Estação Ferroviária de Vila Franca das Naves
Vila Franca das Naves
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durante as obras de 2023, com as vias levantadas | |||||
Identificação: | 48546 VFN (V.F.Naves)[1] | ||||
Denominação: | Estação Satélite de Vila Franca das Naves | ||||
Administração: | Infraestruturas de Portugal (norte)[2] | ||||
Classificação: | ES (estação satélite)[1] | ||||
Tipologia: | C [2] | ||||
Linha(s): | Linha da Beira Alta (PK 181 834) | ||||
Altitude: | 544.2 m (a.n.m) | ||||
Coordenadas: | 40°43′29.19″N × 7°15′29.47″W (= 40.72478;−7.25819) | ||||
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Município: | Trancoso | ||||
Serviços: | |||||
Conexões: | |||||
Equipamentos: | |||||
Endereço: | Largo da Estação, s/n PT-6420-713 Vila Franca das Naves TCS | ||||
Inauguração: | [quando?] | ||||
Website: |
A Estação Ferroviária de Vila Franca das Naves (nome anteriormente grafado como "Villa",[3] por vezes justaposto como "Villa-franca")[4] é uma gare da Linha da Beira Alta, que serve a localidade de Vila Franca das Naves, no Distrito da Guarda, em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Localização e acessos
[editar | editar código-fonte]Esta interface situa-se na localidade de Vila Franca das Naves, com acesso pelo Largo da Estação,[5][6] distando pouco mais de meio quilómetro do centro da localidade (posto G.N.R.).[7]
Infraestrutura
[editar | editar código-fonte]Esta interface apresenta apenas duas vias de circulação (I e II), com comprimentos de 483 e 349 m e ambas acessíveis por plataformas com comprimentos de 287 e 342 m e alturas de 30 e 42 cm, respetivamente; existem ainda três vias secundárias, identificadas como III, IV, e VIII, com comprimentos de 400, 125, e 122 m, respetivamente; destas vias as duas últimas estão eletrificadas apenas em 25 m, estando as restantes eletrificadas em toda a sua extensão.[2] A superfície dos carris ao PK 181 7 situa-se à altitude de 5442 dm acima do nível médio das águas do mar.[4] Esta configuração constitui um Ramal de Estação[1] centrado ao PK 181 83 e gerido pela Infraestruturas de Portugal, com tipologia «Linhas de Carga/Desc. DPF».[2]
O edifício de passageiros situa-se do lado noroeste da via (lado esquerdo do sentido ascendente, a Vilar Formoso);[8][9] a sua classificação como imóvel de interesse público encontra-se em estudo desde 2003.[10]
No local desta interface há um limiar de tipologia ferroviária no que respeita ao regime de exploração, que é de tipo RCASA no troço V.F.Naves - Muxagata e de tipo RCI no troço Pinhel - V.F.Naves.[2]
Situa-se junto a esta interface, ao PK 179 040, a zona neutra de Vila Franca das Naves que isola os troços da rede alimentados respetivamente pelas subestações de tração de Gouveia e de Sobral.[2]
Serviços
[editar | editar código-fonte]Esta seção trata de uma construção atualmente em andamento. |
Em dados de 2023, esta interface é frequentada por serviços da C.P. efetuados por via rodoviária com seis circulações diárias em cada sentido,[11] devido às obras de requalificação da Linha da Beira Alta, iniciadas em Abril de 2022[12] e cuja conclusão está prevista para 2024.[carece de fontes]
História
[editar | editar código-fonte]Inauguração
[editar | editar código-fonte]A Linha da Beira Alta entrou ao serviço, de forma provisória, em 1 de Julho de 1882, tendo sido definitivamente inaugurada no dia 3 de Agosto do mesmo ano, pela Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta;[13] a estação de Vila Franca das Naves constava já do elenco original de estações e apeadeiros.[4]
Século XX
[editar | editar código-fonte]Em 1913, a estação era servida por carreiras de diligências até às localidades de Trancoso, Moimenta da Beira, Ervas Tenras, Souro Pires, Pinhel, Ponte do Colmeal, e Figueira de Castelo Rodrigo.[14]
Em finais de 1920, com a abertura da Estação Ferroviária de Pinhel, esta cidade deixou de ser nominalmente servida pela estação de Vila Franca das Naves.[15]
Em 1932, a Companhia da Beira Alta modificou as retretes, tendo a fossa sido substituída.[16] No dia 15 de Maio de 1934, a Companhia abriu um despacho central de camionagem na localidade de Ponte do Abade, para fazer serviços de passageiros, bagagens e mercadorias com a estação.[17] Em 1936, a Companhia realizou grandes obras de reparação nas retretes e no edifício da estação.[18]
Em 1939, a Companhia reconstruiu uma vedação que tinha sido atingida por um incêndio, instalou uma nova cancela no acesso para as camionetas que faziam os serviços combinados, e revestiu em alvenaria as duas novas minas da toma de água.[19] Em 10 de Março de 1940, o despacho central de camionagem de Pinhel passou a fazer serviços para a estação com o mesmo nome, deixando de estar ligado à estação de Vila Franca das Naves.[20]
Ligação à Linha do Douro
[editar | editar código-fonte]Já quando se começou a planear uma ligação ferroviária da cidade do Porto a Salamanca, em Espanha, na segunda metade do século XIX, a Associação dos Engenheiros Civis propôs que, em vez de continuar a Linha do Douro até Espanha, devia ser construída um caminho de ferro em via larga da Linha do Douro até Vila Franca das Naves, aproveitando a ligação internacional já construída em Vilar Formoso; esta linha iria beneficiar uma extensa região do país, e poderia ser uma alternativa à Ponte Maria Pia, que era o único elo entre as redes ferroviárias a Norte e Sul do Rio Douro.[21]
Quando se encetaram as diligências para a reformulação da rede ferroviária a Norte do Rio Mondego, em finais do século XIX, a comissão técnica propôs dois caminhos de ferro de via estreita, que ligariam Vila Franca das Naves à Linha do Douro; a primeira terminaria no Pocinho, onde teria ligação à futura linha do Pocinho a Miranda do Douro, enquanto que a segunda iria até à Régua, passando por Lamego, sendo uma continuação da linha da Régua a Chaves.[22][23] Estas duas linhas foram incluídas no Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego, publicado por um decreto de 15 de Fevereiro de 1900.[22] No entanto, não chegaram a ser construídas, tendo o troço até ao Pocinho sido novamente proposto em 1927, quando se iniciou o planeamento para a revisão da rede ferroviária;[22] porém, não foi incluído no Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, tendo sido substituído pela Linha do Côa, do Pocinho a Idanha-a-Nova, passando por Pinhel.[24] Este plano também reintroduziu o projecto de via estreita da Régua a Vila Franca das Naves, passando por Lamego e por Pinhel.[24]
Século XXI
[editar | editar código-fonte]Em Novembro de 2005, deu-se o descarrilamento de uma composição de mercadorias à saída desta estação, que provocou uma suspensão temporária da circulação na Linha da Beira Alta.[25]
Em dados oficiais de 2011, possuía duas vias de circulação, com 499 e 358 m de comprimento, e duas plataformas, com 283 e 346 m de extensão, e 30 e 40 cm de altura[26] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[2]
No dia 6 de Janeiro de 2017 por volta das 16:30, um comboio de mercadorias da Medway (antiga CP Carga) descarrilou às 16h 27m em Vila Franca das Naves, destruindo 500 m de via e levando ao corte da Linha da Beira Alta entre Celorico da Beira e Guarda.[27] A circulação foi retomada no dia seguinte.[28] O acidente destruiu a linha 1 da estação de Vila Franca das Naves, pelo que nesta estação os comboios passaram a circular pela linha 2.[29] A reparação só foi totalmente concluída em Maio e custou 510 mil euros.[29]
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Comboios de Portugal
- Infraestruturas de Portugal
- Transporte ferroviário em Portugal
- História do transporte ferroviário em Portugal
Referências
- ↑ a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
- ↑ a b c d e f Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
- ↑ Marquês de Gouvêa: Tarifa Especial N.º 9 Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses da Beira Alta: 1903
- ↑ a b c (anónimo): “Caminho de Ferro da Beira Alta” Diario Illustrado 3307 (1882.07.24)
- ↑ «Vila Franca das Naves - Linha da Beira Alta». Infraestruturas de Portugal. Consultado em 14 de Setembro de 2015
- ↑ «Vila Franca das Naves». Comboios de Portugal. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ OpenStreetMaps / GraphHopper. «Cálculo de distância pedonal (40,72486; −7,25842 → 40,72715; −7,26457)». Consultado em 16 de junho de 2023: 638 m: desnível acumulado de 31−0 m
- ↑ (anónimo): Mapa 20 : Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1985), CP: Departamento de Transportes: Serviço de Estudos: Sala de Desenho / Fergráfica — Artes Gráficas L.da: Lisboa, 1985
- ↑ Diagrama das Linhas Férreas Portuguesas com as estações (Edição de 1988), C.P.: Direcção de Transportes: Serviço de Regulamentação e Segurança, 1988
- ↑ Paula Figueiredo: “Estação Ferroviária de Vila Franca das Naves” SIPA: 2003 (IPA.00018531 = PT020913270148)
- ↑ Horário Comboios : Lisboa ⇄ Guarda / Coimbra / Vilar Formoso («Horário em vigor desde 30 junho 2024»). Esta informação refere-se aos dias úteis.
- ↑ Ferreira, Nuno Andre (15 abril 2022). «Circulação na Linha da Beira Alta cortada a partir de terça-feira». Observador. Consultado em 4 de junho de 2022. Cópia arquivada em 4 de junho de 2022
- ↑ TORRES, Carlos Manitto (16 de Março de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 71 (1686). p. 133-140. Consultado em 5 de Fevereiro de 2014
- ↑ «Serviço de Diligencias». Guia official dos caminhos de ferro de Portugal. Ano 39 (168). Outubro de 1913. p. 152-155. Consultado em 11 de Março de 2018
- ↑ «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1233). 1 de Maio de 1939. p. 237-238. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «O que se fez nos Caminhos de Ferro em Portugal no Ano de 1932» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 46 (1081). 1 de Janeiro de 1932. p. 10-14. Consultado em 11 de Novembro de 2012
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1115). 1 de Junho de 1934. p. 297. Consultado em 11 de Novembro de 2012
- ↑ «O que se fez em Caminhos de Ferro durante o ano de 1936» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 49 (1179). 1 de Fevereiro de 1937. p. 86-87. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «O que se fez em caminhos de ferro no ano de 1939» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1249). 1 de Janeiro de 1940. p. 35-40. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «Viagens e Transportes» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 52 (1255). 1 de Abril de 1940. p. 209. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ SOUSA, José Fernando de (16 de Setembro de 1927). «As nossas linhas ferroviárias internacionais e as linhas de Salamanca à fronteira portuguesa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 40 (954). p. 266-270. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ a b c SOUSA, José Fernando de (1 de Março de 1935). «"O Problema da Defesa Nacional" pelo Coronel Raúl Esteves» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1133). p. 101-103. Consultado em 4 de Janeiro de 2016
- ↑ «Há 50 anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 61 (1466). 16 de Janeiro de 1949. p. 112. Consultado em 21 de Janeiro de 2016
- ↑ a b PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
- ↑ «Descarrilamento na Linha da Beira Alta impede circulação ferroviária». Público. 22 de Novembro de 2005. Consultado em 30 de Agosto de 2011[ligação inativa]
- ↑ «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85
- ↑ CIPRIANO, Carlos (6 de janeiro de 2017). «Comboio de mercadorias descarrila na Beira Alta». Público. Consultado em 12 de setembro de 2018
- ↑ «Circulação na linha da Beira Alta restabelecida com limitação de velocidade». Observador. 7 de janeiro de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2018
- ↑ a b «Concluída reabilitação de infraestruturas ferroviárias em Vila Franca das Naves». Diário de Notícias. 25 de maio de 2017. Consultado em 12 de setembro de 2018