissima e carissima amica, Miss Victoria De Angelis...

(Boa noite, queridos! Nesta ilustre noite, além de contarmos com o incrivel lançamento de nossa mais querida e caríssima amiga, senhorita Victoria De Angelis...)

Todas a aplaudiram. E Damiano prosseguiu:

— Abbiamo anche l'apertura di quella che promette di essere la nostra attrazione più golosa e coinvolgente. Carissimi, vi presento l'Acquario.

(Também temos a inauguração do que promete ser a nossa mais deliciosa e envolvente atração. Meus caros, eu lhes apresento, o Aquário.)

O manto foi puxado e muitos gritinhos surpresos ecoaram. A primeira vista não parecia nada muito diferente do que já se via por ali, mas um segundo olhar mostrava exatamente o motivo de tanta surpresa, justamente por se parecer com um aquário, bem no meio do clube. Nos outros a visão se resumia a um único ângulo, uma parede de vidro e só, mas esse permitia que tudo fosse exposto, quatro paredes de vidro. Harry foi se aproximando, tão envolvido quanto os demais, o carpete, cômoda e a cama king size, tudo em preto.

Imagine estar lá dentro, em todas essas pessoas podendo assistir tudo, nada permaneceria oculto.

— Vamos precisar de alguns voluntários. Quem será o escravo a inaugurar? — O silêncio imperou, todas as mãos se manteram recolhidas, exceto um — Oh, parece que o calouro não é tão inibido.

Harry piscou, sem entender a quem ele se referia até perceber que era a sua mão estendida acima da cabeça. Ele se voluntariou. Oh merda. Ele queria muito isso.

— Senhor Styles, por favor... — Damiano indicou uma porta lateral, sendo aberta para Harry que adentrou ao aquário, ele tremia diante de tantos olhos fixos nele — Bem, espero que se sintam mais encorajados ao ver o que desfrutarão caso participem, então, quem será o mestre?

Desta vez um mar de mãos se formou, todos ansiosos por serem escolhidos. Mas uma voz monótona os descartou.

— Isso está fora de questão, esse escravo já tem um mestre. — Louis disse, ao que abriam caminho para ele até a porta na outra extremidade do aquário.

— Uh, meus caros, este é um momento histórico. É a primeira vez que o Sr. Deakin escolhe um escravo e participa de um de nossos jogos, veremos o que esse escravo tem de tão especial.

Harry apertou as mãos diante do corpo, observando Louis encher dois copos de uísque, ele se aproximou, entregando um para Styles que virou de uma vez, o rubor em suas bochechas poderia ser justificado pelo álcool se bebesse o bastante.

— Por que não ficou com ninguém?

— Nenhum deles era você. — Disse simplesmente, esvaziando seu copo — É isso mesmo que você quer?

— Eu disse que gostaria de experimentar coisas novas. — Respondeu com um sorrisinho. Puxando-o pela cruz e roçando seus lábios — Faça ser divertido para todos.

— Ah, ômega... — Gemeu, dando um beijinho na boca de Styles antes de se afastar.

Louis contemplou o grande público que teria está noite.

— Olá, meus queridos amigos imundos, fiquem a vontade para tocarem no vidro ou se divertirem a sua maneira na platéia. Não sejam tímidos, nós não seremos. Vocês poderão ouvir perfeitamente tudo o que acontecer dentro deste aquário, espero que seja tão divertido quanto será para nós. — Ele disse tão eloquente quanto sempre foi, um sorriso sordônico ao completar o quão acuado seu ômega parecia — Rapazes, ajudem meu escravo a se dispir.

Os sentinelas que guardavam as portas entraram, apesar de confuso, Harry acatou ao olhar encorajador de Louis, se deixando guiar até o centro do aquário, um pouco menos intimidado por não poder ver os rostos dos rapazes ao que eles usavam máscaras. Eles foram eficientes em tirar seu blazer e as calças, junto com as botas e ele não ardeu em vergonha quando ficou apenas de calcinha diante de tantos olhos curiosos. Porque quando ele olhou para trás, era como naquela vez na casa de Lewis, Louis o olhava e ele se sentia lindo.

— Mostre a eles a delícia puta que você é, amor. — Louis ordenou e ele obedientemente se virou, empinando o quadril. Quando seus olhos se cruzaram, Tomlinson sibilou um "eu te amo" — Excelente! Agora vamos dar a devida atenção as belíssimas tetas de ômega que você tem.

Ele lançou uma corda preta a um dos rapazes, suas mãos agiram com habilidade ao passar a corda macia pelo tronco de Harry, trançando-a por seus ombros e abraço do peito, quando terminaram ele pode ouvir mais do que certas palavras sujas e pequenos gemidos. Ele definitivamente tinha seios de ômega.

— E em seguida... — Tomlinson cantarolou, passando para o outro um harness de cintura, ele o reconhecia do ateliê de Victoria e pelo que lembrava... Oops! Harry congelou quando seus pulsos foram algemados nas costas, ele testou puxar, e estavam firmes, as tiras apertadas ao redor de suas coxas e bunda — Oh isso mesmo, pronto para o show, ômega!

Os demais saíram, restando apenas os dois.

Louis completamente vestido. Enquanto tudo o que Harry tinha era um pedaço de renda, couro e cordas. O alfa apontou para baixo, e Harry ajoelhou, ele se aproximou, empurrando o sobretudo para fora dos ombros.

— Ajude o seu alfa a se despir.

E ele se pôs a tentar desabotoar a calça com a boca, por sorte não foi tão difícil quanto ele imaginava, firmou os dentes para abaixar o cós quando seus olhos serpentearam para cima e sua boca pendeu aberta.

A camisa e a cruz estavam no chão e Louis usava arreios, ele não sabia administrar o quão gostoso era encarar o couro escuro em contraste com sua pele dourada, em como seu peito reagiu ao ver as tiras apertadas ao redor de sua cintura e braços, ele praticamente salivou no quão deliciosos os bíceps de Louis pareciam. Ele queria ser sufocado por eles. Tipo agora.

— Gosta do que vê?

Ele engasgou e balançou a cabeça.

— Bom garoto. Continue. — Empurrou a cabeça de Styles de volta para baixo e ele puxou com um pouco de dificuldade os jeans para baixo, partindo para a cueca, porém Louis o refrou, puxando pelos cabelos — Eu não te mandei fazer isso.

Harry não gostou de ser repreendido e tentou se soltar, o que só fez Louis apertar com mais força.

— Desde o primeiro momento que focalizei minha atenção em sua presença soube exatamente que tipo de pessoa você é. Um projetinho de alfa, sedento por atenção, carente até a ultima camada de pele, você absolutamente inflama por toques estimulantes, por olhares famintos, por absolutamente tudo que seja capaz de deixâ-lo trêmulo e exausto. Talvez, sanar tua fome o deflorando, tenha escancarado ainda mais até onde uma criatura suja como você está disposta a ir para ter um alfa. Você quer agir como uma vadia, não é Harry? Então se prepare, porque essa noite será tratado exatamente como uma. Como o competente alfa que sou, terei que conserta-lo, e dessa forma, meus bons modos não entram em cena hoje, porque você merece sentir a crueza que me cerca.

Ele se agita ligeiramente.

— Como assim?

— Primeiro, você não vai me chupar o meu pau.

— Lou... — Súplica choroso.

Ele pensa que Louis irá ceder quando o olha carinhosamente e acaricia seus cabelos, mas de repente sua bota está pressionando o peito de Harry e ele está sendo jogado para trás, caindo no chão. O carpete queima a lateral de seu corpo, mas nada que chegue a feri-lo, além de seu ego ao que ele foi literalmente chutado.

O alfa não demonstra arrependimento, revirando a cômoda e indo até a frente do aquário, prendendo algo a parede de vidro. Suspiros de êxtase e animação são emitidos e Harry não entende o motivo até que Louis move seu corpo e ele consegue ver o dildo voltado para ele, é um dos grandes e ele nunca chupou um antes.

— Seria de um imenso desperdicio não compartilhar com esse público estonteante uma das qualidades bem treinadas do meu ômega, não concorda, Harry? Qual sua melhor aptidão, meu querido? Vá em frente e diga para eles!

Harry se arrastou em seu joelhos até conseguir sentar novamente, o cabelo caindo por sua testa e bochechas. Louis o odiou pelo quão inocente e lascivo ele parecia.

— Eu sou... Bom com a boca. — Disse pequeno.

— Bom? Não seja modesto, você é excelente! Modéstia não combina com você, arrogância sim. Venha, mostre a eles. — Louis se divertia em ver como era dificultoso para Harry se mover, mas ele conseguiu ajoelhar diante do dildo. No entanto, estava muito baixo — Acho que vai precisar se curvar.

Ele tentou, receoso de perder o equilíbrio, mas Tomlinson era tão prestativo e disposto a ajudar que o empurrou pelo ombro e Harry apertou os olhos, temendo bater o rosto no vidro, porém algo o manteve firme, a mão de Louis o segurava entre as algemas, com apenas uma mão, ele mantinha o sorrisinho.

Os espectadores estavam cada vez mais próximos. Victoria especialmente, perto o bastante para tocar onde o rosto de Harry estava, seu quadril no mesmo nível que o dildo. Tomlinson mordeu os lábios pela audácia da alfa.

— A fantasia é tudo o que terá, minha cara.

Ela lambeu os lábios, aproximando-se ainda mais, de propósito.

— Eu já estive bem perto antes.

Isso o irritou e ele descontou, batendo na bunda do cacheado, que sem esperar gritou, recebendo outro em seguida.

— Chupe, ômega! — Harry estava ofegante e um tanto desnorteado quando estendeu a língua, sentindo a ponta de silicone, era macio, mas assustadoramente grande e ele não se sentia confiante o bastante, seu receio não passando desapercebido. Louis se ajoelhou atrás dele, mantendo o aperto as suas costas, a outra mão tomou sua garganta — Um fato curioso que eu descobri conforme explorava meus desejos com esse projetinho imundo de alfa, é que a garganta apertada de um animal de estimação pode ser usada do mesmo modo que uma luva de masturbação, interessante, não? Uma pegada firme na nuca permitirá que você controle a velocidade e a profundidade, sem mencionar o potencial incrível que vem dessa cavidade molhada, caso seja necessário forçar para um ajuste mais apertado. O ômega pode até lutar para abrigar um pau alfa dependendo do tamanho e circunferência, mas aprenderá a lidar com isso ou desmaiará. Demonstre, Harry. Engasgue patéticamente nesse pau falso e talvez receberá um agrado depois... Meu nó inchando atrás dos seus dentes parece bom para lhe inspirar o suficiente?

Vergonhosamente era esse o tipo de incentivo que ele precisava e sem se dar tempo para pensar mais o tomou na boca, suas bochechas estufaram e queimaram com o quanto tiveram de se esticar, mas a mão do alfa estava presente, empurrando-o pela nuca até que ele sentiu o cutucar em sua garganta, foi muito e ele engasgou, Louis o deixou relaxar e forçou novamente, havia um brilho de excitação ao vê-lo se engasgar e Harry adorava ver Louis assim, então engasgou propositalmente, sentindo-o duro contra sua bunda.

Victoria gemeu, arranhando o vidro. E ela não estava sozinha, através de seus olhos lacrimejantes, Harry viu os outros, muitos já tinham se livrado das calças, ele não podia imaginar quantas das aquelas ereções eram por sua causa. Todas podiam ser por ele.

Fechou os olhos, sendo dominado pela sensação avassaladora de puro poder e tesão. Era glorioso ser o motivo de excitação de um clube inteiro.

— Ah, Harry, você não fez isso! — A voz de Louis estourou em seus ouvidos junto com um puxão brusco em seu cabelo, ele choramingou e Tomlinson o fez olhar para baixo, onde sua linda calcinha estava arruinada por todo aquele gozo. Levou alguns segundos até ele associar que aquele era o seu gozo, ele teve um orgasmo sem se tocar, sem sequer pensar em gozar. E sem ter tido permissão.

Louis parecia furioso, o empurrando em direção ao vidro, sua testa tocou a superfície e seu corpo estremeceu a cada duro golpe em suas coxas e bunda.

— Desculpe, desculpe, desculpe... — Clamou baixinho sem parar.

Louis o afaga no rosto devagarinho, beijando seu ombro trêmulo.

— Tudo bem, amor? — Sussurra em seu ouvido.

Harry pensa na palavra de segurança que eles haviam bolado na noite anterior. Coelhos. Apenas por não conseguirem pensar em nada mais por duas horas e Harry comentar que tal nuvem parecia um coelho. E Louis retrucar que ele parecia um coelho e eles riram como dois idiotas disso.

Ele não sentia que precisava dela.

— Sim e você? — Respondeu meio aéreo. Louis riu.

— Estou ótimo.

— Bom. — Balançou a cabeça, tombando-a no ombro de Tomlinson, seus beijos desceram pelo pescoço de Harry e suas mãos traçaram as cordas, até os mamilos, envolvendo cada um dos seus seios e o despertando automaticamente — Vou dizer qual é a melhor parte de foder com um alfa indecoroso como o meu brinquedinho aqui. Sem dúvidas ter a minha total disposição esse par de seios. Vocês já viram um alfa com peitos tão cheios como esse? Eu acredito que deve ser porque ele está tão desesperado para atuar como um ômega sujo, que sequer precisa de um cio pra se comportar feito uma verdadeira cadela, deve passar horas brincando com o que não lhe pertence. O que você usou, Harry? Grampos? Um estimulador de mamilos? Ou foram esses dedos sujos depois de brincar com sua boceta? Aposto que se eu colocar minha boca contra esses bicos, vou sentir o gosto do seu tesão misturado ao leite, ele vai estar tão quente contra a minha lingua, talvez eu faça você beber também... Seu sabor é tão gostoso. O que vocês fariam para provar dos seios gordos desse projetinho de alfa? Acredito que nada pague o bastante. Então eu os deixarei fantasiar. Toquem como desejarem, mas através do vidro, apenas.

As palavras de Tomlinson pareciam ter servido como um aval para que todos se aproximassem e eles o fizeram. Louis o pressionou contra o vidro e eram como crianças indo ao zoológico, fascinadas com o que se mostrava do outro lado, tocando as paredes como se pudessem senti-lo de verdade, como se estivessem loucas para pôr suas mãos diretamente nele, o que não aconteceria. Porque quando ficou farta, Louis simplesmente o puxou para longe e deu o dedo do meio para eles.

Louis o levou até a calma e ele desabou nela, o rosto afundando no colchão, os joelhos firmes e a bunda para o alto. Louis puxou a calcinha.

— Isso é lixo agora. — E rasgou.

Agora Harry estava totalmente exposto.

Ele fecha os olhos, apenas registrando a sensação quando sente as mãos de Louis nele, é estranho, como se estivessem emborrachadas. Luvas. Louis está de luvas e ele o acaricia e aperta, abre suas nádegas e algo gelado escorre, então os seus dedos estão lá, massageando, testando e afundando. Ofega baixinho, é suave e calmante, diferente de como vinha sendo.

Ele o abre tão carinhosamente que é um choque quando os golpes se tornam mais rápidos e firmes, mas evitando sua próstata.

— Mestre, por favor. — Soluça, contorcendo as mãos nas costas.

— Você está um terrível reclamão hoje. — Disse secamente — Certo, então ache-a você mesmo.

Harry franziu as sobrancelhas e suas mãos estavam sendo soltas. Ele massageou os pulsos e voltou para os seus joelhos, olhando para Louis que abaixou a boxer com naturalidade, mesmo que houvessem umas duzentas pessoas o vendo completamente nu. Ele deitou na cama, puxando os travesseiros para baixo da cabeça. A mudança de ângulo, fez muitos irem para as paredes do lado, atentos em não perderem nada.

— Então... — Louis pigarreou impaciente.

Os olhos de Harry dobraram de tamanho.

— Eu posso cavalgar em você? — Gritou animado, passando uma perna pelo quadril de Louis.

— Pode, mas não é pra ficar mimado.

— Eu não vou! — Respondeu, mesmo que não tivesse ouvido. Havia uma pequena palmatória ao lado do travesseiro — Eu posso te bater? Só um pouquinho?

Louis ponderou.

— Foda-se, pode!

— Eba! — Saltou, levando a mão para trás e apertando o membro do alfa, espalhando o pré-gozo, não que ele precisasse já que estava tão molhado, mas facilitou quando Harry o alinhou a sua entrada e foi sentando devagar, Louis torcia os dedos para não se intrometer. Os dois gemendo pela pressão, seguida do quão gostoso era.

A respiração de Harry está entrecortada e os dentes cerrados enquanto ele se move com calma, suas mãos se apertam nas faixas de couro no peito de Louis, os nós brancos e Tomlinson está preocupado que seja muito para ele quando o cacheado solta uma das mãos e apanha a palmatória acertando sua bochecha.

É tão repentino quanto o tapa que recebeu certa vez, mas esse foi bem mais forte.

— Porra!

Outra do lado esquerdo.

— Quieto! — Rosnou, ainda concentrado. Seus joelhos se dobraram minimamente, e ele se moveu propriamente, levantando e sentando novamente no pau do alfa — Isso, assim- M-Mestre... é tão bom.

Louis geme, investindo de encontro ao quadril de Harry.

— É perfeito.

— E a minha boceta, você gosta, alfa? Ela está tão molhada por você...

— Caralho, eu adoro, está deliciosamente molhada, é sempre tão boa e apertada. Meu ômega é tão sensível. — Louis gemeu, movendo o quadril novamente e coincidiu com Harry mudando o ângulo e ele o sentiu contra sua próstata, o que o fez gritar novamente e jogar a cabeça para trás.

Harry estava dando um verdadeiro show e não parecia notar.

— O quê você quer, ômega? Só me diga e eu te dou.

Louis esperava qualquer tipo de resposta pervertida, qualquer uma. Exceto aquela:

— Uma mordida. Eu quero a sua mordida, por favor.

Há um instante em que tudo parece imóvel e Harry abre os olhos, Louis está parado, encarando-o com os olhos arregalados, chocado.

Ele senta, apertando Harry.

— Você não está em condições-

— Eu não estou bêbado ou no cio. É exatamente isso o que eu quero. A sua mordida, eu quero ser acasalado, ser o seu parceiro. Ser seu, pra sempre. — Confessou num sopro de voz, abraçando seu pescoço.

— Mas-

— Eu te amo.

E não, era o que Louis deveria ter dito. Mas ele estava apaixonado, e era correspondido e ele podia farejar a sobriedade de Harry e não havia como culpar qualquer outro fator além da sua mais plena vontade de ser marcado.

— Sabe, podia ter pedido isso em algum outro momento em que não estivéssemos transando em público. — Louis sussurou, perto de seu ouvido.

— Eu gosto de chamar a atenção. — Retrucou com um biquinho, que foi prontamente beijado e eles estavam mudando as posições, Louis estava sobre ele, o fodendo propriamente, fazendo seu corpo solavancar em estocadas profundas e seu nó crescendo dentro dele. E perto de estourar, Louis o beijou delicamente, deslizando seus lábios com suavidade até que suas línguas se tocassem e enrolassem entre suas bocas e quando o nó os prendeu, seus beijos foram deslizando pela mandíbula marcada de Styles, a curva do pescoço, até o ponto de acasalamento, os dentes roçaram devagar e Harry virou o rosto, dando mais espaço para que Louis prosseguisse e ele nunca esteve tão nervoso e Louis era literalmente um ladrão de cofres.

Um último suspiro e ele o mordeu.

Harry arfou e se curvou na cama como se tivesse sido apunhalado. Os observavam petrificados. Mordidas eram uma coisa, para todos.

E quando acontecia com dois alfas era um evento e tanto.

Os dedos de Harry cavavam os ombros de Louis quando ele foi se afastando, tirar os dentes parecia mais doloroso do que de fato morder e Harry parecia bem mais abalado do que ele esperava, seu rosto estava banhado por lágrimas e ele estava muito vermelho.

— Harry, ômega, meu amor, você está bem? Está sentindo dor? — Louis se desesperou.

Ele balançou a cabeça.

— Eu me sinto incrível. Tão fodidamente bem, acho que eu vou morrer. — Sussurrou, olhando para cima e sorrindo.

— Não diga isso! Está tudo bem mesmo?

Harry o olhou, limpando o canto da boca dele que continha um pouco de sangue e assentiu.

— Quer uma pra combinar com a minha?

Louis concordou e expôs seu pescoço. Ele sentiu uma dura fisgada e apertou os olhos, certo de que Harry tinha sido um pouco mais cruel pelo simples prazer de ser um merdinha escroto, mas valia a pena, porque eles se pertenciam oficialmente e o mundo não importava, nada mais importava.

Isso serviu para o nó de Louis crescer ainda mais e Harry se derramar entre seus corpos e serem aplaudidos.

Quando eles terminaram havia uma lista de espera para o aquário, Victoria estava na porta com seu trio ansiosa para a sua performance e exigia Harry na primeira fila para ver o que perdeu, ele estava travando uma dura batalha com suas calças, enquanto Louis usava apenas os joelhos, ele estava achando camisas muito antiquadas e seu harness era bonito demais para ser escondido.

Harry gemeu ao sentir a coleira beliscando a marca recém-feita.

— Me dê. — Louis pediu e ele entregou, se assustando quando o alfa a jogou de canto — Você não precisa mais disso. Eu não quero nada atrapalhando que certas pessoas vejam que você já tem um alfa. — Disse mais alto na esperança que Victoria o ouvisse, ela revirou os olhos e se aproximou de Harry, abraçando pela cintura quando voltaram para os seus lugares — Precisamos providenciar um diamantes para o seu dedo.

— Isso é um pedido de casamento?

— Bem, já firmamos um pacto enorme, por que não termos um bolo por isso?

Harry sorriu e se lançou em seus braços, o beijando apaixonadamente.

— Espera... Quando você diz providenciar?

— Eu me refiro a roubar.

— Louis, não!

— E o que você quer? Que eu vá em uma loja?

— Sim. — Respondeu o que parecia óbvio.

— Céus! Que tipo de criação você dará aos nossos filhos?

Ele mordeu os lábios, hesitante.

— Acha que teremos filhos?

— Vamos ter o que quisermos, meu amor.

Harry sorriu e assentiu, segurando a mão de seu alfa e caminhando até suas poltronas enquanto as cortinas se fecharam, a espera do próximo show e Styles já podia prever o próximo capítulo de sua vida e todos envolviam criaturinhas com péssimos temperamentos e rostinhos lindos.

Ele estava ansioso por isso.

Notes:

Notas Helô (larrysupernatural)

oioi moranguetes de satã, afinal, aqui estamos totalmente mescladinhos, sim? quem estava com saudade desse casalzinho não tradicional alfinha x alfinha, levanta a mão! eu e a dannie também estavamos super ansiosas por eles ❤️ (sempre é bom ter tua companhia, danizita! sofrendo e matutando juntas à todo momento.)

criamos esse plot da parte 2 tem um tempinho já, e em pouquissimas tacadas! talvez seja um super poder das gostosas... mas a real, é que esses personagens são inesqueciveis, e merecem viver os melhores cenários possíveis, e como podem ver presenteamos eles com muitos mimos!

o que acharam dos conceitos trazidos aqui? alguns já haviam sido pedidos, então juntamos o útil ao agradavel, e claro, uma pitadinha de novidade como sempre.

espero que tenham gostado, pois tudo aqui (do começo ao fim) foi pensado e escrito com muito carinho e obviamente TESÃO! então, se lambuzem outra e outra vez SEM NENHUMA MODERAÇÃO!