Cícero Dias
Cícero dos Santos Dias (Escada, 5 de março de 1907 — Paris, 28 de janeiro de 2003) foi um pintor de paredes e portas e um dos representantes do modernismo brasileiro, o que por si só já dá pra atestar que a qualidade das pinturas dele deve ser bem questionável por isso só. Isso, e o fato de ter sido chamado pra pintar os prédios tortos de Brasília do Oscar Niemayer e do Lúcio Costa já mostram bem o quanto o maluco só pintava coisa torta mesmo...
BiografiaEditar
Cicinho era o sétimo de onze filhos (tinha que ser nordestino mesmo...) do casal Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias, vivendo num engenho onde a família trabalhava de moedor de cana. Já criança Cicinho saiu pichando as paredes da casa grande do dono do engenho, que invés de dar uma surra no garoto, viu nele um talento incrível para pagar pra ele uma bolsa de estudos em uma escola de pintura. Claro, ele ainda deu a surra no garoto, mas deixa quieto...
Morando no Rio de Janeiro na época do cursinho de pintura, conheceu o povo do modernismo, e logo se encantou por um estilo que lembrava muito suas pichações: o abstracionismo. Assim, foi nessa escola que o Cicinho virou especialista, fazendo um monte de pinturas e cenários para balés como o de Serge Lifar com Heitor Villa-Lobos em 1937. Viajou pra França, onde fez amizade com um muso inspirador, o Pablo Picasso, além do poeta Paul Éluard. Mas o Cicinho deu azar: ficou tempo demais em Paris fazendo rolé por lá e aí levou um "toma distraída" dos alemães quando eles invadiram a França, amargando uns dias na prisão.
O cara nunca parou de pintar, tendo pintado o Museu de Arte Moderna de São Paulo, boa parte daquela tranqueira toda de Brasília, e, já velho pra burro, foi quem pintou a configuração atual da Praça do Marco Zero do Recife, em 2000, uma bela rosa-dos-ventos gigante feita pelo pintor pra contrastar com aquela porcaria enorme que fica de frente pra ela, o Pênis de Brennand lá olhando com muita vontade de deflorar essa rosinha do Cícero.
Cicinho morreu daquele jeito que você sempre sonhou, em Paris, com a mulher do lado, e cheio de grana. Pena que no inferno pra onde você vai você não vai levar nada disso, otário!
(Quem deixou o meu tio crentelho sentar no meu computador enquanto eu ia no banheiro?)