A Escrava Isaura
- Nota: Para a sua surpresa, isto aqui foi um livro antes de se tornar mais de 8000 novelas. Para o artigo das novelas consulte Escrava Isaura da Globo ou A Escrava Isaura da Record
| ||
Capa da 27º Edição, mais adaptada à realidade do século XXI, onde o abolicionismo não é mais tópico de discussão | ||
Autor | Bernardo Guimarães | |
País | Brasil | |
Gênero | roteiro de novela | |
Editora | - | |
Lançamento | 1876 |
A Escrava Isaura é uma historinha escrita por Bernardo Guimarães em 1876 sendo o romance mais famoso e mais criticado do autor. É bem verdade que ninguém teve saco o suficiente para ler o livro inteiro, já que este é muito pedante, maçante e entediante e não é possível nem virar uma página sem dormir antes. Aliás, como no século XIX ainda não haviam inventado o zolpidem, o livro da Escrava Isaura era receitado pelos médicos como eficiente sonífero, o que explica como tal livro perdurou por tanto tempo sem cair num esquecimento.
Mas mesmo sem ler, todo mundo já sabe do que é essa história, todos já cansaram de ver, já passou como novela na Globo umas duzentas vezes, no SBT umas 100 e na Record mais de oito mil sem contar as reprises. Todos sabem daquela velha estória da escrava branca que era gostosa e deixava o patrão de pau duro com desejos ardentes por ela, mas ele era negado o que irritava o patrão, a patroa, os outros escravos e até ela mesma, e todo mundo passava a novela (e o livro também) puto. A trama, apesar de não parecer, termina com uma tragédia, que se você quiser saber vai ter de ler o livro. O livro fora muito criticado porque se tratava de uma defesa ao abolicionismo e um puxa saco da nobreza não pode ser abolicionista, então Bernardo quase fora para a forca por causa desse livrinho aí!
Para tentar agradar o público de sua época, não apenas a escrava foi descrita como uma jovem branca de bochechas rosadas, corpo esbelto, mas é incrível como todo mundo nesse livro é lindo e maravilhoso (exceto o Belchior), é como se Bernardo Guimarães já soubesse que a miscigenação do Brasil traria boa coisa como mulatas e latinas gostosas que gerariam toda a fama que o Brasil teria nos séculos seguintes. Toda mulher do livro é bonita e todo homem é boa pinta. O Brasil até parece um lugar bom de se viver, mas a personalidade filha de puta, inerente ao brasileiro, essa está ali também.
O livro teve grande influência abolicionista, pois botava uma branca como escrava e evidenciava como aquela vida era sofrida. Apesar de sua importância para a época, com o passar dos séculos após abolição da escravidão o tema do livro foi perdendo seu contexto, e no século XXI, por exemplo, ter uma escrava branca é mais um fetiche, porque sempre tem aquele leitor tarado que sonha com uma escrava branquinha, bondosa, enquanto sempre tem aquele público feminino que sonha ter 20 marmanjos babando ao seu redor e um dono dando-lhe boas chicotadas. Por isso uma adaptação temática mais "século XXI" foi escrita por E. L. James, um best-seller intitulado 50 Tons de Liberdade.
EnredoEditar
Acompanhamos a história da Escrava Isaura (Não me diga!) que é a filha de um capataz português com uma escrava mulata. Nasceu branca, sem direito a cotas na universidade, tornou-se uma branca gostosa que todo mundo no restante do livro tentará comer. Passou também a ser escrava de uma velha idiota que morreu e não soube fazer um testamento decente, deixando Isaura para seu herdeiro, o inescrupuloso Leôncio. Homem casado com Malvina, é um taradão que sonha comer o rabo da Isaura, porque ficar servindo chazinho e lavar louça pra ele não é trabalho de escrava. O que Leôncio aprendeu lendo a série Toda Sua é que escravas tinham outra função, e ele estava obcecado por fazer Isaura obedecer suas vontades libidinosas, mas ele não era estuprador, queria BDSM com mordaças, algemas e tudo, mas consensual.
Por muito tempo Isaura fica sob os desmandos de seu novo dono, sempre conseguindo fugir nos momentos antes de ser violentada, sempre recusando também vestir latex, mas eventualmente era algemada e chicoteada. Coisas de BDSM, embora ela não fosse assim tão conivente com aquilo, até que ela consegue fugir de Campos dos Goytacazes para Recife, onde conhece Álvaro, um boa pinta que é fã de sexo mais brando e romântico. Nada de chicotadas ou palmadas, homem por quem Isaura se apaixona. Mas após tantos anos de mal tratos, Isaura sente falta de uma pegada mais forte, e retorna para Leôncio, no fundo ela é mulher de malandro e adora apanhar. Nada contra, cada uma com seus fetiches.
Álvaro, todavia, não aceita que sua amada possa gostar de BDSM e começa a tramar uma forma de reaver sua Isaura, comprando toda a fortuna de Leôncio e seus pertences, inclusive a Escrava Isaura, que frustrada, agora pode ficar com o amor de sua vida, mas agora um homem que não sabe comê-la tão bem assim. Ela descobre, porém, que Álvaro é fã de cuckolding e decide convidar Leôncio para um ménage à trois, mas o ex-mestre BDSM se irrita com aquilo, e numa crise emo se suicida. A história acaba mal pra todo mundo, Leôncio morre, Isaura nunca mais terá seu sexo hardcore, e Álvaro uma esposa frustrada sexualmente.
PersonagensEditar
- Isaura - Escrava branca e gostosa cujo principal passatempo é ficar dissimulando ser uma santinha para os outros, dando mole para metade dos homens da fazenda onde ela trabalha. Após a morte de sua antiga dona, passa a ter a sua vida importunada pelo seu novo dono Leôncio, de quem ganha uma grande ojeriza. Com o tempo, porém, na medida que as seções de BDSM que seu dono impõe a ela se intensificam, a moça vai descobrindo seus sentimentos libertinos mais profundos, só que nesse meio-tempo conhece Álvaro, fã de sexo baunilha, e ela fica nesse dilema, entre optar por um cara legal de sexo sem graça ou por um cara cretino que garante a melhor trepada para ela. Como Leôncio se suicida, ela acaba precisando ficar com Álvaro mesmo.
- Leôncio - Um safado tarado pervertido que quer comer a Isaura de qualquer jeito. No começo ele não consegue, mas como hábil mestre BDSM, vai amansando a moça. O problema é que ele acaba falindo no final e perdendo sua escrava sexual, e numa to de desespero se demonstra um grande emo, suicidando-se.
- Álvaro - Homem gentil, agradável, respeitoso, cavalheiro e cordial. Seu único defeito, porém, é ter o pau pequeno. É o que mais o atrapalha conquistar a Isaura. Mas como todo homem de pau pequeno, o que ele faz é usar o dinheiro para conseguir o que quer, comprando Isaura de Leôncio.
E mais um monte de coadjuvante.