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Neolítico

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História
Pré-história Idade da Pedra

Paleolítico

Paleolítico Inferior c. 3,3 milhões - c. 300.000 a.C.
Paleolítico Médio c. 300.000 - c. 30.000 a.C.
Paleolítico Superior c. 30.000 - c. 10.000 a.C.
Mesolítico c. 13.000 - c. 9.000 a.C.

Neolítico

c. 10.000 - c. 3.000 a.C.
Idade dos Metais Idade do Cobre c. 3.300 - c. 1.200 a.C.
Idade do Bronze c. 3.300 - c. 700 a.C.
Idade do Ferro c. 1.200 a.C. - c. 1.000 d.C.
Idade Antiga Antiguidade Oriental c. 4.000 - c. 500 a.C.
Antiguidade Clássica c. 800 a.C. - 476 d.C.
Antiguidade Tardia c. 284 d.C. - c. 750
Idade Média Alta Idade Média 476 - c. 1000
Baixa Idade Média Idade Média Plena c. 1000 - c. 1300
Idade Média Tardia c. 1300 - 1453
Idade Moderna 1453 - 1789
Idade Contemporânea 1789 - hoje
Artefatos do período neolítico

Neolítico (do grego néos, novo, e lithos, pedra, "pedra nova") ou Período da Pedra Polida é o período histórico que vai aproximadamente do X milênio a.C., com o início da sedentarização e surgimento da agricultura, ao III milênio a.C., dando lugar à Idade dos Metais. Não se aplica à pré-história americana, subsaariana, nem oceânica.

Ver artigo principal: Mesolítico

Por volta de 10 000 a.C., ou seja, há cerca de 12 mil anos, no Período Mesolítico, deram-se várias transformações climáticas que viriam a criar condições favoráveis para a prática da agricultura e criação de animais. A invenção da agricultura ocorreu nos vales férteis dos grandes rios do Oriente Próximo, em uma região chamada Crescente Fértil.

No VIII milénio a.C. já se cultivavam cereais como trigo e cevada. O feijão, o milho e o arroz estão inclusos entre as primeiras espécies cultivadas por humanos. Na mesma época animais como o cão, o carneiro ou a cabra já eram domesticados. Humanos passaram assim de nômades a pastores, horticultores e agricultores. Cria-se, assim, um novo tipo de economia, chamada de economia de produção, em que os seres humanos já sabem produzir os alimentos necessários à sua sobrevivência, graças à criação de animais e ao cultivo da terra.

Revolução neolítica

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Essas mudanças de comportamento foram consideradas tão importantes que o arqueólogo Gordon Childe designou este momento de Revolução neolítica, ou Revolução agrária, fator decisivo para a sobrevivência dos povos nesse período.

A Revolução Neolítica durou por volta de 10.000 anos, e seus principais pontos são:

  • A crosta terrestre aquece, aumentando o nível dos mares e resultando em alterações climáticas;
  • Formam-se grandes rios e desertos, além de florestas temperadas e tropicais;
  • Animais de grande porte desaparecem e dão origem à fauna que conhecemos hoje;
  • A vida vegetal modifica-se, favorecendo a sobrevivência humana;
  • Dão-se grandes conquistas técnicas do ser humano que, aliadas às transformações do ambiente, os permitem controlar gradativamente a natureza;
  • O ser humano aprende aos poucos a reproduzir plantas, domesticar animais e armazenar alimentos;
  • A agricultura e a domesticação de animais favorecem um sensível aumento populacional em algumas regiões;
  • Ampliam-se as conquistas técnicas, como a produção de cerâmica;

O Neolítico, pelo fato de ter sido o último período da Idade da Pedra, terminou com o surgimento da Idade dos Metais. Mas a transição do Neolítico para a Idade dos Metais (Idade do Cobre, Bronze e Ferro) caracterizou a transição da Pré-História para a História em alguns locais, já que a escrita surgiu quase na mesma época.

Mapa da Europa neolítica no apogeu da expansão das áreas do Danúbio e Mediterrâneo

Características culturais

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As primeiras aldeias eram criadas em proximidade de rios, de modo a usufruir da terra fértil (onde eram colocadas sementes para plantio) e água para seres humanos e animais. Também nesse período começou a domesticação de animais (cabra, boi, cão, dromedário, etc.). A disponibilidade de alimento permite também às populações um aumento do tempo de lazer; e a necessidade de armazenar os alimentos e as sementes para cultivo leva à criação de peças de cerâmica, que vão gradualmente ganhando fins decorativos.

Surge também o comércio com o aparecimento do dinheiro, que facilita a troca de materiais e que começou por ser, na época, baseado em sementes. Estas, diferenciadas umas das outras, tinham cada tipo o seu valor. Uma aldeia, ao produzir mais do que o necessário e, para não perder grande parte da produção que não iria ser utilizada, troca o excesso por peças de artesanatos, roupas e outros utensílios com outras aldeias.[1]

Com a ascenção da agricultura e do pastoreio, surgiram as primeiras aldeias, normalmente juntas ou próximas dos grandes rios como o Nilo, Eufrates, Tigre ou Jordão (Jericó), devido à necessidade de água para regar e fertilizar os campos. No entanto, há também aldeias em planaltos, como Çatalhüyük, na Anatólia.

Com a criação das aldeias e com uma nova economia, surgiu a chamada divisão do trabalho e a diferenciação social. Esses dois novos mecanismos de sobrevivência baseavam-se no sexo e na idade: os mais velhos exerciam a autoridade sobre os mais novos. Com a criação dos aldeamentos, a população cresceu. À medida que isso aconteceu, as tarefas e a divisão do trabalho foram-se tornando mais complexas. Enquanto que uns produziam e cuidavam do gado e da terra, outros dedicavam-se à criação de vestuário e à defesa do território. Assim, os guerreiros, curandeiros e sacerdotes passaram a ter mais autoridade sobre os outros, destacando assim a diferenciação social.

Progressos técnicos

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O Neolítico caracteriza-se essencialmente pelo surgimento da pedra polida, que era usada em machados e outros instrumentos. Técnicas como a cerâmica, a tecelagem, cestaria, moagem, a descoberta da roda e a tração animal mostram os grandes progressos técnicos observados neste período.

A arqueologia registra certas descobertas relativas aos períodos Paleolítico e do Neolítico que são por alguns interpretadas - embora em caráter um tanto subjetivo - pela possibilidade de ter havido a primeira manifestação humana de uma religião a qual baseou-se no culto à mulher,[2] ao feminino e a associação desta à Natureza, ao poder de dar a vida.[3] Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo" e cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue e que estavam intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas. Constatou-se por escavações que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.[4]

O cultivo da terra deu origem a cultos agrários, já que acreditava-se que haviam fenômenos naturais e forças sobrenaturais que influenciavam as colheitas. Surgiram assim as primeiras estátuas, que mostram uma deusa, ligando a fertilidade da mulher à fertilidade da terra. Outra manifestação artística foi a criação dos monumentos megalíticos, para o culto funerário. Os mais simples são os menires e os dólmens. Ao agrupamento de vários menires em linha ou círculo dá-se o nome de cromeleques.[carece de fontes?]

Nas casas redondas, a família sentava-se em bancos de pedra, encostados às paredes. Os lugares eram ocupados segundo a idade e posição social. Os materiais de construção eram sólidos, como a argila seca ou madeira, e os alicerces eram em pedra ou pilares de madeira e cobertos por terraços ou telhados feitos de colmo. As camas normalmente eram feitas do mesmo material que as paredes. As casas possuíam apenas uma divisão, com uma lareira para aquecê-la.[carece de fontes?]

Os homens usavam saias de negra ou de tecidos de pele de cabra (samarras), que caíam sobre bragas, semelhante a calças curtas e largas. As mulheres usavam roupas coloridas e cobriam a cabeça com véus que caíam até os olhos, escondendo-lhes os cabelos entrançados. No pescoço, braços e orelhas, usavam pesados adornos de ouro, prata ou cobre.[carece de fontes?]

Referências

  1. «Pré-história: fases, característas e primeiros homens». Toda Matéria. Consultado em 26 de janeiro de 2022 
  2. Ufpb, Revista Artemis
  3. O cálice e a espada, Riane Eisler, p.14
  4. O cálice e a espada, Riane Eisler, p.18

Ligações externas

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