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Por nossos filhos

Summary:

Fic escrita em parceira com a @MissMistrio1

A Zona Fantasma é traiçoeira e mais do que uma prisão, ela é o lar de alguns dos maiores perigos do Universo conhecido: A Loucura e o Medo mais íntimo que cada um guarda só para si, e Kara experimentou tudo isso de primeira mão. Mas os Superamigos não desistiram de da loira e em busca da Supergirl, partiram em uma missão de resgate. O que ninguém esperava era o futuro que estava por vir. Algo inimaginável quando toda a missão começou.

Notes:

Hey hey gente minha. Miss aqui e espero que todo mundo esteja bem, protegido e hidratado, estamos em tempos difíceis e do fundo do meu coração quero que todos que lerem isso estejam tomando todas as medidas de segurança necessárias contra esse vírus.

Mas bem,vamos ao que interessa? eu estava de boa ouvindo um sertanejo na playlist aleatória quando me deparo com a música Por nosso filhos de Zé neto e Cristiano e adivinha só? Eu quis fanficar logo de cara e chamei um escritor maravilhoso pra embarcar nessa jornada comigo, e falando nele eu só tenho a agradecer a esse serzinho de ouro por topar essa minha ideia maluquinha e transformar totalmente nosso processo de escrita.

Não tem palavras que caibam aqui pra te agradecer Ale, tu és minha maior inspiração e escrever com você foi muito bom e gratificante.

Hj não temos notinhas do Ale, porque foi tudo decidido rápido e ele tá meio ocupadinho.

Então é isso amores, sem mais delongas aproveitem a história

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

Cabeça latejando, uma voz abafada ao seu redor e um enorme breu rondando sua mente. Foram exatamente essas as primeiras percepções que Kara teve no momento em que seus olhos abriam e fechavam em busca de se acostumarem com a claridade emitida pelas lâmpadas amarelas em cima de sua cabeça. O que havia acontecido? Onde ela estava e por que sua cabeça doía tanto a ponto de parecer que iria explodir? As perguntas eram demasiadas e sua confusão também, mas soube que poderia deixá-las de lado por um momento ao sentir seu corpo ser enlaçado em um abraço desajeitado porém caloroso da pessoa que mais tinha sentido falta.

― Alex…― Pronunciou a loira em fio de voz ― Está me apertando demais.        ― Oh meu Rao! ― A força imposta no braço da ruiva se suavizou e logo após se soltaram daquele enlace. As irmãs se entreolharam em meio às pequenas gotas de lágrimas que insistiam em percorrer o rosto de ambas. Alex passou a ponta do polegar na maçã do rosto de kara limpando a última lágrima solitária, recebendo um sorriso singelo da mesma. ― Tive tanto medo de te perder.

A kryptoniana rapidamente correu seus olhos pelo local procurando pelo resto de seus amigos, porém pelo que notou não havia mais ninguém naquela parte da torre, apenas ela e Alex.

― Onde estão todos?― Perguntou a loira confusa. Algo ali estava errado, mas não sabia exatamente o que.

― Nia e Brainy estão por aí, não sei bem ― Respondeu Alex puxando uma cadeira para sentar ao lado da irmã mais nova. ― J’onn e M’gann estão fazendo ronda, enquanto Lena está na LuthorCorp. E Kal-El está vindo para cá, junto com a mamãe.

―  E meu pai, onde ele está? ― Kara perguntou, procurando por Zor-El.

― Não conseguimos salvá-lo, Kara. Eu sinto muito ― Lamentou a ruiva, vendo Kara esconder o rosto em suas mãos e chorar um pranto de perda. Era a segunda vez que perdia o pai. Mais uma vez, sua família ia e ela nada pode fazer para os salvar.

― O que houve lá? ― Perguntou a Kryptoniana tentando se lembrar de como a tiraram da Zona Fantasma. ― Minha mente ainda está nublada com tudo que aconteceu.

― Não se preocupe. Você está bem, Supergirl. ― Brincou Alex rindo ― Mas para lhe salvar, bem, Brainy e Lena abriram um portal. Nia nos ajudou a te localizar, ela está melhorando com os poderes dela. E então, eu e J’onn saltamos para lá e a pegamos. Mas eram muitos fantasmas. Eles eram fortes. Não conseguimos contê-los. O homem que estava com você, o seu pai, ele os atraiu e infelizmente… não tivemos escolha. ― Explicou a ruiva revelando o plano louco de salvamento que enfrentaram para tirar a kryptoniana daquela prisão ― Eu realmente sinto muito Kara ― Falou a ruiva, abraçando a irmã mais nova deixando que ela chorasse livremente em seu ombro.

Alex afagava a cabeleira loira enquanto sentia as lágrimas quentes que escorregaram do rosto da menor em seus braços. O calor que emanava da pele de Kara era como um acalento para a Danvers mais velha e aquelas lágrimas mesmo que por cima do tecido de sua blusa eram tão quentes quanto os primeiros raios do verão. Tomada por esse pensamento Alex apertou Kara contra si mais uma vez, porém recebeu um protesto da mesma.

―Ai Alex ― Uma careta de dor estampou a face da loira ― Doeu.

―Mas eu nem apertei tão forte assim ― A ruiva respondeu se afastando um pouco da irmã ― Kara?

―Acho que quebrei alguma coisa ― O momento se seguiu com uma tentativa falha da Kryptoniana de ativar sua visão de raio-X. ― Argh ― Suas mãos foram em seus olhos esfregando o local para acalmar o incômodo causado em suas vistas. ― Que droga. ― Praguejou a loira.

― Hey, se acalma e olha pra mim ― Alex pediu se colocando de pé e segurando as mãos da irmã.   ― Seus poderes ainda não voltaram totalmente, e não se preocupe que não tem nada quebrado nesse corpinho de bombeira seu. ― Kara lançou um olhar ameaçador para a ruiva. ― Nem vem, você sabe que é verdade mana, só não vê quem não quer. ― Kara abriu um pequeno sorriso e deixou um leve aceno negativo no ar, achando graça da petulância da irmã.  ― Vou religar as lâmpadas solares, então, procure descansar um pouco. Volto mais tarde, preciso fazer algumas coisas.

― Alex, você está bem? ― Perguntou Kara a olhando curiosa.

― Sim, tudo mais do que bem ― Respondeu a ruiva sorrindo e saindo, sorrindo.

 

Duas famílias, uma cidade

Uma disputa por vaidade

Colocando o poder e ódio a frente do amor

 

Algumas horas se passaram desde o momento que Kara deixou a medbay para a loira repousar sob as lâmpadas de sol amarelo.

Nesse meio tempo, Eliza chegou, vinda de Midvale e agitada, querendo ver a filha. E Clark, ou Kal, como Kara o chamava, também estava ali. A volta da Supergirl da Zona Fantasma era uma notícia a ser comemorada.

E como Alex previu, a kryptoniana estava com fome em seu retorno. Depois do crepúsculo, a loira acordou mais disposta e capaz de se mover sem precisar de ajuda.

Na sala da torre, arrumada da melhor maneira possível, os superamigos estavam reunidos. J’onn, Nia, Brainy, Alex, Kelly e agora, Eliza e Kal. A única pessoa que não estava presente era Lena, reparou a loira, quando Alex lhe entregou uma caixa de potstickers apenas para ela.

― Lena não vem? ― Perguntou a kryptoniana antes de avançar na comida. Sentia falta de ter a melhor amiga por perto.

― Ela disse que se atrasaria. Tinha assuntos da LuthorCorp para resolver. ― Informou Kelly, sem demonstrar nenhuma emoção.

― Kara, tem certeza que é uma boa ideia ter uma Luthor por perto? ― Perguntou Clark, não percebendo Lena a porta, assim como os demais superamigos ― A família dela nos odeia. Ela mesma já tentou te matar antes, tentou controlar o mundo. Um Super e um Luthor nunca darão certo, Kara. Lex e eu tentamos, e foi por culpa dele que você quase morreu naquela prisão.

― Kal ― Chamou a loira, incomodada ― Lena não teve nada haver com esse ataque de Lex, ela…

― Esse ataque Kara. Mas e os daxamitas? E os nanobots? Kara, ela é perigosa. ― Retrucou o jornalista, cruzando os braços.

― Tem razão Superman, um Luthor e um Super não devem ser amigos. ― Falou Lena se fazendo presente pela primeira vez ― Vim aqui apenas para dizer adeus ― Disse Lena com a voz fria. ― Vou mudar a LuthorCorp para Metrópolis e renomeá-la para LCorp. Preciso recomeçar novamente e lá, Superman, pode ficar de olho em mim e ver que não irei destruir o mundo, como meu irmão tentou. 

― Lena…

― Não se preocupe Supergirl, irei redimir o nome de família fazendo o bem, mas sem cruzar o caminho de um Super novamente ― Prometeu a morena virando as costas e saindo. Ninguém disse mais nada.

 

Duas almas, um sentimento

Dois sobrenomes, um juramento

Não se juntariam em um nome só

E te esquecer seria o melhor

 

Após a saída da Luthor o ambiente ficou pesado e bem desconfortável, e o que era para ser uma festa de boas vindas acabou entrando no clima de enterro, bom, pelo menos foi o que Kara demonstrou ao cerrar os punhos e lançar um olhar mortal para o primo antes de puxar uma cadeira e se sentar à mesa.

A penumbra da noite caiu e a lua se fez presente no céu mais reluzente que nunca, todos já haviam ido embora, e a Super se encontrava perdida em seus pensamentos quando uma voz ao longe ressoou em sua mente chamando por seu nome…Zor-El, sua cabeça rodou e alguns flashes da zona fantasma surgiram na sua mente. Ela realmente havia encontrado seu pai naquele horrível pesadelo que fora a zona fantasma. Tinha passado por poucas e boas ali dentro junto dele e quando ela menos esperava o tinha perdido mais uma vez. Exatamente como estava prestes a perder Lena. Era agora ou nunca. Nada mais passou pela mente de Kara, ela subiu aos céus daquela grande cidade de e voou para o único lugar que sabia que encontraria quem precisava ser encontrada.

Ao pousar na sacada da cobertura tão conhecida pela loira uma sensação de vazio a atingiu, os móveis tão caros e refinados que antes enchiam o local sumiram, provavelmente já estavam em um lugar qualquer de metropolis , aquela cobertura que um dia fora  motivo de risadas e alegria agora não passava de um simples lugar inane. Kara passeou seu dedo pela bancada fria e gélida, já sentindo a poeira que se formava ali. Se aventurou por mais alguns cantos da grande cobertura até parar em frente a porta do quarto de Lena, apurou sua super audição por um momento e conseguiu ouvir as batidas suaves e calmas do coração de quem ela tanto gostava.

― Sei que está ai Kara ―Falou a morena do outro lado da porta. ― Por favor, não... ― Suplicou Lena quando a Danvers girou o trinco da porta, fazendo menção de abri-la ― Não entre, não torne isso mais difícil do que já está sendo. 

―Mas… ― A loira tentou intervir mas foi cortada pela morena.

―Nao Kara, eu sei exatamente porquê você está aqui. ― Um suspiro bem mais que audível foi solto ― Vai me dizer pra ficar em National City, para não transferir a sede da empresa para Metrópolis, vai me dizer que tudo que o Clark falou é um erro, que as coisas não são assim, mas a verdade é que as coisas sempre foram assim ― Uma lágrima escorreu nas bochechas rosadas de Lena ― Por mais que eu tente me separar do meu sobrenome eu não consigo, eu sempre fui uma Luthor, Kara. Assim como você nunca deixou de ser uma Super, e esse nome sempre vai nos seguir. E como seu primo mesmo disse, um Luthor e um Super nunca se darão bem. Veja Kara, nossos sobrenomes unidos só trouxe tragédia, tanto para mim como pra você. 

―Lena…..

―Me deixa terminar por favor ― As lágrimas teimosas já escorriam soltas pelo rosto da Luthor. Ela encostou sua testa na porta e apoiou uma das mãos na mesma, Kara que acompanhava tudo com a visão de raio-X replicou o ato da menor. ― Eu quero recomeçar, quero mesmo, só não aqui, não pode ser aqui. Existem tantos fatores para me desfocar do recomeço e me tirar a atenção do meu real objetivo. Não pode ser aqui, com você, com todos, em um lugar onde nossas famílias estão condenadas a estarem em um conflito eterno e no meio desse bate e volta arriscar a vida daqueles que amamos. Eu não quero isso pra mim, eu não quero isso pra você, eu não quero isso pra nenhum de nós. E justamente pensando nisso, eu tomei minha decisão de mudar a empresa para Metrópolis e renomeá-la. Preciso seguir em frente Kara, essa é nossa melhor opção.

― Há sempre outra opção, Lena. Basta você procurar… eu… eu te ajudo. ― Falou a kryptoniana com a voz embargada pelo choro que estava segurando.

― Não há outra opção Kara. Não uma realmente viável para mim. ― A morena pegou dentro do cômodo vazio a última caixa que estava faltando dentre seus bens pessoais e retirou de lá um porta retrato com a foto das duas abraçadas. Lena abriu a porta e encontrou a repórter com os olhos molhados e o nariz vermelho pelo choro. Elas estavam de igual para igual ali.  ― Pegue ― a Luthor estendeu a mão oferecendo o retrato que foi aceito com um certo receio pela loira.

 Um silêncio pairou entre as duas mulheres, não era constrangedor, não era ruim, era um silêncio aceitável e que mesmo não querendo, diziam muitas palavras que não podiam ser pronunciadas. Um barulho de mensagem foi emitido do celular de Lena e a morena logo esboçou um sorriso triste nos lábios pintados pelo batom vermelho, impecável como sempre. Deu alguns passos até ficar frente a frente com Kara e depositou um casto beijo em sua testa.

― Adeus Kara Danvers. ― Lena se despediu.

Essa foi a última coisa que a morena disse antes de sair com sua implacável postura daquele cômodo vazio, o barulho emitido pelos saltos firmes da morena foram as últimas lembranças que Kara teve de Lena Luthor.

 

E finalmente no altar

Pedindo a Deus pra abençoar

Às alianças que seriam nossas

Os nossos filhos é quem vão usar

 

25 anos depois - Metrópolis 

Assim que o rapaz de olhos verdes e barba bem feita cruzou a porta, Lena Spheer o observou, aprovando a elegância de seu terno preto e andar confiante. Seu filho, Jason Spheer tinha seus olhos, mas era uma cópia do pai.

― E então, a que devo a hora, meu filho? ― Perguntou a CEO o observando.

― Mamãe, eu sei que parece precipitado, mas preciso falar com você e com papai ― Disse ele, tímido.

― Eu e seu pai sairemos cedo, eu prometo ― Disse a morena ― E então, podemos jantar todos juntos, naquele restaurante que seu pai gosta.

― Vinte anos casadas, sra Spheer e continua querendo agradar o papai? ― Provocou o rapaz, vendo as bochechas de Lena corarem ― Espero ter essa mesma sorte com a Lori.

― Lori? ― Indagou Lena curiosa, olhando para seu filho.

― Então, eu quero pedir minha namorada em casamento ― Soltou ele de uma vez.

― Namorada? ― Lena estava confusa.

― A gente se conheceu no MIT. Durante o curso avançado de Ondas Q ― Explicou ele, sob o olhar atento de Lena, mas um pouco sem jeito ― E ela é a mulher mais perfeita que eu já vi e bem, a gente começou a sair. E eu queria pedi-la com o anel da família. Aquele que o papai…

― Que foi de seu bisavô, depois de seu avô. E então, seu pai me pediu em casamento com ele. Uma joia especial e valiosa. ― Completou Lena sabendo bem da história.

― Sim, mamãe ― confirmou o rapaz.

― O que acha de trazer ela para jantar no final de semana e nos apresentar essa garota espetacular que te conquistou, Jason? ― Sugeriu a morena e se seu pai concordar, tem a minha bênção para pedi-la em casamento. 

― Mamãe, ela é incrível, eu te prometo, você vai amá-la ― E o rapaz deu um beijo no rosto da mãe e se foi, deixando Lena pensando em sua vida. 

Depois que voltou para Metrópolis, Lena recomeçou. Renomeou a L-Corp. Lutou contra o preconceito em cima de seu sobrenome. Enfrentou o julgamento do Superman. E então, reencontrou Jack e então, aceitou se casar com o homem que foi seu melhor amigo. Teve uma vida boa, sem as grandes emoções de um grande amor, mas com segurança, conforto e estabilidade. Uma vida sem grandes agitos, com uma empresa para tocar e alguém para conversar quando voltasse para casa, nas tardias horas da noite.

 

E olha a gente aqui agora

A sua filha é minha nora

Não adianta ir contra o destino

De novo a vida está nos unindo, uô, uô

 

National City 

Quando Lori entrou no pequeno jornal de esquina do centro de National City, a loira que estava sentada na mesa da editora chefe levantou a cabeça. Kara Li, dona do pequeno jornal, estava sentada em meio a diversos papéis. Alguns eram contas a pagar, outros eram matérias para publicar no dia seguinte.

― Oi Yeyu ― cumprimentou a garota. Os cabelos negros e olhos iguais aos do pai, estavam sorridentes.

― Lori, a que devo a honra de sua ilustre visita? ― Kenny, o pai de Lori, veio com dois cafés.

― Olá papai ― cumprimentou a garota, roubando o copo de café do pai.

― E então, o que faz por esse lado do continente, minha garota? ― Perguntou Kara indo abraçar a filha.

― Não sei bem como dizer isso, mas lá vai ― Falou a garota tímida, insegura sobre o que falaria ― Eu estou namorando ― Despejou de uma vez.

Kara abraçou a filha e Kenny estava pálido e mexendo em sua gravata, tentando aliviar a falta de ar repentina. 

― Hum… namorando, Lori? ― Perguntou para confirmar se ouviu direito. 

― Sim, Jason ― Confirmou a garota, tímida e corada.

― Há quanto tempo? ― Questionou Kenny, iniciando o interrogatório.

 ― Desde que comecei o curso de Ondas Q, aquele do verão passado ― respondeu ela, esperando o surto do pai.

― Oh minha filha, por que não contou nada antes? ― Indagou Kara se pronunciando pela primeira vez ― Nós adoraríamos conhecê-lo, não é mesmo querido? ― Falou Kara cutucando o marido.

― Claro, querida ― Concordou ele, com medo de discordar da esposa.

― Então, ele e a família dele não são daqui… são de Metropolis ― Disse Lori ― E ele convidou nós três para passarmos o final de semana lá ― Falou a garota, esperando alguma resposta dos pais. Kenny e Kara estavam um pouco nervosos. 

Os dois ficaram um pouco incomodados. Kenny estava preocupado, principalmente, com os gastos. O jornal não ia tão bem ainda. Eles tinham dívidas a pagar. Contas vencidas, despesas para viajar e dias sem publicar significam dias sem receita.  Enquanto Kara só conseguia pensar sobre a possibilidade de ouvir mais uma vez os batimentos cardíacos de Lena. 

― Tudo bem, filha. Vou ligar pro seu tio Clark e vamos ver ― Prometeu Kara, notando que o nervosismo da filha significava que era importante. Significa que talvez, fosse esse o cara certo.

― Eu te amo, yeyu ― Agradeceu a garota empolgada. ― Eu prometo que vão adorar o Jason.

E Lori se foi, deixando o casal pensativo.

Depois que Lena partiu, Kara recomeçou sua vida vivendo um dia após o outro. No começo foi bem difícil. Mas o reencontro com Kenny foi bom. Tanto tempo depois, os dois mais maduros, Kara notou que talvez, seu coração pudesse ser consolado. Não seria um grande amor, mas Kenny foi um companheiro. Lhe deu Lori e também a ajudou a conquistar seu sonho de ter seu próprio negócio. 

{...}

 

Não adianta ir contra o destino

De novo a vida está nos unindo

 

O final de semana havia chegado, e com ele a viagem até Metropolis. O nascer do sol naquela manhã trouxe consigo uma paisagem exuberante, os primeiros raios do outono saíram acompanhados de um lindo contraste vermelho meio alaranjado estampando os céus de National City. As malas já estavam no carro e a família se preparava para sair.

O voo seria daqui a menos de três horas e Lori não escondia sua ansiedade de rever o namorado. Ela esperava que seus pais aprovassem, pois não conseguia mais negar que sentia que ele era o homem certo.

E foi durante o voo, onde ela e Kara estavam sentadas juntas, com Kenny sentado em uma fileira mais para trás, devido a lotação da classe econômica, que ela contou a mãe mais sobre ele.

Kara estava feliz pela filha. Mas uma parte de seu coração estava ansiosa. Ouviria os batimentos de Lena e ela se perguntava, será que os reconheceria? Eram tantas perguntas. Como ela estaria? Será que havia encontrado alguém, casado e tido filhos?

{...}

 

Duas almas, um sentimento

Dois sobrenomes, um juramento

Não se juntariam em um nome só

E te esquecer seria o melhor

 

Kara entrou na propriedade de campo dos pais de Jason, depois de acomodarem suas coisas no quarto do hotel que ficariam. Clark havia providenciado tudo e seguiram o mais breve possível para o jantar em família, conforme combinado. Haviam conhecido Jason no aeroporto e Kara o havia achado muito familiar, mas não sabia de onde.

Mas caminhar pela casa dos pais do rapaz fez aquele medo que sentiu quando pensou no avião se seria capaz de reconhecer os batimentos de Lena, agora estava se tornando algo diferente. A loira estava ouvindo o familiar bater no coração de sua melhor amiga. 

A cada passo, parecia que as batidas estavam mais perto, e ela teve medo de estar reconhecendo os batimentos da morena.

Segurando com força sua bolsa, Kara viu Lori andar animada de mãos dadas com Jason. Kenny vinha ao seu lado, um braço em seus ombros.

― Tudo bem, querida? ― Perguntou Kenny, curioso com o nervosismo da esposa.

― Sim  ― Ela respondeu não querendo chamar atenção do casal a frente ou deixar qualquer coisa transparecer a Kenny.

Eles caminharam até a sala de jantar que os esperava. O jantar estava sendo colocado e o choque na expressão de Kara foi notável. A sua frente, estava Lena Luthor, sua melhor amiga. Ela estava conversando com seu empregado, enquanto ele arrumava tudo de maneira delicada.

Quando Lena se virou para ver seus convidados, sentiu seu coração falhar uma batida e o ar faltar. Kara Danvers, após tanto tempo, estava a sua frente.

― Kara… ― deixou escapar baixinho e então, viu Jack, chegar com o sorriso aberto e cumprimentar o homem ao lado de Kara.

 

E finalmente no altar

Pedindo a Deus pra abençoar

Às alianças que seriam nossas

Os nossos filhos é quem vão usar

 

Os homens estavam se apresentando, quando Lena avançou alguns passos, para atender o chamado de seu marido. 

― Olá Kara ― disfarçou tentando não mostrar seu nervosismo, mas a CEO da LCorp estava completamente abalada e sua mão tremia.

― Oi Lena ― retribuiu a loira, também abalada e nervosa.

― Vocês se conhecem? ― Lori perguntou, curiosa. Não sabia que sua mãe e sua sogra já haviam cruzado o caminho uma da outra.

― É uma longa história, mas quando morei em National City, antes de trazer a empresa para Metrópolis e reconstruir o império Luthor, Kara e eu fomos boas amigas ― Contou a morena tentando não mostrar mais do que passou os últimos anos dizendo a si mesma, eram apenas boas amigas. 

― Sim, fomos boas amigas ― Concordou a loira.

― Estou faminto, vamos comer? ― Convidou Jack, querendo quebrar o clima estranho entre a esposa e a jornalista.

― Ótimo, eu também estou faminto ― Kenny concordou, querendo também mudar o rumo da conversa.

E como planejado, o jantar foi informal, mas bem caprichado. A fartura de boa comida e bom vinho para acompanhar permitiu algumas risadas, apesar de Lena estar ainda aérea e Kara distante.

E com um toque da faca em sua taça, Jason chamou atenção de todos. 

― Eu sei que estamos nos conhecendo hoje, sr e sra Li, mas eu quero humildemente pedir a vocês a mão da Lori em casamento. Eu quero a benção de vocês ― Pediu ele, vendo Lori levar as mãos a boca, surpresa ― Eu aprendi com meus pais que família é importante e desejo que Lori possa compartilhar com vocês a emoção e alegria de noivarmos. Se não for uma felicidade completa, não sou digno dela.

― Se ela quiser rapaz, tem nossa benção ― Respondeu o sr Li. Kenny não negaria a sua filha uma chance de felicidade. Ele viu nos olhos da filha o quanto ela estava apaixonada.

― Lori, meu amor, diante dos meus pais e dos seus, eu quero pedir que seja minha esposa. Eu quero uma vida com você. Casar, ter filhos, lhe dar um lar. Quero que caminhe ao meu lado e sejamos o melhor de nós a cada dia.― E respirando fundo ― Quer casar comigo? ― Pediu Jason estendendo o anel da família de seu pai para a mulher que amava.

― SIM, Jason. Sim, eu quero me casar com você ― Ela aceitou e o beijou, com todo amor em seu coração.

{...}

 

E olha a gente aqui agora

A sua filha é minha nora

Não adianta ir contra o destino

De novo a vida está nos unindo, uô, uô

 

Após o momento de emoção do pedido de casamento feito por Jason todos entraram em uma conversa animada sobre os planos para o grande dia, menos Lena que se manteve calada a todo momento, detalhe esse que não passou despercebido por Kara. A morena em um ato silencioso se levantou da mesa distraída e distante.

― Mamãe, onde vai? ― Jason perguntou ao notar que sua mãe havia deixado a sala de jantar e caminhava rumo a porta que levava ao lado de fora da casa.

― Tomar um pouco de ar meu bem ― Um lindo sorriso de Lena foi dado ao filho. Jason sabia que sua mãe estava um pouco estranha naquela noite, pois a conhecia bem demais, porém não quis discutir e acabar com aquele momento de celebração, então somente assentiu e viu sua mãe sair.

― Que tal irmos para a sala? Lá é mais confortável e podemos continuar nossa conversa com mais algumas boas taças de vinho. ― Jack ofereceu e viu todos concordarem, então se retiraram da mesa e seguiram o homem até a sala.

― Kenny ― Sussurrou Kara no ouvido do marido enquanto andavam. ― Preciso ir ao banheiro, será que pode ficar de olho nesses dois, por mim? ― Brincou a loira com o marido que lhe deu um sorriso de canto.

― E claro que sim meu amor ― Um beijo foi depositado na ponta do nariz de Kara ― Mas se Lori vir reclamar que sou um pai super protetor vou te colocar pra ouvir a palestra dela também, sabe como nossa filha está com essas coisas. ― Completou o homem antes que a mulher se afastasse e seguisse até o banheiro, bem, era isso que ele esperava.

A mesma porta pela qual Lena havia saído minutos antes estava sendo analisada por Kara. Já fazia vinte e cinco anos desde a última vez que ela e a CEO tinham conversado, o clima que pintou entre as duas na entrada da casa e durante todo o jantar chegava a ser sufocante, nenhuma palavra mais que necessária fora trocada entre elas durante a refeição, os olhos de Lena a todo instante permaneciam no marido e no filho, vezes ou outra no prato a sua frente, mas nunca ousavam cruzar os de Kara ou Kenny. Isso a incomodava, o que havia acontecido nesses últimos anos? E porque Lena não conseguia nem olhar em seus olhos? As perguntas batucavam em sua cabeça com um ritmo frenético, e essa era a hora dela buscar as respostas que tanto queria.

Kara abriu a porta à sua frente, se deparando com o fosco brilho da lua banhando as folhas das árvores alaranjadas pelo outono, com uma linda e extensa trilha de pedras rústicas ao seu redor. 

Em um único passo, pondo seu corpo para fora da enorme casa, ela conseguiu sentir a leve brisa trazida pela garoa bagunçando seus cabelos loiros  e o ar enchendo seus pulmões com vida. Era realmente uma bela visão, mas ainda não havia nenhum sinal de Lena por aquela parte. 

Instigada a procurar pela morena e de ressalte ainda admirar por mais algum tempo a vista, uma Kara curiosa seguiu seu caminho pela passarela até chegar a um pequeno muro seguido de uma escadaria improvisada de pedras revelando um relevo mais baixo. Perplexa era a palavra exata para descrever kara naquele momento, ela estava paralisada, como se nenhum de seus músculos quisessem obedecer suas ordens, então ela simplesmente parou, contemplando a beleza avassaladora ao seu redor. 

Aquele sem dúvidas era o lugar mais esplendoroso que já vira em sua vida. Ao fundo, um grande lago de águas tão claras que era possível ver sua profundidade mesmo na penumbra da noite, banhado pela lua, e em terra firme se encontrava uma imensa árvore, ainda carregada com folhas variadas que transitavam entre o avermelhado escuro e o amarelo queimado do outono. Haviam luminárias alimentadas por baterias,  penduradas em algumas árvores mais baixas em volta da árvore central. 

A luminosidade não era muita, porém dava-se para notar as mais diversas cores do outono espalhadas pelo chão em todos os cantos. E por fim a coisa que mais tinha chamado a atenção de Kara, dois lindos balanços enfeitados por flores estavam presos a árvore do meio, e em um deles Lena se  balançava levemente como uma menina mulher, desfrutando do vento que batia em seu rosto.

Kara ficou encantada, como se caminhasse em direção ao seu conto de fadas. Vinte e cinco anos e aquela mulher continua encantadora e fazendo o coração da loira disparar.

― Bonito aqui não é? ― A loira se assustou percebendo que sua presença fora notada por Lena. ― Me passa uma sensação de paz, conforto e proteção. Me faz lembrar de você.

A pequena escadaria de pedra já havia sido deixada e Kara se juntou a Lena no outro balanço.

― Vinte e cinco anos e você não mudou nada ― Comentou a morena, olhando para a mulher ao seu lado. Havia nostalgia em seus olhos. ― Continua muito bonita.

― E você só ficou ainda mais linda ― Elogiou a loira, vendo Lena corar, igual havia acontecido com ela.

― Nossos filhos vão se casar ― Comentou Lena em um pensamento alto, após soltar um suspiro cansado― O destino gosta de pregar peças, não é? Depois de anos fugindo de você, a sua família aparece aqui e sua filha agora é minha nora. ― A leve brisa bagunçava os cabelos já grisalhos da morena. ― Vai ser um lindo casamento.

― Lena… acha que poderíamos ter sido nós? ― Perguntou a loira finalmente revelando o que estava fazendo seus batimentos cardíacos entraram em descompasso.

― Uma Super e uma Luthor? Sabe que não, Kara ― Falou a morena em um suspiro triste.

― Vinte e cinco anos e ainda não consigo controlar esse coração teimoso que bate todo descompassado a cada vez que te vejo,vinte e cinco anos e ainda te amo como amei desde o primeiro sorriso que você me deu ― Revelou a loira, vendo Lena parar o balanço suave e a olhar fixamente, sem dizer nada.

A morena respirou fundo diversas vezes e Kara sabia o quanto o coração de Lena batia agoniado.

― Vinte e cinco anos e eu não consegui ficar um dia sem te amar, sem pensar em você ― Lena se declarou, com lágrimas em seus olhos ― Mas Kara, sabe que…

― Eu sei ― disse Kara segurando uma mão de Lena nas suas, enquanto levava a outra ao rosto da morena e secava uma lágrima que havia escapado.

― Teremos jantares em família, almoços de ação de graças e netos futuramente ― Lena lembrou, pensando no casamento de seus filhos ― Vai ser difícil te ver em cada um desses dias e não correr para os teus braços.

― Lena…

― Não podemos, Kara ― Lena estava com medo de Kara lhe pedir para deixar tudo e tentarem. Elas não podiam, seria loucura demais e viria a machucar as pessoas que mais amavam. Era um amor proibido. ― Por favor, não.

 

Por nossos filhos

Por nossos filhos

Por nossos filhos

 

Kara suspirou, também deixando suas lágrimas caírem. Elas encostaram as testas e respiraram fundo. Aquele era o máximo que poderiam ter.

Por um momento uma tontura forte acometeu Kara, sua mente ficou pesada e flashes borrados lhe vinham à cabeça enquanto sentia seu corpo fraquejar. 

― Kara ― a loira ouviu seu nome sendo chamado, enquanto sentia o aperto em seus braços mais firmes. Lena a chamava, pensava Kara, não querendo abrir os olhos ― Kara, acorde ― Pediu novamente, a voz engrossando. ― Por favor, Kara, acorde filha  ― Então Kara abriu seus olhos e Zor-El estava a sua frente.

― Papai? ― Falou ela, notando que estavam na Zona Fantasma e não era Lena que a segurava em seus braços. 

Com as lágrimas caindo por seus olhos, a loira olhou para o pai, assustada.

― Foi um pesadelo, minha garotinha ― Zor-El esclareceu a abraçando, tentando consolar sua filha, alguns momentos antes de ver o clarão tomar os céus e seu corpo ser energizado.

― Alex, Lena… ― Sussurrou Kara e pegou seu pai, voando com ele para a nave de J’onn, carregando seu pai, sentindo seus poderes correndo intensamente por seu corpo.

...

―Kara! ― Alex recebeu a irmã com um abraço apertado ― Eu peguei você, nós conseguimos. ― A loira se afundou nos braços da ruiva e deixou ser tomada pela felicidade que a invadia, ela estava em casa novamente, estava onde pertencia, com seus amigos e família. Porém ainda restava algo a ser feito. 

― Kara...― ah, aquela voz  rouca, como havia sentido falta dela, das batidas solenes daquele coração. Kara se soltou dos braços da irmã e pegou Lena de surpresa com um abraço firme e cheio de sentimentos escondidos. ― Kara… eu…. Sinto muito ―  Falou a morena se apertando mais a loira, as lágrimas presas ardiam em seus olhos mas ela não queria chorar. ― Me perdoe, tudo isso é culpa minha, não devia ter começado um  Projeto como Non Nocere...

― Lena… ― Kara tentou chamar a morena que continuou divagando em suas desculpas.

― Eu não devia ter me aliado ao Lex, não devia ter deixado ele me usar e enganar... eu não devia ter feito nada disso ― As lágrimas já escorriam livremente pelo rosto da Luthor, ela não ouvia nada ao seu redor, apenas sentia que precisava se desculpar. Kara desfez o abraço e levou suas mãos ao rosto de Lena obrigando a morena a olhá-la nos olhos. ― Eu sou a culpada por você ter revivido seus piores pesadelos na Zona Fantasma, me desculpe, eu devia tê-lo parado quando tive a chance mas… eu não pude… fui fraca… eu... ― Lena gelou, seus pensamentos sumiram da mente e sua linha de raciocínio foi perdida quando Kara puxou seu rosto e com um roçar de lábios interrompeu a fala da morena. Era apenas um selinho, doce e curto, tão rápido que a sensação de formigamento que atingiu os lábios de Lena naquele momento poderiam ser sua imaginação lhe pregando outra peça.

― Lena, você nunca teve culpa de nada relacionado ao Lex ou o que ele fez, entenda isso. ― Sussurrou a Kryptoniana ainda muito perto dos lábios da Luthor, se esquecendo completamente da plateia e do mundo a sua volta ― A sua única culpa é ser a mulher mais incrível desse universo, a pessoa dispostas a fazer a diferença e mudar a visão do mundo, lhes mostrando algo novo e inovador. Sua única culpa e seu único crime é ser essa mulher encantadora que adora roubar meu ar, meus sorrisos, meus pensamentos e acima de tudo ― Kara alcança a mão de Lena e a coloca sobre seu peito ― Você, Lena Luthor, é a mulher culpada por roubar meu coração. ― A morena estava estática, suas reações sumiram assim como o resto das pessoas naquela nave ao ouvir a declaração da loira. ― Eu te amo, como nunca amei alguém e.... ― Kara une sua testa com a da Luthor. ― Estávamos exatamente assim, no fim do pesadelo que tive na Zona Fantasma ― Lena estava com os olhos fixados nas orbes azuis a sua frente vendo cada reação e ouvindo cada palavra da loira, como se aquilo tudo fosse um sonho do qual ela não queria acordar. ― Sabe, eu poderia ter uma vida incrível com Kenny, você poderia ser feliz com Jack. Mas nada, absolutamente nada poderia chegar perto da felicidade que eu tenho aqui, agora com você. ― A Kryptoniana se afasta centímetros, o suficiente para encontrar os olhos surpresos e ao mesmo tempo confusos de Lena. A morena nada respondeu, sua expressão era neutra e ela apenas ficou parada naquele mesmo lugar tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer. Isso causou uma angústia em Kara. A loira esperava que na pior das hipóteses a Luthor poderia lhe dar as costas e ir embora, mas ela não o fez, ela não fez nada. ― Acho que demorei demais para perceber isso, não é? Demorei para deixar esse sentimento fluir. Me desculpe, não devia ter feito isso, e não vou te obrigar a corresponder a nenhum desses senti- ― A loira se cala no momento em que a morena coloca o indicador sobre seus lábios.

Lena encara a mulher à sua frente com tanta intensidade que a Kryptoniana sente seus pelos se arrepiarem, o espaço existente entre as duas era pequeno. A morena retirou seu indicador do lugar que estava e levou ele até uma mecha teimosa que estava  perdida no rosto angelical de Kara e a colocou atrás da orelha da loira.

― Existe um certo ditado popular que diz que “Ações valem mais do que mil palavras” ― Lena deu um pequeno sorriso de canto e deu uma leve arqueada na sua sobrancelha. ― Vamos ver se é verdade.

O espaço entre as duas foi anulado e foi a vez de Lena dar um leve selinho em Kara, porém quando a loira sentiu o breve movimento de Lena para separar suas bocas ela a impediu, colocando uma das mãos em sua cintura e a outra arranhando levemente sua nuca e a puxando para si. Sem notar, a loira levantou um voo baixo, suficiente para as tirar do chão, mas sem tanta altitude, evitando que elas pudessem bater no teto da nave. Era um beijo calmo, regado de sentimentos escondidos por tanto tempo e palavras ainda não ditas. Um toque suave, de quem conhece. Aquele beijo que qualquer que estivesse ainda as observando, veria que aquele beijo continha amor, carinho e principalmente saudade de ambas as partes.

― Eu te amo, Kara. Você é minha pessoa favorita, minha heroína  ― Disse Lena ao final do beijo. ― Mas será que nós podemos voltar para o chão, por favor? ― Perguntou a Luthor, rindo levinho, antes de colocar a cabeça entre o pescoço e o ombro de Kara. A loira assentiu e ela voltou ao chão  ― Obrigada. ― A cabeça da morena agora estava encostada no peito da Super escutando seu coração acelerado, tinha certeza que o seu estava do mesmo jeito. ― E agora? o que acontece?

― A partir de agora? ― Questionou a loira vendo Lena acenar a cabeça em concordância.  ― Acontece que agora nós vamos viver nossa história,  porque eu te amo demais e não aguento passar nem um minuto a mais longe de você senhorita Luthor.― Lena sorriu e puxou Kara para um novo beijo, mas este logo foi cortado pela risada de Alex preenchendo todo o ambiente.

― Vocês são tão, mais tão Gays. ― Falou a ruiva rindo, enquanto os demais sorriam com alguma descrição.

― Como se você não fosse né, Alex!? ― Kara a olhou séria, por mais que tenha corado um pouco com o comentário da irmã.

― Não venha me comparar não maninha, eu sou uma Gay no limite certo mas vocês ultrapassaram todos os níveis da boiolice. ― A Danvers deu um tapinha no ombro da irmã e olhou com carinho para a mulher à sua frente. ― Bom, bem vinda a família Lena, ou devo dizer: Cunhadinha.― A ruiva deu uma piscadela e se afastou.

A morena sorriu, dentro do abraço de Kara, Lena sentia que poderia enfrentar tudo, até mesmo as provocações de Alex.

E Kara, bem, ela tinha uma jornada pela frente. O trauma de tudo que viveu naquela prisão fantasma havia sido pesado. Porém, uma coisa era certa, tudo ficaria bem enquanto tivesse Lena em seus braços. Quando chegasse o dia, Kara pensou, contaria a Lena seu pesadelo: Viver uma vida toda sem Lena e então, um dia ter filhos delas, com outras pessoas vivendo a história que foi delas. Agora, no entanto, Kara só precisava de uma coisa, sentir os lábios de Lena mais uma vez nos seus. 

Porque, quem sabe um dia, elas estariam no altar outra vez, vendo seus filhos se casarem.  Sorrindo e desejando toda a felicidade para quem quer que fosse a pessoa que escolhessem. Sorrindo, enquanto contemplariam outra história de amor ser escrita.

 

                        FIM

Notes:

Desculpem aí qualquer erro.
Nos vemos nos comentários.

Ahhhhh, e deem uma passadinha no perfil do Ale porque esse cara tem umas histórias sensacionais.

Bjs de Luz.

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